O portal inglês The Intercept revelou nesta segunda-feira (14) documentos que apontam o uso de sofisticadas ferramentas por parte do governo britânico para monitorar e modificar dados de alguns dos principais serviços de comunicação do mundo. De acordo com o documento, a GCHQ, Agência de Inteligência Britânica, possui ferramentas capazes de acessar contas privadas do Facebook, YouTube, além de qualquer ligação telefônica realizada em seu território.
A revelação do documento faz parte de um trabalho conjunto entre o editor do The Intercept, Gleen Greenwald e o ex-agente da NSA, Edward Snowden, para expor as táticas de vigilância clandestina aplicadas pelos Estados Unidos e pela Grã-Bretanha.
Intitulado “Ferramentas e Técnicas da JTRIG”, o documento oferece um panorama completo da escala de operações de espionagem praticadas pela inteligência britânica. Algumas dessas ferramentas seriam capazes, por exemplo, de monitorar chamadas e mensagens do Skype em tempo real, além de acessar remotamente terminais com o sistema operacional Windows através do Office, o que traz à tona a velha questão sobre a confiabilidade da Microsoft, se ela colabora ou não com a espionagem praticada por governos.
Outro software utilizado seria o “CLEAN SWEEP”, capaz de ocultar imperceptivelmente publicações que usuários fizessem em seu próprio mural no Facebook. Também o “GESTATOR” seria um software de manipulação de conteúdo utilizado para amplificar o alcance de uma dada mensagem ou vídeo (o documento cita explicitamente o YouTube).
Uma série de outros softwares e suas respectivas funcionalidades para as atividades de monitoramento e manipulação de dados são detalhados no documento, como o “BURLESQUE”, que seria capaz de enviar mensagens SMS em massa e assim ser utilizado para espalhar informações falsas entre a população.
Algumas das ferramentas trazem a marcação “em desenvolvimento”, mas a maioria encontra-se marcada como “em pleno funcionamento”.
A revelação coincide com o debate no Parlamento do Reino Unido da legislação de emergência para facilitar o trabalho dos serviços de segurança, forçando as empresas de telefonia a armazenar dados de usuários de Internet por um ano.
A íntegra do documento pode ser lida aqui.
Com informações do Canaltech.
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