A Revista Espírito Livre é uma iniciativa que reune colaboradores, técnicos, profissionais liberais, entusiastas, estudantes, empresário e funcionários públicos, e tem como objetivos estreitar os laços do software livre e outras iniciativas e vertentes sócio-culturais de cunho similar para com a sociedade de um modo geral, está com um novo projeto neste ano de 2009.
A Revista Espírito Livre visa ser uma publicação em formato digital, a ser distribuída em PDF, gratuita e com foco em tecnologia, mas sempre tendo como plano de fundo o software livre. A publicação já se encontra na terceira edição. A periodicidade da Revista Espírito Livre é mensal.
Software livre pode ser alternativa para evitar espionagem eletrônica, avalia diretor do Serpro
23 de Julho de 2013, 0:00 - sem comentários aindaA utilização de softwares livres, ou seja, programas de internet com códigos abertos, que podem ser copiados e modificados por qualquer pessoa, pode ser uma opção para evitar problemas de espionagem como os que foram denunciados recentemente. A avaliação é do diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Marcos Mazoni.
“O mundo do software livre é uma belíssima resposta a tudo isso que está acontecendo no mundo hoje. Se nós trabalhamos com códigos fechados, que não nos permitem saber o que estão fazendo, é muito mais propício a uma decisão desse fornecedor se vai nos espionar ou não. No mundo do software livre, a decisão passa para nós, muda de lado, passa para o mundo do usuário”, explica. Mazoni lembra que a implementação do software livre em plataformas de governos sempre teve como foco aumentar a segurança dos dados dos países.
Para debater essas e outras questões, o Serpro promove, de 13 a 15 de agosto, a sexta edição do Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônico (Consegi), em Brasília. O tema deste ano é Portabilidade, Colaboração e Integração. “São temas muito atuais: estamos trabalhando com a lógica de que o mundo da tecnologia vai ter que suportar mobilidade, rede social, grandes quantidades de informações”, disse Mazoni.
O evento terá 50 oficinas e 150 palestras, com a participação de representantes de diversos países, entre agentes públicos, movimentos sociais, hackativistas, pesquisadores e estudantes para debater tecnologias que podem ampliar o acesso à informação e agilizar a prestação de serviços públicos.
O Consegi também irá prestar uma homenagem ao ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela. “Especialmente pela questão do respeito à individualidade e às diferenças. Associando a tecnologia à razão mais importante do ser humano que é o respeito. E colaboração só acontece com respeito”, diz Mazoni.
No ano passado, o evento reuniu cerca de 5 mil participantes, e a expectativa é que esse número se amplie para até 6 mil participantes neste ano. O evento é gratuito e as inscrições podem ser feitas pelo site da organização . Entre as oficinas oferecidas estão edição de músicas e vídeos ou criação de aplicativos móveis e robôs com softwares livres.
Com informações de Agência Brasil.
Celular com Ubuntu será lançado com financiamento coletivo
23 de Julho de 2013, 0:00 - sem comentários aindaA Canonical, empresa que desenvolve o sistema operacional Ubuntu, baseado em Linux, abriu hoje no Indigogo, site de financiamento coletivo (crowdfunding) o projeto Ubuntu Edge. Trata-se do primeiro smartphone com Ubuntu.
Segundo a empresa, seriam necessários US$ 32 milhões para criá-lo. As contribuições podem ser feitas até de 31 de agosto. O telefone resultante deve ser enviado aos “financiadores” em maio de 2014. É possível efetuar diferentes tipos de doação, desde valores que dispensam contrapartida, quanto valores que garantem o recebimento do telefone quando ele for fabricado.
Pelo projeto, o telefone rodará Ubuntu com dual boot, ou seja, terá outro sistema operacional na memória e que poderá ser usado pelo usuário. O outro sistema será o Android, desenvolvido por um conjuto de empresas, sob liderança da Google.
Outra promessa é que o sistema Ubuntu Mobile seja compatível com softwares para o Ubuntu de nossos computadores. Bastará conectar o telefone a uma dockstation para o dispositivo se comportar como um PC de mesa. O aparelho deverá trazer um processador de vários núcleos (número de velocidade não especificados), 4 GB de memória RAM e 128 GB de armazenamento – o que o coloca entre os top de linha dos celulares atualmente.
A tela será construída em cristal de safira, material ultrarresistente à prova de arranhões, medindo 4,5 polegadas e com resolução HD. Terá duas câmeras, a principal, de 8 MP otimizada para tirar fotos em ambientes com pouca luz. O aparelho trará ainda LTE (4G), WiFi padrão 802.11n, bluetooth e NFC.
Segundo o site do projeto, o valor de US$ 32 milhões não é suficiente para originar lucro. Com o dinheiro será possível fabricar o dispositivo em grande volume, para os interessados que o comprarem pelo método de crowdfunding, e testar a viabilidade de um celular com sistema Ubunto e Android.
O site também promete não fabricar em massa os aparelhos, afirmando que apenas os compradores do Indiegogo o receberão e que, talvez, no ano seguinte, um novo projeto de crowdfunding para criação de outro celular seja feito. Quem comprar o telefone e recebê-lo em 2014, poderá devolver o aparelho e receber o dinheiro de volta, caso não goste do produto. No primeiro dia no ar, o projeto recebeu doações acima de US$ 1 milhão. Se continuar nesse ritmo, o valor angariado será obtido antes do prazo final.
Com informações de ARede.
Marco Civil: pela neutralidade, privacidade e liberdade
19 de Julho de 2013, 0:00 - sem comentários aindaNão tem sido fácil. Há mais de um ano luto pela votação do Projeto de Lei 2.126 de 2011, mais conhecido como Marco Civil da Internet. Em meio ao escândalo de espionagem que teria sido empregado pelos Estados Unidos, as atenções se voltaram novamente ao Marco Civil. De Brasília, tenho acompanhado as movimentações pela web pedindo sua votação, mas também algumas outras informações equivocadas que foram espalhadas, nem sempre acompanhadas de verificação.
Notei a menção específica a um trecho do texto: o parágrafo 2 do Artigo 15. Ao contrário do que está sendo sugerido, este parágrafo não foi resultado de uma mudança feita neste último mês, tampouco foi incluído sorrateiramente, “na calada da noite”, por grupos empresariais.
O trecho foi inserido no Projeto de Lei em novembro do ano passado, após pedido da ministra da Cultura, e amplamente divulgado na época. Ele não altera em nada o que já é feito atualmente na internet em relação a conteúdo protegido por direito autoral. Diante da preocupação de que o projeto de lei alterasse, sem a devida discussão, a disciplina de proteção aos direitos autorais, o parágrafo inserido deixava claro que isto não aconteceria. Apenas isso. No fundo, é o contrário do que se propaga: sem a menção, poder-se-ia entender que o projeto alterava a proteção de direitos autorais e o parágrafo inserido deixou claro que não altera. Por ser um tema complexo, todas as nuances do direito autoral serão apreciadas e debatidas, democraticamente, num Projeto de Lei próprio, que reformará a legislação atual. A última informação que tive é de que este texto será enviado à Câmara dos Deputados em breve pelo Executivo.
Consenso num assunto tão vasto como a Internet não é simples. O momento atual, no entanto, é de concentrar apoio ao Marco Civil, para impulsionar sua entrada na pauta de votação da Câmara. Do contrário, corremos o risco de não ver este projeto de lei aprovado, pois a pressão das empresas provedoras de conexão têm surtido efeito. Precisamos mostrar que a sociedade quer ter seus direitos garantidos, com a defesa da neutralidade da rede, da liberdade de expressão e do direito à privacidade.
Por Alessandro Molon.
Com informações de Revista Fórum.
Hospedar dados no Brasil teria efeitos colaterais
19 de Julho de 2013, 0:00 - sem comentários aindaNos últimos dias, fomos surpreendidos com documentos estadunidenses que descrevem diversas iniciativas de monitoramento de informações de usuários, empresas e do governo brasileiro por parte da Agência Nacional de Segurança. Para além de investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para apurar as denúncias de rastreamento de dados, o governo federal parece sentir a necessidade de apresentar uma resposta de impacto. A sugestão é que todos os dados de brasileiros passem a ser forçosamente hospedados no Brasil.
Quais são as consequências desta pauta?
A internet, por ser uma rede estruturalmente descentralizada, é internacional em sua essência. Não há um núcleo central capaz de organizar e dar sentido ao tráfego de dados. Pelo contrário, a fragmentação e a fluidez da rede dão o tom do profícuo universo de inovações que nasce e se desenvolve desta arquitetura. Hoje os dados do usuário brasileiro trafegam livremente por diversas partes do globo, o que facilita oferta de serviços e agilidade no tráfego. Redes sociais, sistemas de compartilhamento de vídeos, fotos e acesso a aplicativos são apenas alguns exemplos de serviços que são disponibilizados ao usuário brasileiro, mesmo que seus desenvolvedores não se situem aqui.
Uma muralha para a internet?
Forçar a hospedagem de dados no país traz consequências a novos negócios. De um lado, impõe uma barreira comercial àqueles que desejam ofertar serviços via internet. De outro, restringe o acesso de cidadãos brasileiros a uma gama de inovações que hoje são disponibilizadas em tempo real. Além disso, concretizar a hospedagem de dados no Brasil implica uma infraestrutura tecnicamente complexa, com potenciais perdas de agilidade no tráfego e custosa aos cofres públicos.
Por fim, podemos nos questionar quais seriam os destinos de movimentos como a Primavera Árabe e, por que não, a “Primavera Brasileira”, se o modelo de arquitetura da internet fosse centralizada, aos moldes de países como China e Vietnã.
Sob o argumento de defesa da soberania nacional, não estaríamos trocando uma realidade com altos riscos de sermos monitorados por potências mundiais com tecnologias de rastreamento de ponta, por outra em que o monitoramento é feito pelo governo brasileiro, gestor de uma internet mais lenta e com menor oferta de serviços?
Em última instância, queremos construir uma muralha para a internet no Brasil?
Por Mônica Steffen Guise Rosina e Alexandre Pacheco da Silva
Com informações de Observatório da Imprensa.
Ninguém controla a Internet’ , diz Demi Getschko, do CGI.br
19 de Julho de 2013, 0:00 - sem comentários aindaEste noticiário procurou Demi Getschko, membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), que ocupa vaga no conselho do CGI destinada a membros com “notório saber” na área da Internet, para repercutir as denúncias de espionagem dos EUA e a tese defendida pelo Brasil de que é preciso estabelecer mecanismos multilaterais de governança na Internet. Getschko, que está em Durban, na África do Sul, para uma reunião da ICANN, respondeu por e-mail a algumas perguntas. Para ele, a transição correta no campo da governança deve passar de um governo com posição privilegiada, os EUA, para nenhum. “A governança da Internet deve se manter multiparticipativa”, afirma.
O ministro Paulo Bernardo tem dado a entender em suas manifestações públicas que a Internet é controlada pela ICANN. A afirmação é verdadeira? Qual o papel da ICANN na Internet?
Demi Getschko – Não. Ninguém controla a Internet. Ela é uma rede colaborativa onde os participantes (sistemas autônomos) concordam em seguir protocolos e padrões abertos, que são discutidos no IETF (Internet Engeneering Task Force), um fórum aberto que se reúne três vezes por ano, desde os anos 90. ICANN apenas cuida da raiz de nomes da rede (onde estão os domínios de nível mais alto – uma espécie de raiz das diversas “listas telefônicas”) e da distribuição da numeração IP, tanto na versão 4 como 6.
Outro descontentamento do ministro é em relação ao desbalanceamento do tráfego de dados da Internet em favor dos EUA. Em sua opinião, quais ações o Brasil poderia adotar para equacionar essa questão?
D.G. – O desbalanceamento existirá sempre. Sempre haverá mais tráfego entrando do que saindo do País porque tem mais coisa fora do Brasil do que dentro, logicamente. Somos um pedaço do todo (o mundo). O que se quer e se pode fazer é racionalizar esse balanço, evitando que seja pior por falta de boas práticas. Ou seja, que o tráfego que nasce no País e a ele se destina fique aqui dentro. Às vezes, por interesses vários, esse tráfego puramente nacional “passeia” por aí, o que não é nem correto nem razoável.
O ministro Paulo Bernardo também manifestou a intenção de que o Brasil tenha um servidor raiz da Internet e não apenas um servidor espelho. Quais as vantagens que o Brasil teria se abrigasse um servidor raiz da Internet?
D.G. – O Brasil perde apenas para os EUA em número de espelhos de servidor-raiz. Temos 18 aqui. E eles são indistinguíveis de um dos 13 originais. Tanto há vantagens em ter servidores-raiz que trabalhamos nisso há mais de dez anos e, por isso, somos o segundo no mundo com mais deles.
O senhor apoia a tese defendida pelo governo brasileiro de que a Internet precisa de um organismo multilateral que defina as regras de governança?
D.G. – Multilateral é multigovernos. Pessoalmente acho que a transição correta é ir de UM governo com posição privilegiada (os EUA) para ZERO governos. Os governos têm, sim, importante opinião e contribuição a dar, mas a governança da Internet deve ser mantida como sempre foi: algo multiparticipativo, onde a comunidade técnica, a acadêmica, o terceiro setor, o setor privado e os governos compartem a responsabilidade. Exatamente o que o Brasil pensava quando criou o Comitê Gestor da Internet.
Na sua opinião, como o Brasil poderia se proteger de ações de espionagem pela Internet?
D.G. – Evitando exposição excessiva de dados críticos, tratando da infraestrutura de telecomunicações, usando criptografia quando possível e cuidando de não implementar em pontos críticos da rede equipamentos que sejam menos confiáveis (que possam ter, eventualmente, “backdoors”).
O governo está tentando incluir no Marco Civil da Internet um dispositivo que obriga as empresas que atuam na Internet a guardar os dados de conexão em território nacional. Qual a opinião do senhor sobre isso? Isso ajudaria a nos proteger de espionagem de outros países?
D.G. – Não sei bem o que isso significa. Se é para guardar os registros de acesso, isso já é feito, porque certamente os provedores de acesso trabalham no País. Registros de “transações” são guardados ou não, a critério do servidor. Se eu, eventualmente, compro um livro de um sítio na Alemanha, não teria muito sentido que esse sítio tivesse que guardar essa informação no Brasil. Finalmente, registros de navegação nem deveriam ser guardados, como bem fala o Marco Civil ao proteger a privacidade. Ou seja, para opinar quanto a isso é necessário entender qual o objetivo e o que se está querendo de fato fazer, e examinar a viabilidade disso em termos de uma rede internacional como a Internet.
O senhor está em Durban na África do Sul em reunião da ICANN. Como as revelações de Edward Snowden têm repercutido dentro do órgão?
D.G. – A reunião começa pra valer no sábado/domingo. Por enquanto estamos em atividade paralelas e de preparação. Em nenhuma delas ainda foi comentado nada neste tema. Mas deve aparecer…
Por Helton Posseti.
Com informações de Observatório de Imprensa.