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27 de Maio de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

Iniciativa privada não pode ser exemplo para a Administração Pública

14 de Fevereiro de 2013, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

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É um erro crasso a esquerda, ou a centro-esquerda, apoiar que exemplos da iniciativa privada sejam utilizados na Administração Pública. É chamado de neoliberalismo-gerencial a tentativa de implementação da Administração Pública gerencial no âmbito da Administração federal. O ápice do gerencialismo-neoliberal ocorreu durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002), com:

a) Privatizações em sentido estrito (venda das empresas estatais);

b) Privatizações em sentido amplo (concessões de serviços públicos, repasse da gestão de aparelhos estatais sociais para as organizações sociais – OS);

c) Criação de agências reguladoras independentes, com mandato fixo dos seus dirigentes que ultrapassam o mandato do presidente da República;

d) Meritocracia no âmbito dos servidores públicos, criando competição entre eles;

e) simplificação de procedimentos que ao invés de aprimorar a burocracia, acabam gerando mais corrupção, mais nepotismo, mais clientelismo. Ou seja, um retorno ao patrimonialismo.

Por que a iniciativa privada não pode ser exemplo para a Administração Pública? Simples.

Na iniciativa privada existe tanta corrupção quanto na Administração Pública. Além disso, quem corrompe a Administração Pública é a iniciativa privada, que é o corruptor. É o neoliberalismo-gerencial que quer que acreditemos que a iniciativa privada é menos corrupta.

A iniciativa privada não é mais eficiente do que a Administração Pública. Milhares de empresas privadas fecham suas portas todos os anos por má gestão. Hospitais privados com dívidas por não conseguirem sobreviver sem fartos recursos públicos. Bancos privados que necessitam de dinheiro público para não falirem. O Tribunal de Contas de São Paulo entendeu que a privatização da saúde no estado por meio das OS fez com que o atendimento fosse menos eficiente e mais caro. Os exemplos são vários.

As agências independentes com mandato fixo levam os técnicos se sobreporem aos políticos, o que subverte totalmente os ensinamentos de Max Weber. Além de ser totalmente antidemocrtático um presidente eleito não poder escolher os dirigentes das agências após vencer uma eleição.

A meritocracia também é um erro. A competição dentro da iniciativa privada leva a trabalhadores cada vez mais explorados, mais estressados, com mais doenças físicas e psicológicas e menos felicidade. Ou alguém acha que os trabalhadores de hoje, em empresas cada vez mais competitivas, são mais felizes? Ler sobre o tema o livro sobre os princípios dos servidores públicos da Ministra do STF, Cármen Lúcia Antunes Rocha. Altas taxas de suicídio, depressão, câncer, matanças realizadas por ensandecidos. Vivemos num mundo cada vez melhor? Não sou contra uma Administração Pública eficaz. Mas para isso não é necessária a implementação da neurose da iniciativa privada. É necessário o fortalecimento dos instrumentos de controle sobre a Administração Pública, principalmente o controle social. Somente com uma democracia participativa, direta, com a população controlando o poder público, poderemos implementar uma Administração Pública mais profissional e eficaz.

E o “jeitinho” do gerencialismo-neoliberal, com o intuito de fuga dos concursos públicos e das licitação, também deve ser combatido. Os processos devem ser aprimorados, e não extintos. O controle apenas finalístico, apenas de resultados, é totalmente equivocado. Não ocorre de forma eficaz e, ao invés de aprimorar a burocracia weberiana, leva o Poder Pública para o patrimonialismo.

E quando a iniciativa privada é mais eficiente do que a Administração Pública, como regra isso é devido a muita sonegação de impostos, criação de caixa 2, exploração ao máximo do trabalhador e devastação do meio ambiente.

O capitalismo vem se deteriorando a cada dia, com a concentração de recursos em empresas gigantescas, mais fortes do que a democracia das nações, com o poder do capital se sobrepondo ao direito do trabalho e ao direito ambiental. Sindicatos cada vez mais enfraquecidos. Estados cada vez mais fracos. A saída a pequeno e médio prazo é o fortalecimento das micro e pequenas empresas, o cooperativismo (real e não fictício) com trabalhadores donos de entidades que poderiam fazer frente ao grande capital e um Estado de Bem-Estar Social radicalmente democrático.

A longo prazo são várias as saídas. Mas daí são poucas as respostas.

Tarso Cabral Violin - Tarso Cabral Violin – autor do Blog do Tarso, é professor de Direito Administrativo, mestre em Direito do Estado pela UFPR, com dissertação crítica a Administração Pública gerencial-neoliberal e autor de livros e artigos sobre Direito Público


Filed under: Política Tagged: Administração Pública, gerencialismo, neoliberalismo

A favor do financiamento público de campanhas

14 de Fevereiro de 2013, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

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Do Blog do Zé Dirceu

O financiamento público exclusivo de campanhas eleitorais talvez seja dos aspectos da reforma política o que mais gera controvérsias. Por isso, é também o que precisa ser alvo de maior esclarecimento, a fim de que seus reais objetivos cheguem ao conhecimento de toda a sociedade.

Ao contrário do que a grande imprensa recorrentemente diz em seus editoriais, a defesa da adoção do financiamento público de campanha não é feita como a proposição de uma solução mágica para todos os males da corrupção. A complexidade deste debate por si só desmantela essa possibilidade e exige que a questão seja refletida e analisada sob seus múltiplos aspectos.

Os principais argumentos utilizados contra o financiamento público, muitas vezes por falta de conhecimento, outras apenas por pura má fé, é que ele retiraria recursos que deveriam ser investidos em áreas prioritárias como Saúde e Educação, que seria um ônus a mais para o contribuinte e que representaria um esforço inútil por não impedir a utilização de outras formas de arrecadação pelos partidos e candidatos.

É difícil afirmar qualquer coisa sobre algo que não experimentamos. Mas a manutenção do sistema atual, o financiamento privado “este sim, comprovadamente eivado de distorções e marcado pela prevalência do poder econômico sobre os interesses dos cidadãos” não pode ser defendido como alternativa razoável se quisermos aprofundar a democracia e evitar que, a cada novo pleito, amplie-se o poder dos financiadores.

Vale lembrar que não estamos saindo de um modelo exclusivamente privado. Caso não houvesse o aporte de recursos públicos às campanhas, que se dá atualmente por meio do Fundo Partidário e do horário gratuito de propaganda eleitoral, os gastos dos partidos com as campanhas seriam muito maiores.

Afinal, a principal despesa das campanhas modernas em países como os EUA, por exemplo, se dá justamente com a compra de tempo de veiculação nos meios de comunicação de massa.

Ainda assim, as campanhas eleitorais no Brasil, financiadas em maior parte por grupos poderosos e grandes corporações, estão entre as mais caras do mundo.

De acordo com dados do TSE, os gastos nas campanhas têm sido decisivos na eleição de um candidato.Dos 513 eleitos para a Câmara dos Deputados, 369 foram os candidatos que mais gastaram nas campanhas de 2010. Os 513 eleitos gastaram, em média, doze vezes mais do que o restante dos candidatos.

Os gastos declarados em campanhas eleitorais saltaram de R$ 800 milhões para R$ 4,8 bilhões em oito anos.

Como bem colocou o deputado Henrique Fontana (PT-RS), relator do projeto de reforma política que tramita na Câmara, “o sistema vigente cobra caro do cidadão o retorno dos recursos privados despendidos”.

Cobrança que se faz de forma lícita, quando as empresas financiadoras embutem este “gasto” no preço de seus produtos, ou de forma ilícita, quando se estabelecem relações de interdependência entre parlamentares ou governos e determinados interesses privados.

É importante ressaltar que essa questão engloba não apenas o financiamento dos partidos políticos, mas também o alcance de uma representação mais democrática. O modelo atual fragiliza a democracia ao permitir que partidos e candidatos vinculados às elites econômicas tenham vantagem sobre os demais.

O financiamento público teria o efeito de equalizar essas diferenças, uma vez que todos passariam a dispor da mesma quantidade de recursos, e de levar a disputa para o campo realmente propositivo, da discussão de ideias e projetos que possam oferecer soluções aos problemas concretos da população.

Porém, o mais importante desta questão diz respeito à transparência, já que quando se trata de recursos públicos, a possibilidade de controle e fiscalização é muito maior tanto por parte da Justiça Eleitoral como da própria sociedade.

Se de um lado as arrecadações feitas junto a pessoas físicas e jurídicas têm sido passíveis de irregularidades, como a prática de “caixa 2″, por outro, a parcela que provém do Tesouro é transparente.

Se apenas esse mecanismo será suficiente para resolver os problemas de corrupção e arrecadação irregular não se sabe, mas certamente quebrará o círculo vicioso atual e abrirá espaço para baratear as campanhas e facilitar o trabalho de fiscalização, na medida em que estabeleça teto de gastos para cada cargo em disputa e estruture um rigoroso aparato de fiscalização sobre o uso do Fundo Público Eleitoral.

O PT sempre esteve à frente desta luta e há anos vem tentando, por meio de discussões com a sociedade e das propostas apresentadas por seus parlamentares, formar consenso para viabilizar o financiamento público de campanha e a reforma do sistema político.

A oposição, por sua vez, se esforça em obstruir tais mudanças, empenhada em fazer valer os interesses das velhas elites dominantes deste país. Receiam que o financiamento público equilibre a tão desigual correlação de forças existente no sistema atual.

O financiamento público exclusivo de campanha não é uma solução mágica, mas pode, sim, ser um instrumento fundamental para o aprofundamento da democracia, diminuindo a influência do poder econômico sobre as eleições, aumentando a transparência e os mecanismos de combate à corrupção e ampliando os espaços para candidaturas comprometidas com os interesses do Brasil e dos seus cidadãos.

José Dirceu, 66, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT


Filed under: Política Tagged: financiamento público, José Dirceu

Neoliberalismo, capitalismo e os ciclos de Kondratiev

13 de Fevereiro de 2013, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

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Por Diogo Costa, no Luis Nassif

NEOLIBERALISMO, CAPITALISMO E OS CICLOS DE KONDRATIEV – A queda do Muro de Wall Street, conhecido também como o Crash de 15 de setembro de 2008, logo suscitou análises apressadas profetizando o fim do capitalismo. Lamento, mas o neoliberalismo é apenas uma vertente do capitalismo, uma de suas faces. O capitalismo não irá perecer por conta da ruína neoliberal. Muito antes pelo contrário. Poderá seguir seu curso com mais força ainda após a purga do sistema.

Crises de grande monta não são novidades no modo de produção capitalista, centenas já aconteceram nos últimos séculos. Algumas tem intensidade maior, como as crises de 1815, 1873, 1929 e 2008, mas nenhuma delas barrou o avanço do capitalismo. Nem mesmo as crises do capital fictício (ações nas bolsas de valores) são novidades… Vide a Crise das Tulipas, ocorrida em 1637, na Holanda, primeira crise especulativa de grande impacto na Europa.

Pois bem, segundo o economista russo Nikolai Kondratiev, vivemos no sistema mundo capitalista o que ele denominou de ciclos econômicos, ou movimentos cíclicos de ondas longas. Ou seja, as crises fazem parte, são parte integrante do modo de produção capitalista. Vários economistas comungam das idéias de Kondratiev, dentre eles Joseph Schumpeter, Immanuel Wallerstein, Ignácio Rangel e Ernest Mandel. Se a teoria dos ciclos é correta, então não temos nos dias atuais nenhuma crise terminal do capitalismo, mas apenas um período onde o sistema busca se reequilibrar sob bases diferentes do neoliberalismo dos últimos trinta e poucos anos.

O capitalismo tornou-se o modo de produção dominante após mais de 600 anos de renhidas disputas com o feudalismo (modo de produção anterior e que foi derrotado por ele). Temos hoje um modo de produção superior ao capitalismo, pronto a ocupar o seu lugar? E não vale essa estória de “socialismo em um só país”, ou o modo de produção capitalista é substituído por outro modo de alcance global, ou não será substituído…

Notem o que dizia Karl Marx, num trecho do Prefácio de seu “Para a Crítica da Economia Política”, escrito em 1859: “Uma formação social nunca decai antes de estarem desenvolvidas todas as forças produtivas para as quais é suficientemente ampla, e nunca surgem relações de produção novas e superiores antes de as condições materiais de existência das mesmas terem sido chocadas no seio da própria sociedade velha. Por isso a humanidade coloca sempre a si mesma apenas as tarefas que pode resolver, pois que, a uma consideração mais rigorosa, se achará sempre que a própria tarefa só aparece onde já existem, ou pelo menos estão no processo de se formar, as condições materiais da sua resolução.”

Resumindo, o capitalismo não morrerá de morte morrida, e, ao que parece, o seu perecimento não acontecerá em função da crise atual, ao contrário, poderá voltar com mais força ainda após a superação do impasse que por ora presenciamos. Nenhum modo de produção é eterno, se o capitalismo levou séculos para se afirmar enquanto força dominante do sistema mundo, um dia, da mesma forma, também sucumbirá. Só não sabemos ainda quando e qual será o outro modo de produção que irá substituí-lo. A luta pela sua superação será áspera e longa. E a luta continua, afinal de contas, a velha e boa luta de classes está aí, forte, firme e aparente para quem não fecha os olhos e quer vê-la. Vê-la e entendê-la.


Filed under: Política Tagged: capitalismo, Luis Nassif, neoliberalismo

Ensino e Tecnologia

13 de Fevereiro de 2013, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Vídeos retirados do Blog do Romero Tori


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Ministério Público quer suspender privatização que Aécio Neves realizou via PPP

13 de Fevereiro de 2013, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

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O Ministério Público do Estado de Minas Gerais vai entrar com uma ação civil pública na Justiça, solicitando a suspensão da cobrança de pedágios na rodovia MG-050, pois a estrada se encontra em péssimo estado de conservação. A concessionária Nascentes das Gerais recebe por um serviço que não oferece, segundo o MP: são seis pedágios, no valor de R$ 4,10 cada.

Foi no governo de Aécio Neves (PSDB), em 2007, que a MG-050 foi privatizada, a primeira rodovia estadual feita nos moldes de uma parceria público-privada – PPP. O contrato termina apenas em 2032. Informações do Hoje em Dia.


Filed under: Política Tagged: Aécio Neves, Ministério Público, PPP