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27 de Maio de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

Verde e amarelo

12 de Agosto de 2015, 5:01, por Blog do Tarso - 0sem comentários ainda

Para os que criticam o Estado Social: Brasil é menos desigual e brasileiro é o mais feliz do mundo, diz FGV

Nossa Constituição Social, Desenvolvimentista, Republicana e Democrática de Direito de 1988 prevê que um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é garantir o desenvolvimento nacional (art. 3º, II).

Por isso um dos objetivos do Direito é garantir que a nação brasileira persiga seu desenvolvimento, como por exemplo assegurar o crescimento da indústria nacional, garantir empregos para os trabalhadores brasileiros, aumentar o turismo no país, fomentar a sociedade civil organizada nacional, entre outras políticas públicas.

Segundo a mesma Constituição a bandeira nacional é um dos símbolos da República Federativa do Brasil (art. 13).

Não, as cores do Brasil não são devidas às suas matas, ouro, céu e paz.

O verde entrou na bandeira em 1822 para homenagear a Casa Real Portuguesa de Bragança do Imperador.

O amarelo, no mesmo ano, representou a Casa Imperial Austríaca de Habsburgo da Imperadora.

Em 1889 a esfera azul-celeste com as estrelas mostra os estados brasileiros e a frase positivista “Ordem e Progresso” escrita em verde homenageou os positivistas.

Não é recente na história do país que sua elite financeira se utilize das cores da bandeira brasileira, o verde amarelo, como as cores da manutenção do status quo.

A mesma elite financeira que quando viaja para o exterior fala mal do Brasil; adora usar vestimentas com as cores estadunidenses; envia recursos brasileiros para o exterior em contas em paraísos fiscais e para compras; explora os trabalhadores brasileiros em suas empresas e residências; sonega tributos, o que gera menos dinheiro para ser investido na saúde, educação e segurança públicos; ensina seus filhos a odiar os diferentes; entre outras atuações indefensáveis.

Na década de 1920, Plínio Salgado (que depois fundou o integralismo nazista no país) e outros membros da vertente conservadora do movimento modernista criaram o grupo dos “Verde-Amarelos”. Defendiam o autoritarismo, a colonização portuguesa, o nacionalismo e o predomínio de instituições conservadoras.

Anos depois a mesma elite, por meio da UDN e Carlos Lacerda, indignaram-se contra as reformas populares de Getúlio Vargas e, com o discurso pelo fim da imoralidade, corrupção e crise de confiança no governo, forçaram o suicídio de Vargas em 1954.

Juscelino Kubitschek em 1955 venceu as eleições, em aliança PSD-PTB e com o apoio do Partido Comunista, com 36% dos votos. A UDN de Carlos Lacerda tentou impugnar o resultado das eleições, e depois, com um movimento golpista, tentou impedir a posse de JK, com o apoio da ala conservadora do Exército. A posse ocorreu depois de um levante militar.

Após a renúncia de Jânio Quadros em 1961, a elite brasileira tentou barrar que o vice-presidente eleito João Goulart assumisse a presidência. Jango fazia uma visita diplomática à China e chegaram a empossar o então presidenta da Câmara dos Deputados como presidente.

Leonel Brizola liderou a campanha da legalidade, o Congresso Nacional aprovou o parlamentarismo e Jango assumiu a presidência, com Tancredo Neves (PSD) como primeiro-ministro. Após um plebiscito o presidencialismo voltou em 1963.

Em 1º de abril de 1964 Jango sofre um golpe militar-empresarial, contra as reformas populares, com apoio da elite brasileira.

Durante a ditadura militar foi criado pelo governo do General Emílio Garrastazu Médici o lema ufanista “Brasil, ame-o ou deixe-o”, com as cores da bandeira, contra os brasileiros críticos à ditadura.

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O primeiro presidente eleito pós-ditadura, o caçador de marajás eleito com o apoio da elite brasileira contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1989, Fernando Collor de Mello, em momento de crise no governo em 1992, por causa da corrupção, conclamou o povo brasileiro para sair às ruas em apoio ao governo neoliberal com as cores verde e amarelo.

Os estudantes saíram às ruas sim, mas todos de preto, os chamados cara-pintadas, movimento que ajudou a derrubar o governo.

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Antes da melhor Copa do Mundo de futebol de todos os tempos em 2014, a mesma elite fez uma campanha tão grande contra o evento (“Imagina na Copa”), que os brasileiros tinham vergonha de usar o verde amarelo até o primeiro apito. Justamente quando mais se justifica a utilização dessas cores. A Copa foi um sucesso, durante o evento os brasileiros voltaram a usar o verde-amarelo, mas poderia ter sido uma Copa ainda maior e com resultados econômicos para o país ainda mais efetivos.

A mesma elite financeira, com apoio dos setores mais atrasados do país, inclusive da velha mídia, com o mesmo discurso anti-trabalhador e, com muita hipocrisia, contra a corrupção, simplesmente não deixou que a presidenta Dilma Rousseff (PT) iniciasse seu segundo governo. Desde o final de 2014, após as eleições perdidas pelo PSDB, vêm boicotando a primeira mulher eleita e depois reeleita no Brasil, com o uso das cores verde e amarela, inclusive com o uso da camisa da CBF, uma das instituições mais corruptas do mundo.

Não vou comentar o nível dos presidentes das duas casas legislativas, eleitos pelos seus pares, que são eleitos graças ao financiamento do mercado financeiro e que, infelizmente, não representam a maioria da sociedade brasileira.

Além de enfraquecer Dilma, com a tentativa de pressionar o Impeachment injustificável da governanta, o alvo agora é o ex-presidente Lula, até então favorito para ser eleito presidente em 2018 pelo Partido dos Trabalhadores.

Estamos no meio desse turbilhão. A crise econômica não é tão grande. O desemprego não é tão alto. A inflação não é tão alta. O dólar não estão tão alto. Mas a mídia nos convenceu que sim.

E infelizmente o governo Dilma não vem ajudando que os movimentos sociais e a ala progressista da sociedade ajude o seu governo, com a implementação de medidas econômicas e sociais recessivas e neoliberais.

Tarso Cabral Violin – advogado e Professor de Direito Administrativo, mestre e doutorando (UFPR), autor do Blog do Tarso

 


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Fábio Konder Comparato e juristas assinam manifesto em defesa da legalidade

12 de Agosto de 2015, 3:03, por Blog do Tarso - 0sem comentários ainda

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Manifesto de juristas a favor da legalidade

11 de agosto de 2015Hoje, no dia do advogado, figura indispensável ao Estado de Direito, esse grupo de juristas abaixo assinados, vem se manifestar pela manutenção da legalidade democrática e o respeito ao voto em nosso país.

Em um momento como o que vivemos nos dias atuais, é preciso ter especial atenção com o respeito às instituições, à democracia e, especialmente, ao voto de cada cidadã e cidadão brasileiro. Respeitar o voto é respeitar a soberania popular, fundamento último da democracia brasileira e consagrada no art. 1o da nossa Constituição Federal.

Independente de posição político-partidária ou até mesmo de concordância com as políticas do atual governo, é preciso deixar claro que a tentativa de retirar a Presidente da República de seu cargo sem quaisquer elementos jurídicos para tal é um desrespeito inegável a ordem vigente e a soberania das urnas, contra o qual nos manifestamos frontalmente.

São em momentos críticos como o atual que deve prevalecer o respeito às instituições e é por isso que assinamos esse manifesto a favor da legalidade democrática.

Veja as assinaturas e assine aqui.


Arquivado em:Direito, Política Tagged: Fábio Konder Comparato

As vítimas do HSBC

10 de Agosto de 2015, 2:44, por Blog do Tarso - 0sem comentários ainda

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Humilhação, controle, assédio moral, terrorismo psicológico e ameaças de demissão não podem ser método de gestão de uma empresa. O movimento “as vítimas do HSBC” é para todos os que são, de alguma forma, vítimas do sistema bancário.

O movimento promete histórias impressionantes contadas por vítimas do HSBC. Uma contribuição destes profissionais para que modelo de opressão e assédio moral seja interrompido.

Você sabia que 62% das pessoas demitidas do HSBC por problemas de saúde eram mulheres? E que elas representam 59% dos empregados que sofreram danos morais pelo banco?

A pesquisa realizada durante dois anos pelo Instituto Defesa Da Classe Trabalhadora mostrou que, além de utilizar métodos de gestão assediosos, o banco tem uma veia machista, com diferenças bem claras no tratamento destinado a homens e a mulheres. Elas também são as que recebem maiores cargas de estresse. Parece gestão de pessoas, mas é humilhação e machismo.

Veja a pesquisa completa em: http://vitimasdohsbc.com.br/

Conheça o movimento e ajude-os compartilhando, comentando, interagindo e influenciando. Curta o Facebook: https://www.facebook.com/vitimasdohsbc

Este é o primeiro de uma série de relatos cedidos ao movimento Vítimas do HSBC por profissionais que concordaram em dividir a angústia e sofrimento que viveram no trabalho, submetidos a um método de gestão que tem deixado milhares de pessoas doentes. Dar voz às histórias é uma forma de tentar mudar esta realidade.Veja o primeiro depoimento:


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Universidade shylockiana: cortando na carne do ensino, da pesquisa e da extensão

8 de Agosto de 2015, 3:32, por Blog do Tarso - 0sem comentários ainda

 

Sétimo texto da parceria entre o Blog do Tarso e a APUFPR, que lançaram campanha para discutir o ajuste fiscal e seus impactos na universidade. Ver também: O ajuste fiscal e as universidadesA Desoneração interessa a quem?O sistema da dívida pública gera riqueza à custa dos direitos sociais do povo brasileiroLógica da austeridade, A ideologia do ajuste fiscal coloca a ciência e a sociedade em apuros e O “ajuste fiscal” e a paz de espírito dos tubarões.

Por Raimundo Tostes

O leitor ao ler a expressão cortar na própria carne já considerou alguma vez a sua interpretação literal? Pois bem, Shakespeare considerou esta possibilidade em O Mercador de Veneza. O cenário da peça é Veneza do século XVI. O jovem nobre Bassanio pede um empréstimo ao amigo Antonio. Seu desejo é viajar a Belmont e pedir a mão de sua amada Portia. Sem poder ajudá-lo, Antonio sugere ao jovem procurar o agiota Shylock. Embora relutante, Shylock consente com o empréstimo, sob a condição de que Bassanio empenhe uma libra (pouco mais de 400g) de sua própria carne, no caso de não honrar o saldo do débito. Convido o leitor a ler a peça ou assistir ao espetáculo para ver que os desdobramentos do acordo resultam na impossibilidade de Bassanio honrar o compromisso e, em consequência, pagar o débito com a própria carne.

Assim, esta obra shakesperiana é objeto de estudo de filósofos, sociólogos e, principalmente, juristas quanto ao equilíbrio entre justiça e equidade. Em suma, é preciso considerar que as ações institucionais, ainda que por instrumentos e meios legais, podem extrapolar limites éticos e morais. A visão shylockiana de fazer cumprir a letra da lei cortando a carne do devedor estabelece uma possibilidade de justiça que está longe do que é moralmente aceitável e humanamente factível.

Esta visão shylockiana permeia vários aspectos da vida civil. Em parte, herança de um princípio jurídico expresso na sentença pacta sunt servanda (os pactos devem ser cumpridos). Com efeito, a postura shylockiana permeia o sistema financeiro, as relações comerciais e o próprio papel do Estado. Indo além, o Estado, servindo-se do seu poder discricionário, pode exigir de seus cidadãos o cumprimento dos pactos legais, aos limites da exorbitância moral da lei.

Ao instituir medidas de austeridade – e essas medidas são basicamente econômicas, o Estado estabelece diferentes graus de contribuição e sacrifício de seus cidadãos. Quanto menor for a desigualdade social, tanto menor será a discrepância entre o impacto sobre os estratos sociais. Mas, o inverso social não é verdadeiro. O que significa dizer que as medidas de austeridade impactam fortemente uma sociedade com marcante desigualdade social. Isto se resume ao óbvio: quem paga a conta do ajuste fiscal? Antes de formular sua resposta, observe alguns números. O recém publicado relatório A Classe Média Global é Mais Promessa Que Realidade (julho de 2015), do Instituto norteamericano Pew Research Center, traz dados sobre a renda de 111 países. O relatório aponta que a maioria da população brasileira ainda é pobre (renda de até US$ 2 por dia) ou de baixa renda (US$ 2 a US$ 10). São 50,9% de brasileiros neste estrato, 7,3% de pobres e 43,6% de baixa renda. O percentual de pobres entre nossos vizinhos comparáveis no cone sul é bem menor: Argentina 2,7%, Chile 1,6% e Uruguai 0,2%. A classe média (US$ 10 a US$ 20 por dia) detém apenas 27,8% dos brasileiros, novamente o pior entre os vizinhos: Argentina 32,5%, Chile 33,8% e Uruguai 32,8%. Quanto aos mais endinheirados, o relatório aponta que os brasileiros de renda média alta (US$ 20 a US$ 50) são apenas 15,9% e os efetivamente ricos (mais de US$ 50) são modestos 5,4%. Nossos hermanos completam a goleada: na classe média alta e ricos, respectivamente, os percentuais alcançam 23,5% e 4,3% na Argentina, 23% e 8,2% no Chile e 29,9% e 8,8% no Uruguai.

Portanto, o impacto do ajuste fiscal é efetivamente maior em 78,7% da população brasileira. No contexto em que, neste exato momento, enquanto escrevo este artigo, a taxa Selic alcança 14,15% de juros ao ano com viés de alta, o real despenca frente ao dólar, o desemprego bate os 7% e a renda do trabalhador é corroída pela inflação que pressiona o teto da meta.

E estas dores, angústias e cortes atingem como a universidade pública?

Um relatório apresentado pelo Conselho de Planejamento e Administração da penas na Universidade Federal do Paraná, em junho deste ano, demonstra que o impacto do ajuste fiscal é de 8,3% no custeio da instituição; de 57,56% nos investimentos; e, no total dos recursos de custeio e capital, de 20,52%. Exatamente no momento em que a UFPR está abrindo novos cursos, ampliando vagas, instalando laboratórios e expandindo sua infraestrutura.

Na extensão universitária, o mais significativo programa institucional vigente hoje, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), mantido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) sofreu um contingenciamento de 50% das bolsas por instituição, prejudicando licenciandos, professores supervisores e coordenadores de subprojetos. Os cortes também atingem duramente a pós-graduação das universidades públicas. A CAPES anunciou, no início de julho, mais cortes. Para o Programa de Excelência Acadêmica (PROEX) serão menos 23,3% do orçamento previsto e para o Programa de Apoio à Pós-Graduação (PROAP), menos 8,7%, o que deixa muitos programas de mestrado e doutorado sem – ou quase nenhum – recurso.

É imensurável o custo e o atraso deste sacrifício à rede pública de ensino superior, bem como o quanto isso impacta nossa capacidade científica e tecnológica. Dados de órgãos públicos e privados apontam que os investimentos em infraestrutura necessários ao país para os próximos quinze anos alcança a cifra superior a cinco trilhões de reais. Obviamente, que este prazo e valor mudam ao diminuir a capacidade das universidades públicas – que concentram 95% da pesquisa no país – de investir em pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico. Além disso, as múltiplas carências da sociedade brasileira por profissionais nas mais diversas áreas do conhecimento se agudizam pelo comprometimento na formação da massa crítica requerida.

A visão de Shylock sobre justiça e economia supera sobejamente a dignidade humana. A atual visão governista de uma universidade shylockiana incorre na mesma loucura. A tragédia é que a universidade não é um palco. Os professores não são atores. Não findam no esquecimento, sem olhos, sem memória, sem mais nada.

Raimundo Tostes é professor adjunto do campus avançado da UFPR de Jandaia do Sul

Raimundo


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Veja o vídeo do evento “A mídia e a cultura do silêncio”

4 de Agosto de 2015, 14:43, por Blog do Tarso - 0sem comentários ainda

 


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