400 mil computadores funcionando com software livre e mais de um milhão de usuários, você já viu isso em algum lugar?
/pub/Blogs/BlogPostMarceloBranco20060912121042/Guadalinex2.gif - ¿400 mil ordenadores que funcionan con software libre y más de un millón de usuarios, ha visto alguna vez algo parecido en alguna parte? *(en castellano)* - 400 thousand computers which operate using free software, and more than a million users. Have you seen anything like it, anywhere else? *(English)* 400 mil ordinadors que funcionen amb programari lliure i més d'un milió d'usuaris, heu vist alguna cosa semblant? (català) Marcelo D'Elia Branco (*) No mês de agosto estive participando do evento e-verano em Andaluzia. Na oportunidade tive o prazer de conviver com agentes do governo andaluz que estão trabalhando na implantação do software livre na região, como José Maria Rodriguez (Diretor responsável pelos programas de software livre da Junta de Andalucia), Esperanza Marchal Rosa - responsável pelos programas de formação de professor@s , Alfonso De Cala Bravo - responsável na empresa pública de Tecnologia da Informação da Junta de Andalucia pelo GuadaLinex? - o software livre de Andaluzia- e Rodrigo Salvador de la Concha, que trabalha numa empresa privada (Isotrol S/A) contratada pelo governo andaluz, além de Juantomás Garcia - Presidente de Hispalinux. Tive algumas conversas com objetivo de conhecer mais o processo andaluz. Aproveitei para fazer este breve informe com objetivo de socializar esta experiência para a “ Rede Internacional de Administraçoes Públicas” e para a comunidade em geral. Não trata-se de um informe oficial nem é um estudo acadêmico, são apenas pontos que julgo importantes ser do conhecimento de tod@s que estão construindo uma nova alternativa de “ sociedade em rede”[22] mais justa e solidária.Andaluzia
Andaluzia é a a segunda maior comunidade autônoma da Espanha, e a mais povoada (7.935.100 habitantes, em 2006). Localizada no extremo sul da península ibérica, separada ao sul pelo mar Mediterrâneo do norte da Africa. É reconhecida pela constituiç ão espanhola como nacionalidade histórica e tem a sua cultura a tradição fortemente influenciada pela cultura Moura (árabe), que dominaram a região por oito séculos. Foi o último reduto mussulmano na península ibérica e somente em 1492, na resistente cidade de Granada, os cristãos conseguiram derrotá-los e impor a sua religião. É composta por oito províncias (Estados Regionais): Almeria, Cadiz, Córdoba, Granada, Huelva, Jaén, Málaga e Sevilha.Estratégia, marcos políticos e legais
As politicas públicas, desenvolvidas pelo governo da Junta de Andalucía, em favor do software livre está inserida na estratégia geral para a “sociedade do conhecimento” amparada pelo Decreto Presidencial 72/2003 [1] e aprofundada a partir do “Protocolo Geral de Colaboração em matéria de Software Livre e LinEx [2]...” firmado com o governo da Junta de Extremadura [3] em 2003. Neste mesmo período foi criado a distribuição de software livre da Junta de Andaluzia chamado GuadaLinex [4], baseado em Debian/GNU-Linex. Mais tarde, por opções e estratégias técnicas, o GuadaLinex? passou a ser baseado no Debian/Ubuntu [5]. Em 2005, através do decreto 29/2005 [6]da “Consejería de Innovación, Ciencia y Empresa” (Ministério Regional) , a Junta de Andalucía passa a ser a primeira região autônoma da Espanha a decidir que todo software, e a documentação associadas aos mesmos, desenvolvido, contratado, ou comprado pelo governo andaluz seriam “de caráter de software livre” assim como estabeleceu condições para seu livre uso e distribuição para a sociedade em geral. Em 2006 se consolida um repositório público [7] que disponibiliza todos os programas informáticos do governo andaluz com cerca de 300 aplicações que tem recebido mais de 2.500 visitas mês. Por decisão governamental, todos documentos de circulação interna e para os cidadãos, gerados pelo governo, devem obedecer os estandares abertos internacionais. Em fevereiro deste ano, durante a II Conferência Internacional de Software Libre [8], celebrada em Málaga e organizada pela Junta de Andalucía e a Junta de Extremadura o consejero (Ministro Regional) de Inovação Ciência e Empresa, Francisco Vallejo anunciou que desde o início do projeto GuadaLinex? o poder público andaluz já economizou 150 milhões de Euros e já foram descarregados pela Internet (somente a versão 3) 150.000 cópias e distribuídos, em CD's, 300 mil cópias do software livre de Andaluzia.Alguns números impressionantes
Educação : já estão operando com GuadaLinex? , aproximadamente 400.000 computadores em todas as escolas de Andaluzia, sendo que 185.000 são geridos em uma única rede, com 1.900 servidores, controlada pelo Centro de Gestão Avançado – CGA [9]. Usuários/as na educação Aproximadamente 414.606 alunos/as 1 Aproximadamente 33.321 professores/as 2 Aproximadamente 633.831 mães e pais 3 Centros de Inclusão Digital Guadalinfo: 4.521 computadores com o GuadaLinex? utilizados por 167.000 usuários registrados Bibliotecas: 2.247 computadores operando com o GuadaLinex? Centros de atendimento a terceira idade (mayores): em instalação atualmenteSoftware Livre como indutor no desenvolvimento econômico das empresas de TIC's
A gerência, coordenação, especificação, contratação, portanto a “inteligência” do plano relativo ao “modelo andaluz”, está com a empresa pública de TIC's da Junta de Andalucía - Sociedad Andaluza para el Desarrollo de la Sociedad de la Información S.A.U – e em outros órgãos do poder público, garantindo assim a continuidade do processo e incorporação dos novos conhecimentos por parte dos funcionários públicos de carreira. No entanto, pela dimensão do projeto e por uma politica de estímulo ao setor privado, muitas empresas tem sido contratadas, através de editais públicos, e já podemos verificar alguns resultados concretos no tecido produtivo. Em 2003, início do projeto, haviam apenas 21 empresas locais que trabalhavam com esta plataforma e, até final de 2005, já haviam 64 empresas [(um crescimento de 200% (Meritxell Roca- IN3 UOC)]. Um exemplo concreto foi a contratação, através de concurso público realizado pela Consejeria de Educación, e com um investimento na ordem de 183.589.767 ¤ (4), de empresas privadas para operar, gerir o Centro de Gestão Avançado – CGA [9]. Estes contratos são renovados anualmente e não são permanentes. O CGA tem um Diretor Geral, Rafael Garcia Rivas, que pertenece ao governo Andaluz e um chefe de projeto que pertenece a UTE (Union Temporal de Empresas). É o governo andaluz que também nomeia e reconhece a uma equipe de coordenação de TIC's. Mas a parte de gestão do ambiente tecnológico propriamente dito (ambiente de rede, computadores, operação. Etc) está a cargo de um consórcio de empresas privadas chamado UTE (unión temporal de empresas): Isotrol S.A., Sadiel S.A. e Telefónica [10]. Este consórcio de empresas privadas que dá suporte, manutenção e gestiona uma rede de 185.000 computadores e 1900 servidores de rede, em 2003 contava com apenas 7 trabalhadores envolvidos, mais o Diretor do governo andaluz e atualmente tem 45 trabalhadores contratados para este fim.Software Livre na Educação: atribuições e tipos de Centros TIC's
A implantação dos software livre na área de educação está amparado por um consistente programa de formação dos professores através dos Centros de Profesorado. Até o momento já foram formados cerca de 33.000 professores e utilizam o software livre de Andaluzia cerca de 415.000 alunos. O curso básico para os professores tem a duração de 20 horas e consiste basicamente em repassar o aprendizado do escritório GNOME, OpenOffice? e operação básica dos sistemas de arquivos do GNU/Linux. Segundo Esperanza Marchal Rosa, do “Centro del Professorado de Sevilla”, na maior parte dos casos em 10 horas o conteúdo já está dominado pelos professores e sobra tempo para entrar no aprendizado de outros aplicativos gráficos como Gimp, etc. Atualmente estão em funcionamento, em Andaluzia, 823 Centros TIC's com as seguintes atribuições: TIC de Gestão: são centros que usam as TIC's para facilitar as gestões administrativas e acadêmicas entre o centro, o professorado, o corpo docente e suas famílias. Dirigido à Comunidade Educativa que está fora do centro: Mães, pais, tutoras, tutores, etc. TIC de Prática Docente: são centros que incorporam as Tecnologias da Informação e a Comunicação como ferramenta educativa no ensino /aprendizagem. Não se trata de aprender “informática”, senão de usar “a informática para aprender”. Dirigido à Comunidade Educativa que está no centro : corpo discente e professorado. Dotação e Apóio - Equipamentos de todas as dependências do centro estão conectados a banda larga; todo o centro educativo conectado à Rede Corporativa da Junta de Andaluzia. - Plataforma Educativa e materiais de apoio em Software Livre - Ampliação de Gastos de Funcionamento - Formação Específica ao professorado do Centro - Nomeação de um Coordenador/a Pedagógico. Estabeleceram-se três modelos: - O rincão do computador, que incorpora um computador ou um grupo de computadores criando um espaço de trabalho paralelo as salas de aula. - Grupos de trabalho, que introduz um computador por cada grupo de 4 a 6 alunos. - Trabalho simultâneo em toda o sala de aula, que contempla a dotação de um computador por cada dois alunos Uma realidade importante em todo este processo nos Centros Avançados, é o envolvimento na docência, das associações de pais e alunos /nas (corpo discente ) e associações e instituições de fora do meio educativo: associações de Mulheres, de Prefeituras, e meios de comunicações locais. Levando em conta uma política de ação afirmativa integrada a esse processo, predomina em toda equipe o papel feminino. Prima-se que seja uma mulher a Coordenadora TIC e da equipe. Não posso deixar de citar à importância que tiveram, no processo de implantação das TIC's na docência, os “Centros de Formação do Professorado em Andaluzia” - CEP -[12], onde um terço dos orçamentos destes centros se dedicaram a formação, integração da informação e a comunicação no processo de ensino-aprendizagem com software livre.Centro Andaluz de Software Libre
Está em funcionamento em Sevilha, em convênio com empresas de hardware, o "Centro Andaluz de Software Libre" [11] que tem o objetivo de estudar e achar soluções e drivers para que a maior quantidade de máquinas e periféricos funcionem com o GuadaLinex? . Este programa envolve, além das empresas privadas, os estudantes das escolas e universidades da região. Barcelona, 12 de Setembro de 2006[4] GuadaLinex, o software livre* da Junta de Andaluzia *Por questões de interoperabilidade com sistemas legados, temporariamente até que se encontre uma solução totalmente livre, estão sendo usado os programas proprietários Java e Flash no navegador e o aplicativo Adobe Reader. [10] UTE (unión temporal de empresas) ISOTROL SADIEL , TELEFÒNICA [22]CASTELLS, Manuel. Sociedade em Rede: a Era da Informação, Economia, Sociedade e Cultura vol.1, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001. Outras consultas: 1- El software libre em Catalunya y em España – Meritxell Roca Sales, (investigadora del Internet Interdisciplinary Institute) con el asesoramiento del Dr. Manuel Castells (profesor e investigador de la UOC). 2- Centro de Gestion Avanzada - documento- 3- Averroes: la Red Telemática Educativa de Andalucía 4- Centros de Formação do Professorado de Sevilla Marcelo D'Elia Branco Profesional en el área de Tecnología de la Información desde hace 26 años. Actualmente, consultor de tecnología para la Sociedad de la Información, trabajando para la Generalitat de Catalunya, a través de la Secretaría de Telecomunicaciones y Sociedad de la Información y FOBSIC, en el proyecto *Red Internacional de las Administraciones Públicas por el Software Libre*. Es articulador del Proyecto Software Libre Brasil , miembro del Proyecto Software Libre RS; profesor honorario del Instituto Superior Tecnológico CEVATEC – Lima, Perú y miembro del Consejo Científico de Maestría Internacional en Software Libre, de la Universitat Oberta de Catalunya (UOC, Open University of Catalonia) – España. De 2003 a 2004, fue asesor de proyectos especiales en la Alcaldía de Porto Alegre, a través de PROCEMPA. De 2004 hasta enero de 2005, fue Consultor de la Presidencia de la República de Brasil para la articulación de la Sociedad Civil en los temas de la Sociedad de la Información. Este texto está sujeta a una licencia de Reconocimiento-NoComercial 2.5 Puede copiarla, distribuirla y comunicarla públicamente siempre que cite su autor y la fuente, no los utilice para fines comerciales. La licencia completa se puede consultar en http://creativecommons.org/licenses/by-nc/2.5/
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