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Kanban por David Anderson: como equilibrar agilidade x demanda

16 de Abril de 2012, 0:00 , por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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David Anderson em palestra no Rio de Janeiro

Se é bem verdade que a demanda sempre excedeu a capacidade de mão-de-obra, trazendo consigo uma insatisfação muito grande, na medida em que nos obriga a sermos capazes de atendê-la a todo instante, sempre mais e de preferência melhor, o que fazer para equacionar o problema? Para David Anderson, aplicar o método Kanban como uma forma de obter mudanças incrementais e evolutivas para um determinado processo de trabalho ajuda – e muito! – a encontrar o equilíbrio econômico em relação à demanda.

Em visita ao Brasil para divulgar o lançamento do seu livro “Kanban” agora traduzido para o português, Anderson, criador do método de mesmo nome, esteve recentemente em evento realizado pela TeamWare na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro para falar sobre o que o motivou a escrever o livro. “A motivação número um para mim foi notar que as pessoas estavam rejeitando métodos de desenvolvimento ágil, mesmo com as evidências provando que era melhor – isso foi uma década atrás – e, ainda que tentasse introduzi-lo na empresa, talvez uma equipe o fizesse muito bem, mas eu devia levá-lo aonde as pessoas ainda resistiam em adotá-lo. Então comecei a pensar que a questão não era exatamente o método de desenvolvimento em si, ou qual escolher, mas sim como superar a resistência à mudança”, conta.

A conclusão que David chegou pode parecer bastante simples e óbvia hoje, mas na época estava longe de ser algo, digamos, aceitável pelos mais conservadores (leia-se: empresas de tecnologia em geral). “Cheguei à conclusão de que temos de pensar uma maneira de introduzir ideias uma de cada vez na busca de pequenas e incrementais melhorias e, ainda melhor do que isso, estimular as pessoas para que cheguem com a ideia elas mesmas”, diz ele. “Então poderíamos encontrar uma forma das pessoas descobrirem qual seria o problema de número um, fazerem uma sugestão para resolvê-lo, depois implementar essa solução, e somente depois disso ir para ao número dois como sendo para preencher a lacuna deixada pelo de número um, e assim sucessivamente. Ou seja, consertar uma coisa de cada vez seria muito melhor do que tentar introduzir todo um novo modo de trabalhar”. E completa: “Tive essa ideia em 2002, mas não tinha uma resposta para ela, somente uma pergunta”.

Os 3 princípios do Kanban

1. “Kanban não é um método de desenvolvimento ágil de software. Também não é um projeto de gerenciamento ágil. Não é um método para desenvolvimento de software. Você deve fazer desenvolvimento de software primeiro, já que o Kanban é algo que você aplica a uma forma de trabalho pré-existente, da mesma forma como Taiichi Ohno o aplicou para uma forma já existente de fabricação de carros. Você não pode simplesmente fazer kanban… você precisa necessariamente aplicá-lo a algo que já existe por si mesmo”.

2. “Mudança incremental evolutiva. Inicialmente, a mudança é incremental, uma coisa de cada vez. Mas como evolutiva entendemos que o cenário mudou: resenhar o quadro e incluir uma coluna, por exemplo, ou ainda apagar algo que não serve mais e voltar à versão anterior. A abordagem evolutiva é boa para resolução de problemas complexos, já que permite um planejamento mais apurado das coisas”.

3. “Inicialmente, é preciso respeitar papéis, responsabilidades e cargos atuais. As pessoas tendem a associar imagem e identidade pessoais aos papéis desempenhados no trabalho. Se você disser a elas que isso irá mudar, elas ficam com muito medo e acabam tendo uma reação emocional pois, simplesmente dizer a elas que o trabalho irá mudar é um ataque à identidade. E esse é também o cerne da resistência delas. É justamente isso que queremos evitar”.

Essa resistência, contudo, vai sendo vencida bem aos poucos – não menos do que 6 meses, conforme nos conta Anderson – tão logo as pessoas são apresentadas ao kanban e começam a entender melhor seu propósito e sua filosofia: “Quando as pessoas se sentam de frente para o quadro e percebem que é proporcionado um feedback para elas, percebem que podem ver o processo acontecendo, podem tocar nos cartões, e acabam passando pela experiência tanto em nível tanto emocional como prático. Começam então a enxergar a dinâmica do Kanban e com isso participam do processo propondo melhorias”, afirma Anderson.

Assista ao vídeo com a íntegra da palestra dele (em inglês) para entender mais detalhadamente os objetivos e usos do Kanban:

Referências:

Limited WIP Society

TeamWare


Fonte: http://www.revista.espiritolivre.org/kanban-por-david-anderson-como-equilibrar-agilidade-x-demanda

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