Enquanto você reclama da velocidade e das quedas constantes de sua conexão aqui no Brasil, na Inglaterra especialistas em telecomunicações e tecnologia se reuniram na última semana para discutir um assunto bem mais grave: a internet parece estar chegando perto de seu limite. Literalmente! Os cabos de fibra óptica que transmitem informações e conectam todo o mundo estão perigosamente próximos de atingir sua capacidade máxima, mais precisamente nos próximos cinco anos.
Os fios não possuem capacidade infinita, é claro, mas até hoje têm dado conta do recado. Isso se deve ao fato que, desde sua implementação, eles não operam em capacidade máxima, com os responsáveis por sua manutenção aumentando a quantidade de energia trafegada por eles de acordo com a necessidade do mundo. Isso, porém, tem um limite e, acima dele, o risco é de danos físicos e baixa qualidade na transmissão, o que acaba transformando a ideia de transmitir mais e mais dados no exato oposto, num problema com dados degradados e fios saturados.
O limite, segundo os especialistas da Royal Society, uma instituição inglesa dedicada a estudos científicos, é de 100 terabits por segundo. E, de acordo com eles, essa tampa deve ser atingida mais cedo do que se esperava devido à chegada e uso constante de serviços de streaming de vídeo, principalmente aqueles que fornecem filmes e séries em resoluções altíssimas como o 4K ou o 8K, que já vem sendo testado em países da Ásia.
Felizmente, o problema tem solução e não estamos diante de um apocalipse digital. Os especialistas ainda não chegaram a uma conclusão definitiva, mas estão trabalhando em diversas frentes para resolver o problema e acreditam que o prazo estimado de cinco anos será suficiente para que novas tecnologias sejam desenvolvidas e joguem esse prazo ainda mais para frente.
Entre as possibilidades estão a aplicação de novas fibras ópticas para dividir a carga ou o uso de fios com tecnologias diferentes e múltiplos núcleos, que poderiam suportar um fluxo ainda maior de dados. Ou, ainda, simplesmente aumentar a carga sobre os cabos atuais acima de sua capacidade recomendada, utilizando filtros estrategicamente colocados para limpar a bagunça e lidar com a degradação dos dados. Essa última, porém, seria uma medida mais paliativa, voltada para manter a internet funcionando enquanto uma alternativa definitiva não é aplicada com sucesso.
Seja como for, aparentemente, dá para ficar tranquilo e ideias que normalmente surgem quando se pensa em algo assim, como a redução mandatória das velocidades de conexão ou até mesmo um racionamento, parecem estar fora de cogitação. Pelo menos por enquanto, dá para curtir o nosso House of Cards tranquilamente, sem medo de ser feliz.
Com informações de New Scientist, Gizmodo e Canaltech.
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