No artigo anterior sobre Docker, eu falei sobre como modificar uma imagem docker usando COMMIT, mas propositalmente não comentei que essa não é a melhor prática Evitei tocar nesse assunto para não frustrar o aprendizado, pois é necessário aprender como funciona o COMMIT, com DIFF e afins.
A melhor forma de modificar uma imagem Docker é recriando ela, ou seja, modificando seu Dockerfile, ou criando um Dockerfile com a imagem escolhida como base e nesse artigo falaremos sobre tudo isso.
Dockerfile
Dockerfile é um arquivo, que contém um conjunto de instruções necessárias para se criar uma imagem Docker, ou seja, com posse do Dockerfile de uma determinada imagem, basta modificar o que deseja e recriar a imagem “do zero”, isso pode demorar um pouco mais, mas essa imagem será muito mais “enxuta” e você terá controle total do seu estado, o que seria bem mais difícil no modelo de efetuar commit de um container.
Caso não tenha o Dockerfile, você pode usar uma imagem a sua escolha como base e então criar a sua imagem como uma camada acima.
Sintaxes básicas
FROM : É a imagem base. Normalmente é usada com nome de distribuição (Debian, Ubuntu e afins), pois não precisaremos criar toda estrutura, certo?
MAINTAINER : É onde se especifica o autor da imagem.
RUN : São as instruções que serão executadas para criação da imagem em questão.
ENTRYPOINT : Especifica o que o que será executado ao iniciar o container. Ele age como precedente a sintaxe CMD, ou seja, caso o ENTRYPOINT seja “top”, o CMD pode ser “-b” que nesse caso ele executaria o top em modo batch. Uma vez que o ENTRYPOINT não seja especificado, e um CMD seja usado, o ENTRYPOINT padrão é “/bin/sh -c
“.
EXPOSE : Usado para informar qual porta o container docker irá “escutar”. Docker use essa informação para interconexão entre containers, ao utilizar links. EXPOSE não define qual porta será exposta para o hospedeiro ou tornar possível o acesso externo para portas do container em questão. Para expor essas portas utilize em tempo de inicialização da imagem a flag -p ou -P.
Para explicação mais exaustiva das sintaxes já explanadas e outras novas, acesse essa documentação.
Exemplo
Crie uma pasta com o comando abaixo:
# mkdir nginx
Entre nessa pasta:
# cd nginx
E então crie um arquivo chamado “Dockerfile” com o seguinte conteúdo:
FROM debian
MAINTAINER Rafael Gomes <gomex@riseup.net>
RUN apt-get update
RUN apt-get install -y nginx
ENTRYPOINT ["/usr/sbin/nginx"]
EXPOSE 80
Com esse Dockerfile, temos:
- Uma imagem com base na imagem do Debian, ou seja, não precisamos nos preocupar com o sistema básico.
- O autor dessa imagem sou eu
- Primeiro eu atualizo a base do apt-get e então instalo o nginx.
- Ao iniciar essa imagem ela executará o nginx automaticamente.
- A porta exposta para possível interconexão entre containers é a porta 80.
Nesse link tem um ótimo documento explicando as boas práticas na criação de um Dockerfile.
Criando a imagem
Com o Dockerfile preenchido, execute o comando abaixo para criar sua imagem:
# docker build -t gomex/nginx .
No lugar de “gomex” coloque o seu usuário da nuvem pública do docker e no lugar de “nginx” o nome da sua imagem.
Ao terminar, pode efetuar o push para a nuvem pública e assim proporcionar a distribuição da sua imagem:
# docker push gomex/nginx
Pronto! Agora já tem sua imagem prontinha, totalmente “enxuta” e disponível para que outra pessoa possa baixar e utilizar.
Por hoje é só pessoal, logo teremos mais artigos sobre Docker. Fiquem atentos.
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