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1º Encontro Mundial de Blogueiros: veja posições dos representantes do Le Monde Diplomatique e Wiki­­Leaks

7 de Novembro de 2011, 0:00 , por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Kristinn Hrafnsson (WikiLeaks) e Ignácio Ramonet (Le Monde Diplomatique) no #blogmundofoz. Foto de Tarso Cabral Violin

Conversas ao pé da mídia

Kristinn Hrafnsson, do WikiLeaks, e o pesquisador Ignácio Ramonet falam do cerco à informação livre e do “trabalho que dá” saber de fato o que acontece

Hoje na Gazeta do Povo, por Denise Paro

ºA internet é uma ferramenta a serviço da democracia? Protestos juvenis, transparência na prestação de contas públicas e descentralização de informações po­­dem ser apenas prenúncios de inúmeras mudanças que ainda estão por vir? Eis as questões. Democracia e in­­ter­­net foram um dos assuntos em pauta no 1.º En­­contro Mundial de Blogueiros realizado em Foz do Iguaçu na semana passada, do qual participou o editor do jornal Le Monde Diplomatique, Ignácio Ra­­mo­net, e o porta-voz do Wiki­­Leaks, Kris­tinn Hrafnsson. Abaixo o resumo das principais ideias debatidas por am­­bos:

HRAFNSSON – O bloqueio no WikiLeaks

Segundo Hrafnsson, o Wiki­Leaks suspendeu temporariamente suas operações porque é preciso focar no levantamento de fundos devido a um bloqueio econômico que ele considera ilegal e antiético, feito pelas maiores instituições financeiras do mundo. “Se nós não quebrarmos o bloqueio abrindo e recebendo doações de nossos patrocinadores ou se nós não formos bem-sucedidos em quebrar o bloqueio econômico por meios legais, em algum ponto no futuro ficaremos sem fundo e não estaremos aptos a operar. Mas não es­­tamos lá ainda. E vamos es­­perar que não cheguemos a es­­te ponto.”

Futuro do WikiLeaks

Hrafnsson diz que o WikiLeaks terá dificuldade de sobreviver se o site não obtiver fundos. “Esse é um negócio dispendioso. Mas nós estamos em uma posição bastante invejável, graças a uma organização de publicação. Contamos apenas com doações de indivíduos. Dezenas de milhares de pessoas têm feito doações na média de US$ 25. É uma quantia relativamente moderada para as pessoas e nós somos muito gratos. Se tudo isso secar, ficaremos em uma posição muito precária. Mas estamos tomando medidas para contornar a situação, de modo que não cheguemos ao ponto em que possamos deixar de existir.”

Transparência

A transparência é um dos principais objetivos do WikiLeaks, diz Hrafnsson. Para ele, a de­­mo­­cracia sem transparência não é uma democracia real. O objetivo principal do Wiki­­Leaks é aumentar a transparência.

RAMONET – Novas tecnologias

Para Ignácio Ramonet, as novas tecnologias permitem aos cidadãos em geral desenvolverem uma capacidade de intervenção no debate da comunicação me­­diante a multiplicação dos blogs, das redes de comunicação e dos sites. Cada grupo so­­cial ou de ci­­dadãos que se organizam para vigiar a informação podem analisá-la, comentá-la, completá-la, corrigi-la.

Os meios de comunicação

Os meios de comunicação se­­guem sendo meios de síntese que deformam a informação para facilitá-la. O receptor de­­via desenvolver a informação que está nos livros. Ramonet escreveu um texto que se chama Informar-se cansa. No texto, o jornalista comenta que o cidadão não pode ter a atitude de querer se informar vendo o telediário (telejornal). “O telediário não é feito para informar, é feito para divertir. O cidadão não pode protestar dizendo que não lhe informaram bem. O telediário não vai informar bem nunca porque é uma série de pílulas muito pequenas de informação. E se o cidadão quer se informar, tem de trabalhar. Tem de ler e se documentar e isso é um grande trabalho que poucos cidadãos querem fazer.”

Culpa dos meios?

Para Ramonet, não se pode culpar apenas os meios de comunicação. “Há uma responsabilidade compartilhada. Muitas vezes dizemos que a culpa é dos meios. Os meios têm muita culpa, mas uma parte da culpa temos nós, por não querer buscar a informação.” Para ele, ho­­je isso é possível porque a internet permite acessar outras análises e complementar informações. Informar-se bem, segundo Ra­­mo­­net, supõe muito tempo, esforço e trabalho. “E quem dispõe de muito tempo?”, diz.

Hoje, a maioria dos jovens gasta tempo em intercâmbios no Face­­book, nas redes sociais, “mas não têm preocupação de informação”, salienta. “E as es­­tatísticas mostram que nos países da Europa quem tem me­­nos de 25 anos quase não vê te­­levisão porque gasta tempo no computador e no telefone, não para telefonar, mas para enviar mensagens, trocar e-mails e usar o Facebook.”



Fonte: http://blogdotarso.com/2011/11/07/1%c2%ba-encontro-mundial-de-blogueiros-veja-posicoes-dos-representantes-do-le-monde-diplomatique-e-wiki%c2%ad%c2%adleaks/

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