Beto Richa é condenado por usar Twitter do governo para autopromoção
21 de Julho de 2014, 11:45 - sem comentários aindaO candidato à reeleição, governador Beto Richa (PSDB) e sua vice, Cida Borghetti (Pros) foram condenados ao pagamento de multa, no valor de 15 mil UFIRs (pouco mais de R$ 15 mil), por terem utilizado o Twitter oficial do governo do Paraná para autopromoção.
Além da condenação, a Justiça Eleitoral determinou a imediata suspensão da prática, sob pena de aplicação de multa diária de R$ 100 mil.
A decisão do Juiz Lourival Pedro Chemim atende a pedido da coligação Paraná Olhando Pra Frente, que tem Gleisi Hoffmann (PT) como candidata à governadora.
De acordo com a Justiça Eleitoral, as postagens no Twitter oficial do governo do Estado contrariam a Lei 9.504/97. “Elas transcenderam a legalidade. Ou seja, elas se configuram como veiculação de publicidades (propagandas) institucionais irregulares, algumas, ainda, de forma velada”, explica o magistrado.
O juiz rejeitou a argumentação dos advogados de Richa que alegavam que a publicidade via Twitter não traria prejuízos ao erário, por ser gratuita. “Não é gratuita por ser realizada em ambiente virtual, pois a publicidade representa gasto para quem a realiza. Ou seja, do web designer ao servidor público encarregado para responder os comentários dos internautas, equipamentos, etc. tudo representa custos ao erário público Estadual”, afirma.
“O uso da máquina pública em benefício do candidato à reeleição está se tornando recorrente. Na semana passada, o governador já havia sido enquadrado”, lembra o coordenador jurídico da coligação Paraná Olhando Pra Frente, Luiz Fernando Pereira.
Reincidente
Há menos de uma semana, no último dia 17, a Justiça Eleitoral já havia enquadrado Richa por uso da máquina pública em benefício pessoal. Naquela ocasião, a Justiça determinou que, no prazo máximo de 24 horas, fossem retiradas das páginas na internet da Copel e da Sanepar as matérias que exibissem fotos do candidato à reeleição, governador Beto Richa (PSDB).
Comissionados
Em outro caso de uso da máquina pública do governo do Paraná, a Justiça Eleitoral condenou dois ocupantes de cargos comissionados no governo Beto Richa por criarem páginas falsas no Facebook para atacar Gleisi Hoffmann.
Dados obtidos pela Justiça através da quebra de sigilo do Facebook identificaram o nome de Cleverson Lima como criador da página “Gleisi não”, além do assessor do governo Beto Richa, o jornalista José Gilberto Maciel, conhecido como Zé Beto Maciel, que pagou para que a página tivesse mais visibilidade na rede social.
O caso julgado, os responsáveis foram multados e tiveram todos os recursos negados.
ÍNTEGRA DA DECISÃO QUE CONDENOU BETO E CIDA NO ENDEREÇO:
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Governo Beto Richa diminui vagas na UEL e UEM
17 de Julho de 2014, 22:58 - sem comentários aindaUEM:
2011: | 1549 |
2012: | 1536 |
2013: | 1514 |
UEL:
2011: | 3100 |
2012: | 3100 |
2013: | 3100 |
2014: | 3090 |
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Datafolha: Dilma continua na liderança no 1º e 2º turnos
17 de Julho de 2014, 22:22 - sem comentários aindaA presidenta Dilma Rousseff (PT) tem 36% das intenções segundo o Datafolha/TV Globo, Aécio Neves (PSDB) tem 20% e Eduardo Campos (PSB) apenas 8%. Os nanicos somam 8%.
Dilma vence também no segundo turno com 44% dos votos, sendo que Aécio teria 40%. Contra Campos Dilma ganha com 45% contra 38%.
Na pesquisa foram ouvidos 5.377 eleitores em 223 municípios entre os dias 15 e 16, com margem de erro de dois pontos para mais ou menos.
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Se você votar em Ratinho Junior pode eleger o Lauro Rodrigues. Lembra dele?
17 de Julho de 2014, 17:54 - sem comentários ainda
Você lembra do Lauro Rodrigues (PTdoB), candidato ao cargo de prefeito de Curitiba em 2008?
Ele ficou conhecido em todo o Brasil por sua desenvoltura no debate eleitoral (veja o vídeo).
Pois bem.
Lauro é candidato a deputado estadual na mesma chapa de Ratinho Junior (PSC), e se você votar em Ratinho, pode estar elegendo Lauro por causa do sistema de eleições proporcionais e voto em legenda no Brasil. Algo parecido com o que aconteceu com o Tiririca e Enéas em São Paulo, que acabaram elegendo candidatos com muito pouco votos.
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Por que Piketty incomoda?
17 de Julho de 2014, 14:14 - sem comentários aindaPor Luiz Gonzaga Belluzzo na Carta Capital
A crise, em vez de unir os que foram prejudicados por ela, está a aumentar a força ideológica e o poder político daqueles que a causaram. Falo isso sob o impacto da leitura do livro de Thomas Piketty, uma incursão corajosa nas casamatas da Economia Política, sempre sitiadas pelos esbirros que simulam defender os espaços da “economia científica” com os argumentos da superstição.
O estado atual do mundo das coisas e das pessoas resulta da desestruturação que as sociedades criadas no Pós-Guerra sofreram nas últimas quatro décadas. Nos bastidores do livro de Piketty, entre linhas, entrelinhas, gráficos e equações movem-se as mesmas forças impessoais da riqueza socializada que em seus desatinos e inconsciências da ganância privada levaram a humanidade aos tormentos do moinho satânico que desatou duas guerras mundiais e deflagrou a Grande Depressão dos anos 30.
Nos anos 1980, a eleição de Reagan na esteira de Thatcher deu início à derrota do arranjo político e social que, nas ruínas do capitalismo dos anos 20 e 30 do século passado, abriu um espaço de convivência e de solidariedade ao erigir as instituições do Estado de Bem-Estar.
Dados minuciosos sobre a evolução do emprego, dos salários e da distribuição da riqueza e da renda não deixam nenhuma dúvida sobre a natureza das agruras vividas pelos assalariados e dependentes nas últimas três décadas. A eclosão da crise de 2008 tornou ainda mais grave e ainda mais confrangedora a sensação de que a situação vai ficar pior, porque o debate entre políticos, economistas e os arautos da mídia está circunscrito a uma agenda mesquinha: keynesianos e ortodoxos estão discutindo bagatelas.
Ao comentar o livro de Piketty, o colunista do Guardian/Observer Will Hutton chama atenção para a concentração da riqueza nos Estados Unidos e na Europa. Os 10% mais ricos detêm 60% a 70% da riqueza, representada por imóveis, ações de empresas, títulos públicos e outros ativos financeiros. A interação entre essa concentração de riqueza sob a forma financeira, ou seja, a predominância crescente da acumulação de direitos de propriedade que reivindicam uma fração maior do valor criado pelo esforço coletivo favorece os ganhos rentistas e enfraquece o espírito empreendedor.
A “natureza” intrinsecamente rentista do capital financeiro e de sua valorização fictícia se apoderou da gestão empresarial, impondo práticas destinadas a aumentar a participação dos ativos financeiros na composição do patrimônio, inflar o valor desses ativos e conferir maior poder aos acionistas. Particularmente significativas são as implicações da “nova finança” sobre a governança corporativa. A dominância da “criação de valor” na esfera financeira expressa o poder do acionista, reforçado pela nova modalidade de remuneração dos administradores, mediante o exercício de opções de compra das ações da empresa.
A crise não deve ser relegada às querelas dos economistas. Suas consequências já afetam profundamente as formas de convivência criadas no Pós-Guerra e que sustentaram as democracias. O que se observa é que as democracias, massacradas pelo poder da finança, parecem impotentes para formular soluções que preservem os direitos sociais e retomem o caminho da prosperidade compartilhada. Vimos recentemente a manifestação dos espanhóis cercando o Parlamento. Qual foi a palavra de ordem? “Que se vayan todos”. Muito bem. Que se vayan todos. E o que deriva dessa consigna? Qual é a proposta? Qual é o projeto? Estamos muito além de uma crise cíclica do capitalismo.
Estamos em uma crise estrutural da vida civilizada. É isso que está em questão, na Europa, nos Estados Unidos. Apontarei uma manifestação que sustenta esta minha opinião. O candidato à Presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney, disse, em uma reunião de coleta de fundos, que os 47% que declaram seu voto no presidente Barak Obama não pagam impostos, não querem trabalhar, não querem ganhar de acordo com seu mérito, como se esses cidadãos tivessem espontaneamente corrido para o colo do Estado em busca de proteção, quando na verdade eles foram compelidos a isso. Curiosamente, a maioria desses cidadãos sobrevive nos estados em que os republicanos costumam ganhar eleições. Há duas questões aí. A primeira delas é a completa incapacidade de perceber – e isso é impressionante – qual é a natureza da situação em que se encontram. Por quê? Porque os Estados Unidos têm o mito da utopia realizada. Se já estamos no paraíso, é impossível sofrer desse jeito. O mundo assiste ao espetáculo que Max Weber chamaria de reencantamento do mundo.
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