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Comunidade Metareciclagem

17 de Junho de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

MetaReciclagem é uma rede auto-organizada que propõe a desconstrução da tecnologia para a transformação social.


Considerações sobre anos findos e um quase findo...

28 de Dezembro de 2013, 22:01, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Não sei se as observações que pretendo fazer nos próximos parágrafos poderiam de alguma forma se encaixar nesse espaço. Mas como o ano está acabando e nos últimos dias tenho me colocado a ler mensagens da Lista referentes aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2012 (isso mesmo, 2012!) que estavam com leitura pendente, senti novamente a necessidade de participar desse blog coletivo. É a tal sensação de pertencimento que outrora experimentei e que nesse momento aparece com força e me instiga boas reflexões. Mas vamos lá:

Questionado pelo Valdir Rodriguez sobre o porquê de mais uma vez o encontro anual da antiga equipe de TI da Unesa não ter acontecido, lancei as justificativas costumeiras (embora verdadeiras) como falta de tempo, distância, etc, mas em seguida sugeri que, se não nos veríamos, que pelo menos relatássemos o que fizemos nos últimos dois anos. Eis então meu relato:

"...da última vez que realizamos nosso encontro (julho/2011) eu havia acabado de sair da escola onde trabalhei desde 2004. Estava fazendo estágio de meio ambiente na ong Guardiões do Mar, que fica ao lado do shopping sãogonça. Ao retornar pra Rio das Ostras fiquei ainda uns meses desempregado, então comecei a trabalhar como técnico ambiental numa empresa de saneamento que prestava serviço pra Cameron de Macaé. Fiquei por lá do final de 2011 a fevereiro de 2013.

Em 2012, me juntei com um pessoal que estudou e deu aulas pra mim e fundamos a Ong Tema. Atuei discretamente nela durante todo o ano de 2012, paralelamente ao meu trabalho, buscando nessa empreitada uma alternativa às frustrações profissionais que estavam sendo vivenciadas naqueles meses.

No início de 2013, atendendo a uma demanda cada vez maior de convites para eventos e ações de educação ambiental, resolvi fazer algo inesperado: larguei o emprego e passei a me dedicar em tempo integral a Ong. Com isso, tivemos alguns êxitos, obtivemos cobertura da imprensa em vários eventos que organizamos, passamos a fazer parte do Conselho de Meio Ambiente do município e fizemos um network muito bacana na região. Mas com o tempo as parcerias não se mostraram efetivas e muitas perspectivas não se realizaram, de modo que demos uma pausa nas atividades da ong em setembro. De lá para cá comecei a dar aulas em cursos técnicos aqui da região e nesse momento me encontro de férias. Enfim, não foi um ano ruim".

Pretendo estar ativo novamente na lista ano que vem, compartilhando algumas experiências com lixo eletrônico e sonhando junto com o bando.

 

 



Considerações sobre anos findos e de um ano quase findo...

28 de Dezembro de 2013, 22:01, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Não sei se as observações que pretendo fazer nos próximos parágrafos poderiam de alguma forma se encaixar nesse espaço. Mas como o ano está acabando e nos últimos dias tenho me colocado a ler mensagens da Lista referentes aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2012 (isso mesmo, 2012!) que estavam com leitura pendente, senti novamente a necessidade de participar desse blog coletivo. É a tal sensação de pertencimento que outrora experimentei e que nesse momento aparece com força e me instiga boas reflexões. Mas vamos lá:

Questionado pelo Valdir Rodriguez sobre o porquê de mais uma vez o encontro anual da antiga equipe de TI da Unesa não ter acontecido, lancei as justificativas costumeiras (embora verdadeiras) como falta de tempo, distância, etc, mas em seguida sugeri que, se não nos veríamos, que pelo menos relatássemos o que fizemos nos últimos dois anos. Eis então meu relato:

"...da última vez que realizamos nosso encontro (julho/2011) eu havia acabado de sair da escola onde trabalhei desde 2004. Estava fazendo estágio de meio ambiente na ong Guardiões do Mar, que fica ao lado do shopping sãogonça. Ao retornar pra Rio das Ostras fiquei ainda uns meses desempregado, então comecei a trabalhar como técnico ambiental numa empresa de saneamento que prestava serviço pra Cameron de Macaé. Fiquei por lá do final de 2011 a fevereiro de 2013.

Em 2012, me juntei com um pessoal que estudou e deu aulas pra mim e fundamos a Ong Tema. Atuei discretamente nela durante todo o ano de 2012, paralelamente ao meu trabalho, buscando nessa empreitada uma alternativa às frustrações profissionais que estavam sendo vivenciadas naqueles meses.

No início de 2013, atendendo a uma demanda cada vez maior de convites para eventos e ações de educação ambiental, resolvi fazer algo inesperado: larguei o emprego e passei a me dedicar em tempo integral a Ong. Com isso, tivemos alguns êxitos, obtivemos cobertura da imprensa em vários eventos que organizamos, passamos a fazer parte do Conselho de Meio Ambiente do município e fizemos um network muito bacana na região. Mas com o tempo as parcerias não se mostraram efetivas e muitas perspectivas não se realizaram, de modo que demos uma pausa nas atividades da ong em setembro. De lá para cá comecei a dar aulas em cursos técnicos aqui da região e nesse momento me encontro de férias.

Enfim, não foi um ano ruim".

 

 



Reuso de recipientes de Arla32

1 de Dezembro de 2013, 21:01, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Arla32 é um dos nomes comerciais de um produto obrigatório atualmente para uso em certos veículos mais novos com motor diesel. Basicamente é 32% de Uréia +  68% de Água.

Me deparei com a bombona do Arla32 como uma possível solução para mini reservatórios de água para minhas plantas, instalando um sistema de equipamento de soro.

Mas a instrução na bombona é clara: não reutilizar!

Então antes de montar o sistema fui procurar tudo que eu pudesse de informação sobre o Arla32 (e o nome comercial internacional -adBlue). Pesquisei em português,espanhol e inglês para saber possíveis riscos de contato com a substância e não achei nada que me parecesse justificar o não reuso para fins como esse.

 
O que me preocupa agora?
É que mesmo tendo lido que o líquido não é tóxico, tendo lavado a bombona com sabão e bastante água (que reutilizei para lavagem de chão), tendo deixado alguns dias com água apenas para depois reutilizar como reservatório, eu não entendo nada de química e fico pensando nos porquês de não poder reutilizar. Entendam, eu consigo achar sensata a não reutilização de vasilhames que originalmente portavam líquidos tóxicos. Mas, por tudo que pesquisei, este não é o caso do Arla32.
 
E então, essa determinação de não reutilização é só pro forma? Especificação necessária para evitar que as pessoas usem, por exemplo, para transportar água para fins de consumo direto?
 
Alguém por acaso entende mais dessa relação entre essas bombonas plásticas, as químicas e riscos?
 
Alguém afim de fazer testes?
 
Estou sendo imbecil pensando no reuso para um negócio que a indústria diz especificamente para não reutilizar?
Acho que tem um monte de implicações filosóficas e políticas nessas perguntas, mas, se eu for tentar falar disso agora acho que o post vira um livro.


Responsabilidade Social

28 de Novembro de 2013, 17:42, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

As pessoas às vezes me perguntam porque é que eu sou tão chato com certas coisas.

Para a grande maioria destas perguntas eu não tenho nenhuma resposta racional. Mas para algumas eu tenho.

Vou tomar o exemplo da parceira entre o Matehackers e a ONG Abrace, da Embratec.

Quando eu fui lá fazer as primeiras entrevistas com o pessoal da Embratec, da ONG Abrace e do Matehackers (no caso, somente eu), eu relatei que ando pelo Brasil e vejo muita coisa que não acontece conforme as minhas expectativas.

Tem legislação para descarte e destinação de equipamentos eletroeletrônicos, e também para resíduos eletroeletrônicos que eu lutei junto pra construir.

Tem inúmeras iniciativas de empresas, organizações, instituições, pessoas para tentar atingir alguns objetivos de descarte e destinação de equipamentos e resíduos eletroeletrônicos por todo o mundo.

Não há uma única iniciativa satisfatória, no mundo inteiro. Qualquer pessoa dedicada e interessada certamente chegará à mesma conclusão, e se não chegar é porque não buscou direito. Nunca ouvi uma opinião contrária a esta que não passasse por desinformação. Quem quiser tentar refutar, sinta-se à vontade.

Quando eu aceitei e assumi a responsabilidade lá junto com o Vagner, com a Embratec, com a ONG Abrace e com o Matehackers, eu declarei explicitamente que eu tinha esperança de fazer alguma diferença.

Porque todo e qualquer processo de destinação de computadores termina da mesma forma: máquinas são desviadas, componentes e equipamentos são descartados no lixo comum, vão para os aterros de onde estávamos tentando evitar que eles fossem, ou vão para a casa de pessoas que precisam daquelas máquinas menos que outras pessoas que teriam menos acesso à tecnologia.

As minhas experiências, e a minha interpretação acerca das experiências de muita gente me permitem afirmar que:
<ul>
<li>Dar computadores para as pessoas não é o suficiente. De fato, simplesmente largar o computador nas mãos das pessoas pode causar mais problemas do que providenciar soluções, em todos os casos que eu já presenciei.</li>
<li>Observar, influenciar, interferir nas consequências sociais que causa a tecnologia na vida das pessoas (também chamado de "impacto"), é uma coisa desejável.</li>
<li>A pergunta que para mim faz sentido fazer sempre, escrever nas paredes, embaixo do travesseiro, nos muros, na tela do computador, e na mente de todo mundo que estiver por perto, é: "Como é que a tecnologia vai ser utilizada pelas pessoas e não o contrário?".</li>
<li>Termos como por exemplo, mas não limitados a "apropriação crítica da tecnologia" são de suma importância.</li>
</ul>
Uma coisa é alguém ver na televisão, ouvir alguém falar e fazer de conta que concorda, aceita e reconhece que existem pessoas com necessidades reais e que precisam ter acesso à tecnologia.

Outra coisa completamente diferente é alguém ser obrigadx a passar o dia inteiro, todo dia, vendo estas coisas. Vendo e convivendo com gente que tem necessidades reais, e que precisam de gente trabalhando pra garantir que terão condições melhores. Quando eu digo "condições melhores", não estou dizendo que eu sei o que as pessoas precisam. Estou me referindo à capacidade das pessoas de poderem decidir se é interessante terem condições melhores, e o que são condições melhores em primeiro lugar.

Eu poderia ilustrar o que eu digo e fazer documentários, fotografias, escrever relatos de pessoas que  são realmente carentes, pobres, ou sei lá qual é o novo termo moderno e menos preconceituoso que esta sociedade inventou para rotular estas pessoas. No meu tempo usavam "gente humilde", "pessoas que vivem em área de vulnerabilidade social", etc.

Mas este trabalho seria desgastante e a única coisa que eu ia ganhar com isto seria visibilidade e reconhecimento. São duas coisas que eu tenho asco e dispenso. Eu prefiro que as pessoas tenham nas mãos a capacidade de fazer fotografias, documentários, e escrever sobre as suas vidas e suas histórias para realizar a mudança que pretendem.

Mas se estas pessoas não têm estes recursos à disposição, como é que a sociedade vai ver que elas precisam destes recursos, se eles não tem os recursos para mostrar para a sociedade que eles precisam de recursos? Peculiar.

Como eu sempre digo, estas coisas não têm como depender de mobilização social. Porque a midia convencional não vai registrar estas coisas e mostrar pra todo mundo. E tu, que já tem a interpretação prejudicada, vai ver as crianças recebendo computadores, criando contas no Facebook e utilizando o computador estritamente para isto, e vai achar normal.

Não te incomodará o fato de que empresas resolverão o problema de descarte dando computadores que iriam para o lixo para comunidades, para que estas comunidades tenham acesso a serviços e produtos de parceiros destas empresas. Porque quando uma comunidade começa a ter acesso ao pouco dinheiro que nunca tiveram antes, lá estará a força de equilíbrio do capitalismo pronta para introduzir aquelas pessoas na mesma vala comum dos consumidores que já existiam antes.

A máquina tem que girar. E eu sou conivente.

Não te incomodará o fato de que 100% das pessoas, organizações e instituições que declaram ser transparentes não têm a mínima noção do que é que significa este termo. O que estas pessoas, organizações e instituições realmente deveriam dizer é que são um fiasco no que tange a transparência e que têm muito a aprender sobre isto. Mas elas geralmente se anunciam como "a primeira em transparência" ou coisa parecida.

Matehackers não é exemplo de transparência. Eu não sou exemplo de transparência.

Se tem como atingir este conceito, só temos chance nos associando, nos agrupando, colaborando, cooperando. Isto é uma premissa básica e antiga, não estou reiventando a roda, tampouco propondo algo revolucionário ou extraordinário.

Cooperação neste caso seria transformar o velho no novo.

Com menos vaidade, menos descaso, mais atenção e mais boa vontade alguém teria alguma chance de alcançar a transparência.

Mas há poucxs interessados porque transparência não é uma coisa que tu, verme infeliz, consegue enclausurar em um recipiente fechado e vender aos poucos. É o exato oposto disto.



Hudson fala sobre lixo eletrônico em Sorocaba

12 de Novembro de 2013, 20:11, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Na lista metareciclagem: 

http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/60910

Vou comentar o que rola em Sorocaba, onde a Prefeitura faz o que chamam de "Metareciclagem / Metarreciclagem", onde qualquer empresa / instituição entra em contato com a Secretaria de Parcerias (Separ) e forma um convênio onde poderá "transferir" o seu lixo eletrônico ao município, pois existe quatro cooperativas, sendo uma exclusiva em trabalhar com este material.
 
Onde são separados e vendidos as empresas que compram sucatas e algumas máquinas novas são doadas a instituições de Sorocaba. 
 
Na cooperativa Reviver trabalham 3 cooperados que desmancham estas máquinas e revendem as empresas de São Paulo e Suzano estes materiais. Esta cooperativa é gerida por Julio Andrade que tem uma empresa de resíduos sólidos que recebe verbas municipais para realizar esta ponte, onde uma parte deste lucro vai para sua empresa, outra parte para cooperativa.
 
A cada seis meses repassam um pouco mais de 100 computadores as instiuições sociais da cidade e a cada três meses no espaço que chamam de Metareciclagem realizam cursos de word, excel, webdesigner e manutenção para a população em geral com este material recebido da cooperativa.
 
Neste ano, a Prefeitura de Sorocaba assinou com  a empresa  ERS Serviços de Reciclagem de Eletrônicos para investir aproximadamente R$ 10 milhões em sua planta, gerando inicialmente 160 empregos, sendo 40 de forma direta, para reciclar cerca de 98% do lixo produzido e oferece aos clientes uma extensa linha de serviços para eliminar de forma ambientalmente correta, os equipamentos eletrônicos obsoletos. (http://nave.wordpress.com/2013/02/20/sorocaba-ganha-a-primeira-empresa-v...)
 
Na minha opinião este modelo será utilizado para trabalhar com o lixo eletrônico nos municípios paulistas.
 
Aqui tem mais informações do projeto Metarreciclagem da Prefeitura de Sorocaba: http://metareciclagemdesorocaba.blogspot.com.br/ e aqui o que foi divulgado nas mídias sobre Metareciclagem em Sorocaba: http://nave.wordpress.com/tag/metareciclagem/.
 
Meus dois cents....