Constrangimentos no mensalão – Paulo Moreira Leite
3 de Agosto de 2012, 0:00 - sem comentários aindaNo Vamos Combinar da revista Época
Sabemos que os esquemas financeiros da política brasileira são condenáveis por várias razões, a começar pela principal: permitem ao poder econômico alugar o poder político para que possa atender a seus interesses. Os empresários que contribuem com campanhas financeiras passam a ter deputados, senadores e até governos inteiros a seu serviço, o que é lamentável. O cidadão comum vota uma vez a cada quatro anos. Sua força é de 1 em 100 milhões. Já o voto de quem sustenta os políticos é de 100 milhões contra 1.
Por isso sou favorável a uma mudança nas regras de campanha, que proíba ou pelo menos controle essa interferência da economia sobre a política. Ela é, essencialmente, um instrumento da desigualdade. Contraria o princípio democrático de que 1 homem equivale a 1 voto.
Pela mesma razão, eu acho que todos os fatos relativos ao mensalão petista precisam ser esclarecidos e examinados com serenidade. Casos comprovados de desvios de recursos públicos devem ser punidos. Outras irregularidades também não devem passar em branco.
Não vale à pena, contudo, fingir que vivemos entre cidadãos de laboratório. Desde a vassoura da UDN janista os brasileiros têm uma longa experiência com campanhas moralizantes para entender um pouco mais sobre elas. Sem ir ao fundo dos problemas o único saldo é um pouco mais de pirotecnia.
No tempo em que Fernando Henrique Cardoso era sociólogo, ele ensinava que a opinião pública não existe. O que existe, explicava, é a “opinião publicada.” Esta é aquela que você lê.
O julgamento do mensalão começa em ambiente de opinião publicada. O pressuposto é que os réus são culpados e toda deliberação no sentido contrário só pode ser vista como falta de escrúpulo e cumplicidade com a corrupção.
Num país que já julgou até um presidente da República, é estranho falar que estamos diante do “maior julgamento da história.” É mais uma opinião publicada. Lembro dos protestos caras-pintadas pelo impeachment de Collor. Alguém se lembra daquela da turma do “Cansei”?
Também acho estranho quando leio que o mensalão foi “revelado” em junho de 2005. Naquela data, o deputado Roberto Jefferson deu a entrevista à Folha onde denunciou a existência do “mensalão” e disse que o governo pagava os deputados para ter votos no Congresso. Falou até que eles estavam fazendo corpo mole porque queriam ganhar mais.
Anos mais tarde, o próprio deputado diria – falando “a Justiça, onde faltar com a verdade pode ter mais complicações – que o mensalão foi uma “criação mental”. Não é puro acaso que um número respeitável de observadores considera que a existência do mensalão não está provada.
A realidade é que o julgamento do mensalão começa com um conjunto de fatos estranhos e constrangedores. Alguns:
1. Roberto Jefferson continua sendo apresentado com a principal testemunha do caso. Mas isso é o que se viu na opinião publicada. Na opinião não publicada, basta consultar seus depoimentos à Justiça, longe dos jornais e da TV, para se ouvir outra coisa. Negou que tivesse votado em projetos do governo por dinheiro. Jurou que o esquema de Delúbio Soares era financiamento da campanha eleitoral de 2004. Lembrou que o PTB, seu partido, tem origens no trabalhismo e defende os trabalhadores, mesmo com moderação. Está tudo lá, na opinião não publicada. Ele também diz que o mensalão não era federal. Era municipal. Sabe por que? Porque as eleições de 2004 eram municipais e o dinheiro de Delúbio e Marcos Valério destinava-se a essa campanha.
2. Embora a opinião publicada do procurador geral da República continue afirmando que José Dirceu é o “chefe da quadrilha” ainda é justo esperar por fatos além de interpretações. Deixando de lado a psicologia de botequim e as análises impressionistas sobre a personalidade de Dirceu é preciso encontrar a descrição desse comportamento nos autos. Vamos falar sério: nas centenas de páginas do inquérito da Polícia Federal – afinal, foi ela quem investigou o mensalão – não há menção a Dirceu como chefe de nada. Nenhuma testemunha o acusa de ter montado qualquer esquema clandestino para desviar qualquer coisa. Nada. Repito essa versão não publicada: nada. São milhares de páginas. Nada entre Dirceu e o esquema financeiro de Delúbio.
3. O inquérito da Polícia Federal ouviu 337 testemunhas. Deputados e não deputados. Todas repetiram o que Jefferson disse na segunda vez. Nenhuma falou em compra de votos para garantir votos para o governo. Ou seja: não há diferença entre testemunhas. Há concordância e unanimidade, contra a opinião publicada.
4. A opinião publicada também não se comoveu com uma diferença de tratamento entre petistas e tucanos que foram agrupados pelo mesmo Marcos Valério. Como Márcio Thomaz Bastos deve lembrar no julgamento, hoje, os tucanos tiveram direito a julgamento em separado. Aqueles com direito a serem julgados pelo STF e aqueles que irão para a Justiça comum. De ministros a secretárias, os acusados do mensalão petista ficarão todos no mesmo julgamento. A pouca atenção da opinião publicada ao mensalão mineiro dá a falsa impressão de que se tratava de um caso menor, com pouco significado. Na verdade, por conta da campanha tucana de 1998 as agências de Marcos Valério recebiam verbas do mesmo Banco do Brasil que mais tarde também abriria seus cofres para o PT. Também receberam aqueles empréstimos que muitos analistas consideram duvidosos, embora a Polícia Federal tenha concluído que eram para valer. De acordo com o Tribunal de Contas da União, entre 2000 e 2005, quando coletava para tucanos e petistas, o esquema de Marcos Valério recebeu R$ 106 milhões. Até por uma questão de antiguidade, pois entrou em atividade com quatro anos de antecedência, o mensalão tucano poderia ter preferência na hora de julgamento. Mas não. Não tem data para começar. Não vai afetar o resultado eleitoral.
É engraçada essa opinião publicada, concorda?
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O Blog do Tarso foi um dos termos mais twitados de Curitiba durante o debate. Obrigado, no próximo tem mais!
3 de Agosto de 2012, 0:00 - sem comentários ainda
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Em debate morno Luciano Ducci vira alvo e se dá mal. Sinal amarelo na campanha do prefeito
3 de Agosto de 2012, 0:00 - sem comentários aindaAcabou a pouco o primeiro debate entre os candidatos a prefeito de Curitiba em 2012. Na TV Band Curitiba participaram Gustavo Fruet (PDT), Rafael Greca (PMDB), Bruno Meirinho (PSOL), Ratinho Jr (PSC), Carlos Moraes (PRTB) e Luciano Ducci (PSB), o atual prefeito.
O Blog do Tarso acompanhou in loco todo o debate, com comentários ao vivo no Twitter, Facebook, no Blog e no Instagram.
Pela tarde o Blog do Tarso denunciou que meninas modelos (ou comissionadas ou terceirizadas) já distribuiam ao lado da Band adesivos da milionária campanha de Luciano Ducci. Isso tudo deve ser fiscalizado e depois prestado contas pelo candidato.
O debate teve início às 22h.
O candidato que mais apanhou foi Luciano Ducci e o que mais bateu foi Ratinho Jr.
Ratinho criticou o transporte coletivo que as gestões Beto Richa (PSDB) e Luciano Ducci deixaram para Curitiba.
Rafael Greca também bateu em Ducci ao questionar onde estariam as imagens de radar dos assassinos dos jovens Gilmar Yared e Carlos Almeida, além de ligar a Linha Verda à Delta e ao bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Uma das grandes estrelas do debate foi o microfone de Gustavo Fruet, que não funcionou em vários momentos. O coordenador jurídico de Fruet, Luiz Fernando Pereira, solicitou e conseguiu um minuto e meio a mais para o candidato em decorrência do problema. Nesse momento Ducci pediu direito de resposta. Ninguém entendeu.
Fruet criticou a falta de transparência do ICI – Instituto Curitiba de Informática.
Ducci não conseguia fazer uma frase inteira e não conseguiu se defender dos ataques.
Bruno Meirinho, jovem advogado, se mostrou bastante preparado, falando de temas como o IPTU progressivo e fazendo críticas às privatizações e terceirizações.
Ducci, Fruet, Greca e Ratinho elogiaram a presidenta Dilma Rousseff.
Destaques da internet ou bastidores:
A jornalista Adriane Werner comentando sobre a oratória dos candidatos no Twitter. Mas chegou uma hora que o Twitter a censurou, por excesso de tuítes ou por ela ter falado da dicção ruim de Ducci.
Estranhamente o jornalista Rogério Galindo, da Gazeta do Povo, normalmente crítico de Ducci, disse que Ducci falou muito bem, até melhor do que Beto Richa. Muitos internautas acharam estranha a posição do Caixa Zero.
Durante o debate o deputado Fábio Camargo enviou mensagem no Twitter dizendo que apoia Ratinho. Mas Camargo é do PTB, partido da coligação de Luciano Ducci.
Quando Gustavo Fruet disse que uma secretaria foi criada apenas para acomodar o deputado Osmar Bertoldi, o próprio, ao meu lado, ficou preocupado em perder a boquinha.
Com o mau desempenho de Ducci, assessores do prefeito na sala de imprensa chegaram a cogitar a não participação de Ducci nos próximos debates na TV.
Muitas internautas disseram que Fruet estava bem vestido mas deveria cortar o cabelo.
Carlos Moraes conseguiu de última hora participar do debate, após decisão do TRE.
Ducci cumpriu sua promessa de iria chegar de ônibus no debate. Chegou com um ônibus alugado de luxo.
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Cesusc entregará título de Doutor Honoris Causa ao advogado Edésio Passos
3 de Agosto de 2012, 0:00 - sem comentários aindaNo dia 13 de agosto, às 19 horas, o Cesusc prestará homenagem ao advogado Edésio Franco Passos, um dos mais notórios advogados do País, que completou 50 anos de atuação profissional, dedicados à defesa dos direitos dos trabalhadores brasileiros.
A Faculdade entregará a sua mais alta honraria, o título de Doutor Honoris Causa e ainda dará nome de sala ao advogado. A cerimônia ocorrerá no Auditório da Instituição, e contará com a presença de personalidades da área jurídica, política, organizações populares, amigos e familiares.
Na ocasião, será lançado na Biblioteca o livro “Edésio Passos: 50 anos de advocacia”, com sessão de autógrafos.
Sobre Edésio Franco Passos
Edésio Franco Passos foi Deputado Federal e é atualmente o Diretor Administrativo da Itaipu Binacional. A partir da trajetória pessoal de Edésio, foram reconstruídos fatos da advocacia trabalhista, da luta dos trabalhadores, da política e da construção de um mundo melhor.
Leia mais em: www.edesio50anos.com.br
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Luciano Ducci está desesperado e muito mal no debate da Band #EleiçõesNaBandCuritiba
2 de Agosto de 2012, 0:00 - sem comentários aindaFiled under: Política Tagged: Luciano Ducci