Manuel Castells: Explode América Latina
28 de Novembro de 2019, 0:48
Manuel Castells
Equador, Chile, Bolívia, Colômbia. As ruas protestam lá onde as pontes com as instituições se romperam. Uma densa nuvem de gás lacrimogêneo, misturada com a poluição ambiental, torna o ar irrespirável. Cada protesto tem uma causa específica. No entanto, formas comuns de expressão. Os jovens, homens e mulheres, são a vanguarda. Perderam o medo e lutam pelos mais velhos. Suas redes digiais os empoderam e os mobilizam, não necessitam de líderes. A repressão policial é violentíssima. Os instrumentos que causam danos se multiplicam. Tecnologias que furam olhos, fraturam crânios, asfixiam pulmões, desfiguram rostos. E quando não bastam, balas. A contabilidade de mortos vai aumentando. Mesmo assim, os manifestantes perderam o medo e enfrentam a polícia, com violência crescente. SEGUE
“Ou nos atualizamos, ou desaparecemos”
17 de Novembro de 2019, 18:58
Sobre as ‘jornadas de junho de 2013’, ‘guerra Híbrida’ e “Redes de Indignação e Esperança”
No último sábado fui convidado a participar de uma mesa na feira do livro de Porto Alegre com o amigo e autor do ótimo livro “Guerra Híbrida Contra o Brazil, Ilton Freitas. Na oportunidade, fiz algumas anotações com objetivo de contribuir com o debate, levando em conta o meu acúmulo e entendimento de um período histórico recente que começou a mudar a história do Brasil. O Ilton, numa entrevista no jornal sul21, afirmou:
"Tento demonstrar que a Guerra Híbrida, movida pelo império norte-americano, esteve por trás das ditas “jornadas de junho de 2013”
A minha análise parte do ponto de vista das exatas e da comunicação.
Exatas pois os dados e estatísticas das pesquisas nas redes, nas ruas e nas mídias de massa, são o ponto de partida. Da comunicação, porque entendo que houve uma alteração no padrão de comunicação com a massificação do uso das redes sociais da internet, com o crescimento da capacidade autônoma de comunicação e, por consequência, isso está sendo determinante na formação da opinião pública e pelas novas dinâmicas e estruturas dos movimentos sociais do século XXI.
Na comunicação, acontece o declínio da hegemonia das mídias de massa broadcasting - rádios, tvs, impressos, portais - e uma nova forma de comunicação assume o protagonismo nas disputas - a "autocomunicação de multidões". Aqui, no uso desse termo, faço um remix com o conceito “autocomunicação”[1] do Manuel Castells e de “multidões”[2] de Toni Negri e Michael Hardt . Nesse período as conversas interpessoais de indivíduos conectados em rede dão o tom na formação da opinião pública.
SEGUE-