Recuperação de veículos roubados cai pela metade com o Governo Beto Richa
2 de Setembro de 2011, 0:00 - sem comentários aindaO resgate de carros roubados no Paraná cai pela metade com o Governo de Beto Richa (PSDB). Em 2010, com o Governo de Roberto Requião (PMDB), a taxa de recuperação era de 64%. Com Beto Richa a taxa é de 36%.
Veja a matéria completa publicada na Gazeta do Povo:
Recuperação de veículos roubados cai pela metade
Um a cada três dos carros levados por criminosos no Paraná no primeiro semestre deste ano foi resgatado. É o segundo pior índice desde 2007
DIEGO RIBEIRO
A taxa de recuperação de veículos roubados ou furtados no Paraná caiu pela metade no primeiro semestre deste ano. Passou de 64% em 2010 para 36%. É a segunda pior média desde 2007, quando as estatísticas de criminalidade começaram a ser divulgadas pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). Entre janeiro e junho de 2011, 8.980 veículos foram levados por criminosos no Paraná – média de 49 ocorrências por dia. As cidades mais visadas pelos ladrões são Curitiba e região, Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu. Só a capital registrou 3.971 roubos e furtos de veículos nos primeiros seis meses. Deste total, 34% voltaram para seus donos.
Os números evidenciam dois problemas graves de segurança pública: a polícia não evita o crime e, pior, quase não recupera o veículo levado. “Não existe disponibilidade de material humano para isso [recuperar os veículos]”, reconhece o delegado-chefe da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio da Polícia Civil, Luiz Carlos de Oliveira. Para resolver esse problema, o governo promete contratar mais 2.260 policiais civis até 2014.
A falta de efetivo pode até justificar o baixo índice, mas não esclarece o que motiva esses crimes e a falha em resgatar os veículos. O ex-comandante-geral da Polícia Militar paulista coronel Rui César Melo, especialista em segurança pública, acredita que outros fatores interfiram no trabalho. “Pode ser que a polícia não esteja dando a devida atenção”, afirma.
Na opinião dele, a agilidade da polícia é fundamental na recuperação de veículos roubados. “Os carros têm rastreadores. A polícia também deveria ter em cada viatura um cadastro de veículos roubados”, sugere. De acordo com o coronel, o Paraguai e a Bolívia são grandes consumidores de veículos roubados no Brasil. Por isso, a participação da Polícia Federal e das polícias rodoviárias é decisiva para aumentar os índices de recuperação. “É fundamental que as polícias façam ações de controle nas estradas e na fronteira”, lembra.
Indústria do furto
Segundo o delegado Oliveira, há três destinos para os veículos roubados: a revenda com documentos falsos; a troca por droga ou para uso do tráfico; e o desmanche. Neste último, está uma das raízes do problema. Melo chama de “indústria do roubo e furto de veículos”. Excepcionalmente, veículos também são levados para uso em fugas de outros crimes.
Segundo a polícia, os desmanches existem porque há um mercado paralelo de autopeças no estado. Ou seja, a população é vítima dos crimes, mas colabora indiretamente para que os roubos continuem ocorrendo quando compram peças suspeitas por um terço do valor habitual. Normalmente, as lojas “esquentam” as peças com notas fiscais reais.
No entanto, segundo Melo, dificilmente os consumidores pagarão os preços reais por essas mercadorias. “É preciso um trabalho educativo com a população, mas ela vai buscar o preço baixo sempre. Por isso, é preciso fiscalização da polícia, da prefeitura, da Receita Federal, enfim, um trabalho ostensivo em cima dos estabelecimentos.”
Assalto vai do susto ao trauma
A professora Kátia Vianna, 52 anos, é uma das vítimas da ousadia dos ladrões e da ineficiência da polícia. No último dia 8, ela teve o carro furtado por volta das 9 horas nas imediações do Cemitério Água Verde, em Curitiba. O veículo – um modelo Celta com apenas três meses de uso – não foi encontrado até hoje.
Kátia lembra do susto que levou quando saiu do cemitério e não encontrou o carro onde havia deixado. “Achei até que não tinha estacionado ali”, recorda. A confirmação do crime veio de um policial, que já estava trabalhando para notificar um outro furto ocorrido pouco tempo antes. “Quando cheguei, fiquei desnorteada. Como era segunda-feira, tinha ido ao mercado e enchido o tanque”, lamenta.
Trauma
A experiência de ter o próprio carro levado por ladrões é bastante traumática. O casal Simone Karam, 31 anos, e Rômulo Teixeira, 30, viveu isso há seis anos, na capital. Quando pararam em frente a um posto perto da Rua Júlia da Costa, no bairro Mercês, dois assaltantes bateram na janela. Um deles os mandou sair do carro, um Corsa. Outro, confuso e alterado, exigia que fossem para o banco de trás. O casal conseguiu negociar e sair do carro antes que ele fosse levado.
O trauma demorou a passar. O medo de sair à noite se manteve durante muito tempo, contam. “Fiquei um mês dormindo com a luz acesa”, diz Simone. Segundo ela, a ousadia dos criminosos foi grande. “Tinha muita gente na rua, mas ninguém ajudou”, lembra. Neste caso, felizmente, o veículo foi recuperado.
Orientação
O delegado Luiz Carlos de Oliveira diz que a população pode se prevenir mais contra os furtos e roubos de veículos. “Não existem locais determinados para que esses crimes ocorram. Às vezes, as pessoas são surpreendidas na saída de casa”, afirma. Mas, segundo ele, as pessoas devem estar preparadas. “Se forem vítimas, jamais reajam ou se movimentem sem informar o ladrão”.
Qualquer movimento brusco, de acordo com o delegado, pode gerar uma reação negativa do bandido. Além disso, Oliveira lembra que qualquer medida para dificultar o crime é importante. O uso de travas ou de GPS e procurar deixar o carro em local seguro ajuda a evitar a ação dos ladrões.
Crime
Facilidade atrai ladrões
Veículos populares com poucos itens de segurança são os preferidos dos criminosos. Normalmente eles procuram facilidade para agir, mas, dependendo da “encomenda”, escolhem a dedo o veículo que será levado. De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), veículos importados estão na lista dos criminosos também. Os modelos I30 Hyundai e Honda Civic são os mais visados. Segundo o órgão, o crime é comum em qualquer horário. Há pouco tempo, o estado de Santa Catarina se tornou o destino de veículos furtados em Curitiba. Recentemente, foram fechados cinco desmanches em Joinville.
Para o delegado Luiz Carlos de Oliveira, a implantação de um banco de dados no país com informações pessoais dos criminosos, inclusive com DNA e gravação de voz, ajudaria a reduzir esse tipo de crime. O banco daria suporte à investigação de todos os tipos de crimes. “Quando identificarmos o autor do crime, vamos encontrar o bem roubado”, afirma.
Parabéns ao Prof. Ricardo Marcelo Fonseca. Entrevista com Paolo Grossi.
2 de Setembro de 2011, 0:00 - sem comentários aindaParabéns ao Professor de História do Direito da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, pela organização em Curitiba do 5º Congresso Brasileiro de História do Direito. O professor Ricardo Marcelo foi um dos meus grandes professores do Mestrado da UFPR. Veja entrevista com Paolo Grossi publicada hoje na Gazeta do Povo. Tenho minhas dúvidas sobre a aplicabilidade dos ideais pós-modernos na América Latina, onde o Estado ainda tem um papel essencial. Mas a discussão é essencial.
“O Direito é uma dimensão insubstituível da sociedade”
Paolo Grossi, historiador do Direito, juiz da Corte Constitucional Italiana e professor da Universidade de Florença
Publicado hoje na Gazeta do Povo, por Kamila Mendes Martins
Desde os anos 70, o renomado jurista italiano e historiador do Direito Paolo Grossi se lembra de ter vindo ao Brasil pelo menos seis vezes. Nesse período, presenciou grandes transformações no país e nas práticas jurídicas nacionais. “Observo um crescimento cultural, uma revolução na forma como os brasileiros pensam o Direito”. Nos seus primeiros contatos com as faculdades de Direito do Brasil, Grossi constatava a presença de ótimos técnicos, mas nada além disso. “Era o Direito como técnica, como instrumento para o advogado e o juiz resolverem uma questão. Hoje é diferente. Compreendeu-se que o Direito é uma dimensão necessária e insubstituível da sociedade civil”, explica.
Grossi esteve em Curitiba nesta semana para participar do 5.º Congresso Brasileiro de História do Direito, quando falou sobre a identidade do jurista hoje. Ele conversou pessoalmente com a reportagem da Gazeta do Povo um dia antes de receber o título de doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Paraná. Bem humorado, declarou seu fascínio pelo Brasil na entrevista concedida ao lado do diretor da Faculdade de Direito da UFPR e presidente do Instituto Brasileiro de História do Direito, Ricardo Marcelo Fonseca, que ajudou a eliminar as barreiras da linguagem.
O senhor veio ao Brasil para falar sobre o papel do jurista hoje, em um congresso de História do Direito. Em que sentido o jurista da pós-modernidade é diferente do jurista moderno?
Nós temos sobre as nossas costas o século 20, que eu não hesito em chamar de pós-moderno. Isso quer dizer que do ponto de vista jurídico este século se distancia muito daquilo que foi a modernidade jurídica, que acreditou fortemente no Estado, chamado a controlar todo o Direito. Durante a modernidade tivemos um vínculo muito forte, quase necessário, entre o poder político e a formação do Direito. O novo século se inaugura em direção oposta. O Estado não basta para conter e organizar a sociedade. Há um grande movimento de mudança sobre o plano social, econômico e técnico. Estado e lei não são mais capazes de ordenar a sociedade. Isso já constatamos nos primeiros anos do século 20. Agora, o que quer dizer o direito para os juristas pós-modernos? Quer dizer crise do Estado e crise da lei. A sociedade descobre a sua complexidade jurídica, multiplicam-se as fontes do direito e temos uma situação de incerteza. Mas também de busca de novas certezas. As velhas certezas da modernidade, Estado e Lei, não bastam mais.
E isso é uma coisa boa?
Creio que sim. Quando ensinava na Universidade de Florença, dizia aos alunos: “orgulhem-se de estudar a ciência jurídica”. Para o jurista este é um tempo difícil, mas fértil. Difícil porque a ciência jurídica, os juízes, a mesma prática jurídica, os notários, os advogados, são investidos da formação do Direito. Ou melhor, eles devem fazer uma obra de suplência. Antes o Estado pensava em tudo, o Direito se identificava em uma lei ou em um complexo de leis, em um conjunto de regras gerais, autoritárias. Agora isso não é mais possível. Existe a necessidade de poderes supletivos. E de quem são eles? Claro que dos proprietários das técnicas do Direito, os professores, juízes, advogados, notários.
O jurista deixou de ser apenas um aplicador da lei, passou a transformar sua aplicabilidade?
Está se desenvolvendo na Europa continental um fenômeno que sempre aconteceu no mundo não continental, o mundo inglês. Na Common Law há uma continuidade absoluta entre a Idade Média e a modernidade jurídica. Na Idade Média, o protagonista da formação do direito era o jurista. Com a modernidade, sobretudo com a Revolução Francesa, tudo é confiado ao Estado. Há um protagonismo do Estado mesmo na criação do Direito. Mas na Inglaterra continua o protagonismo dos juristas, sobretudo dos juízes. Na Itália, e creio que em toda a Europa continental, nos encontramos em uma situação que nos aproxima muito do mundo da Common Law, porque o juiz tem um papel enorme e também porque a Europa continental durante a modernidade inventou códigos esplêndidos, obras-primas de doutrinas jurídicas. Mas eles não são mais suficientes para ordenar a vida jurídica que ao longo do século passado é enorme. O século 20 teve esta característica: o percurso de um movimento de mudança que nunca houve antes. O legislador às vezes é surdo ou impotente. Eis que há a necessidade de outras fontes de Direito, porque a sociedade é um corpo vivo.
Nesse sentido a Common Law seria mais adequada para que o Direito se adaptasse rapidamente às mudanças sociais?
Não há dúvida de que a Common Law soube ordenar uma sociedade capitalista muito desenvolvida, primeiro a inglesa e depois a dos Estados Unidos. Porque atribuir a formação do Direito a seus mestres, a juristas, a notários, significa não fossilizá-lo em um texto escrito de uma vez por todas, para sempre. Na França é ainda vigente o Código Napoleônico, de 1804. Naturalmente que houve mudanças, mas a estrutura permanece a mesma. Na Itália temos vigente o código de Direito Privado de 1942, mas há necessidade de tantos institutos novos que nascem da prática cotidiana. O risco agora é a separação sempre grosseira entre os fatos da vida do cotidiano e o Direito oficial.
Quais os atuais desafios jurídicos europeus?
Estamos criando com dificuldade a União Europeia, união política e jurídica. Um dos problemas é a dúvida quanto à produção de um código de Direito Privado europeu. O risco é fazer uma obra de arte jurídica perfeita, mas que se tornará velha em poucos anos. Apenas pense neste grande fato técnico: a revolução digital, que é ficção científica para o código italiano de 1942.
No Brasil, temos hoje muitas instâncias judiciais, a primeira, a segunda, o STJ e o STF. O ministro Cezar Peluso tem uma proposta de reduzir a possibilidade de tantas instâncias e permanecer apenas com duas. Esse pode ser um problema ao princípio do devido processo legal?
A possibilidade de um recurso a uma terceira instância é uma grande garantia ao cidadão. O que falta na Itália é um número suficiente de juízes. Os juízes são poucos, o trabalho é grande e temos lentidão extrema. Um problema do primeiro grau para chegar ao terceiro pode demorar até 20 anos. E isso é ruim, pois a Justiça tem de ser rápida. Fundamental é ter um número de juízes que seja capaz de resolver esse problema da celeridade, mas não tiraria essa garantia ao cidadão de poder ter três graus de jurisdição.
O STF tem grandes discussões de repercussão nacional, como o caso de aborto de fetos anencéfalos e as cotas raciais nas universidades públicas. Como é na Itália?
Temos casos assim. Um dos maiores é o dos doentes terminais. Coloca-se a questão de poder desligar as máquinas de uma pessoa que vive em estado vegetativo. O matrimônio dos homossexuais foi recentemente discutido na corte. São temas que resguardam os direitos fundamentais da pessoa humana. Temos problemas grandes sobre o conflito intercultural, quero dizer, sobretudo, interreligioso.
Charges: Gazeta do Povo faz uma homenagem aos nossos queridos congressistas
2 de Setembro de 2011, 0:00 - sem comentários aindaCharges: Gazeta do Povo faz uma homenagem aos nossos queridos congressistas
2 de Setembro de 2011, 0:00 - sem comentários aindaFolha de S. Paulo X FAlha de S. Paulo
1 de Setembro de 2011, 0:00 - sem comentários aindaVeja o site http://desculpeanossafalha.com.br. Hoje na Folha de S. Paulo:
Comissão aprova audiência sobre blog
A Comissão de Legislação Participativa da Câmara aprovou a realização de audiência pública para discutir a pendência judicial entre a Folha e um blog que, a pretexto de criticar o jornal, vinha utilizando seu logotipo. A data da audiência ainda não foi marcada.
Em liminar, a Justiça determinou que o blog não use o logotipo do jornal nem endereço semelhante na internet.