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Comunidade Metareciclagem

17 de Junho de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

MetaReciclagem é uma rede auto-organizada que propõe a desconstrução da tecnologia para a transformação social.


Modelos de negócios baseados em conhecimento livre

30 de Maio de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Massimo Menichinelli, do openp2pdesign, desenvolveu nos últimos meses um estudo sobre modelos de negócios para hardware aberto, artesanato faça-você-mesmo e fablabs para o projeto Goteo, sob encomenda do Platoniq. O resultado foi uma série de artigos que ele publicou em inglês no openp2pdesign e deve aparecer em castelhano no site youcoop. Uma leitura excelente, sugerindo diversas de maneiras de organizar e bancar a produção colaborativa.

O primeiro artigo versa sobre hardware aberto, tratando de suas características específicas, contando o case do Arduino, falando sobre os Hackerspaces como espaços para inovação e troca de conhecimento, e falando sobre modelos de microcrédito e crowdsourcing para financiar a inovação.

O segundo artigo retoma um pouco da história e das implicações do desenvolvimento dos fablabs ("laboratórios de fabricação digital", sobre os quais eu também comentei ontem no blog redelabs), e como eles podem apontar para novas maneiras de gerar inovação, fabricar coisas e comercializá-las. Esses dois primeiros textos têm como maior mérito a organização de informações que de certa forma já estão latentes nas redes ligadas ao conhecimento livre.

Já o terceiro artigo, focado no artesanato faça-você-mesmo (DIY), explora caminhos de inovação livre em áreas que geralmente não fazem parte do nosso repertório. São áreas em que existe pouca preocupação com propriedade intelectual. O exemplo óbvio é o artesanato tradicional, que tem muito a ganhar com a circulação livre de ideias. Mas para mim o exemplo mais surpreendente (também presente no estudo do FCForum sobre o qual comentei aqui) é a indústria da moda. De fato, é um mercado em que o remix é amplamente aceito. Menichinelli aponta um vídeo de Johanna Blakley no TED sobre isso. Depois fala sobre plataformas focadas na cauda longa da produção artesanal, como o Etsy. Também fala de outras iniciativas que propõem novas leituras do mercado da moda: microcrédito, laboratórios ("sewing cafes") e compartilhamento de moldes.

O mais interessante dos artigos de Menichinelli é que eles não tentam sugerir uma solução definitiva: trazem dezenas de casos que funcionaram sob recortes específicos e em contextos específicos. Uma excelente inspiração para quem está pesquisando caminhos colaborativos de viabilização de projetos (como é o caso aqui no grupo Metarecursos).

 



Realidade Diminuída

24 de Maio de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Projeto de arte crítica e educação popular/ambiental:

Realidade Diminuída

clique na imagem abaixo:

Realidade Diminuída é um processo artístico educativo que foi iniciado em setembro de 2010

por Alissa Gottfried  em parceria com Editora Educadora Ecoaecoa (Felipe Nunes e Elisa Gottfried), Pontão da Eco (Tainá Vital e coletivo i-Motirô (Adriano Belisário),

no maior Lixão da América Latina localizado na comunidade Esqueleto do bairro Jardim Gramacho na cidade Duque de Caxias/RJ,

 

como primeira residência artística do projeto de curadoria de Silvia Leal: EME >> Estúdio Móvel Experimental

contemplado no edital Conexões Artes Visuais 2010 - FUNARTE/Petrobrás.

E está sendo mapeado na imagem acima (clique para ver) no site fronteirasimaginárias.org do projeto FIC – Fronteiras Imáginarias Culturais que é um projeto do Edital TUXAUA aprovado pelo Coletivo i-Motirô

Este processo criativo que foi realizado com 15 crianças filhos/filhas de recicladores do Lixão Gramacho envolve propostas artísticas de produção literária e alfabetização criativa (baseada no método Paulo Freire) com dois jogos:

Dada Outra Poesia e RPG Comunativo

desenvovidos por Alissa Gottfried e Felipe Nunes.

Essas produções levam a um tagueamento do lugar feito pelas crianças que ocasionam um termo gerador problemático ligado ao seu ambiente: FUMAÇA

essa palavra é escrita com fita isolante, uma PIPA METAREC feita com metais de guarda-chuva como estrutura e rabiola de resto de bandeirinhas que enfeitaram as ruas do Rio de Janeiro durante a COPA 2010. Empinamos a Pipa e ela passou a representar uma pergunta no AR transmitida pela

RÁDIO PIPA.

Essa Rádio é uma intervenção urbana onde o áudio do diálogo gerado pela palavra escrita na pipa é gravado e editado mixando  a fala das crianças envolvidas na atividade com as da comunidade atingida pela intervenção + colegens de referências ligadas ao contexto no caso aqui falas da ESTAMIRA. Essa edição feita com a colaboração de Adriano Belisário (coletivo i-Motirô) e Tainá Vital (Pontão de Cultura da ECO/UFRJ), gera um programa de RÁDIO ARTE que é oferecido e transmitido na rádio comunitária mais próxima do local interferido.

Essa transmissão foi feita pela Rádio Educativa Kaxinawá da UERJ em Duque de Caxias.

Na sequência fizemos uma letra de música com as palavras recicladas no jogo Dada Outra Poesia, que foi musicada na oficina METAFUNK DO GRAMACHO com o educador Felipe Nunes do COLETIVO ECOAECOA.

E para concluir a sequência de atividades com as crianças do Gramacho, ao terminarmos de montar a MAQUETE/TABULEIRO do jogo, RPG COMUNATIVO, usando materiais reciclados, foi feito mais um áudio com a história criada durante esse jogo.

Esta história é baseada na realidade vivida por essas crianças no Jardim Gramacho e tem como trama a idealização de sua vida comunitária onde projetam um futuro em que elas PODEM e TRANSFORMAM essa "REALIDADE" COLETIVAMENTE com alternativas criativas, políticas, colaborativas e empreendedoras.

Você pode ler essa história que foi publicada pela EDITORA EDUCADORA ECOAECOA como primeiro livro da SÉRIE RPG COMUNATIVO no link:

Livro RÁDIO PIPA

 

Depois disso, após duas semana de duração desse processo no Lixão o coletivo Ecoaecoa produziu um mapa feito com as ilustrações dessa história que as crianças fizeram durante o jogo de RPG, que mapeia as produções multimídia desse trabalho, como essa foto aqui.

A edição dos conteúdos desse mapa do Projeto REALIDADE DIMINUÍDA foram produzidas com os aplicativos e softwares livres: GIMP, AUDACITY, BROFFICE e UBUNTU.

E o lançamento do Livro RÁDIO PIPA foi feito durante a FESTA AUTO-GESTIONADA

na Comunidade Autônoma UTOPIA E LUTA em Porto Alegre em dezembro de 2010

 

Essa proposta de rádio arte, assim como os jogos de produções literárias e publicações independentes e copy left citados nesse trabalho são de autoria de Allissa Gottfried e Felipe Nunes, tem licença Arte Livre e continuam/continuarão sendo realizandos em periferias e comunidades carentes do Brasil pelo Coletivo Ecoaecoa.

 

contato: ecoaecoa@gmail.com

Alissa Gottfried: alissa@softwarelivre.org

 

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Para saber mais sobre o projeto EME >> Estúdio Móvel Experimental

Assita aqui o vídeo documentário EME >> 2010



Dinheiro velho e dinheiro novo

18 de Maio de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Ainda falando sobre dinheiro, assisti ontem ao "Inside Job", um documentário que mostra os bastidores da crise financeira internacional que começou em 2008. É surpreendente ver a cara de pau de alguns economistas responsáveis pela propagação de dogmas contra a regulamentação de atividades financeiras e da crença de que os mercados se equilibram sozinhos. Eles alegam não ver conflito em receber somas vultosas para escrever estudos em que basicamente negam a realidade. É assustador vê-los testemunhando perante o Congresso americano e sugerindo que não existe nada de errado com o sistema atual, como sociopatas irresponsáveis que recusam qualquer associação de seus atos com a crise que se abateu sobre os países desenvolvidos. Um terapeuta de altos executivos entrevistado no filme associa as recompensas no mercado financeiro aos efeitos da cocaína, e isso faz bastante sentido. É deprimente, ao fim do filme, entender que as mesmas pessoas que causaram aquela crise continuam no comando das finanças norte-americanas.

Em contraste com esse universo, o vídeo "The Future of Money" (mais sobre ele no Emergence.cc) propõe um diálogo aberto com iniciativas que estão criando novas possibilidades de fazer recursos fluírem de forma colaborativa entre pessoas e projetos. Os entrevistados são

São diversas possibilidades que dialogam com moedas alternativas e projetos de crowdfunding (a exemplo do badalado kickstarter, do consciente ulule e do brasileiro catarse) que apontam para outras possibilidades de viabilização financeira de projetos. São boas referências para as iniciativas metarecicleiras que estão na batalha diária pela sobrevivência. Eu costumo dizer que todo dinheiro é sujo, porque a origem é sempre a mesma. Mas não deixam de ser promissoras essas maneiras de depender menos do capital das corporações e facilitar a circulação de recursos entre pessoas e projetos que compartilham visões de mundo.

The Future of Money from KS12 on Vimeo.

 



Bitcoin - dinheiro P2P

16 de Maio de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Um dos principais problemas do sistema financeiro internacional é o monopólio da emissão de moeda, intermediado por agentes com os piores interesses possíveis (a partir do sistema de reserva fracionada - assista aos documentários Zeitgeist Addendum e Money as Debt para entender melhor). É uma situação que se perpetua, justamente por estar intimamente relacionada com a maneira como o poder é exercido em todo o mundo. Para contrapor-se a isso, um grupo de programadores concebeu e desenvolveu o bitcoin - uma moeda online, totalmente descentralizada e criptografada. Mais do que mera solução técnica, o bitcoin é fruto de muita reflexão. Vale a pena dar uma olhada no wiki do projeto.

No começo de abril, o Genjix, um desses desenvolvedores, esteve na EPCA - uma conferência profissional sobre pagamentos online - para apresentar o bitcoin. A mera presença dele no meio de um monte de engravatados já era inusitada, ainda mais quando, carregado de ironia, ele indicou que o bitcoin é tão versátil que pode ser utilizada para lavagem de dinheiro e compra de pornografia. Nosso aliado Jaromil, que estava por lá acompanhando Genjix, fez um bom registro da apresentação. Ele aponta:

No fim das contas, a mensagem positiva que o bitcoin também carrega é a respeito de mais possibilidades na engenharia de moedas, de um futuro no qual moedas complementares possam fazer os sistemas econômicos mais resilientes à irrupção de comportamentos capitalistas, ao mesmo tempo em que aproxime as pessoas dos valores de suas comunidades e talvez até revolucione a maneira como contribuímos para o bem comum - pagando impostos para aquilo com o que realmente nos importamos, em vez de não pagá-los.

A Fabs replicou o assunto na lista da metareciclagem, e a conversa rendeu bastante. Glerm elaborou um pouco o assunto:

 

esse site tem um video que é bem simples de entender: http://www.weusecoins.com/

a idéia é de que o "lastro" da moeda está com quem melhor entende do código e fica rodando a rede p2p pra aumentar os nós da rede. daí eles usam essa metáfora de que quanto mais por dentro do código desse programa "miner", mais você é uma espécie de "garimpeiro". 

Daí o que acontece é que algumas pessoas que tão realmente investindo credibilidade do projeto ja estão entrando no risco de "vender" a moeda como se fossem uma espécie de casa de câmbio.

O Genjix por exemplo faz câmbio pra libras...  Por que como ele é desenvolvedor do software vale a pena pra ele investir na moeda... "comprando libras" e "vendendo bitcoins"...

Percebam que existe uma diferença essencial entre fazer o câmbio e em simplesmente negociar dentro da própria economia da moeda... A moeda estaria realmente forte no momento em que qualquer negociação pudesse ser feita com ela, como acontece nas economias baseadas em divisas e territórios... Por exemplo: alguns hacklabs trabalhando com hospedagem e alimentação cobrada em bitcoins... até que se chegue em coisas mais complexas, desde os insumos até a indústria, aí a tal economia teria uma espécie de cadeia completa de produção e consumo...

Exemplo - determinados insumos eletrônicos você só compra em dólar... Açaí, Chimarrão são commodities que negociados em Real ainda tem preço de atacado... e por aí vai...  

É uma moeda como qualquer outra, mas talvez o interessante seria tentar sacar a teoria economica do Lastro e da mais-valia dela... assim como as idéias de inflaçã e deflação possíveis, tentando entender melhor todas essas formulas malucas de taxas que o mercado financeiro usa para inventar dinheiro...

A idéia é bem interessante, meio abstrata no começo mas boa até pra gente sacar melhor como funciona essas mágicas todas e a idéia de "moedas fortes"...

O bitcoin pode não ser a solução definitiva, mas é mais uma ferramenta para usar na busca por sustentabilidade de nossos projetos. Para quem tem paciência de entender como funciona, ele oferece uma maneira segura de transferir recursos de um lugar para outro. Eu, que acabei de lançar um livrinho, coloquei lá um endereço para quem quiser fazer doações em bitcoins.

 



Criatividade sustentável na era digital

16 de Maio de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Agora que a discussão sobre gerenciamento de direitos autorais começa a ganhar força no Brasil, é interessante trazer algumas referências correntes. A La-EX, organização sediada em Barcelona (reencarnação da EXGAE, de cujas discussões inaugurais eu tive a honra de participar), juntamente com o FCForum, lançou em março o estudo "Modelos Sustentáveis para a Criatividade na Era Digital".

Ele tem duas partes: uma declaração elaborada durante a segunda edição do FCForum (no fim de 2010) e uma publicação com bases conceituais e sugestões de diversas maneiras de bancar a produção criativa. É um excelente guia para entender um pouco mais a fundo as contradições dos sistemas atuais de gestão de direitos autorais, e para inspirar a criação de mecanismos adequados aos novos tempos.

Um lance irônico do FCForum é que na primeira edição do evento, em 2009, o Brasil despontava como referência por conta do posicionamento inovador do nosso Ministério da Cultura, representado no evento por José Murilo Junior, cuja presença por lá eu ajudei a articular. As recentes reviravoltas no Ministério nos fizeram retroceder alguns anos em todas essas questões. Vamos torcer para que o Minc retome a dianteira nessas discussões tão necessárias.