A Revista Espírito Livre é uma iniciativa que reune colaboradores, técnicos, profissionais liberais, entusiastas, estudantes, empresário e funcionários públicos, e tem como objetivos estreitar os laços do software livre e outras iniciativas e vertentes sócio-culturais de cunho similar para com a sociedade de um modo geral, está com um novo projeto neste ano de 2009.
A Revista Espírito Livre visa ser uma publicação em formato digital, a ser distribuída em PDF, gratuita e com foco em tecnologia, mas sempre tendo como plano de fundo o software livre. A publicação já se encontra na terceira edição. A periodicidade da Revista Espírito Livre é mensal.
No Brasil, fibra óptica ainda é limitada
3 de Outubro de 2013, 12:33 - sem comentários aindaAs redes de fibra óptica, que permitem o tráfego de informações em alta velocidade, estão instaladas em cerca de 40% dos municípios brasileiros. A maior parte da estrutura está concentrada na região Sudeste, informou o presidente da Furukawa, Foad Shaikhzadeh, ontem, em São Paulo, durante seminário da Telcomp, associação que reúne operadoras de todos os portes que atuam no país.
Segundo Shaikhzadeh, as limitações de investimento provocadas pela alta carga tributária e inseguranças no marco regulatório de telecomunicações fazem com que as empresas não invistam em fibra e aproveitem ao máximo as estruturas de fios de cobre já instaladas. “Apenas 20% das antenas de telefonia móvel no país [as ERBs] estão conectadas por fibra, o que limita a oferta de velocidade das operadoras aos seus clientes”, afirmou o executivo.
De acordo com Shaikhzadeh, o Brasil registrou 246 mil assinantes de serviço de internet em banda larga por fibra óptica, o FTTH, que oferece velocidades de até 200 megabits por segundo (Mbps) no primeiro semestre. O número é mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado, mas ainda representa uma base muito pequena em comparação com outros países da América Latina.
A maior rede de serviços em fibra óptica do país é a da Telefônica, que cobre 1,2 milhão de domicílios, disse o executivo. O número de assinantes, no entanto, é de apenas 10% desse total, bem abaixo do necessário para sustentar o investimento. Segundo Shaikhzadeh, seria necessário alcançar uma faixa de 15% a 17%.
Melhor, mas com problemas
Apesar dessa situação, o executivo disse que o cenário é promissor, principalmente por conta dos investimentos de pequenas operadoras regionais. Segundo ele, o país tem cerca de 6 mil companhias com esse perfil, sendo que a maioria presta serviços de transmissão de dados sem fio por tecnologia de rádio. “A migração delas para a fibra gera oportunidades’, disse.
Na receita que a Furukawa prevê para este ano, de R$ 500 milhões, 10% virá de pequenos provedores. A expectativa é que o número cresça nos próximos anos. A companhia, que fabrica fibras e cabos, lançou recentemente um sistema de comércio eletrônico para facilitar a compra de produtos por empresas de menor porte.
Segundo João Moura, presidente da Telcomp, entre as 38 empresas associadas, a fibra é a tecnologia mais usada. Uma delas, a Avvio, construiu mais de quatro mil quilômetros de redes nos últimos quatro anos. Segundo Maximiliano Martinhão, secretário de telecomunicações do Ministério das Comunicações, está em negociação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a inclusão da venda de fibra óptica na linha de financiamento com juros subsidiados do Finame, para aquisição de máquinas e equipamentos produzidos no Brasil. De acordo com Martinhão, é possível que a medida entre em vigor até o fim do ano.
As condições de competição no mercado de telecomunicações foi um dos temas centrais do seminário da Telcomp. Segundo Divino Sebastião de Souza, diretor-presidente da Algar, de Minas Gerais, o mercado melhorou muito nos últimos com as medidas adotadas recentemente pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mas ainda existem muitos problemas. “Pagamos muito caro pelo roaming e temos problemas com o Plano Geral de Metas de Competição (PGMC)”, afirmou o executivo.
Por Gustavo Brigatt.
Com informações do Observatório da Imprensa.
Inscrições para o Prêmio Todos@web são prorrogadas
3 de Outubro de 2013, 12:31 - sem comentários aindaO W3C Brasil divulga que as inscrições para o 2º Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web, Todos@Web, foram prorrogadas até o dia 04 de outubro. A premiação tem o objetivo de destacar ações e autores que tornam a experiência de navegação na web mais inclusiva, além de conscientizar os desenvolvedores sobre a importância de criar páginas acessíveis a todas as pessoas.
O prêmio desse ano vai homenagear uma das figuras mais importantes da luta pela web acessível no Brasil. Marco Antonio de Queiroz, mais conhecido como MAQ, foi o vencedor da categoria Pessoas/Personalidades pela autoria do blog Bengala Legal, do site Acessibilidade Legal e por todo o seu empenho na luta por uma web efetivamente para todos. Este ano, a cerimônia do prêmio Todos@Web homenageará MAQ, que faleceu em julho, deixando um enorme legado e exemplo de luta, superação e determinação a ser seguido.
Qualquer brasileiro com mais de 18 anos de idade, residente no Brasil, com situação regular e que possui projetos digitais voltados para a acessibilidade na Web podem se inscrever no prêmio, através do site http://premio.w3c.br.
Com informações da Assessoria da CGI.Br.
Jornal mais antigo do mundo abandona o papel
3 de Outubro de 2013, 12:29 - sem comentários aindaNuma decisão que está sendo considerada como um marco na história da imprensa, o jornal mais antigo do mundo ainda em circulação, o Lloyd’s List, anunciou que vai abolir sua versão impressa e passará a existir apenas na web a partir de 20 de dezembro.
O jornal foi criado há 279 anos em Londres, servindo à indústria naval no centro do que era então a maior potência comercial mundial. Em seus primeiros dias, os interessados em vender algo ou anunciar alguma notícia colocavam papéis escritos em um das paredes de um café. O jornal foi fundado por Edward Lloyd, que fixava em seu café também notícias sobre a chegada de embarcações à cidade, despedidas, contratações e mortes.
Segundo a direção do jornal, a decisão de se dedicar ao mundo online veio após uma pesquisa com os assinantes mostrar que apenas 25 clientes ainda esperavam para ler a versão impressa. “Isso é apenas uma parte natural de nossa evolução”, disse o editor Richard Meade. A pesquisa também apontou que 97% dos entrevistados disseram usar mais a versão online.
A fila anda
Com circulação de 1,2 mil exemplares e mais de 16 mil assinaturas online, Meade confessou que não via a hora de acabar com a edição impressa.
Phil Smith, diretor do grupo Informa – atual dono do jornal – divulgou comunicado informando que, nos últimos anos, a expansão na web havia sido relevante, enquanto o número de cópias físicas do jornal havia sido drasticamente reduzido.
O Lloyds não é o primeiro a abandonar sua versão impressa. Outros, como o Christian Science Monitor e a revista Newsweek também optaram pela web como forma de sobrevivência.
Por Jamil Chade.
Com informações do Observatório da Imprensa.
Neutralidade da rede é essencial
3 de Outubro de 2013, 12:21 - sem comentários aindaEm meio às recentes denúncias de que a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras teriam sido espionadas por agentes ligados aos serviços de inteligência dos Estados Unidos, o governo brasileiro pediu ao Congresso Nacional que coloque em votação, em regime de urgência, o Projeto de Lei 2.126/2011, o chamado Marco Civil da Internet. A solicitação foi publicada no Diário Oficial da União no dia 11 de setembro. A partir daí, cada uma das casas do Congresso tem 45 dias para votar a proposta. Detalhe perverso: a proposta já estava parada na Câmara havia mais de um ano.
Diante dessa nova agenda, em que o Marco Civil volta ao destaque no noticiário, um debate realizado entre Eugênio Bucci, jornalista e professor da ECA-USP e da ESPM, Sérgio Amadeu, sociólogo e professor da UFABC e João Brant, radialista, mestre em regulação e políticas de comunicação pela London School of Economics e doutorando pela USP, pode interessar ao leitor deste Observatório.
Os três estudiosos se reuniram, no escritório do primeiro, em São Paulo, na noite de 1º de agosto de 2013. O objetivo era discutir as linhas gerais do Marco Civil da Internet, como a neutralidade da rede e a proteção aos dados do usuário. Gravados em vídeo, alguns trechos dessa conversa estão disponíveis somente agora.
O que está em jogo
A questão da neutralidade – princípio geral de que os pacotes de informação que trafegam na rede serão tratados de forma isonômica – polarizou o debate sobre o Marco Civil. De um lado, estão o governo e aqueles que fornecem conteúdo na rede, como sites e empresas jornalísticas; do outro lado, as operadoras de telecomunicação – as companhias telecom. Os primeiros defendem que o fluxo de informação na rede seja livre, que ninguém precise pagar mais por privilégios de tráfego ou para disponibilizar determinado conteúdo. As telecom, por sua vez, querem cobrar de acordo com o conteúdo que trafega na rede e tratar, de maneira diferenciada, os diferentes pacotes de informação. Segundo Amadeu, ao apresentar um projeto de Marco Civil calcado em valores como a liberdade de expressão, a defesa da privacidade do usuário e a neutralidade da rede, o governo não anteviu a oposição que sofreria por parte das operadoras.
Um dos argumentos usados pelas telecom é o de que provedores de aplicação como o Google e o Facebook têm lucros bastante significativos ao trafegarem pela rede, e que o investimento necessário para garantir esse tráfego recai de maneira desproporcional sobre as operadoras. O que as empresas de telecomunicação desejam é poder cobrar dessas grandes corporações para possibilitar que o usuário tenha acesso ao conteúdo oferecido por elas. Na opinião dos debatedores, essa quebra de neutralidade não afetaria, num primeiro momento, o usuário, mas sim fornecedores de conteúdo como a Wikipédia ou pequenos blogueiros, que não têm como pagar as operadoras por privilégio de tráfego.
As empresas de telecomunicação também querem assegurar a opção de oferecer pacotes diferenciados ao usuário, cujos preços variam de acordo com os serviços utilizados. “A quebra da neutralidade significa que eu [as operadoras] vendo pacotes diferenciados para o consumidor e negocio com quem é o fornecedor do conteúdo”, resumiu Brant.
Controle sobre as redes
O que está em jogo no Marco Civil, segundo Sérgio Amadeu, não é a quebra da neutralidade em si, mas as “possíveis exceções à quebra da neutralidade”, já que, no Brasil, as operadoras não se sentem à vontade para propor que o tráfego de informação na rede seja controlado pelos princípios do livre mercado. O sociólogo explica o argumento das operadoras: a melhor maneira de regular um recursos escasso, como são as redes, seria pelas regras de mercado, que permitiria que as empresas de telecomunicação manipulassem o fluxo de informações na rede e oferecessem privilégios de tráfego aos fornecedores de conteúdo mediante preços negociados, “mudando completamente o modo como funciona internet hoje”.
O argumento das empresas de telecomunicação de que a afirmação de uma neutralidade tão ampla afetaria seus modelos de negócio é contestado pelos especialistas, que o consideram falacioso. De acordo com João Brant, o modelo de negócios que permite a mercantilização do acesso à rede com base na velocidade de tráfego dos dados, e que garante os altos lucros das operadoras, está preservado.
Ao final da discussão, Eugênio Bucci sugeriu que “se não houver neutralidade das redes, o trânsito [de ideias, de informações] é privado”. Amadeu completou o pensamento do jornalista ao afirmar que quem detiver o controle sobre as redes, controlará também a criatividade. Na opinião do sociólogo, “para que internet possa continuar funcionando como hoje, é [preciso] garantir a neutralidade da rede”.
Com informações de Observatório da Imprensa.
Site de jornalismo científico proíbe comentários de leitores
3 de Outubro de 2013, 12:19 - sem comentários aindaO site da revista Popular Science anunciou, na semana passada, uma decisão que chamou a atenção da mídia e do público: a partir daquele momento, passaria a impedir comentários de leitores. Segundo a equipe, não foi uma decisão fácil para uma publicação de tecnologia e ciência que existe há 141 anos e tem como compromisso fomentar o debate intelectual. No entanto, a Popular Science argumentou que “comentários podem ser ruins para a ciência” devido à quantidade de trolls (pessoas cujo comportamento desestabiliza uma discussão) e spams (publicidade em massa) na rede. A diretora de conteúdo do site, Suzanne LaBarre, explicou que os comentários “destroem o consenso popular” de temas validados cientificamente, como mudança climática e evolução.
Comentários inoportunos não são exclusividade da Popular Science. O site também não recebe somente conteúdo desse tipo; há vários comentários inspiradores e instigantes. Mas, segundo um estudo recente liderado pela professora Dominique Brossard, da Universidade de Wisconsin-Madison, mesmo sendo em número menor, os comentários inoportunos podem alterar a percepção do leitor sobre uma matéria. Na pesquisa feita por ela, 1.183 americanos leram um post falso em um blog sobre nanotecnologia e disseram como se sentiram em relação ao tema. Então, divididos em dois grupos, eles leram comentários civilizados ou mal-educados (algo como “se você não vê os benefícios da nanotecnologia, você é um idiota”) sobre os benefícios da nanotecnologia. Os resultados mostram que os comentários mal-educados não apenas polarizaram os leitores como também mudaram a interpretação da notícia em si.
No grupo com comentários educados, os que inicialmente apoiaram ou não a nanotecnologia continuaram a se sentir do mesmo modo após a leitura dos comentários. Já os expostos a comentários rudes acabaram muito mais polarizados sobre seus riscos.
Com base na ideia de que os comentários moldam a opinião pública, que esta por sua vez molda políticas públicas, e que estas moldam como, se e o que uma pesquisa receberá como financiamento, fica mais fácil compreender os motivos que levaram o site a não permitir comentários, argumentou Suzanne. A Popular Science reforça que há inúmeras maneiras de manter contato com os leitores, como Twitter, Facebook, Google+, Pinterest, chats, email, entre outros. É possível, ainda, que comentários sejam abertos em determinados artigos que levem a uma discussão inteligente e vívida.
Não há verdade absoluta
Há sites que tomam atitudes menos drásticas, como o da New Republic, que esconde a seção de comentários com apenas um clique. Já comunidades como o Reddit elevaram o status da seção de comentários, confiando na sabedoria da maioria, com as mensagens mais populares ganhando destaque.
Para Derek Thompson, da The Atlantic, comentários são, ao mesmo tempo, bons e ruins para o jornalismo. Alguns artigos são melhores com feedback, outros com uma audiência silenciosa. Há alguns meses, a equipe digital da revistareuniu-se para discutir a estratégia de comentários. Depois de horas de debate, a maioria optou por uma solução democrática, de modo a encorajar e premiar os comentários mais inteligentes, e usar tecnologia para apagar os sexistas e racistas.
A jornalista Alexandra Petri, doWashington Post, recomenda que repórteres não leiam os comentários dos textos que escrevem, pelo fato de ser muito mais difícil engolir críticas do que elogios. Para ela, quanto menos as pessoas que fazem comentários têm em comum, mais rude será o teor deles. Os lugares com conteúdo mais educado e vibrante são os sites que fizeram um esforço para criar um sentido de comunidade. Mas isso não acontece nos grandes sites de notícias.
Com informações do Observatório da Imprensa.