A partir da sua próxima versão, o Ubuntu passa a utilizar o systemd para realizar funções de inicialização e encerramento do sistema. Assim como o OpenSUSE, o Fedora e inclusive o Debian, distribuição que serviu de base para a sua criação, o Ubuntu também adota a ferramenta criada por Lennart Poettering. As informações são do PC World.
A Canonical informa que o novo sistema de inicialização estará presente já na versão beta do Ubuntu 15.04 (codinome Vivid Vervet) e, da mesma forma, estará também em sua versão estável. Isso significa que os sistemas disponíveis atualmente não serão atualizados, inclusive a última versão com suporte de longo prazo (a 14.04).
A justificativa de Mark Shuttleworth, o criador do Ubuntu e CEO da Canonical, para a adoção do systemd é muito simples: todas as distribuições de Linux caminham para esta direção. Como as demais distros estão adotando o systemd, permanecer com o Upstart, sistema de inicialização criado pela Canonical, significaria ficar para trás.
Além disso, o fato do Debian ter feito a mudança anteriormente também pesou na escolha. “Dado que o Ubuntu é um membro bastante central da família Debian, esta é uma decisão que nós apoiamos”, escreveu o executivo em seu blog.
A medida é um tanto quanto polêmica, visto que o novo sistema de inicialização tem causado uma grande controvérsia na comunidade Linux. No Debian, por exemplo, a adoção do sistema gerou tamanha revolta que um grupo deixou o núcleo de desenvolvimento e criou um fork — termo usado na computação para designar um novo produto criado a partir da cisão de um determinado grupo —, uma nova distro chamada Devuan.
A ideia da substituição é simples: modernizar os sistemas Linux. A escolha pelo systemd é justificada pela promessa de mais recursos durante a inicialização. Isso porque serviços como ele e o Upstart, até então utilizado pelo Ubuntu, são responsáveis por carregar drivers, ativar a conexão com a internet, iniciar serviços do sistema e, por fim, levar você até a tela inicial da sua distribuição.
O systemd seria capaz de tornar todo esse processo mais ágil e ainda oferecer recursos adicionais, como agilizar o reconhecimento de uma impressora plugada via USB e abrir o sistema de configuração de impressoras na sua tela. Ou ainda, o sistema pode ser pré-configurado para reagir de uma forma específica a uma conexão realizada em uma determinada porta do seu computador.
De acordo com outra postagem do PC World, é justamente essa gama de recursos extras que o systemd pode oferecer que levantou inúmeras críticas à sua adoção. Isso porque tais características iriam contra a filosofia Unix, com o sistema de inicialização fazendo bem mais do que apenas iniciar as coisas em si.
“Suas responsabilidades excedem brutalmente as funções de inicialização, conforme ele age no gerenciamento de energia, gerenciamento de dispositivos, pontos de montagem, criptografia de disco, syslog, configurações, gerenciamento de login/sessão, descoberta de partições” entre tantas outras funções, conforme descreve um dos sites lançados para convocar um boicote ao systemd.
Apesar de louvar as possibilidades do systemd, o próprio Shuttleworht já chamou o sistema de “altamente invasivo e dificilmente justificável”. Mas, pelo visto, o CEO da Canonical se viu sem saída após o novo sistema de inicialização ser adotado pelas distribuições concorrentes do Ubuntu.
Com informações da PC World e Canaltech.
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