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27 de Maio de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

Diálogo do Barcamp de Educação Popular no fisl 11

12 de Outubro de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Diálogo do Barcamp:

 

Temas insurgentes no barcamp:

 

 

 -  A fotografia como tecnologia social.

 - A história não está mais só nos livros didáticos, está na internet e nos nossos blogs.

 -  Ferramentas e suas esferas de liberdade.

 - Um objetivo desse barcamp é ser um encontro afetivo que trate com carinho o assunto educação popular na nossa rede. 

 

Participantes do Barcamp

Questão inicial:

[Por que se está usando blogspot, uma ferramenta que não libera o código e se apropriada de conteúdos públicos?]

O único motivo é a liberdade de postagem livre (sem senha) feita por mail.

Quando essa função for encontrada num projeto livre vamos migrar!!

 

 

 

 

 

 

Se o uso de tecnologias não é uma necessidade pode virar consumo pelo consumo 

uso guiado por demandas atinguem que esferas de liberdade?


A educação é direcionada a partir de quais demandas?


Na educação formal as demandas são muito artificiais. Na educação popular não podemos ser radicais com os ideiais se isso impedir a realização da demanda.


A demanda na educação popular é subjetiva, pessoal, coletiva, real opcional e ligada a vida do educando.


A demanda da educação formal é a prova do vestibular ou a não repetencia ou ainda a formação de operários para o mercado.


A web é um espaço de educação. Que demandas guiam a democratização da web hj?


Fomos acustumados a não atuar, não aprendemos a ser cidadãos. 


Cidadania hj é um conceito em revolução.


 

O uso dos espaços deve ser coletivo e não ficar na mão de um engenheiro ou um tech por exemplo, precisamos de espaços públicos na web pensados e geridos horizontalmente.



O uso dos espaços deve ser coletivo e não ficar na mão de um engenheiro ou um tech por exemplo, precisamos de espaços públicos na web pensados e geridos horizontalmente.

Como seria um espaço público virtual ideial? Como ele possibilita a cidadania?? como funciona a política de publicação e gestão desse espaço? que conteúdos contém e como é a organziação desse conteúdo?

ESPAÇO PÚBLICO X ESPAÇO PUBICIZADO!

Como conquistar a liberdade da comunicação sem burocracia, sem desigualdades de acesso e conhecimentos como estímulo à cultura de colaboração, o diálogo construtivo, politico e horizontal e a participação web-cidadã democratizando a construção da história?? Esse seria um plano ideal. O quê fazer para esse plano ser possível? 
 
O limite entre o fetiche da propaganda e a ferramente de utilidade pública.

 

A tecnologia em si não é o centro da questão, antes as pessoas, a vida e a cidadania.



 

 

Tecnologia X Contexto


Tecnologia massificadora

o telecentro massifica a inclusão digital

Como alternativa pensar uma reciclagem dos conceitos: "apropriação tecnológica" e "inclusão digital" para

Pró-Apreciação comunitária de tecnologia social



Tudo se resume em ganhar dinheiro?


Educação tem que ser massificadora?

Educação x Educação Popular

Qual a diferença?

O sujeito na escola não é ouvido!

Educação popular é diálogo construtivo como metodologia.

Na web o diálogo se dá como pergunta e resposta multimídia:

Upload/download

Mixload = diálogo

 

Não só consumir, absorver, receber mas uma dinâmica gerada pela possilididade de reposta, de elaboração, criação e publicação.

A web como um campo universal de Cognição Participativa.


texto do Barcamp sendo construido colaborativamente em tempo real


Nas escolas pode-se ter um laboratório com alta tecnologia mas isso não quer dizer muito se não tiver uma dinâmica do uso desse equipamento.

Nas escolas públicas é inviável centrar a educação no uso do laboratório ou na cópia e memorização de conteúdos do vestibular.

Conteúdo e metodologias precisam ser revistos na educação formal...

 

É interessante pensar a relação das mídias como a fotografia ou a produção literária e didáticas e metodologias como essa proposta aqui:

Dada outra Poesia

recorte de palavras/tags que formam poema/poemas de palavras recombináveis.

  pra pensar um diálogo da cultura digital com a educação formal.

 ao invés do acesso livre apenas ou reprodução do uso engessado de computadores em telecentro proposto como  inclusão digital uma reciclagem não só dos conteúdos mas das metodologias e didáticas.

 

Isso é uma questão política por que educação e uma questão de poder!


Para os recortes de palavras/tags para o jogo Dada Outra Poesia escolhidas pelos/as participantes foram usadas revistas entregues no próprio evento (fisl 11)


O dinheiro, a renda, estão no centro dessa questão mas dinheiro é energia, não pode ser visto como um problema em si.

A forma como geramos essa energia e como usamos ela é que é a chave!


A colaboração é uma prática que pode desenvolver a compreensão de sustentabilidade e geração de energia coletiva.

outros formatos de economia sugem ou se reciclam?? com o modelo de trabalho nos Movimentos: Software Livre, Economia Solidária (Cooperativismo), Cultura Digital, Tecno Brega,  etc,...

 

A Editora Educadora Ecoaecoa é um exemplo de projeto sustentável, colaborativo e educativo.


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Dinâmica Dada Outra Poesia

proposta pela Editora Ecoaecoa para integrar as pessoas que estavam chegando no meio do diálogo:

Durante a dinâmica foram entregues revistas que vinham sendo oferecidas no próprio evento para que as pessoas escolhessem e recortassem as palavras que fosse interessante inserir no diálogo.

Enquanto se costruia um poema dada os recortes iam sendo comentados:

 

 

 

1º Recorte do jogo Dada Outra Poesia:


QUEM TE CALAS?


Quem cala o professor?

 

 

 

As vezes o educando sabe mais que o professor, é muito dificil o professor escutar o educando ou outro professor.

Como se dá a troca ensino/aprendizagem hoje?

 


O fisl é um mega evento,

Legal seria fazermos eventos locais pra desenvolvermos melhor as questões de educação.

Criar pequenas comunidades que abordem demandas e se comunicam por ações interdisciplinares.


O MinC do governo Lula, agitou um pouco o lado da educação popular fomentando a Cultura Livre.

A produção multimídia livre como ação de fortalecimento da base.

Construção da história da base pela base.

Resgate da ética e direitos humanos pela promoção da filosofia do Movimento Software Livre.

Os Grios reconhecidos em todo o Brasil são uma escola popular em movimento lindíssima que acabou não tendo o reconhecimentos merecido ainda.

O que está sendo feito é de extrema beleza no Brasil no movimento  Cultura Digital. Cultura digital é um movimento popular brasileiro de fato.


Existe na Bahia um ponto formado por uma banda que usou sua própria casa como extrutura.


Vânia Pierozan Educadora do Curso de Web Arte do Brava Gente

 

 

Movimento Software Livre é um movimento social.

O curso de web arte no Brava Gente não é só técnico

O fim não é só o produto mas o processo

Educação na prática é muito complexo por que é uma questão de poder.

 

 

Implementador GESAC conta que quando tem férias vai até o ponto para dar oficinas pois durante o ano não tem instrutor.

"O povo do ponto de cultura faz fila no telecentro pois conta com apenas 5 computadores."

 

"Faço um curso de Mídias digitais na PUC e na própria universidade não contamos com o acesso a internet."


Isso também é uma questão de poder!

 

Por quê nos preocupamos com o analfabetismo, a acessibilidade, com a inclusão digital e a má distribuição de renda no país?

Nós nos preocupamos com o analfabeto, por que?

Quem não tem acesso a rede, ou não sabe usar esse meio tem uma desvantagem.

Quem não fala, não escreve, se comunica de outra forma.

Pois quem tem acesso a  internet tem um poder que o analfabeto digital não tem.

A escrita é uma ferramenta de poder, a educação é uma ferramenta de poder, um computador conectado é uma ferramenta de poder!


Claudia Lulkin educadora popular nutricionista

 

 

 

São muitas esferas de poder e muitas esferas da desvantagem de poder. Com qual nos preocupamos, e como agimos em relação a essas desvantagens?

Quem não é cego, surdo, pobre, analfabeto se relaciona e se adapta a sociedade de forma mais confortável.

A ideologia do consumo pelo consumo é uma estrutura de opressão e a publicidade um aparato central de manipulação.

Precisamos reciclar esse espaço da publicidade como o espaço público, de comunicação comunitária e cidadã. Ocupar o espaço público que foi publicizado pela industria.

Quem fala mais alto:

O CONSUMO OU A CIDADANIA?

QUAL É O ESPAÇO DA CIDADANIA?

Ainda não temos autonomia de ignorar a propaganda mas precisamos utilizar esses espaços para promover cidadania.

 

 

Mimosa do Pontinho Curiosa´Idade presente no Barcamp da Educação Popular

 

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Comecei uma pós em EAD e desisti pois tinha que usar windows pois o EAD da faculdade só funcionava no internet explorer.

Os professores das escolas públicas de Ivoti/RS estão usando softwares livres com sucesso.

Depois que migramos não temos mais vírus,

a atualização é mais rápida,

Os estudantes tem autonomia de escolher a distribuição que preferem usar...


 

 

 

Ouve alguma mudança nos conteúdos das aulas depois da migração para SL?

O uso de softwares livres muda o conteúdo das aulas que utlizam ferramestas digitais?

 


A tecnologia em si não é educativa, então a forma como a tecnologia é usada na educação é mais importante.

Metodogias de uso das tecnologias

Que políticas e pesquisas estão tratando as maneiras de uso das tecnologias disponíveis pelo mercado?

 

Por que o projeto UCA não foi aprovado no Brasil?

O XO não foi absorvido pela educação publica?

O hardware do XO, seu software e aplicativos livres são tecnologias revolucionárias!


 

Tecnologia X Tecnologia Social


IDEIA é um projeto de educação transformadora

Gama do projeto Puraquê em Santarem/PA, implementador GESAC.

 

"Oi, sou Gama baseado no Pará.

Faço parte de um coletivo que chama Puraquê

Em Santarém tivemos um desafio de fazer funcionar algumas máquinas com um grupo que se tornou vários grupos e outros laboratórios;

Nessa história começamos a gerar uma série de atividades ligadas a cultura digital que falam sobre a questão do Negro, respeito ao próximo, colaboração, a sabedoria dos Grios. A história do bairro é um assunto trabalhado nesses espaços.

 

 Isso é um resgate pois

nossas escolas formais não proporcionam questionamentos e reflexões ligados a realidade.



Ecologia virtual é um nicho complexo.

Os valores direcionam o uso da tecnologia, então isso vem antes da tecnologia em si.


O Ministério da Cultura conseguiu promover o uso de ferramentas livres muito mais que o Ministério da Educação."


Mas e o pensamento, culturalmente é livre?

A filosofia do software livre trás uma questão de ética para a educação.

As questões éticas foram excluidas dos espaços públicos.

Leitura do Poema coletivo construído como dinâmica Dada Outra Poesia proposta no encontro:


Circuito Cultural


Brasil

Caminhos

que eu direi

expressão

o viral

Atua cultura?

Ainda não me conhece?

Pra que(m)

Fugir de casa?




outra poesia recombinando as palavras :

 

 



Quem te Cala ainda não me conhece? 

Diga-me quem tu és

Presença

BRASIL 

é permitido Permitir

O VIRAL


Pra que(m) fugir de casa?

que eu direi:

caminhos,

expressão:

a TUA cultura 

circuito cultural




Comentário sobre a dinâmica Dada Outra Poesia:


"Esses 2 poemas que construímos juntos não têm dono

Isto é uma construção livre, coletiva e colaborativa de ideias assim como esse texto.

Nossa voz somada poeticamente.

Um levante de palavras que foram re-combinadas para pensarmos os mesmos conceitos de outra forma.

Essa dinâmica representa o objetivo desse Barcamp sobre educação popular, tecnologia social, software livre e cultura digital."

Temos esse texto e esses poemas como resultado, produto, documentação e parte de um

processo que não termina.

Continuemos desenvolvendo essas ideias junt@s!

 

 

 

 

Conclusões do diálogo:


- Realmente o afeto é importante

-  Ouvir o outro é necessário!

- O diálogo é uma tecnologia social a fotografia pode ser.

- Vamos reciclar o espaço da publicidade como um espaço de comunicação cidadã.

 

Fotografias por: Elisa Gottfried

Texto coletivo



Editora Ecoaecoa publica livro independente durante a residência artística Realidade Diminuída do projeto de curadoria EME >>

10 de Outubro de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Sala de leitura na Kombi EME




Versão digital do Livro Rádio Pipa para download

Durante a segunda semana do projeto Realidade Diminuida foi produzido um livro com o jogo de RPG: Comunativo, desenvolvido pela Editora Educadora Ecoaecoa. No jogo uma trama comunitária é criada apartir de uma maquete produzida com materiais reciclados representando os cenários da história. No jogo todos os personagens são reais e suas atividades são projeções de futuro onde crianças se vêem como agentes transformadores da realidade local. Muitas histórias já foram produzidas com esse jogo, sempre desenvolvido com crianças e jovens em situação de periferia cultural. Nessa versão um hiper-mapa foi produzido no FIC - Fronteiras Imaginárias Culturais - Projeto de mapeamento cultural do coletivo I-Motirõ: http://fic.imotiro.org

.


Esta obra é livre. S
Mail da Editora Educadora Ecoaecoa:
ecoaecoa@gmail.com

a  versão impressa pode ser encomendada apartir de dezembro: estará a venda para possibilitar a continuidade desse trabalho com as crinaças da comunidade Esqueleto A cada 10 cópias vendidas + 20 cópias serão entregues as crianças do Jardim Gramacho para serem distribuídas ou vendidas por elas mesmas. O livro Rádio Pipa impresso custa R$ 5,00 e pode ser encomendada apartir de dezembro pelo mail da Editora Ecoaecoa

foto por Tainá Vital


O RPG Comunativo foi criado pela editora Ecoaecoa para produzir literatura comunitária com crianças e jovens em situação de periferia cultural. Muitas histórias já foram criadas, desde 2006, em escolas e universidades públicas, Pontos de Cultura, Ocupações, Quilombos e em comunidades que geram renda a partir de reciclagem de lixo urbano.  Essas histórias sempre se baseiam na realidade local mas projetam um futuro transformado pelos ações colaborativas, políticas e empreendedoras dos personagens que também sempre são reais. Com este jogo a Editora Educadora Ecoaecoa inicia a publicação independente  da série RPG Comunativo  distribuída também pelos personagens em suas comunidades como uma forma criativa e educativa de gerar renda.

A Editora Educadora Ecoaecoa é uma proposta de empreendimento Ecosófico (3 ecologias: social, pessoal e ambiental somadas a sabedoria da colaboração) que oferece o curso de Produção Literária com Metareciclagem, documentação e publicação/editoração livre. O nosso objetivo como Editora Libertária é ecoar a economia solidária, a educação popular e pedagogia hacker além da sabedoria e a arte popular, para que qualquer pessoa possa usar sua própria linguagem no diálogo cultural / político / econômico.

Mais informações entre em contato no mail abaixo:


Ecoaecoa
Editora Educadora

ecoaecoa@gmail.com

ECOAECOAECOAECOAECOAECOAE...


EME >> http://emedata.blogspot.com

 



Ecosofia, As Três Ecologias.

10 de Outubro de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 1Um comentário

Freeimagem: e-coosofia por Foto Felipe Nunes, escultura Alissa Gottfried

 

Os modos de vida humanos individuais e coletivos evoluem no sentido de uma progressiva deterioração. As relações humanas estão, por uma espécie de padronização dos comportamentos, cada vez mais “ossificadas”. A relação da subjetividade com sua exterioridade se encontra comprometida por uma espécie de infantilização regressiva.

O que está em questão é a maneira de viver daqui em diante, no contexto da aceleração das mutações técnico-científicas e o agronegócio ligado ao descontrolado crescimento demográfico.

As formações políticas e instâncias executivas parecem totalmente incapazes de apreender essa problemática no conjunto de suas implicações. Apesar de estarem começando a tomar uma consciência parcial dos perigos mundiais mais evidentes, que ameaçam o meio ambiente naturale artificial , elas geralmente se contentam em abordar o campo dos danos industriais e, ainda assim, unicamente numa perspectiva tecnocrática, ao passo que uma articulação ético-política – ecosofia – entre os três registros ecológicos (o do meio ambiente, o das relações sociais e o da subjetividade humana) é que poderia refletir consistêntemente tais questões.

Não haverá verdadeira resposta à crise ecológica a não ser em escala planetária e com a condição de que se opere uma autêntica revolução política, social e cultural reorientando os objetivos da produção de bens materiais e imateriais. Essa revolução deverá concernir, portanto, não só às relações de força visíveis em grande escala, mas também aos domínios moleculares de sensibilidade, de inteligência e de desejo, tendo em vista que atualmente os modos dominantes de valorização das atividades humanas são:

1.Do império de um mercado mundial que lamina os sistemas particulares de valor, que coloca num mesmo plano de equivalência os bens materiais, os bens culturais, as áreas naturais, etc.;

2. Que coloca o conjunto das relações sociais e das relações internacionais sob a direção das máquinas policiais e militares.

 


Em se tratando de subjetividade humana temos em questão um sistema de “unidimensionalização” no ocidente assim como o antigo igualitarismo de fachada do mundo comunista que vem dar lugar, assim ao serialismo de mídia (mesmo ideal de status, mesmas modas, mesmo jaba nas mesmas rádios, etc.).

A instauração, em longo prazo, de imensas zonas de miséria, fome e morte parece daqui a diante fazer parte integrante do monstruoso sistema de “estimulação do Capitalismo Mundial Integrado”.

Assim, para onde quer que nos voltemos, reencontramos esse paradoxo lancinante: de um lado, o desenvolvimento contínuo de novos meios técnico-científicos potencialmente capazes de resolver as problemáticas ecológicas dominantes e determinar o reequilíbrio das atividades socialmente úteis sobre a superfície do planeta e, de outro lado, a incapacidade das forças sociais organizadas e das formações subjetivas constituídas de se apropriar desses meios para torná-los operativos.

Um outro antagonismo transversal ao das lutas de classe continua a ser o das relações homem-mulher. Em escala global, a condição feminina está longe de ter melhorado. A exploração do trabalho feminino, correlativamente à do trabalho das crianças, nada tem a invejar aos piores períodos do século XIX!

A juventude embora esmagada nas relações econômicas dominantes que lhe conferem um lugar cada vez mais precário, e mentalmente manipulada pela produção de subjetividade coletiva da mídia, nem por isso deixa de desenvolver suas próprias distâncias de singularização com relação à subjetividade normalizada.

Se não se trata mais – como nos períodos anteriores de luta de classe ou de chefes da “pátria do socialismo” – de fazer funcionar uma ideologia de maneira unívoca, é concebível em compensação que a nova referência ecosófica indique linhas de recomposição das práxis humanas nos mais variados domínios. Em todas as escalas individuais e coletivas, naquilo que concerne tanto à vida cotidiana quanto à reinvenção da democracia – no registro do urbanismo, da criação artística, da comunicação etc., trata-se de se debruçar sobre o que poderiam ser os dispositivos de produção de subjetividade, indo no sentido de uma re-singularização individual e/ou coletiva, ao invés de ir ao sentido de uma usinagem pela mídia, sinônimo de desolação e superficialidade.

Pelas perspectivas ético-políticas pode-se atravessar questões como racismo, falocentrismo, desastres legados por um urbanismo que se queria moderno, a criação artística liberada do sistema de mercado, a de uma pedagogia capaz de inventar seus mediadores sociais, etc. tal problemática, no fim das contas, é a da produção de existência humana em novos contextos históricos.

A ecosofia social consistirá, portanto, em desenvolver práticas específicas que tendam a modificar e a reinventar maneiras de ser no ambiente doméstico, do contexto urbano, do trabalho, etc., a questão será literalmente reconstruir o conjunto das modalidades do ser-em-grupo.

Para além da ecologia ambientel e social, a ecosofia pessoal traz a noção da reinvenção do sujeito consigo mesmo que busca uma maneira de operar que se aproxima mais daquela do artista do que a dos profissionais “psi”, sempre assombrados por um ideal caduco de cientificidade.

Se não houver uma rearticulação dos três registros fundamentais da ecologia, podemos infelizmente pressagiar a escalada de todos os perigos: os do racismo, do fanatismo religioso, do facismo, dos cismas nacionalitários caindo em fechamento reacionários, os da exploração do trabalho das crianças, da opressão das mulheres, etc.

Trechos do livro: AS TRÊS ECOLOGIAS,

Selecionados por Alissa Gottfried

do psiquiatra francês Félix Guattari.



Sem Terrinhas fazem jornada por escolas do campo no mês das crianças

10 de Outubro de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda


Por Vanessa Ramos e Meire Cardoso

Da Página do MST


Está chegando o dia 12 de outubro e a criançada fica ansiosa, louca por presentes. Não importa em que dia da semana será comemorado o tradicional Dia das Crianças, a data é sempre motivo de muita festa e de diversão. Certo? Mas não é só isso.

Para as crianças Sem Terrinha, filhos de acampados e assentados do MST, o Dia das Crianças é muito mais que ganhar presentes.

 

 

Jornada Sem Terrinha deve envolver 12 mil crianças entre 5 e 15 de outubro em todo o Brasil

No mês de outubro, se comemora o Dia das Crianças.

A data foi oficializada na década de 1920, pelo decreto nº 4.867, de 5 de novembro de 1924.

Mas só se tornou “popular” em 1960, quando a fábrica de brinquedos Estrela, em conjunto com a Johnson & Johnson, fez uma promoção para aumentar suas vendas, lançando a "Semana do Bebê Robusto".

Desde então a criança é uma “peça chave” para o consumo. O mercado tenta manipular seus desejos para promover vendas de produtos de todo tipo.

O MST fez do mês outubro uma referência de luta das crianças Sem Terrinha.

Desde 1994, buscamos desenvolver os Encontros Sem Terrinha nos estados onde estamos organizados. Os encontros são momentos de muita mística para toda a organização, pois as crianças se envolvem desde sua preparação até a realização.

É um espaço em que as crianças levam seu jeito de lutar, brincando, aprendendo e reivindicando.

Neste ano, 15 estados realizarão encontros estaduais e regionais, reunindo mais de 12 mil crianças em todo o Brasil.

O lema que nos motivará é o que construímos ao longo de nossa história e ainda é muito atual: “Por escola, terra e dignidade!”

 

 

veja o trabalho de arte comunicação dos Sem Terrinha aqui



Trechos do livro Utopia e Paixão do Roberto Freire

23 de Maio de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

foto por Felipe Nunes

“Não temos conhecimento de que a liberdade já tenha sido conquistada de geral para o particular, do social para o pessoal. O que a história mostra é exatamente o contrário. E isso é fácil de entender. Por que ser livre, para nós, parece um ato essencialmente de insubmissão e de afirmação da originalidade única da pessoa. A única liberdade que nos serve é a que conquistamos, não a que nos doam, vendem ou emprestam. Só podemos ser livres ás nossas custas. Podemos conquistar juntos a liberdade, mas vamos usá-la cada um a seu jeito."

"Mais ainda: a busca da liberdade é algo permanente, sua conquista é incessante. suas razões mudam com o tempo, assim como os que pretendem impedir a realização da liberdade de cada um ou de todos."

"Ser livre agora não garante, pois, que sejamos amanhã. Ser livre é um processo contínuo de ir a luta para garantir as conquistas já feitas e ampliá-las. É isso mesmo o que parece ser nossa liberdade: uma conquista, nunca um direito assegurado.”...


"Não há dilema existencial para quem vive o aqui e agora. A tendência a nos evadirmos do espaço e tempo em que estamos inseridos é enorme. Recusamos o que temos, o que somos e onde estamos sem criar algo novo, sem a aventura de novos caminhos a não ser em fantasias. Somos deste mundo, deste lugar, mas acabamos morando em um castelo imaginário – construído pelas nossas frustações e pela incapacidade de mudar a rota de nossas vidas. O que fazemos (os papéis não nos gratificam) não correspondem à nossa espontaniedade."

"A saída é vivermos o presente através de coisas que nos dão prazer. Mas temos medo, os riscos são grandes e nossa incompetência para aventura nos paralisa.Entre o risco no prazer e a certeza no sofrer, acabamos sendo socialmente empurrados para a última opção."


"A sociedade burguesa incorporou um conceito de liberdade com sérias limitações. A conquista da liberdade na sociedade burguesa, principalmente as mais avançadas,tem sido a conquista da liberdade política. O que é fundamental sem duvida, entretanto, estas conquistas não levam necessariamente à liberdade social por que democracia política não garante a democracia social."

trechos selecionados por Alissa Gottfried

Foto por Felipe Nunes



O Mal Entendido do Creative Commons

8 de Maio de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Florian Schnider

Trad. Paulo José Lara

Revisão Alissa Gottfried

 

Ultimamente a crescente popularidade das licenças Creative Commons tem sido acompanhadas por uma leva crescente de crítica. As objeções são substanciais e se reduzem aos seguintes pontos: as licenças creative commons são fragmentadas, não definem um mínimo padrão comum de liberdade e direitos garantidos a usuários ou mesmo falham em satisfazer os critérios das licenças livres como um todo, e diferentemente dos movimentos de Software Livre/Open Source, seguem uma filosofia de reservar direitos autorais dos detentores ao invés de oferecê-los a audiência. Ainda assim seria simples demais culpar somente a organização Creative Commons por estas questões. Tendo falhado em impôr sua própria agenda e competentemente anunciar o que querem, artistas, críticos e ativistas detêm sua parte na confusão.

Em seu texto “Por um padrão da Liberdade: Creative Commons e o movimento do Software Livre”, o ativista de Software Livre Benjamin Mako Hill analisa que “apesar de o CC declarar o desejo de aprender "com" e construir sobre o exemplo do movimento de software livre, CC não estabelece limites definidos e não promete liberdades, direitos nem qualidades fixas. O sucesso do Software Livre é construído sobre uma posição ética. O CC não estabelece tais padrões”. Em outras palavras, as licenças creative commons faltam um código ético sublinhado, constituição politica ou manifesto filosófico tal como a “Definição de Software Livre” da Free Software Foundation ou o “Contrato Social” do Debian ou ainda a “Open Source Definition” da Iniciativa para a fonte aberta. Derivados uns dos outros, todos os três documentos definem free e open source software como programas de computadores que podem ser livremente copiados, usados para qualquer propósito, estudados e modificados em nível de seu código fonte e distribuídos de forma modificada. As licenças concretas de Software livre, como a GNU General Public License, a licença BSD e a Perl Artistic License (GPL) não são fins em si próprias, mas somente expressam implementações individuais daquelas constituições em termos legais; elas traduzem políticas em plataformas (planos, prudencia, apólice, termos de ações????)

Tais políticas são ausentes do Creative Commons. Como aponta Mako Hill, as licenças CC “não comerciais” proíbem o uso para qualquer propósito, as “não derivativas” proíbem a modificação, e a “sampling license” e a “Developing Nation License” até mesmo desaprovam cópias literais (textuais). Como resultado, nenhum dos direitos do usuário garantidos por software livre/Open Source estão asseguradas pelo simples fato de que um trabalho foi lançado sob uma licença Creative Commons. Dizer que algo está disponível sob uma licença CC não significa nada na prática. O simbolo do CC não somente parece um logotipo da moda, como não e nada além de mais um. Richard Stallman, fundador do projeto GNU e autor da definição do Software livre, acha que “tudo o que estas licenças tem em comum é um rótulo, mas as pessoas regularmente tomam equivocadamente este rótulo comum por algo substancial”. Contudo alguma substância programática ainda que vaga está expressada no mote do CC: “Alguns direitos reservados”. Além de ser, cito Mako Hill, “relativamente oco pra dizer” este slogan de fato reverte a filosofia do Software Livre / Open Source de reservar direitos a usuários, e não detentores de direitos autorais, no sentido de permitir aos primeiros que se tornem, ele mesmos, produtores.

Enquanto Mako Hill aceita ao menos algumas das licenas CC, como a ShareAlike, sob a qual seu texto está disponível, Stallman acha uma “auto-desilusão tentar apoiar somente algumas das licenças Creative Commons, pois as pessoas abarcam-as juntamente; eles irão interpretar erroneamente qualquer apoio à algumas enquanto um manto (cobertura, véu) de apoio a todas.” De acordo com um post em seu blog, Stallman “insistiu aos líderes do Creative Commons privadamente a mudarem suas políticas, porém eles declinaram, então tivemos que separar nossos caminhos” O projeto Debian até considera todas as licenças CC “não-livre” e recomendou, em 2004, que “autores que desejam criar trabalhos compatíveis com as linhas gerais do Software livre Debian não devem utilizar nenhuma das licenças da suíte Creative Commons” majoritariamente porque suas cláusulas de atribuições limitam modificações em função das restrições da marca registrada Creative Commons e contraditóriamente citaram as provisões anti-DRM (Gerenciamento de direitos digitais, em inglês) que poderiam ser interpretadas como proibitivas a distribuição sobre qualquer canal criptografado, incluso por exemplo e-mail codificado por PGP e servidores de proxi anonimos.

Em qualquer instância que possa-se adotar, o nome Creative Commons é confundido pois não cria de maneira alguma um “commons”. Uma imagem lançada, por exemplo, sob a licença de atribuição Share-Alike não pode ser legalmente integrada a um vídeo lançado sob a licença de atribuição “Não Comercial”, um áudio publicado sob a “licença Sampling “ não pode ser usado em sua trilha sonora. Tais termos incompatíveis de licença colocam o que deveria ser “conteúdo livre” ou “livre informação” de volta ao ponto de partida, o que significa, as restrições padrão duras do copyright – dificilmente aquilo que Lawrence Lessig, fundador do Creative Commons, poderia ter querido dizer com “cultura livre” e “cultura leitura escrita (read-write)” em oposição a “cultura somente leitura”. Em seu blog, no post “Creative Commons está corrompido (falido, quebrado)”, Alex Bosworth, gerenciados de programa na empresa open –source SourceLabs, aponta que “de oito milhões de fotos” postados sob uma licença CC no Flickr.com “menos de um quinto permitem livres alterações no conteúdo sob termos similares a uma licença open source. Mais do que um terço não permitem modificações nenhuma.” O “problema principal sobre o Creative Commons”, ele escreve, “é que a maioria do conteúdo creative commons não é de maneira alguma reutilizável.”

Enquanto esses problema podem ao menos hipoteticamente serem resolvidos através de melhorias nos textos das licenças CC – com cláusulas de compatibilidade das licenças no viés da GNU GPL versão 3 como um modelo possível - , existem assuntos de maior alcance no nível de políticas em oposição a meramente plataformas. Na auto definição do CC na qual “nossas licenças lhe ajudam a manter seu direito autoral ao mesmo tempo em que convidam a alguns usos em seu trabalho – um direito autoral de `alguns direitos reservados`” traduz no que o desenvolvedor de software e neoísta Dmytri Kleiner coloca como o seguinte: “o Creative Commons, pode ajudar `você` (o ‘produtor’) a manter controle sobre ‘seu’ trabalho.” Kleiner conclui que “o direito do ‘consumidor’ não é mencionado, nem ao menos a divisão entre ‘produtor e consumidor’ e colocada em disputa. Os ‘bens’ Criativos e portanto um anti-bens, servindo por legitimar mais do que negar, o controle do produtor e servindo para enforcar mais do que se livrar de, a distinção entre produtor e consumidor”. Citando o exemplo de Lessig do disco “Grey Album” do DJ Dangermouse e o “Jesus Cristo: o musical de Javier Prato – projetos bombardeados pelos detentores legais das músicas usadas na produção dos trabalhos” – Kleiner agudamente observa que “ os representantes legais dos Beatles e Gloria Gaynor poderiam facilmente terem usado as licenças Creative Commons para reforçar seu controle sobre o uso de seus trabalhos”.

A distinção entre “consumidores” e “produtores” não poderia ser mais escrachadamente declarada do que na home page do CC. Ela mostra, em seu topo, dois grandes campos clicáveis, um de nome “ACHE musica, fotos e mais”, e o outro “PUBLIQUE suas coisas, seguramente e legalmente”, o primeiro com uma seta para baixo, o último com uma seta para cima em seus logos. As letras pequenas não são menos notáveis que as maiúsculas. A primeira vista, os advérbios “seguramente e legalmente” soam atípicos e como material para um futuro museu de história cultural do pós-Napster e pós-paranóia do 11 de setembro. Mas acima de tudo, elas nomeiam e perpetuam a incompreensão que os artistas parecem ter do Creative Commons: Licenças livres, não foram feitas para ser, e não são, uma segurança confiável contra ser processado pelo uso de material de terceiros ou marcas registradas. Quem quer que espere ganhar isso a partir da disponibilização de seu trabalho sob Creative Commons, está completamente enganado.

Artistas estão desesperadamente buscando uma solução para um problema que, no limite resulte de seus próprios esforços para redefinir arte. Quando a arte ganhou, na cultura ocidental ao menos, um status autônomo, artistas estavam – em um nível moderado – isentos de uma série de normas legais. Kurt Schwitters não foi processado por colar o logo do Commerzbank alemão em sua pintura “Merz” que clamava sua arte4 “Merz”. Nem Andy Warhol recebeu uma intimação por usar o logo da Coca Cola e a marca registrada da Campbell. Enquanto estes símbolos permanecerem dentro do mundo da arte, eles não levantam olhares corporativos. Artistas experimentais abraçaram a internet somente por que lidava com a separação dos cubos brancos (galerias tradicionais de arte) – nas quais logos e marcas registradas estavam seguras de serem misturadas com as originais – e o mundo lá fora. Principalmente graças a Internet, simulações artísticas de entidades corporativas foram criveis pela primeira vez. O Yes Men pode posar como a Organização Mundial do Comércio e ser convidado para o fórum econômico mundial como seus representantes, 0100101110101101.org pode taticamente se disfarçar como a empresa Nike. Simulações artísticas mais antigas como o “Ingold Airlines” de Ras Ingold não foram somente transparente e atrapalhadas em comparação, mas também numa base mais segura de um sistema de arte com pouca ou nenhuma interferência de advogados de empresas. Mas desde a World Wide Web, o compartilhamento de arquivos, programas de computadores autorados baratos ou de graça, derrubaram os muros entre práticas artísticas e não artísticas, produtores e consumidores, ex consumidores foram tomados como produtores confiáveis, e a produção artística se tornou assunto para as normas do mundo não-artístico, como óbvio nas investigações do FBI sobre Steve Kurtz e ubermorgen.com por bioterrorismo, respectivamente interferiram nas eleições presidenciais dos EUA.

Anteriores críticas artísticas à posse corporativa e intelectual foram muito menos eficázes mesmo quando eram programaticamente mais radicais. Entre 1988 e 1989, uma série contracultural de “Festivais de Plagiarismo”, organizadas por Stewart Home, Graham Harwood e outros, conflitados com grandes lacunas entre uma retórica anticopyright radical e uma prática artística limitada majoritariamente a obras de arte fotocopiadas {mail ?} John Berndt, um participante do Festival de plagiarismo de Londres, deixa a impressão de que “uma crítica repetitiva a ‘detenção’ e ‘originalidade’ na cultura foi justaposta com eventos coletivos, nos quais a maioria dos participantes [...] simplesmente gostariam de ter expostos suas ‘estéticas’ e vagamente políticas obras de arte, fazendo das tentativas dos parceiros Neoístas, uma conveniência conclui que “festivais de reciclagem poderiam ter tido uma descrição mais apurada” para os eventos: “Em virtude de chamar o ato de recusar e modificar material previamente existente (nem sempre com a intenção de críticas o dito material) ‘plagiarismo’ a aparência de ser radical poderia ser dado as pessoas a quem o trabalho facilitou {direcionou} o ensino nas escolas de arte.

Hoje, brechas e mal-entendidos similares existem entre ativistas do copyleft e artistas que somente buscam legitimar seu uso de material de terceiros. Quando Lawrence Lessig caracteriza o Creative Commons como de “uso justo – mais: uma promessa de que qualquer liberdade dada estaria sempre somando com as liberdades garantidas por lei,” isso e tecnicamente correto, mas no entanto, equivocadamente tomado, especialmente por pessoas que não são especialistas legais. Colocar um trabalho sobre uma licença Creative Commons – ou mesmo uma desambiguamente licença livre GNU ou BSD – significa mais ganhar {receber} ao invés de obter {adquirir} usos somado ao padrão de uso justo. O Creative Commons não resolve de maneira alguma o problema de como não ser processado pela Coca Cola ou pela Campbell’s. Material com direito autoral não livre não pode ser livremente incorporado pelo trabalho de alguém não importando que tipo de licença se escolha. Ainda pior, o oposto e verdadeiro: detentores de copyright tendem mais a categoricamente recusar clareza por qualquer coisa que será posta em livre circulação pois a licença do trabalho incorporado ao deles iria efetivamente relicenciar o último. Se, por exemplo, a empresa Corbis permitisse a fotografia de Einstein com a língua de fora – a qual ela detêm os direitos – de ser reproduzida num livro livremente licenciado, liberaria a foto também para o uso de qualquer um. Já que isso não pode ser esperado da empresa que Bill Gates e dono, licenciamento livre frequentemente restringe mais do que expande a possibilidade de usar material de terceiros.

Este exemplo revela uma diferença crucial entre desenvolvimento de software e prática artística: Programação pode se sustentar, biblioteca auto-construída de trabalho reutilizável, arte dificilmente o faria. O copyleft do GNU trabalha com a premissa que modificações são também contribuições. Se, por exemplo, uma empresa como a IBM decide modificar o kernel Linux para rodar em seus servidores, a licença GNU a força a retornar o código adicionado para a comunidade de desenvolvedores. E quanto mais código estiver disponível como software livre, maior e o incentivo para outros a simplesmente construírem em uma biblioteca de código livre já existente e retornar as mudanças ao invés de construir um novo programa do zero. Isso explica porque mesmo para empresas de computação, o desenvolvimento de software livre pode fazer mais sentido economicamente do quê o modelo comercial de fonte fechada. Além do mais, o desenvolvimento de software livre lucra da diferença entre código fonte e aparência perceptível que não tem um equivalente exato na maioria do universo artístico: programas podem ser escritos para parecerem e se comportarem similarmente ou identicamente seus pares proprietários desde que não usem código proprietário e não infrinjam as patentes e marcas registradas. Desta maneira, o unix da AT&T’s pode ser rescrito como BSD e GNU/Linux, e o Microsoft Office pode ser clonado como OpenOffice. Mesmo as patentes que poderiam estragar essa troca não são tão internacionalmente universais e nem tampouco duradoras como os direitos autorais. Em outras palavras, o desenvolvimento do Software Livre pode ser uma “arte da apropriação” sem infringir o direito autoral.

O mesmo não e possível para a maioria dos artistas, no entanto. Faz pouco sentido para eles restringirem seus usos a material os quais o direito autoral ou expirou ou foi lançado sob termos suficientemente livres. O logotipo da Coca Cola não pode ser clonada como um logotipo copyleft “FreeCola”, e não teria sentido para o Yes Men posar como um OMC-Aberta o para o for 0100101110101101.org terem corrido como GNUke ao invés de Nike. Mesmo se uma colagem inocente, samplers e citações se tornam arriscadas da paranóia do direito autoral da mídia da Internet industrial e inteiros modelos de negócios baseados em intimações e processos legais, este e um assunto político sobre uso justo, não de licenças livres. No pior dos casos, licenças livres, todas as mais simpáticas e pseudo-livres como o Creative Commons, poderiam ser usadas para legitimar novas restrições da legislação do uso justo, ou mesmo sua inteira abolição, com o álibi que a assim chamado ecossistema, ou gueto, dos mais ou menos livremente licenciados trabalhos provem uso justo suficiente para aqueles que se importam.

Não e difícil bater no Creative Commons por ser uma organização tocada com pouco entendimento das artes, e nem mesmo um bom entendimento da filosofia do Software livre e do código aberto. De outro lado, os próprios artistas falharam em clamar eles mesmos pelo quê queriam. As exceções são poucas e um tanto marginais: a filosofia e política anti-copyright de Lautreamont, Woody Guthrie (quem, segundo Dmytro Kleiner, lançava seus songbooks com a licença na qual “qualquer um que for pego cantando-as sem nossa permissão, será um poderoso bom amigo nosso, porque nós não damos a mínima. Publique. Escreva. Cante. Dance. Grite.”), Letristas, Situacionistas, Neoistas, músicos Plunderfônicos e alguns artistas de internet incluso o coletivo frances artlibre.org, de quem a “licença de Arte Livre” processasse o Creative Commons em dois anos.

Um time de advogados cujo trabalho consiste em criar, como aponta Bosworth, “templates legais de baixo custo”, a organização Creative Commons simplesmente ouviu a todo tipo de artista e ativista, tentando fazer justiça a diversas e por vezes contraditórias necessidades e expectativas, com licenças “desenhadas para as escolhas de artistas” (Mako Hill) ao invés de priorizar o uso livre e o re-uso da informação. Em contrário, Software Livre e Fonte aberta são, como qualquer esforço de direito humano ou civil, universalistas em sua gênese, com princípios que não são nem negociáveis, nem podem ser culturalmente relativizados.

Se é para culpar alguém pelo fato de que artistas, ativistas políticos e acadêmicos das humanidades tem largamente falhado em reconhecer aqueles testamentos, seria então  Eric S Raymondm fundador da “Open Source Initiative” (http://www.opensource.org), o grupo que cunhou o tempo “Fonte Aberta” em 1998. A principal vantagem do tempo “Fonte Aberta” em relação a “software Livre” e que não necessariamente se refere a programa de computadores, mas evoca uma maior conotação cultural. Para a maioria da pessoas de base cultural, O Software Livre da GNU soa confusamente similar a (close-source) “freeware” e “shareware”. “Fonte Aberta” detonou toda uma rica imaginação conquanto Raymond não somente armou-a como alternativa ao regime de “propriedade intelectual” proprietária, mas como um modelo de Bazar aberto, colaborativo em rede. Ademais isso não é de maneira alguma o que a própria “Definição do Código Aberto” da Open Source Initiative diz ou se assume. Derivado da “Free Software Guidelines” do Debian, simplesmente lista os critérios de licenças que tem que seguir para serem consideradas livres, respectivamente de fonte aberta. O fato de um trabalho estar disponível sob tal licença pode permitir trabalho colaborativo nele, mas não tem que ser por definição. Muitos do software livres – os utilitários GNU e o free BSD por exemplo – são desenvolvidos antes por grupos fechados e comitês de programadores os quais Raymond classifica de metodologia “Catedral”. Inversamente, empresas de software proprietário, como a Microsoft podem desenvolver seus códigos num estilo Bazar distribuído. Todavia, a homepage http://www.opensource.org declara que a “ideia básica por trás do “código aberto” e sobre como o “software evolui”, “a uma velocidade que, se está acostumado ao passo lento do desenvolvimento tradicional de software, parece impressionante”, produzindo assim “software melhores do que no modelo de mercado tradicional.” Desconsiderando qual posição assume-se na disputa filosófica e ideológica entre “Software Livre” e “Open Source” a auto-caracterização de Open Source como um modelo de desenvolvimento mistura causa e efeito , sendo inconsistente com o que a Open Source Definition”, no mesmo website, qualifica como Fonte Aberta, isto é, software para quem as licenças estão de acordo com o seu critério de abertura.

Dado como “Fonte Aberta” tem sido propaganda como um modelo de colaboração em rede ao invés de direitos de usuários ou infraestruturas livres, o vazio entre o lipservice pago a ele nas artes e humanidades e o uso factual de software livre e copyleft aparece com pouca surpresa. Conferências “culturais” de Software livre nas quais os organizadores e palestrantes rodam Windows ou Mac OS em seus laptops continuam a ser a norma. Com poucas exceções, art educacional dificilmente envolve software livre, porém está atada a uma corrente de ferramentas de software proprietário. Ainda – frequentemente vagas ou mal informado – as referências Open Source inundam os estudos de mídia e escritos de arte eletrônica. ∞

http://crieitivecomo.org/wikka.php?wakka=OMalEntendidoDoCreativeCommons



No Diálogo Interplanetário de Cultura Livre - FSM 2010

8 de Maio de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

26/01 - Que Cultura queremos?

Cara e Señal 11

Cheguei no dia 25 de janeiro e armei a minha barraca na escola Ícaro em Canoas. Com o ônibus que chegou de São Paulo, chegou um ônibus do Uruguai e outro da Argentina. Depois peguei o trem para Porto Alegre e fui ver a marcha do Fórum Social Mundial. Havia diversos grupos desde o movimento GLBT a Maristas, desde partidos e sua infinidade bandeiras e sindicatos com seus carros de som tocando axé até grupos anarko punks que naturalmente eram os mais animados ficando ao "sul" da marcha. Destes últimos peguei um panfleto copi-cola-xerox que dizia "Estupro é uma realidade cotidiana".

Infelizmente não pude estar na abertura do Diálogo Interplanetário de Cultura Livre porque fui me encontrar com Alissa com quem troquei muitas idéias sobre o Partido Pirata e a forma como estávamos nos organizando. Ela me falou da Festa Pirata que organiza e promove a livre circulação cultural. Gostei muito da conversa. Á tarde peguei uma parte do diálogo "Conceito de Cultura livre" no parque de Canoas. Participou o rapper Gog e pessoal da radio livre da Argentina La Tribu que comemorava seus "20 años de amor" além de integrantes do Musica para Baixar, Livreiros independentes da Argentina e Coletivo Epidemia entre outros. Foi apresentado as experiências de cada grupo e principalmente foi discutido o papel do músico como o porta-voz da cultura livre. Fernando e integrantes de O Teatro Mágico contaram sua experiência com as gravadoras e o fato de quando terem usado meios alternativos de distribuição de música que a música deles foi mais ouvida, "quando o contrato foi feito com o público e não com a gravadora" como disse Fernando do O Teatro Mágico.

Os direitos autorais

A segunda parte no dia 26 depois do Diálogo sobre "O conceito de Cultura Livre" teve o diálogo "Limitações dos Direitos Autorais - Direitos do público em acessar livremente os Bens culturais" que achei muito interessante pois tocou diretamente no que está relacionado a legislação de Direitos Autorais e Tratados Internacionais. Pablo Ortellado do Grupo GPOPAI e Coletivo Epidemia fez uma apresentação introdutória muito interessante sobre direitos autorais no Brasil e no mundo e citou a recente diretiva do Ministério da Cultura do Brasil sobre reforma dos Direitos Autorais. Em seguida, o Professor Guilherme Carboni fez uma apresentação sobre a lei de direitos autorais sob o ponto de vista dos tratados internacionais que o Brasil é signatário. Fiquei sabendo que o primeiro tratado internacional sobre Direitos autorais que o Brasil assinou é a Convenção de Berna de 1886 que estabelece um prazo mínimo para a vigência dos direitos autorais em no mínimo 50 anos depois da morte do autor. Isto significa que mesmo uma ampla reforma nos Direitos Autorais no Brasil ficaria atrelada a este prazo mínimo devido a adoção desse tratado. Sobre as Iniciativas do Ministério da Cultura em relação a uma reforma dos Direitos Autorais, falou José Vaz, membro da secretaria executiva do Ministério que estava representando o Ministro da cultura interinamente na ocasião. Ele reafirmou o compromisso do MinC com uma ampla reforma dos direitos autorais (mesmo que o texto da reforma esteja sendo mantido em sigilo). Reafirmou que em breve o texto da reforma será disponibilizado de forma integral para o público.

27/01 - A democratização da Comunicação

De manhã o tema do diálogo era "Processos sociais pela democratização da comunicação - Casos da Argentina e do Brasil". Bia Barbosa do Intervozes fez uma apresentação sobre a recente Conferência de Comunicação - Confecom que aconteceu em Brasília e a forma como se conseguiu que o evento seja realizado mesmo com o boicote dos grandes meios. Fernando de La Tribu e Agencia Pulsar Falou da recente reforma da Lei de Medios da Argentina que abriu possibilidades para o uso do espectro eletro-magnético de maneira mais equilibrada entre empresas comerciais e organizações sem fins lucrativos. Se falou também da adoção do sistema Brasileiro de TV digital na Argentina que encontrou muito mais campo entre os pesquisadores deste país que do Brasil principalmente no desenvolvimento do sistema de interatividade Ginga nos meios acadêmicos da Agentina. Se destacou o Ginga como importante ferramenta de inclusão digital e acesso à recursos eletrônicos do Estado - "governo eletrônico".

A segunda parte do Diálogo foi sobre "Sustentabilidade e novos modelos de negócio - É possível ser um profissional da Cultura livre?" e contou com a participação de Dardo Ceballos (Argentina) da plataforma de música colaborativa Red Panal, Gustavo Anitelli do Música para Baixar e Allan da Rosa (Brasil) do Edições Toró entre outros. Dardo começou apresentando a plataforma colaborativa Red Panal demonstrando como a música é construída por faixas independentes (pistas en Español) e como é possível a formação da música como um resultado final da sobreposição ou mixagem dessas faixas. Explicou que a plataforma Red Panal funciona exatamente como uma comunidade que compartilha essas faixas e também músicas completas construídas a partir dessas faixas. Demonstrou também como uma infinidade músicas e ritmos poderiam ser construídas por um conjunto fechado dessas faixas e a forma colaborativa como a música pode ser construída a partir do Red Panal.

Alan da Edições Toró falou da experiência com a produção de literatura local explicando que isso criou até mesmo novas formas de literatura e movimentos literários como a palavra escrita da "literatura periférica" e suas ligações com a palavra falada do Hip-hop. Falou da forma que produziam e publicavam livros de forma independente e agindo onde o mercado editorial "não alcança". Citou o caso do escritor Ferrez que adotou uma editora comercial para publicar seus livros apenas pela maior possibilidade de distribuição de suas obras. Sobre isso também falou das dificuldades de distribuição da produção independente.

Em seguida ao diálogo, foram feitos sub-grupos entre os presentes seguindo um critério de afinidade para apresentar experiências em cultura livre. Os grupos foram "Video e software livre", "Musica", "Produção editorial" e "Comunicação". Tive a experiência de acompanhar as apresentações de quem produzia video e do movimento do software livre na Argentina e Uruguai. Conheci como o projeto projeto One laptop per Child está sendo implementado no Uruguai de forma a gerar bastante críticas principalmente ao fundamento do projeto o objetivos. Conheci também o projeto de rede autônoma wireless Buenos Aires Buenos Aires Libre e me interessei bastante. Me senti um pouco despreparado porque não tinha preparado nenhuma apresentação então não falei nada do Partido Pirata daqui. Muita gente veio me perguntar da camiseta e somente expliquei por cima como é e como está sendo o Partido Pirata no Brasil.

28/01 - O Fórum Internacional de Cultura Livre

A noite na Escola Ícaro tivemos uma pequena reunião para nos organizarmos a fim de promover o Fórum Internacional de Cultura Livre em São Paulo e Pablo Ortellado iniciou as discussões indicando as possíveis formas de financiamento para o Evento e data, não me lembro da data correta, mas creio que seja segundo semestre de 2010. Indicou Ministério da Cultura e Sesc como possíveis e bem prováveis apoiadores. Se destacou diversas formas de financiamento e certos princípios que se devem seguir ao aceitar ou pedir financiamento para certas instituições e mesmo do Estado. Destes princípios, a independência quanto a possível influência dos financiadores e a prioridade de alguns financiadores em relação a outros, como por exemplo, o Ministério da Cultura em detrimento de bancos privados. O indicativo de consenso é que definiríamos alguns prazos e se definissem equipes para por exemplo procurar financiamento e escrever um esboço do projeto. Se definiu que a lista "cultura livre" do GPOPAI seria usada para organizar o evento e documentar os trabalhos mantendo um fluxo baixo, sem muitas discussões nessa lista.

"Buenos Materiales"

Consegui bastante material impresso e ótimos panfletos e jornais que falavam das diferentes iniciativas. Entre eles o interessante jornal "Cara e Señal 11" e um prospecto bem interessante sobre a rede Buenos Aires Libre. Consegui também algumas revistas THC e conversei com um argentino sobre liberdade de expressão explicando que no Brasil uma revista dessa não seria possível. Ele me explicou que na Argentina o direito à liberdade de expressão está bastante consolidado.

Depois... Uma noite no Campus Party

Cheguei em casa e deixei a mochila e peguei o metrô para encontrar meus amigos piratas no ultimo dia do Campus party. Troquei uma idéia com o pessoal e saiu algumas propostas interessantes como reformular o fórum. Quando cheguei, o pessoal estava participando do Observatório do Marco Civil e foi interessante constatar que o trabalho que devotamos ao Marco Civil foi bastante significativo considerando o conjunto das contribuições. Me falaram bastante do "Caso chemalle" que já estou cansado de ouvir e me diverti bastante com constatação do óbvio. Nesse ínterim, uma das idéias que propus foi de nós intervirmos de forma mais inteligente nas eleições legislativas de 2010 que é em vez de "lançarmos candidatos", lançaríamos idéias. Isso funciona de uma maneira muito mais interessante do ponto de vista das garantias que teríamos ao "apoiar" determinado candidato. O projeto funciona mais ou menos como a iniciativa Querido Candidato da associação SOLAR da Argentina. Basicamente criaríamos uma proposta que seria adotada pelos candidatos interessados em nosso apoio (leia-se marketing de graça na internet) e com a condição de não só votar a favor dessa proposta, como apresentá-la na pauta da casa legislativa a que eventualmente faça parte, isso feito com a nossa orientação. Pensei em uma proposta simples que é basicamente UM PONTO (isso para ser fácil de fiscalizar e também cobrar, além de ser mais fácil para o candidato entender). O ponto é a descriminalização da pirataria, ou seja, a supressão do artigo 184 do código penal como um projeto de lei de reforma, que seria eventualmente criado sob nossa orientação. De fato existe muitos argumentos sociais e legais, baseados na constituição, que fazem dessa abordagem penal dos direitos autorais ter uma base fraca na nossa legislação. Isso como o exemplo na ação movida pelo Túlio Vianna ao TJMG. Penso ser esta uma estratégia muito mais digna, politicamente falando, que usar do "mercado de apoio político" de forma despreparada. Neste projeto podemos até mesmo usar o software CC2 para automatizar e criar esta plataforma de apoio a questão. Me lembro que a Toya um dia conversou comigo que os italianos que desenvolveram o CC2 disponibilizariam uma instalação do CC2 em seu servidor para nós traduzirmos e usar o software para um projeto. Bom, esta foi minha idéia e espero desenvolvê-la melhor no futuro com a ajuda de todos.



Alissa Gottfried: experiência multimídia com crianças

8 de Março de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 33 comentários

por: Gabriela Agustini, em Cobertura, Vídeo no dia 14/12/2009


A educadora social de Porto Alegre Alissa Gottfried veio a São Paulo para participar do Seminário Internacional do Fórum da Cultura Digital Brasileira e trocar experiências com outros participantes. Nesta entrevista em vídeo, ela fala, entre outras coisas, sobre o jogo de RPG com recursos multimídia que criou para incentivar as crianças a contarem e criarem histórias.

clique aqui para ver o video


Para continuar a pesquisa sobre Cultura Digital no Brasil e no Mundo acesse esse outro link:

http://culturadigital.br/seminariointernacional/2009/

Exemplo do que rolou com a mimosa do Pontinho Curiosaidade no Ponto de Cultura Odomode em Porto Alegre:

Na história uma rádio foi montada:

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Ouça uma das primeiras gravações da rádio na mimosa no podcast abaixo:

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Feira de Trocas Solidárias em Porto Alegre – RS

7 de Março de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 1Um comentário

Feira de Trocas Solidárias em Porto Alegre – RS

Calor, cores e alegria preencheram a tarde do sábado, dia 20 de fevereiro, em Porto Alegre. Na escadaria da Borges, em frente ao Prédio da Comunidade “Utopia e Luta” o grupo animado encontrou-se para realizar trocas solidárias. O encontro foi motivado pela vontade de proporcionar a vivência de outras perspectivas de consumo e, através da troca direta de produtos materiais e culturais, estimular práticas que valorizem a preservação da natureza e a economia da solidariedade.

As feiras de trocas são praticadas em vários espaços sociais como proposta alternativa de economia popular e solidária. As primeiras aconteceram no Canadá nos anos 1980. Se baseiam em princípios da economia solidária:substituir o lucro e a competição pela cooperação; valorizar o saber e a criatividade humana e não ao capital e sua propriedade; buscar um intercâmbio respeitoso com a natureza.

A pequena feira foi iniciativa de um grupo de amigos e coletivos que compartilham de idéias de preservação, colaboração e criatividade. Entre os grupos que participaram podemos citar a Comunidade Utopia e Luta, Pontos de Cultura, Rede Mocambos, Coletivo de Agroecologia Uvaia, Coletivo Tear Digital, Instituto de Desenvolvimento Social Bravagente As trocas aconteceram de maneira bastante livre e direta, o que pode ser definido também como escambo. O primeiro encontro do grupo foi o princí­pio de uma seqüencia de feiras que está sendo projetada, e já definiu-se o próximo encontro para o dia 10 de abril, no mesmo local. Pensando na ampliação da atividade a divulgação será intensificada para proporcionar a participação de outras pessoas e movimentos sociais. Em Porto Alegre e região já acontecem outras feiras, propostas por diversos movimentos e comunidades, como a Utopia e Luta, a Cooperativa Girassol e outros relacionados ao Fórum Brasileiro de Economia Solidária.

Na oportunidade foi lançado o primeiro livro da Editora Livre Ecoaecoa, o Borboletras. Idealizada por Alissa Gottfried e Felipe Nunes, a edição do livro de poemas é alternativa viável para a circulação de idéias e conhecimentos, possibilitando a distribuição direta e flexível. Também foram distribuí­dos contos e poesias em forma de panfletos e adesivos do projeto Epidemia de Poesia da Revista Guatá, do Paraná.

Algumas feiras de trocas utilizam a moeda social. Nestes casos são estabelecidas comissões que funcionam como coordenação, responsável pela emissão, distribuição e controle da moeda solidária que possibilita aos membros comprar e vender dentro do grupo. O Projeto Colibri, resultante do surgimento dos encontros de vários paí­ses na Rede Latinoamericana de Socioeconomia Solidária, compreende que o uso da moeda social e a busca de sua integração é um instrumento da própria construção democrática da Economia Solidária. No Brasil, exemplo de sucesso é na comunidade da favela Conjunto das Palmeiras, em Fortaleza (CE), onde a Associação dos Moradores criou um banco que faz empréstimos, financia negócios e concede cartão de crédito aos associados como ação para impulsionar o consumo interno e a geração de empreendimentos sociais na comunidade. No I Fórum Social Mundial houve grande procura pela oficina denominada “Economia Popular Solidária e Autogestão” (aproximadamente 1.500 participantes), o que motivou a criação de um GT Nacional com a participação de diversos segmentos: rural, urbano, estudantil, religioso, sindical e de comunicação. Desses debates nasceu o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) que atua no sentido de integrar as diversas ações de economia solidária em todo o país.

Para mais informações acesse:

http://cirandas.net/;

http://redlases.wordpress.com/

http://www.coopgirasol.com.br/

http://www.fbes.org.br/

Texto: Vania Pierozan Imagens: Vania e Paulo (PC



policia assassina um professor anarquista em Roraima!

27 de Outubro de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

http://passapalavra.info/?p=13593


Morreu um anarquista, ou…
23 de Outubro de 2009

Não dá para acreditar na versão da polícia e da imprensa. Temos plena convicção de que eles próprios atiraram nele. Não acreditamos que o professor Chrystian Paiva tenha cometido suicídio. Por Moésio Rebouças e Adriana Gomes

 

“Nem o governo, nem pistoleiros, nem esses bandidos todos não vão conseguir acabar com a gente. Nosso povo nasceu índio, nasceu cheio de coragem, nasceu guerreiro!”
Tumbalalá

chrys-2De coração partido informamos que o companheiro e amigo Chrystian Paiva, que tive a oportunidade de conhecer em Santos (SP), em meados da década de 90, de conviver, trocar idéias, compartilhar sonhos e lutas, morreu neste domingo (18), aos 34 anos, sob circunstâncias mui suspeitas, num balneário na cidade de Boa Vista, em Roraima, estado onde a taxa de mortalidade por homicídio é uma das mais altas do Brasil. Deixou dois filhos, Lennon e Gaia. E vários companheiros e companheiras, amigos e amigas. Foi enterrado ontem (20) em São Paulo, na capital.

Segundo a versão da polícia divulgada nos jornais locais ele se suicidou. Mas sua companheira, Adriana Gomes, diz que não acredita na versão oficial de que Chrystian tenha cometido suicídio.

Hoje (21) pela manhã, por telefone, ela disse indignada e aos prantos: “Nós simplesmente saímos para nos divertir com uma amiga dele que havia vindo de São Paulo nos visitar. Saímos todos juntos (Chrystian, sua amiga e eu). Nenhuma de nós duas estávamos próximas dele [na hora da morte uma estava dormindo e a outra estava tomando banho no rio]. Entramos em estado de choque, fomos maltratadas [moralmente] pela polícia, ela mais do que eu, pois ela chegou antes de mim e ficou detida. Não dá para acreditar na versão da polícia e da imprensa. Tenho plena convicção de que eles próprios atiraram nele, ele estava machucado no rosto, a mão esquerda estava machucada também. As testemunhas falam coisa com coisa e ninguém diz o que aconteceu, outros falam que os policiais atiraram nele. Não sei direito o que fazer, eu morri junto com ele, tudo um grande desastre, mas queria que me ajudassem. Estou meio transtornada”.

Em 15 de fevereiro de 2009, Chrystian comentou no blog do Movimento de Organização dos Trabalhadores em Educação (MOTE): “Componho e apoio o MOTE. Apesar de afastado por motivo de saúde, e não poder participar ativamente da luta. Tenho sofrido perseguição, desconto de salário indevido, humilhações, enfim, tudo aquilo que sofre um professor nesse estado. E tudo depois de ter lutado com unhas e dentes em uma greve que resultou nesse aumentozinho miserável e não mudou a estrutura do sistema em nada… Sinto vergonha quando encontro colegas do interior que me informam que a situação está pior, muito pior… Alguns me cobram, confundindo minha figura com a do sindicato… cansei de ouvir “vocês esqueceram-se da gente… e aquele monte de coisa, ar condicionado, melhoria das escolas, etc, etc…”. Um companheiro de Mucajaí recentemente afirmou que as escolas que fotografamos continuam na mesma, acrescido, agora, da infestação por ratos… Pois bem, as escolas de ficção continuam, a merenda ruim ou inexistente continua, o assédio moral continua, a ditadura dos diretores e sua incompetência continuam, as doenças do trabalho continuam, as salas com 45 graus continuam, as progressões mal pagas continuam. Até quando agüentaremos calados todo esse inferno? Será que lutar por mais 10 ou 15% é o que basta?”.

Além da luta na educação, dos professores, eles também estavam envolvidos no movimento contra a implantação da indústria da cana-de-açúcar em Roraima, pela Biocapital, empresa paulista recém-instalada naquele estado e que deseja montar a maior usina de etanol da região amazônica. Esta empresa possui uma grande usina de biodiesel em Charqueada (SP), no interior paulista, que funciona exclusivamente com sebo bovino e tem sua cadeia produtiva manchada por crimes trabalhistas e ambientais.

Na floresta amazônica, terra cobiçada por grandes interesses obscuros e inescrupulosos - um conluio de fazendeiros, empresas e políticos -, há anos o poder promove a violência, reprime e assassina, indígenas, populares, trabalhadores sem terra, ecologistas, todos e todas que lutam incansavelmente pela Vida Plena. Há anos o capital explora e destrói a Natureza, a diversidade da Vida naquela região. São anos de ganância, arrogância, humilhações, imposições, impunidades, injustiças… São tantos anos de “terrorismo” democráticodemercadomidiático!

Não tenho mais palavras, só dor. Até mais, companheiro!

Passe a voz… selvagem e afiada… no fazer e no andar.

Moésio Rebouças

* * *

Não acreditamos que o professor Chrystian Paiva tenha cometido suicídio. Meu nome é Adriana Gomes, sou Professora efetiva do Estado de Roraima, e era companheira do historiador formado pela Universidade de São Paulo (USP), professor, poeta, escritor, musico, compositor e anarquista Chrystian Paiva. Desde fevereiro de 2009, durante os quase dois anos que esteve no Estado de Roraima lutamos juntos no Sindicato dos Professores (SINTERR).

No dia 17 de outubro, sábado, saímos com uma amiga libertária que veio do estado de São Paulo nos visitar, e fomos ao balneário Caçarí que fica um pouco isolado na cidade de Boa Vista, capital do Estado de Roraima. Tínhamos uma arma utilizada para nos defendermos, levamos para o passeio dentro de uma mochila, o estado é isolado e o poder está nas mãos dos latifundiários, as relações são coronelistas, e esses coronéis fazem suas próprias leis, eles são a lei, então usávamos a arma como precaução e auto-defesa. Passamos a noite do dia 17 e quando amanheceu, domingo (18), percebemos que havíamos trancado a chave dentro do carro e começamos a pedir ajuda. Enquanto esperávamos ajuda conversávamos com várias pessoas e o Chrystian estava bem, aproximadamente às 10h me afastei alguns metros do local e deitei embaixo de uma árvore a fim de descansar e dormi.

chrys-1Aproximadamente às 11h, o Chrystian foi bruscamente abordado por uma guarnição da Polícia Militar, sob o comando do Subtenente Machado, e sem nenhum indício anterior que tivesse intenção de cometer suicídio em um balneário movimentado, em plena luz do dia. A polícia em sua versão disse que o mesmo cometeu suicídio. As testemunhas são controversas, Chrystian era destro e a bala que perfurou a sua cabeça entrou do lado esquerdo, a mão esquerda estava machucada, assim como estava com hematomas e arranhões no rosto. Tudo leva a crer que não teve como se defender, e se tivesse como se defender com uma arma de fogo não atiraria na própria cabeça na frente de policiais militares. Não acreditamos na versão oficial da imprensa e da polícia de que Chrystian tenha cometido suicídio.

O Professor Chrystian era anarquista aguerrido, com quase dois anos residindo em Roraima mobilizou os professores do Estado para lutar contra as más condições da Educação, o coronelismo autoritário implantado pelo Estado nas escolas e a política pelega do Sindicato dos Professores.

Passávamos noites juntos com ele enviando e-mails, criamos o MOTE, e como todo bom anarquista era apaixonado pelos seus ideais e ação direta. Colecionava um grande histórico de lutas de repercussão nacional e internacional empreendida no estado onde nasceu, São Paulo, e era punk desde os 12 anos. Ficamos indignados em saber que um companheiro de luta tão importante para o movimento tenha sido vítima de uma ação de policiais truculentos, e queremos vingança.

Vamos lutar o mais que pudermos para responsabilizar os verdadeiros culpados, pedimos a ajuda de todos os amigos e companheiros de luta para divulgação regional, nacional e internacional do ocorrido.

Adriana Gomes (Professora formada na Universidade Federal de Roraima (UFRR), especialista em História Regional)
Quarta-feira, 21 de outubro de 2009, Boa Vista, Roraima, Brasil

* * *

Quando morre um anarquista
Se quebra uma lança
Uma flor seca
Choram os homens íntegros

Quando morre um anarquista
Algo se apaga
O ar desaparece
Se reúnem as estrelas
E o acompanham
Na última viagem

Quando morre um anarquista
A liberdade perde força
A justiça se afasta
A poesia se quebra
Adoece a esperança.

Quando morre um anarquista
Todos os párias do mundo
Morrem um pouco

A. Jimenez
agência de notícias anarquistas

Rosas
Umas rosas distantes
Nasciam pelo concreto
E como erva - dano se perdiam
A um tempo em que se esbanjavam os dias

Estas flores, mortas de há muito
Cuidam de estar vivas, moribundas
Em determinado lugar defunto
Que nada sabe sobre tempo

Ontem apaguei certas luzes,
Definitivamente,
E elas vieram atrás de mim,
Ignorantes,
Não sabiam que eu não mais era jovem

As luzes se apagaram de vez
As rosas se retorceram secas
O tempo tornou ao seu lugar
E busco incrédulo crer
Que rosas defuntas não vivem
Assim como luzes queimadas
Não se acendem

Chrystian Paiva (2007)

 



elementos para uma teologia pirata 0.1a

27 de Outubro de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Participação colaborativa do Capi (Bruno Neira) no Barcamp'arte livre postado no blog coletivo durante o Campus Party 2009

elementos para uma teologia pirata 0.1a

#1
existe miséria. e porque ela existe, e somos privados do mundo que a publicidade promete, todo consumo é uma conquista, todo canal livre é uma regalia. puxa, como é bom assistir novela em p2p. não pagar nada para ouvir o hit do momento. usar outro sistema operacional fechado e contrabandeado. pequenas alegrias, funcionam como anti-depressivos e radiofreqüência: nos mantém em nosso lugar. este é o jeito que o mundo é, onde existe uma chance de termos, e uma boa chance de não termos.
não existe miséria. o mundo inteiro é nosso, logo de início, se não cairmos em mãos erradas. a pirataria, os furtos, as caronas, o software livre, as orgias, as carícias, todo canal livre para pensar, sentir e viver deve servir para nos acostumar à idéia: o mundo é nosso. não comemos dinheiro, como não recebemos dele amor. precisamos antes de comida e companhia e se procurarmos, os encontraremos mais facilmente que o dinheiro. livres, procurando o que precisamos, em breve perceberemos: não queremos esse consumo. nos faz infeliz o ritmo de renovação da moda, da tecnologia, da música e dança. nos faz infeliz a publicidade que rejeita nossa sexualidade, nossa alimentação, nossa colaboração, nossa experimentação; embora venda algo que maquia de erotismo, satisfação, companhia e inovação.
se não precisassemos mais trabalhar, viveriamos breves férias. depois saíriamos para fazer algo. igualmente, se não tivermos nosso caminho obstruído com relação a representação do mundo, a descobririamos. e depois de desmascará-la, nos ocupariamos de criar algo para nós mesmos.

#2
no desenho do mundo ao nosso redor está a história do que se experimentou e o desejo do que poderia ser. se isto é evidente no software livre, deveria ser ainda mais explicito em nossos artefatos cotidianos. a bicicleta evoluiu atendendo aos ciclistas e bicicleteiros, mas o modelo de hoje está longe do ideal. a publicidade entrou no meio da produção, e o que é popular hoje nos faz andar curvados e ameaça nossa fertilidade. não devemos temer a bicicleta e preferir o carro (talvez essa seja a mensagem do desenho atual): devemos redesenhar nossa bicicleta (talvez esta seja a verdadeira mensagem do desenho atual).
em tradições e expectativas, tudo ao nosso redor é digno de atenção. re-desenhar é urgente e gostoso, é semente para as comunidades mais intensamente conectadas. mas não queremos profissionalização, apenas criatividade. criar é hackear, é pensar algo novo, testar, sentir e decidir. profissionalizar é consumir a criação, não diferir, seguir um modelo e ajustá-lo ao mercado. esqueçam, se possível. o novo desenho não se pode escravizar. não componhamos músicas para vender, ou mesmo para ouvir. componhamos para tocar, seja esta nossa estética. os ouvidos todos existem.
criar traz às novas expectativas um lugar no mundo. traz também a possibilidade de um novo mercado, de uma nova indústria, de um novo modelo de propriedade, privação e consumo. não nos iludamos, tudo isto é mais do mesmo. o capitalismo é sim o mesmo esqueleto de sempre, tão velho quanto o desejo de lucrar. mas ainda mais velho que este desejo é O desejo e A revolta. desejamos desde que nascemos, nos revoltamos assim que percebemos. deixemos de lado o mercado e suas drogas, e tratemos de novo disto que nos compõe.

#3
nem tudo o que fazemos é óbvio, embora seja assim que orientamos todo nosso plano de vida. é claro que desejamos estudar, nos formar, trabalhar, ganhar bem, constituir familia, envelhecer, morrer o mais tarde possível. não apenas é tudo mentira, como nos custa caro, abandonar os sonhos, as utopias e cosmogonias, toda nossa filosofia, em troca de uns trocados, um espaço na engrenagem do mundo, e a certeza de que seremos substituídos um dia pelos próximos.
tenha horror ao óbvio. arrepie-se diante da agenda previsível. então assuste-se com a representação do mundo. revolte-se com as mulheres da publicidade, com os cheiros que a televisão vende, com os grandes feitos do cinema. as músicas e filmes de guerra dizem o que? somos pacifistas, porque é tão gostoso este material? ou não é? é desejar algo intenso o que nos faz ver intensidade neste material. é desejarnos representados que nos faz ver representação alguma em tudo isto que consumimos. é ilusão, só vamos estar representados em nossa representação. só nos fará intensos a nossa realização intensa.
a realização se dá na resposta às tradições e às expectativas. não somos artefatos, mas tampouco estamos acima de nossa natureza. somos parte feitor, parte feitos. parte hard, parte soft, somos ciborgues a partir do momento que percebemos, embora aceitemos e processemos ordens desde sempre. o que há de se aceitar é que somos parte do que nos cerca, e tudo que tomamos para nós nos compõe também. mas não há de se aceitar nada nisso: redesenhar o que nos cerca e o que tomamos para nós é urgente. precisamos ser para além de nosso espaço-corpo. não queremos ser felizes sozinhos.

#4
redesenhar e criar são parte do esforço intenso de abandonar a representação do mundo, rumo a uma liberdade desejada, expressiva da nossa humanidade, que não se compromete à representação porque é vida em si mesmo, não promete mais nada a ninguém. e embora seja desta qualidade, exige um esforço compreensivo, de toda diferença, de toda diversidade, que se entenda a ponto de se tolerar (o discurso pequeno), a ponto de se amar (o verdadeiro discurso), a ponto de colaborar e tecer entre si os caminhos para realizar-se, resistindo às promessas da representação, algo autônomo, local e temporário, mas também significativo para todo esforço. sejamos nossa própria tradição nestas realizações, façamos do nosso desejo e revolta a nossa expectativa. tudo isto é fazer do mundo (e não de sua representação) algo vivo, algo que possamos amar. tudo o mais é fetiche, é amar algo que não vive, é dedicar-se a nada.
para costurar esta rede que é primeiro de sonho, desejo e revolta, mas então também é de resistência, para costurá-la é necessário acreditar e espalhar a crença. de que outro mundo é possível, que existe, e é preciso expressá-lo na experiência imediata da vida. em tudo que somos oprimidos é fácil imaginar esta vida: expressar nossa sexualidade em paz, assumir nossa etnia sem medo, saciar nossa fome e cantar algo que faça sentido para nosso coração. em tudo o mais, fará sentido conforme experimentemos - é possivel amar e manter nossas casas limpas.
para abandonar o trabalho, as tarefas forçadas, as obrigações todas, é urgente uma educação social, que se orienta a liberdade inclusive espiritual, que seja radical em nunca esquecer o desejo, e em realizar a revolta abandonando a representação. tão radical que não tenha lugar na representação do mundo, e ainda assim a amedronte a ponto de ceder espaço. onde quer que esteja o educador radical, com apenas o cheiro da revolta, é possível multiplicar. é possível atender o desejo na liberdade criativa, realizar o ato de revolta e multiplicar a educação social radical na forma de sonho. trata-se antes de vida que de um projeto de partido.
é mais, é só um ponto de partida. o desejo, a revolta e o sonho todos já conhecemos, e dispensam nomes.



I Colóquio de Educação Libertárias da UFRGS

3 de Outubro de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Car@s colegas, amig@s e possíveis interessad@s

Convidamos a todos(as) para o I Colóquio de Educação Libertárias da UFRGS, que será realizado nos dias 13, 14 e 15 de outubro, na sala 101 da Faculdade de Educação da UFRGS (FACED). O Colóquio acontece no centenário da execução pelo Estado Espanhol do pedagogo catalão Francisco Ferrer y Guardia, que baseado nos princípios anarquistas, idealizou a pedagogia libertária e seu espaço de aplicação, as Escolas Modernas, criadas em muitos países no início do século XX.

A programação do colóquio inclui debates, conversas, oficinas e filmes que possibilitem não apenas aprofundar os conhecimentos sobre as experiências históricas das escolas modernas ocorridas em diferentes lugares e momentos, mas também instigar reflexões sobre os limites e possibilidades de se pensar e construir experiências hoje que retomem e atualizem os sentidos da Educação Libertária.

Como complemento do colóquio, haverá também, entre os dias 28 de setembro e 31 de outubro, uma Mostra Fotográfica no saguão da Faculdade de Educação da UFRGS, exibindo fotos de Escolas Modernas criadas em diversas partes do mundo (incluindo Porto Alegre), estudantes, docentes, colaboradores e apoiadores dessas escolas, assim como de experiências recentes de educação libertária.
Segue em anexo a programação completa:








Abraço coletivo!

Alissa Gottfried



Produção Literária com Metareciclagem

16 de Agosto de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

 

Projeto:

 

Vivência de Produção Literária em Comunidade


Este curso é a realização de um projeto de produção literária em comunidades de crianças, nas periferias, que vem sendo desenvolvido desde 2005 em algumas cidades no Rio Grande do Sul, principalmente Porto Alegre.

Apresentação do projeto:

Justificativa:

“Precisamos propiciar condições para que os educandos sociais ensaiem a experiência profunda de assumir-se em suas relações uns com os outros;  assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos...”*

Tendo para isso, o jogo como recurso - a brincadeira literária de se expressar interagindo e pensar-se presente na criação coletiva de histórias em comunidade.

Pela busca de estimular a leitura do mundo e a luta contra a condição de apenas seres-objetos, o que drasticamente impede a formação do sujeito-cidadão o Jogo proposto é baseado no jogo de interpretação de personagens (RPG)** presente na oficina como suporte para a construção coletiva de histórias elaboradas na interação dos personagens num meio real comunitário e ao mesmo tempo criado pelos oficinandos atuadores que acabam encontrando-se como arte-empreendedores da sua comunidade.

“Afinal há uma pedagogicidade indiscutível na materialidade do espaço.”

-------

    * FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo, Paz e Terra, 2001

    ** RPG é uma sigla em inglês que quer dizer "Role-Playing Game", Jogo de Interpretação de Personagens. Na verdade não se trata de um jogo, pois não há vencedores ou perdedores em um RPG, mas sim de uma forma de literatura interativa, em que a história é construída por todos os participantes. Em uma sessão de RPG, os "jogadores" recebem ou criam personagens cujas ações na história são decididas por eles.  Mais Informações na dissertação de mestrado de Carlos Klimic sobre esse assunto publicada no site:  (http://www.historias.interativas.nom.br/educ/)

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

 

1. Reconhecimento, localização e ocupação territorial:

Iniciamos voltando a visão para o local em que se esta presente, suas características geográficas e culturais assim como o próprio endereço e espaços frequentados, através de um mapa do bairro e fotografias feitas pelo grupo durante as saídas pelas ruas da comunidade acompanhadas pelo oficineiro e possíveis colaboradores moradores do bairro. Nessa primeira fase fazemos o reconhecimento do território (cenários) onde teatralizamos  a comunidade em com a didática do jogo literário.

 

2. Maquete da comunidade:

A maquete é a segunda fase da oficina quando construímos o cenário como um tabuleiro e seus componentes conforme , utilizando lixo seco como matéria prima (caixas e garrafas limpas). A maquete serve como tabuleiro do jogo literário e representa a comunidade não só real mais também passíveis construções feitas pelo grupo.

 

3. Criação dos personagens:

Depois de construida a maquete cada participante cria seu personagem desenhando-o numa folha A4. A folha do desenho é colada em forma de cilindro e entra no jogo como um “peão” no tabuleiro.

 

4. Elaboração da história:

Produção das histórias com a interação dos personagens nos cenários construidos como maquete.

O jogo continua mas a cada dia de oficina então uma nova história com inicio meio e fim é construida podendo continuar a história anterior o que não é necessário.

 

 

OBJETIVOS:

Objetivos específicos:

Produções literárias e artísticas coletivas para serem gravadas como vídeo e distribuídas em CD.

 

Objetivos Gerais:

Valorização da identidade comunitária, da participação sócio-cultural e incentivo à expressão artística e a projetos arte-empreendedores como geração de renda.

 

PÚBLICO ALVO:

 

A oficina é voltada para o público jovem de periferia. Pode ser trabalhada tanto com crianças de 05 a 14 como com jovens de 15 a 20 anos. Com um número mínimo de 5 participantes e máximo de 15 oficinandos por encontro.

 

RECURSOS NECESSÁRIOS:

 

Os gastos com materiais são quase nulos já que usamos materiais recicláveis como folhas A4, caixas, garrafas pets, etc. Alguns materiais serão solicitados no decorrer da oficina assim como a contrução do mesanino para guardar as maquetes e materiais, da mimosa (PC reciclado) e outras demandas conforme as produções do grupo.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

 

A renda que for geranda com a venda dos CDs produzidos e vendidos pelos oficinandos serve como incentivo ao arte-empreendedorismo proposto como alternativa de geração de renda. Isso pensado de forma que o trabalho não impeça o desenvolvimento cultural dos jovens e crianças da periferia, mas que pelo contrário, amplie as possibilidades de inserção social e cidadã desses jovens.

 

ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO:

 


Alissa Gottfried Educadora Popular Digital

alissa@softwarelivre.org

 

COLABORAÇÃO:


Elisa Gottfried Educadora Popular 

doc.sapiencia@gmail.com

 

Documentação do processo criativo do curso:

Produção Literária com Metareciclagem

Registro inicial da vivência de produção literária no Pontinho Curiosa'Idade:

Primeiro encontro/manhã: A maquete  como tabuleiro e trama


Segunda-feira
29 de maio 2009




Metodologia:


Para construirmos a maquete levei imagens de satélite da comunidade para apartir delas as crianças fossem reconhecendo seu território e reproduzíssemos a maquete com materiais recicláveis apartir dessas imagens onde eles localizaram seus endereços na editando a imagem com software livre. Por fim conversamos sobre os caminhos que faríamos  para fotografar a comunidade e o que eles gostaria de fotografar.




Relato multimídia:


1. Estudando as imagens de satélite da comunidade que salvei no meu note:







As edições localizando a moradia das crianças:






Praça das Nações Unidas:


Veja mais fotos de satélite da comunidade aqui


2. Fizemos as demarcações na planta baixa da comunidade:







Onde o Odomode estaria na maquete?




3. E apartir da demarcação do Arroio Diluvio e das ruas da comunidade reconstruimos a comunidade na maquete:










3.2. O que as crianças construiram ou desenharam na maquete:


3.2.1. Arroio Dilúvio:






3.2.2. A avenida Ipiranga:




3.2.3. A passarela da PUC e o Odomode de amarelo:




3.2.4. Condomínio dos Anjos onde a maioria deles mora:






3.2.5. Comunidade Patinho Feio:







3.2.6. Vila Sossego:







3.2.7. A PUC no fim da Passarela:




3.2.8. O Odomode, a sala das crianças onde estavámos, a creche e o condomínio dos Anjos:


3.2.9. Escola Emílio onde estudam:







3.2.10. Shopping Bourbon e o campinho de futebol:







3.2.11. Arborizando o Odomode:






Avaliação da vivência:


A atividade teve a participação de tod@s. As crianças cosntruiram várias elementos importantes para a maquete. Conheci um pouco mais da realidade delas, onde moram e onde estudam. Elas usaram o aplicativo livre Paintbrush para editar as imagens de satélite e conversamos sobre o passeio e os lugares que elas gostaria de fotografar mas depois disso quiseram sair para jogar bola no pátio. Considero bastante ter cido proveitosa essa vivência pois todas participaram e produzimos o que havia proposto.


Mais fotos






Primeiro encontro/tarde: Os personagens e construção da maquete
Segunda-feira
29 de maio 2009




Metodologia:


Apartir das imagens de satélite da comunidade os oficinandos da tarde reconhecem suas casas e seu território editando as imagens no aplicativo livre Paintbrush depois e apartir disso construimos outra maquete com os elementos (empreendimentos) introduzidos por eles. Por fim conversamos sobre os caminhos que faríamos  para fotografar a comunidade e o que eles gostaria de fotografar.


Uma segunda metodologia foi proposta pois nem todos quiseram montar a maquete. Com esses montamos um roteiro de entrevistas que foram aplicadas a todos os personagens reais que estavam no Odomode neste dia. Perguntamos onde cada um mora, o que faz e quais lugarem mais gosta na cidade.




Relato multimídia:


1. Imagens de satélite editadas pelas crianças no aplicativo livre Paitbrush:












2. Construção da maquete:










Edison ocupando e guardando o bem da comunidade (maquete)







3.2 Elementos introduzidos pelos educandos da tarde na maquete:


3.2.1. Pixações na passarela:







3.2.2. Comunidade Cachorro Sentado:







3.2.3. Indícios de violências:



desenho de uma pessoa que foi morta com 11 tiros na comunidade


4. Personagens entrevistados:







4.1. Natalia - 11 anos
entrevistadora e fotografa ]
mora na condominio dos Anjos.









4.2. Pablo - 13 anos
mora na Vila Sossego, rua Livramento.








4.3. Tia Maria - 53 anos
- Cozinheira e costureira
- Mora na Lomba do Pinheiro
- Nasceu em Santa da Boa Vista
- Diz que um lugar interessante de conhecer é a Associação dos Moradores da Lomba do Pinheiro









4.4. Seu Sapo (Valter) - 55 anos
- Musico
- Mora na rua Bernardo Pires
- Sugere conhecermos o Planetário









4.5. Ninivi - 3 anos
Vila Sossego








4.6 Edison - 2 anos
Vila Sossego
tem dedo de artista









4.7 Alexandra - 4 anos
Comunidade dos Anjos
O lugar que quer fotografar é a Praça das Nações








4.8 Marcio - 5 anos
Vila Sossego









4.9 Erick - 5 anos
mora na comunidade dos Anjos







4.10
Maisson tem 8 anos
mora na vila sossego

















4.11 Jana - 14 anos
dos Anjos









4.12 Mestre Paraqueda (Eugenio Alencar) - 75 anos
Pintor, Bonequeiro, Compositor, Mestre Grio
Nasceu e mora na Baronesa de Gravatai no bairro São Judas
Sugere que conheçamos o museu Julio de Castinhos









4.13 Paulinho (Paulo Romeu) - 51 anos
Musico
Nasceu e vive no bairro Moinhos
Sugere que conheçamos o Lami e Itapuã

















4.14 Bel (Isabel) - 35 anos
Pedagoga
Nasceu no Jardim Itu e mora na Vila Jardim
O lugar que sugere é a Avenida Beira Rio

















4.15 Tia Iara - 53 anos
Assistente Social
Nasceu em Petrópolis e mora em Nilópolis rua Amaro de Pegro Filho  Sugere o campinho na esquina da sua casa

















4.16 Alissa - 26 anos
Educadora Popular Digital
Nasceu em São Borja e mora no Partenon PoA
Sugere o Parque da Redenção (Farroupilha) e o Marinha








4.17 Carlinha - 27 anosSecretáriamora na vila Nova na Restinga
Sugere que conheçamos a Assunção

















4.18 Esmael - 13 anos
Vila sossego
O lugar que mais gosta é o bar do seu Adelmo

















4.19 João Pedro - 12 anos
comunidade "Donta"




Avaliação da vivência:


Nessa vivência surgiu a questão violência na comunidade através de desenhos na maquete mas não consegui trabalhar o tema pois todos estavam bem dispersos resistentes em participar da atividade. Os maiores além de não quererem fazer o que propus começaram a ensaiar percussão o que dificultou ainda mais o trabalho com os menores mas o encaminhamento de fazer um roteiro de entrevistas com os interessados na oficina funcionou e envolveu até os que não estavam querendo participar. No fim a atividade foi produtiva.


mais fotos

Segundo encontro manhã e tarde: Saida percurso fotográfico na comunidade


Segunda-feira
08 de junho 2009


Metodologia:
Fizemos um roteiro fotográfico por um dos lados da Ipiranga na manhã e o outro na tarde como estudo da  comunidade onde cada um decidia o que fotografaria para colocar na maquete. Antes de sair fizemos uma concentração no pátio onde mostrei como funciona minha camera fotográfica digital, deixando a camera na mão das crianças e vendo analisando com todas elas a qualidade das fotos. Assim fizemos exercícios sobre enquadramento, flash e informações das fotografias.




Relato multimídia:


1. Estudos sobre fotografia digital:


1.1 Mal enquadrada        1.2 De frente pro sol



1.3 Espaços em branco    1.4 Boa Foto


ensaios:








2. Fotografando a Comunidade


2.1 Percurso da manhã:









































O Beija-flor:





Hospedaria para avós:































































[fazer gif]





















O Condomínio dos Anjos:





































Jogo de bafo:




Avaliação da vivência:
A atividade foi ótima, todos gostaram do passeio, quiseram fotografar e tiraram boas fotos.
No caminho encontramos um beija-flor e várias flores. As crianças mostraram onde moram e algumas de suas brincadeiras.






2.2 Percurso da Tarde:


2.2.1 Testes fotográficos antes de sairmos:



















2.2.2 A saída:



























































Avalição da Vivência:


Antes de sairmos nos concentramos no pátio e fizemos algumas combinações como que os maiores cuidariam dos pequenos e permaneceríamos sempre todos juntos. Logo na saída os meninos maiores subiram na marquise da passarela como uma atitude irresponsável pois alguém podería cair no arroio além do mal exemplo para os menores... Conversamos sobre combinações continuando o a caminhada passando na frente da vila Sossego, onde não entramos por recomentação da Iara e fomos para a escola Emilio onde estudam depois de passar numa pequena praça. Perto da escola aconteceu um problema com alguns dos meninos maiores que por terem colhido uma banana verde discutiram com uma senhora que parecia morar na casa onde a bananeira estava plantada. Outra vez foi conversado principalmente pela Cláudia sobre as combinações e seguimos, com as fotos das crianças e mais uma vez os meninos maiores aprontam espizoteando um gafanhoto bem grande que encontramos no caminho. Sobre esse tema fizemos na aula seguinte uma apresentação de slides onde conversamos sobre a violência gratuita contra o inseto. Passamos na frente da minha casa também para que eles soubessem onde moro então na frente do prédio os meninos colheram galhos do Ligustro do patio da visinha jogarem nos colegas. Disse para eles que estava com vergonha das atitudes deles e que não seria possível fazer outro passeio com eles neste momento ouve uma briga entre a Cláudia (educadora) e os meninos maiores que então tentaram desentegrarem-se do grupo o que impedi conversando com eles e convidando-os a continuar até o fim do percurso na atividade. Atravessamos a Ipiranga e fomos até a Praça das Nações como último lugar escolhido pelas crianças para ser fotografado. Enquanto alguns tiravam as fotos os outros brincaram e correram mas os meninos outra vez tentaram desafiar nossa paciencia subindo no poste da quadra de basquete que tem uns 3 metros. Quando uma das meninas maiores fotografou-os ameaçaram-a e ela enfrentou-os até quase se baterem mas consegui separá-los, então fizemos as últimas fotos e voltamos para o Odomode. Na volta falei com os meninos lembrando-os que se compartaram muito mal por quais motivos e também sobre a questão de eles quererem se queixar da briga com a Cláudia com a Iara o que não resolveria nada, pois era importante que compreendessem os motivos dela e que teriam que falar o que estavam sentindo para ela e não fazer queixas que iriam criar problemas para eles mesmos...
Mesmo com esses problemas conseguimos concluir a atividade onde todos participaram e os problemas foram tratados na forma mais pacifica possível. Porisso a atividade foi positiva e houve desenvolvimento nas aulas seguintes.





Mais fotos


Terceiro encontro manhã e tarde: Montagens apartir das fotos da comunidade


Segunda-feira
15 de junho 2009




Metodologia:


Despois de projetar editamos as fotografias do passeio criando falas em balões como foto novelas em slides com falas inventadas como histórias feitas na mimosa.
Apartir da bricadeira de bafo fotografada no cotidiano da comunidade das crianças produzimos figurinhas para jogar bafo com os personagens do Odomode.


Relato multimídia:














produção das figurinhas:








Serigrafia:



Apresentação de slides sobre o grilo que os meninos mataram violentamente na saida do encontro anterior:







(slides da história do gafanhoto)




produzindo o Beija-flor para o vídeo:



Maquete:



Estádio do Inter            Sinaleira na avenida      Loja do Gremio
Produção do vídeo que as crianças fizeram para lembrar o beija-flor que encontramos no passeio e entrou para a história:




Edições de imagens com SL









História em slides



histórias em slides O Florista




fotos feitas pelas crianças para estudos de edição:



























Avaliação da vivência:




mais fotos






Quarto encontro manhã e tarde: Leituras para produção literaria e inicio da mimosa - jogo de bafo com os personagens


Segunda-feira
22 de junho 2009




Metodologia:
Leituras para produção literária e início da mimosa e jogo de bafo com os personagens do Odomode.


Relato multimídia:











vídeo





video














[livros - fotos]+++































Avaliação da vivência:


mais fotos




Atividade Extra: fisl 10 - Montagem da Mimosa e Pontinho no fisl


Quinta e sexta-feira
26 e 27 de julho 2009




Proposta:




Relato multimídia:








































































Noticia:


Mimosa do Pontinho Curiosa'Idade é premiada no I Festival de Robótica Livre do fisl 10






A mimosa do Pontinho Curiosa´Idade foi construída para as vivências do curso de produção literária que acontecem nas segundas-feiras no Ponto de Cultura Odomode. Na atividade as crianças vivenciam histórias sobre sua comunidade, através do jogo "Comunativo" que se trata de um RPG desenvolvido por esse projeto de oficina, onde uma maquete é montada com materiais reutilizados e depois proposta como trama nas histórias. Por exemplo na mimosa teatraliza-se a construção da rádio proposta na maquete/tabuleiro. Mimosa é o nome carinhoso usado pelo movimento da metareciclagem dado às máquinas reconstruídas apartir de PC's antigos ou estragados.

Durante o fisl 10 a mimosa do Pontinho foi construida adaptada a um carrinho de supermercado com ajuda de estudantes da UFMG no Ponto de cultura Odomode e através deles participou do I Festival de Robótica Livre que aconteceu na PUC durante o fisl 10. Lá na PUC foi implementado, na Mimosa do Pontinho, o projeto de robótica livre chamado "Apontador de Estrelas", que ganhou o primeiro prêmio na categoria robótica iniciante. O projeto trata-se de uma antena controlada por linha de comando, para cima/baixo e direita/esquerda que no RPG simboliza a torre de comunicação da comunidade onde estão sendo transmitidos os programas de rádio gravados pelas crianças durante a atividade de produção literária.

Depois de participarem do fisl 10 e apartir das vivências com a mimosa, as crianças do Pontinho, empolgadas com a robótica que estão desenvolvendo, montando robôs apartir de carrinhos eletrônicos estragados, e criaram, então um programa na rádio da mimosa falando sobre o projeto de robótica deles para a comunidade do Odomode.



Para mais informações escreve para: alissa@softwarelivre.org

fonte: http://culturadigitalsul.blogspot.com/2009/07/mimosa-do-pontinho-curiosaidade-e.html
Avaliação


fotos


Fotos do fisl 10 feitas pelas crianças




Quinto encontro manhã: Produção literaria na mimosa


Segunda-feira
29 de junho 2009




Metodologia:




Relato multimídia:


Avaliação:








Quinto encontro tarde: Lançamento da rádio da comunidade odomode na mimosa com grupo de dança odomode mirim


Segunda-feira
29 de junho 2009




Metodologia:






Relato multimídia:


Edição de fotografia:






Estudos sobre projeto de robótica e a PUC:


[imagens coletada na web]













O prédio da rádio do Odomode com elevador:


Dentro do prédio o lançamento da Rádio é uma festa





Que conta com a participação especial do grupo de dança afro terrerinho:








vídeos:


(As imagens brutas dos vídeos serão um projetinho de edição de vídeo em software livre)




[vídeos em ogg]










Ouça abaixo o primeiro podcast do lanlamento da rádio nos tambores :


podcast rádio pontinho 01


Maisson ensaiando um funk:


podcast rádio pontinho 02


Edson (4 anos) brincando com a microfonia:


podcast rádio pontinho 03


Notícia:


http://culturadigitalsul.blogspot.com/2009/08/producao-literaria-com-metareciclagem.html





[video editado]




Avaliação da vivência:


A atividade foi extremamente proveitosa e divertida!
Todas as crianças participaram da mesma história onde os pequenos criam um grupo de dança afro e os maiores tocam, gravam e apresentação a rádio. Neste dia o lançamento da rádio foi uma festa de verdade!
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Aula extra: Robótica livre


Quarta-feira
01 de julho 2009




Proposta: A proposta nesta atividade partiu espontaneamente do Maisson e Bruno que quiseram "fazer robótica" com os carrinhos eletrônicos estragados do Odomode. Para apoiar a iniciativa pedi autorização para a coordenadora pedagógica do Ponto e ofereci um premio de 5 reais para cada oficinando que conseguisse produzir um outro tipo de brinquedo eletronico que funcione com pilhas AA além de ensinar os colegas e contar com a ajuda deles na metareciclagem.




Relato multimídia:











(para gif animado)








Relato do Bruno na mimosa sobre sua participação no projeto de robótica:


"BOM!!!! MEU ROBO EU VI UM CARRINHO QUE NÃO FUNCIONAVA E PENSEI PQ NÃO FAZE-LO FUNCIONAR DAI EU ABRI RETIREI A PLACA QUE ESTAVA QUEIMADA E ENFERRUJADA DAI EU  PEGUEI O FIO AZUL E O MARRON,COM VERMELHO COM BRANCO,MAS NAO DEU CERTO ENTÃO EU PERCEBI QUE OS FIOS DA FRENTE TAVAM TIRANDO A VELOCIDADE DAS RODAS DE TRAS DAI EU PEGUEI O FIO AZUL E MARRON E ESTALEI NUM TROÇO QUE SEGURA AS PILHAS E O MOTOR DA FRENTE SEPARADOS".







Relato do Maisson:


"O MEU CARRINHO FOI MUITO TRABALHADO POR MIN EU EGETEI O MOTOR  DE CARRINHO TIREI ALTO FALANTE DE RADIO  ESTRAGADO NELE  FOI  SÓ!!! ASS: MAISSON"








Avaliação da vivência:




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Sexto encontro manhã e tarde: Premio da Robótica livre e produções radiofonicas e literárias na mimosa


Segunda-feira
06 de julho 2009


Metodologia:


Relato multimídia:


Terminamos a produção do livro em slides iniciado no quinto encontro






Leia o e-livro "Festa da Lelê" aqui




tarde: Lançamento da Padaria Bolo Preto:



projeto de robótica:








Padaria bolo preto na comunidade (maquete):







Anuncios da Padaria Bolo Preto na rádio Odomode:








Ouça aqui os jingles feitos pelo locutor Maisson:


podcast radio pontinho 04




podcast rádio pontinho 06





notícia com o vídeo documentando as gravações na mimosa do programa de rádio sobre robótica :
assista o vídeo no final da matéria no blog livre da cultura digital sul aqui








gravações do programa de robótica:


podcast rádio pontinho 05







E então com os pequenos lançamos mais um programa agora sobre literatura na rádio Odomode:


podcast rádio pontinho 07


Gravação ao vivo das histórias pelo mestre grio junior Erick:


podcast rádio pontinho 08










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projeto de robótica:









Avaliação da vivência:


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Sétimo encontro manhã: Produções literárias na mimosa


Segunda-feira
22 de julho


Metodologia:


Relato multimídia:





















Um Manifesto à Não-Escolarização

16 de Agosto de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Um Manifesto à Não-Escolarização

Texto escrito por Dave Pollard, e traduzido por Lucas Teixeira. Se souber inglês, leia o An Unschooling Manifesto, o original em inglês. Significados são perdidos quando um texto é traduzido, ainda mais de forma amadora. Note que o sistema escolar estadunidense (ou canadense, parece que ele é do Canadá) é bem diferente do brasileiro, e certas coisas são específicas de lá. Mas a essência é a mesma.


No segundo ano do ensino médio, eu era um aluno padrão, com notas em inglês por volta de 60%, e em matemática, minha melhor matéria, uns 80%. Testes de aptidão sugeriam que eu deveria estar me dando melhor, e isso era uma mensagem constante nos meus boletins. Eu odiava a escola. Como minha biografia no blog explica, eu era tímido, deslocado socialmente e descoordenado. Minha idéia de diversão era jogar jogos de estratégia (Diplomacia e Cartel, para companheiros geeks daquela época — isso foi muito antes de jogos de computador ou da Internet) e vadiar perto do restaurante drive-in.

Então, no terceiro ano, algo extraordinário aconteceu: minha escola decidiu implementar um programa chamado “estudo independente”, que permitia que qualquer aluno que mantivesse pelo menos 80% de média nas provas de qualquer matéria (isso era um grande feito naqueles dias, quando um C — 60% — era a média escolar) pudesse faltar aulas nessa matéria até/ao menos que suas notas ficassem abaixo desse limiar. Havia um grupo de “cabeçudos” que entrou no programa imediatamente. Metade deles era do costumeiro grupo dos chatos (os “CDF’s”) que não faziam nada a não ser estudar pra manter notas altas (normalmente sob ordem dos pais); mas os da outra metade eram criativos, curiosos, pensadores independentes com um talento natural para o aprendizado. A possibilidade de passar meus dias com esse último grupo, sem a restrição dos muros da escola e dos horários escolares, era o que eu sonhava, então eu concentrei minhas energias na autodidática.

Para o espanto de todos, incluindo eu mesmo, eu me dei muito bem nisso. No fim do primeiro mês na escola minha média estava quase em 90%, e eu era isento de assistir aulas de todas as minhas matérias. Eu fiz amizade com alguns membros do grupo ao qual eu sonhava me juntar e descobri que, juntos, nós poderíamos facilmente cobrir o currículo escolar em menos de uma hora por dia, deixando o resto do dia para discutir filosofia, política, antropologia, história e geografia do terceiro mundo, literatura européia contemporânea, arte, a filosofia da ciência e outros assuntos que não estavam no currículo da escola. Fomos pra museus, assistimos seminários, escrevemos histórias e poesia juntos (e criticávamos o trabalho uns dos outros).

Conforme o ano passou, os “CDF’s”, para o meu assombro, se viram lutando para se manterem nessa independência e optaram por voltar ao programa estruturado da sala de aula. Agora nosso grupo de estudo independente era um grupo notável de não-conformistas, cujas notas — em provas para as quais nós não assistíamos aulas ou estudávamos — eram tão altas que alguns questionavam em voz alta se não estaríamos de alguma maneira colando. Minhas notas chegavam aos 90%, e isso incluindo inglês, onde tais notas eram raras — especialmente pra alguém cujas notas subiram em uns 30 pontos com alguns meses de estudo “independente”. O fato é que meus colegas fizeram o que nenhum professor de inglês conseguiu — me inspirar a ler e escrever vorazmente, e me mostrar como meu estilo de escrita poderia melhorar. O que eu escrevia, marginal (na melhor das hipóteses) seis meses antes, estava sendo publicada no jornal literário da escola. Em uma ocasião, um poema meu que eu li em sala (uma das poucas ocasiões em que eu fui a uma aula nesse ano) produziu uma ovação espontênea dos meus colegas.

As provas finais do terceiro ano naquela época eram feitas por uma comissão para toda a província, assim as universidades podiam julgar quem eram os melhores alunos sem ter que considerar diferenças entre as escolas. Nosso grupo de estudo independente, um punhado de alunos de uma única escola, conseguiu a maioria das bolsas de estudo da província aquele ano. Eu recebi o prêmio de melhor pontuação combinada em inglês e matemática da província — 94%, quase sem precedentes.

A experiência me empurrou para a universidade — eu terminei em dois anos, o máximo que eu aguentei, fazendo cursos extras e cursos de verão, só pra sair de lá. E o programa de estudo independente, apesar do seu sucesso extraordinário, não foi repetido nos anos subsequentes. Parte da justificativa para o programa tinha sido liberar o tempo dos professores para ser gasto com alunos que precisassem de uma maior atenção individual; a duvidosa razão que nos deram pro cancelamento foi que “era injusto privar os alunos normais da presença e do exemplo dos alunos mais ilustres”.

Tudo isso é uma introdução aos meus pensamentos sobre o excelente livro da PS Pirro sobre não-escolarização, da qual a minha experiência atrasada com “estudo independente” é um exemplo. Aqui está um trecho, pra dar uma idéia do livro:

O mundo da sala de aula é tão diferente do que o mundo real tem a oferecer — com a exceção de outras salas de aula — que jovens podem se sobressair na escola pra no fim se verem perdidos no mundo real. Algumas pessoas acham que isso é o resultado de uma escolarização falha, mas alguns de nós suspeitam de outra coisa. Nós suspeitamos que esse sentimento de deslocamento e confusão é na verdade o resultado da escolarização bem sucedida no seu objetivo não-escrito mais básico: manter você dependente, tímido, preocupado, nervoso, submisso, e com medo do mundo. Manter você sob controle. Manter você indefeso. Manter você pequeno.

Pessoas educadas, confiantes e criativas são perigosas para o status quo, perigosas para uma economia centralizada, perigosas para um sistema centralizado de comando e controle. Os que estão no poder não querem você educado. Querem você escolarizado.

Não cabe a professores ou administradores de escolas descobrir o que você deve ser ou fazer. Não cabe ao Estado, não cabe ao seu orientador. Não cabe aos seus pais. O que você faz da sua vida deve caber a você. O que você aprende deve caber a você. Como você navega no mundo e cria seu lugar nele deve ser sua decisão. Sua vida pertence a você. A escola faz o melhor que pode pra “corrigir” essa noção na sua cabeça. A não-escolarização celebra essa noção. A não-escolarização coloca a responsabilidade de criar uma vida satisfatória onde ela pertence: nas mãos de quem está a vivendo.

A PS apresenta 50 razões pelas quais a escolarização é, de qualquer modo imaginável, ruim pra nós e pra nossa sociedade, e 50 razões pelas quais a não-escolarização, que ela define como “aprender sem currículo formal, prazos, notas ou coerção; aprender em liberdade”, é a maneira natural de aprender. Ela argumenta que nós somos doutrinados desde os cinco anos a ceder nosso tempo, nossas liberdades, e no que prestamos atenção, para a vontade do Estado, para que estejamos “preparados” para um mercado de trabalho de escravidão do salário e obediência à autoridade. Deliberadamente, não nos ensinam qualquer coisa que permita que sejamos auto-suficientes na sociedade. E no ambiente industrial da escola, onde os professores precisam “gerenciar” trinta alunos ou mais, a ética e as políticas de poder são deixadas os bullies e outros psicopatinhas nos ensinarem da maneira grotescamente deturpada deles, desde os nosso anos mais jovens e vulneráveis. Como PS explica, é em todos os sentidos uma prisão.

A não-escolarização, por contraste, começa com a compreensão de que você “é dono” do seu próprio tempo, e tem a oportunidade e a responsabilidade de usá-lo de maneiras que sejam significativas e estimulantes pra você. Quando você tem essa oportunidade, você naturalmente aprende bastante, sobre coisas pras quais você liga, coisas que serão inevitavelmente úteis para você construir e ganhar a vida. Seu ambiente de aprendizado é o mundo inteiro, e você aprende o que e quando você quer, sem ser conduzido por currículos, livros didáticos, despertadores e os sinais da escola. Você desenvolve relacionamentos profundos com colegas em áreas de interesse comum, assim que lhes é permitido explorar e descobrir quais são essas áreas. E a Internet e jogos online permitem que você desenvolva esses relacionamentos em qualquer lugar do mundo, recorrer aos experts mais brilhantes do planeta, e se comunicar poderosamente com pessoas curiosas e de mente parecida com a sua, de todas as idades, culturas e ideologias.

Muitas pessoas argumentam que a não-escolarização só vai funcionar para as crianças mais brilhantes e autodisciplinadas. Pelo contrário, eu acho que todos estamos perfeitamente adaptados para a não-escolarização até que o sistema escolar comece a nos tirar o amor pelo aprendizado, a capacidade de se auto-gerenciar, a curiosidade, a imaginação e o pensamento crítico. Quando alcançamos a segunda série do fundamental, começa a ficar muito mais difícil, e meu sucesso na não-escolarização no terceiro ano do ensino médio foi, eu concordo, graças a minha inteligência acima da média e minha iniciativa — a maioria dos meus colegas intelectualmente fracos não conseguiam se manter sem as restrições a qual eles estavam acostumados. Eles haviam a muito perdido a vontade de aprender, e de pensar por si mesmos.

Se toda criança fosse não-escolarizada — se fosse dada a ela a chance de explorar, descobrir e aprender no mundo real o que eles amam fazer, no que eles são unicamente bons em fazer, e com o que o mundo precisa que eles se importem — aí teríamos um mundo de empreendedores confiantes, criativos, informados, poderosos e interligados, fazendo trabalho que deve ser feito, com sucesso. Nós teríamos exércitos de pessoas colaborando para resolver os problemas e crises enfrentando nosso mundo, em vez de indo pra casa exaustos no fim do dia procurando uma fuga, se sentindo incapazes de fazer algo significativo para eles ou para o mundo. Nós teríamos um mundo de produtores em vez de consumidores, um mundo de abundância em vez de escassez, um mundo de diversidade em vez do que Terry Glavin chama de “uma mesmice crescente e obscura”. Teríamos um mundo de jovens escolhendo suas vidas em vez de pegando o que eles podem levar, o que eles podem bancar, o que é oferecido a eles. Teríamos um mundo de pessoas que sabem quem são, e como viver e sobreviver por si mesmos.

Na parte final do livro, PS nos encoraja a procurar grupos de não-escolarização na nossa região e descobrir o que podemos fazer para esse importante movimento crescer. Ela descreve alguns dos grupos que estão organizando viagens para enriquecer ainda mais as experiências dos não-escolarizados, e fornece referências para leitura e exploração do movimento não-escolar.

Estou cada vez mais convencido de que se nós temos qualquer esperança de lidar com as crises que enfrentamos nesse século, ela reside nas gerações que estão agora no “sistema escolar”.

Mais precisamente, ela reside em tirá-los desse sistema, e fazer dessa a última geração de “crianças escolarizadas”.

Considerando o dano que causamos ao mundo — devido em parte (de maneira nenhuma pequena) ao “sistema educativo” que nos moldou — dano que as gerações futuras devem reverter, é o mínimo que podemos fazer para eles, e, enfim, para nós mesmos.

site do tradutor (fonte): http://lucasteixeira.com/um-manifesto-a-nao-escolarizacao/



Sobre Movimento Software Livre

1 de Agosto de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Este artigo foi publicado na revista Escrita nº 7 da Associação Guatá de Fóz do Iguaçú.

 

O Objetivo é o Subjetivo

 

por Alissa Gottfried

 

O limite entre o que somos, o que queremos ser e o que querem que sejamos se configura com um mecanismo das relações de poder.”

 

Trecho do texto de Tininha Llanos Artistas e piratas, hackers e cidadãos comuns, cientistas e imperadores #

 



Repensar os modos de vida hoje é quase proibido. A liberdade é quase uma utopia e o quase é o que nos salva da robotização para o consumo. Nossos sentidos acostumados às “drogas” dificultam-nos de ver o que está por trás do anúncio publicitário. Assim como, desde criança somos ensinados a comer açúcar e apanhar quando fazemos arte, crescermos nos acostumando à banalização da vida gerada pela engrenagem: propaganda da indústria do mercado do comércio do consumo do fetiche da propaganda.

O circuíto midiático crescente, passa a ter tanto poder e alcance que quase engole espaços como a escola, o correio e as lojas de discos. Mas um sistema normatizante age contra a perda do controle. Com a propriedade intelectual considera-se que as idéias são como objetos que devem ter um dono. A partir dessa norma um debate imenso confronta o sistema que regula a apropriação das idéias. Enquanto isso surgem ações que invertem a lógica como o Movimento Software Livre.

Este movimento propõe a colaboração onde cada um soma seu conhecimento ao conhecimento do grupo desenvolvendo softwares que tem seus códicos abertos, ou seja, você pode saber como o software foi desenvolvido, pode usá-lo, melhorá-lo e devolvê-lo melhorado à comunidade que o disponibilizou. Isso numa dinâmica colaborativa que liberta as idéias pois impossibilita a apropriação e dependência que os donos do conhecimento detinham.

Com a implosão da mídia-digital controlar a distribuição de conhecimento, música e vídeo, se torna um problema para quem, até então, mantinha os poderes de cópia, que na maioria das vezes nem era do próprio autor, mas sim das editoras e gravadoras (atravessadores). Isso pode ser considerado a mais valia artística já que artistas e autores recebiam em torno de 1 a 3% do valor da venda de discos e livros. Por muitos anos isso funcionou até que os próprios artistas começam a produzir suas obras e disponibilizam seus conteúdos na internet como no Movimento Música para Baixar.

Exemplos como esse representam a resistência criativa e inteligente que possibilita a liberdade enquanto ação em prol da colaboração e não só da competitividade do capitalismo selvagem. Resistir com criatividade é um objetivo que me tornou educadora popular e usuária de software livre. Já que a educação formal incluindo as universides, na maioria das vezes, ainda reproduzem um sistema de poder desigual [que não está de fato voltada à desenvolver a dignidade e o pensamento crítico e criativo] passei a estudar e trabalhar em projetos sociais que proponham ações pela autonomia popular, como no Pontão de Cultura Digital Minuano onde desenvolvemos cursos de áudio, MetaReciclagem, vídeo, arte gráfica e comunicação com software livre para que as pessoas e pontos de cultura possam produzir e publicar seus próprios conteúdos sem precisar comprar ou piratear softwares proprietários. Entendo com esse trabalho que o empreendedorismo social e cultural é uma alternativa para difundir a cultura brasileira onde as comunidades podem se desenvolver com mais dignidade e auto-estima.

Precisamos saber que condições temos para sermos quem queremos ser e o quanto a democratização da comunicação se torna uma extensão ou a reconstrução da identidade coletiva. Minha indignação contra a indignidade humana também reconstrói minha identidade.

Pela arte colaborativa de sermos nós mesmos.

 

 

______________________

# Você pode ler o texto da citação no link do livro livre: Apropriações Tenológicas -

 

http://www.youblisher.com/p/83145-APropriac-es-de-tecnologia/

http://blogs.cultura.gov.br/cultura_digital/tag/apropriacoes-tecnologicas/

 

 


 

Alissa Gottfried é educadora popular, licencianda em artes visuais na UFRGS e ministra cursos de produção literária com MetaReciclagem em periferias do Brasil.



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