O JPEG está estabelecido há anos como um dos principais formatos de distribuição de imagens da internet, devido às suas capacidades de entregar qualidade e velocidade em um tamanho reduzido. Mas um projeto do programador francês Fabrice Bellard pode acabar mudando isso em um futuro não tão distante assim. Ele apresenta o BPG, um formato novo capaz de carregar as mesmas capacidades do atual, só que com metade do tamanho.
Produzido com base no HEVC, o BPG já vem sendo considerado por alguns como o grande sucessor do JPEG. A economia de espaço é algo essencial na internet, cujas tendências de design caminham para páginas com imagens cada vez maiores, que também criam um desafio crescente em relação à velocidade de carregamento. Mas a novidade também traz consigo alguns atributos diferentes, como a capacidade de lidar com transparências, algo impossível com o formato atual.
Nos testes de compactação exibidos pelo site Gizmag, por exemplo, é possível ver a clara diferença entre as imagens. Uma mesma foto, salva com tamanhos semelhantes, apresenta muito mais artefatos e marcas de compressão em JPEG do que em BPG. Quando se salva em boa qualidade, então, a diferença se dá no tamanho, mais de 50% menor no caso do novo formato.
Um ponto bem específico, porém, pode acabar fazendo com que o BPG não cole. O protocolo HEVC, usado em sua concepção, é de propriedade da MPEG LA, uma empresa de tecnologia de vídeo que também é dona do codec H.264, por exemplo. Isso significa que a novidade é quase como um formato proprietário e permite que a empresa cobre royalties por sua utilização e programação de codecs em softwares de conversão de imagens ou navegadores.
E é nesse segundo quesito que a extensão deve ser pouco adotada, já que organizações como a Mozilla, que trabalham em prol de uma internet baseada em código aberto, dificilmente pagariam para utilizar o BPG. O mesmo vale para o Google que, inclusive, está desenvolvendo seu próprio formato de imagens, o WebP, que não apenas é open source como também capaz de lidar com transparência e, mais ainda, movimentos, se configurando até mesmo como uma alternativa aos GIFs animados.
De qualquer maneira, se você quiser começar a trabalhar com o BPG, pode fazer isso a partir do site do próprio Bellard. Para que a imagem seja lida pelo navegador ou outros programas, é necessária a execução de um código Javascript que está disponível para download.
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