A Revista Espírito Livre é uma iniciativa que reune colaboradores, técnicos, profissionais liberais, entusiastas, estudantes, empresário e funcionários públicos, e tem como objetivos estreitar os laços do software livre e outras iniciativas e vertentes sócio-culturais de cunho similar para com a sociedade de um modo geral, está com um novo projeto neste ano de 2009.
A Revista Espírito Livre visa ser uma publicação em formato digital, a ser distribuída em PDF, gratuita e com foco em tecnologia, mas sempre tendo como plano de fundo o software livre. A publicação já se encontra na terceira edição. A periodicidade da Revista Espírito Livre é mensal.
Lançado Snort 2.9.5
10 de Julho de 2013, 0:00 - sem comentários aindaSnort é um sistema de prevenção de intrusão de rede de fonte aberta, além de ser um sistema de detecção (IDS / IPS) desenvolvido pela Sourcefire. Combinando os benefícios de assinatura, protocolo e inspeção baseada em anomalia, Snort é a tecnologia mais amplamente implantada IDS / IPS em todo o mundo. Com milhões de downloads e cerca de 400.000 usuários registrados, Snort tornou-se o padrão de fato para IPS.
Nessa nova versão, foi adicionado um sistema de monitoramento do canal de dados FTP para transferência de arquivos como file_data de regras do Snort. Na sequência, foi adicionado suporte relacionado à PAF baseada em serviços carregados através da tabela de atributos, e code removed – disable-paf; houve ainda a adição de suporte decoding para Cisco ERSPAN, adição de rastreamento de envios HTTP como file_data (regras do Snort), adição da capacidade de usar filtros de eventos com regras PPM, dentre outras implementações relacionadas a comando de controle, recarregamento de configuração do Snort e melhorias no SIGHUP.
O download pode ser feito no site oficial.
Se você usa RHEL5, CentOS 5.5, ou Fedora Core 11, não deixe de ler este anúncio.
Com informações de Snort e Under-Linux.
‘A internet deve se tornar invisível’
10 de Julho de 2013, 0:00 - sem comentários aindaQuando era estudante de pós-graduação na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), Steve Crocker participou da equipe que fez a primeira conexão da Arpanet, rede precursora da internet. Ele ajudou a desenvolver os primeiros protocolos da rede – tecnologias que permitem a troca de informações entre máquinas que usam linguagens diferentes). Escreveu, em 1969, o primeiro Request For Comments (RFC). O pedido de comentários iniciou uma série de documentos que até hoje definem os padrões técnicos adotados na internet.
Atualmente, o cientista de computação de 68 anos é presidente do conselho da Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann), organização privada sem fins lucrativos responsável por coordenar a distribuição dos endereços de internet, e da startup Shinkuro, especializada em comunicações seguras. Crocker conversou com o Estado na quinta-feira, por telefone. A seguir, os principais trechos da entrevista:
O sr. estava no grupo que fez a primeira conexão da Arpanet. Como foi isso?
Steve Crocker – A Arpanet começou com quatro lugares. O primeiro deles foi a UCLA e eu fazia parte do grupo na UCLA. Com outros colegas, trabalhamos no primeiro conjunto de protocolos e em todo processo de criar protocolos.
Por que a Arpanet foi criada?
S. C. – O Departamento de Defesa dos Estados Unidos tinha muitos computadores de uso militar e eles tinham a necessidade de transferir informações de um para outro. Experimentos anteriores, com dois ou três computadores, não foram muito bem. Eles sabiam que tinham de continuar tentando para conseguir algo que funcionasse razoavelmente bem. A Arpanet foi um esforço para conectar tipos diferentes de computadores. Uma coisa importante é que os computadores eram fabricados por empresas diferentes e tinham sistemas operacionais diferentes. Os computadores estavam em lugares diferentes e eram gerenciados por organizações diferentes. Sabíamos que era importante conectar esses computadores e havia vários motivos para haver troca de dados entre os projetos. Havia um propósito geral de ser usado por diferentes projetos. Eles pegaram essa ideia geral de conectar os computadores e deixaram em aberto, para quem fosse usar, a maneira como a rede seria usada.
Por que era difícil conectar esses computadores e como vocês resolveram o problema?
S. C. – Era difícil de conectar esses computadores por dois motivos. Do ponto de vista de hardware, os computadores naquela época não vinham com nenhum tipo de conexão. Hoje, quando você compra um computador, existe todo tipo de conexão, conexões para internet, USB e assim por diante. É fácil fazer os computadores trabalharem juntos. Eles estão todos prontos para ser conectados em rede. Naquela época, não havia uma maneira fácil de conectá-los, mesmo que eles fossem do mesmo fabricante. É como se cada um deles fosse uma ilha. Esse era o problema de hardware. O problema de software era que não havia programas para transferir informações de um computador para outro. Tivemos de começar de uma folha em branco. O problema de hardware foi resolvido de uma maneira relativamente fácil, mas o problema de software era complexo, porque os computadores falavam linguagens diferentes, tinham maneiras diferentes de codificar a informação. Tivemos de fazer alguma tradução de um para outro.
Em um texto publicado no ano passado, o sr. destacou a importância do governo na criação da internet. Poderia falar mais a respeito?
S. C. – Era um ambiente muito especial. A parte do governo que criou a Arpanet era a Darpa, originalmente chamada Arpa, que quer dizer Agência de Projetos de Pesquisa Avançados (Advanced Research Projects Agency, em inglês). É uma pequena parte do governo que financia pesquisa, em uma variedade de diferentes áreas. Já havia bastante pesquisa em ciência da computação. Como construir computadores melhores e mais rápidos. Como torná-los mais inteligentes. Havia trabalhos em inteligência artificial, em compreensão da fala, em grandes bancos de dados, em gráficos avançados, em arquiteturas de multicomputadores, para construir supercomputadores. E esses trabalhos estavam acontecendo em diversos laboratórios, ao redor dos Estados Unidos, em universidades e em companhias sem fins lucrativos ou de pesquisa. Nesse ambiente, a Arpa decidiu criar essa rede experimental, chamada Arpanet, que iria conectar os laboratórios já existentes. A parte importante é que eles financiavam pesquisa em todos esses laboratórios e diziam: você será conectado, isso não se discute, mas não terá de pagar nada por isso e não haverá competição. Diferentemente de um empreendimento comercial, ninguém precisava se preocupar com a maneira de se fazer dinheiro a partir daquilo. Ninguém precisava se preocupar se outras pessoas estavam saindo na frente. Foi uma experiência muito colaborativa, no lugar de ser uma experiência competitiva. Nesse caso, o ponto essencial foi o financiamento governamental.
Como o sr. vê a situação da internet hoje? Conseguiria imaginar, alguns anos atrás, como ela se tornaria importante?
S. C. – Respondo bastante essa pergunta, como você pode imaginar. Às vezes eu brinco que tudo está acontecendo exatamente como foi planejado. Mas deixe-me dar uma resposta mais séria. Como a rede foi criada para conectar lugares em que se pesquisava o futuro da ciência da computação, podíamos enxergar bastante à frente. Você deve ter visto que Douglas Engelbart, o inventor do mouse, morreu há alguns dias. Ele era o responsável pelo segundo ponto conectado à Arpanet, na SRI (sigla em inglês de Instituto de Pesquisa de Stanford), e eu estava na UCLA, o primeiro ponto. No laboratório dele, vimos o mouse e todos os trabalhos que ele estava fazendo, e isso foi em 1968. Conseguíamos ver o que ainda não estava comercialmente disponível para todo mundo. Víamos a direção futura e a única grande questão era quanto tempo ia levar.
O sr. pode falar mais sobre a importância de Engelbart?
S. C. – Muitos de nós que o conhecemos, e que fizemos parte da comunidade de que ele participou, estivemos pensando na sua morte nos últimos dias. Na época, na comunidade de pesquisadores, houve várias pessoas que receberam muito mais atenção, porque estavam fazendo computadores maiores ou o que parecia ser pesquisa mais profunda. O impacto do trabalho de Engelbart pode ser comparado ao de qualquer outro. Seu trabalho levou ao que foi desenvolvido no Parc (Centro de Pesquisas de Palo Alto, na sigla em inglês), da Xerox, e depois à criação do Macintosh, e se tornou a principal forma de interagir com o computador para todo mundo.
O Macintosh é de 1984. Na sua opinião, por que demorou tanto tempo?
S. C. – O tempo foi surpreendentemente longo das ideias iniciais até um uso bem difundido. Dependendo da tecnologia, de 20 a 30 anos é um ciclo típico. Isso pode parecer estranho, porque tudo parece acontecer de repente na internet, mas de fato existe um período de tempo em que as ideias são trabalhadas nos laboratórios até se transformarem em produtos, tipicamente é um longo tempo até se tornarem comuns.
O sr. poderia contar como foi a criação do Request For Comments?
S. C. – Naquele período inicial, quando reunimos pessoas de diferentes laboratórios, primeiro nos encontramos várias vezes, durante um período de vários meses, de agosto de 1968 até março de 1969. Tivemos muitas discussões sobre como a rede funcionaria e sobre como faríamos isso. Em março de 1969, decidimos que seria melhor começar a escrever quais eram nossas ideias, e me ofereci como voluntário para escrever e organizar as ideias. Fiquei preocupado que, se escrevesse essas anotações de maneira errada, poderia parecer que estava querendo assumir uma autoridade, e parecer mais importante do que era. Porque era um estudante de pós-graduação e ninguém me havia tornado responsável por nada. Quis deixar claro que as anotações procuravam refletir nossas ideias, mas que não estava dizendo que essa era a única maneira que poderia ser feita. Foi um truque, de certa forma, de classificar tudo como pedido de comentários, para acertar o tom e deixar claro que todos estavam convidados a aceitar as ideias ou não, a escrever respostas para elas, acrescentar coisas novas ou modificá-las. O primeiro RFC foi impresso em papel e enviado por correio convencional.
Como o sr. vê o futuro da internet?
S. C. – Eu diria duas coisas. Hoje, existem cerca de 2,5 bilhões de usuários, um pouco menos de metade da população do mundo. Uma das coisas que eu espero que aconteça é o aumento do uso da internet até que praticamente todo mundo no planeta seja usuário. Outra coisa seria o seguinte: atualmente, somos bem cientes do uso da internet, de quando estamos conectados à internet. Acho que, no futuro, todos estarão conectados, mas sem pensar sobre ela. A visibilidade ou a percepção da internet vai ficar em segundo plano. Todo mundo usa a eletricidade, mas ninguém fala muito a respeito.
Com informações de Observatório da Imprensa.
Depois do mouse
10 de Julho de 2013, 0:00 - sem comentários aindaEm 9 de dezembro de 1968, em San Francisco, Douglas Engelbart protagonizou um evento que veio a ser chamado, anos depois, de “A Mãe de Todas as Demonstrações”. O engenheiro fez a primeira apresentação pública de tecnologias como o mouse, a videoconferência, o hipertexto e o processador de texto, resultados de seu trabalho à frente de um laboratório no Instituto de Pesquisa de Stanford (SRI, na sigla em inglês).
Há quase 45 anos, Engelbart demonstrou conceitos que viriam a dominar a computação décadas depois. Naquela época, a comunicação homem-máquina era feita através da linha de comando. As pessoas precisavam digitar alguns códigos específicos que eram entendidos pelos computadores. Hoje parece comum, mas Engelbart foi o primeiro a colocar em prática a interface gráfica, mais intuitiva, em que as pessoas precisam somente apontar e clicar.
O mouse demorou a se popularizar. O Centro de Pesquisas de Palo Alto (Parc, na sigla em inglês), da Xerox, trabalhou os conceitos criados por Engelbart e lançou, em 1973, o Alto, um computador que já tinha, além do mouse, ícones e janelas em sua tela. Mas a Xerox não enxergava valor no computador em si, encarando-o como um dos elementos de seu sistema de impressão e edição de documentos. Cerca de mil unidades foram distribuídas para universidades e centros de pesquisa, e a máquina nunca foi colocada no varejo.
Steve Jobs, da Apple, tentou colocar essas novidades no mercado com o Lisa, em 1983, mas o computador era muito caro. Custava US$ 9.995. No ano seguinte, acertou a mão com o Macintosh, que tinha mouse e interface gráfica e poderia ser comprado por US$ 2.495. No ano seguinte, a Microsoft lançou o sistema operacional Windows, e as tecnologias criadas por Engelbart se tornaram o padrão da interface dos computadores.
Sentidos imitados
Engelbart morreu na terça-feira passada, aos 88 anos, na cidade de Atherton, nos Estados Unidos. Diferentemente de outros gênios do Vale do Silício, ele não ficou bilionário com suas invenções. O SRI licenciou a tecnologia do mouse para a Apple por apenas US$ 40 mil.
A morte do engenheiro ocorreu num momento em que o mouse começa a ser superado por outras formas de interação homem-máquina. Os smartphones e os tablets popularizaram as telas sensíveis ao toque e o reconhecimento da fala. Sistemas que leem movimentos, como o Kinect, da Microsoft, apareceram no mundo dos videogames e já invadem outras áreas dos eletrônicos. Os sistemas operacionais começam a abandonar a metáfora do desktop, do computador como uma mesa virtual onde estão os objetos necessários para trabalhar.
A tendência é que, mais e mais, as máquinas passem a imitar os sentidos humanos, com visão, audição, tato e até olfato e paladar, e que a comunicação entre homem e máquina se aproxime da linguagem natural.
Com informações de Observatório da Imprensa.
Protestos elevam tráfego de voz e dados
10 de Julho de 2013, 0:00 - sem comentários aindaAs manifestações que sacudiram o país em junho aumentaram em 17 pontos percentuais o tráfego no Facebook, segundo dados da pesquisa Hitwise, da Serasa Experian, antecipada pelo Valor. Nos últimos 13 meses, o Facebook vinha liderando com folga a participação em relação aos acessos nas redes sociais, chegando a mais de 65%. Mas em 13 de junho – quando São Paulo viveu episódios mais violentos, como a bala de borracha que atingiu a repórter do jornal “Folha de S. Paulo” –, a rede social atingiu seu pico no mês, o terceiro do ano, com 70% de participação.
O número de usuários de telefone celular com tecnologia 3G que enviou dados a partir da avenida Paulista, em São Paulo, cresceu 14% na rede da Telefônica/Vivo, segundo informou a operadora ao Valor. Isso gerou um aumento de 17% no tráfego de dados da companhia no período, comparado às duas últimas semanas de maio.
Na avenida Rio Branco, palco das principais manifestações no Rio, o volume de dados enviados pelos usuários da Telefônica/Vivo foi 25% maior, disse a tele. Em nível nacional, o aumento do tráfego foi de 9%.
Especialistas ouvidos pelo Valor disseram acreditar, no entanto, que esse crescimento de tráfego não foi rentável para as teles. “As empresas vendem um pacote fechado de dados e, se existe um aumento da demanda, as teles não ganham mais por isso, a não ser que o usuário extrapole a franquia”, disse um executivo da área de telecomunicações. “Além disso, em momentos de pico, a qualidade da rede cai.”
Segundo a Telefônica/Vivo, nas duas últimas semanas de junho, frente ao mesmo período de maio, houve aumento de 11% no tráfego de voz na avenida Paulista e 12% na avenida Rio Branco. Nesse caso, o saldo pode ser positivo, porque o usuário paga por minuto falado e tem mais chance de extrapolar o pacote contratado. “Mas quando se trata de ligações dentro da mesma rede, não há ganho de receita”, disse o especialista.
Procuradas pelo Valor, Oi, TIM e Claro não forneceram dados sobre o tráfego no período.
Informações checada
O episódio envolvendo o aumento de tráfego nas redes sociais em junho expõe a ‘queda de braço’ entre as operadoras de telecomunicações e as comunidades virtuais. Provedores como Facebook e YouTube trafegam grandes volumes de conteúdo sobre as redes das teles, que alegam não ganhar nada dessas empresas com isso. “Junho deixou evidente o poder das redes sociais como canal de comunicação”, disse o consultor Jorge Monteiro, presidente da varejista Superfones. “Nesse sentido, as operadoras podem ser beneficiadas com a vontade de quem não está conectado contratar um pacote de dados, mas elas [as teles] não ganham nada se o usuário trafega pela rede Wi-Fi, por exemplo”.
A pesquisa da Serasa Experian, diferentemente do que se poderia imaginar, indica que a maior parte dos usuários da rede social em junho era constituída por jovens adultos, de 25 a 34 anos, que representaram 27,2% dos internautas. Já os de 18 a 24 anos responderam por 23,2% da audiência. As demais redes sociais obtiveram em junho as seguintes participações no volume de acessos: YouTube, 18,2%; Ask.fm, 1,8%; Twitter, 1,75%; e Orkut, 1,73%.
Para a gerente de produto da Serasa Experian, Michelle Carneiro, o Facebook é considerado pelos internautas como a rede mais completa. “No Facebook, é possível postar vídeos e fazer comentários extensos, não tão sucintos quanto os do Twitter, restrito a 140 caracteres”, disse.
No Twitter, as manifestações ficaram entre os temas mais citados em junho. Uma pesquisa da consultoria Topsy indicou a publicação de 17,7 milhões de mensagens (tuítes) relacionadas às manifestações, entre 6 e 26 de junho. Entre os termos mais citados estão #Brasil (11 milhões de citações), #protesto (2 milhões), #manifestação (1 milhão), #vemprarua (680 mil), #verásqueumfilhoteunãofogealuta (620 mil); reforma (568 mil) e #20 centavos (519 mil).
O portal UOL informou que dois de seus melhores índices históricos de audiência foram alcançados com reportagens sobre as manifestações. O bate-papo do site foi o oitavo fórum mais acessado do país em junho (participação de 0,82%, segundo a Serasa Experian). No dia 18, o portal atingiu pouco mais de 46 milhões de páginas vistas, segundo pesquisa da consultoria Omniture. Entre os dias 17 e 23, o canal UOL Notícias registrou um aumento de mais de 500% na audiência, em comparação à média diária do ano.
O compartilhamento de notícias do UOL nas redes sociais também aumentou, com um incremento de 50% em relação à média diária. “O crescimento da audiência mostra que, por mais que as pessoas troquem muita informação nas redes sociais, elas ainda buscam a confirmação nos portais, porque possuem informações checadas, corretas e mais completas”, afirmou Rodrigo Flores, diretor de conteúdo do UOL.
Um levantamento do Ibope Media entre 3 e 21 de junho indicou o aumento de audiência também nas emissoras de TV. Na sexta-feira, dia 21, quando foram realizadas manifestações em diversas cidades do país, as emissoras tiveram recorde de audiência, com uma média de 8,62 pontos. Esse índice foi 27% maior em comparação à sexta-feira anterior, quando os protestos ainda não tinham tomado grandes proporções. No mês de junho, a audiência média foi de 7,43 pontos.
O noticiário da TV também alimentou comentários na internet. De acordo com o Ibope Media, os telejornais foram citados mais de 73 mil vezes em junho. O pico aconteceu na semana de 17 a 23, quando o número de mensagens – 56,3 mil citações – foi cinco vezes maior que a média registrada na semana anterior.
Com informações de Observatório da Imprensa.
A guerra cibernética começa no seu smartphone
10 de Julho de 2013, 0:00 - sem comentários aindaQuanto mais firmes forem os protestos do governo brasileiro, melhor. Quanto mais numerosas e abrangentes forem as iniciativas contra o governo dos Estados Unidos e suas contratadas pela invasão do nosso espaço cibernético, mais protegidos nos sentiremos.
A aterrorizante verdade é que apesar do nosso esperneio muito pouco poderá mudar. A Casa Branca dará todas as explicações, os organismos internacionais prometerão sistemas menos vulneráveis à intromissão externa do tráfego digital dos países, porém na melhor das hipóteses ficaremos mais conscientes e atentos à caprichosa marcha do progresso.
Nem mesmo o bravo Edward Snowden – ex-consultor dos serviços de inteligência americanos que botou a boca no trombone para acordar o mundo – conseguiria sugerir uma forma de controlar o sistema de conexões chamado WWW, ou W3, impedindo-o de cometer o encadeamento de abusos contra as soberanias individuais e nacionais.
Este maravilhoso sistema ao qual estamos conectados a partir das células eletrônicas que carregamos nos bolsos & bolsas é simplesmente indestrinçável. Impossível “desligar” a indústria das conexões, ela foi longe demais, não há retorno. O caos criativo está ganhando mais uma parada.
De bandeja
A humanidade fez uma escolha há cerca de duas décadas e agora está pagando o preço. Maravilhada com a mágica das redes onde máquinas falam com máquinas e superam todas as barreiras do tempo e do espaço, a comunidade humana apostou cegamente no confortável conceito de conectividade e comunhão instantânea. Com elas turbinamos um inesgotável acervo de ferramentas para viver melhor e saber mais enquanto anulam-se progressivamente as liberdades e arbítrios individuais. Com elas vamos às ruas para mudar o mundo, embora conhecendo apenas alguns de seus fragmentos.
Snowden, o homem mais solitário do mundo, o superexpatriado e hipermarginal, deveria ganhar o Nobel da Paz por ter arrancado de Vladimir Putin a confissão de que a Rússia é parceira dos EUA, por isso não pode conceder-lhe o asilo.
Não existem sociedades mais diferenciadas do que a ex-URSS e os EUA – no entanto, são parceiras. O adjetivo, em qualquer idioma, é sinônimo de sócio e cúmplice.
Putin e Obama estão enredados na mesma rede. Assim como as lideranças da China, da Alemanha, Reino Unido, Índia e Brasil. E também nós, comuns mortais, como constata Vikas Bajaj no New York Times (16/6):
“Os usuários trocaram privacidade por conveniência… Poderiam fazer um esforço para se defender, mas nenhum programa ou serviço pode protegê-los da intrusão de agentes do governo, criminosos ou hackers. O problema é que aos poucos cedemos coletivamente nossa privacidade à medida em que transferimos interações sociais, econômicas [e agora políticas] do contexto físico para o âmbito da e-nuvem alimentada por milhares de computadores gerenciados por empresas como Google, Amazon e Facebook. E será muito difícil, senão impossível, recuperar aquilo que desperdiçamos” (ver íntegra aqui, em inglês).
Trincheiras cibernéticas
A revelação do Globo no domingo (7/7) sobre a espionagem de milhões de e-mails e ligações [telefônicas] de brasileiros pelos EUA causou justificado frisson internacional. O Brasil é o mais monitorado país da América Latina, dizia o subtítulo. Teria sido muito oportuno lembrar que é, igualmente, o mais informatizado do subcontinente.
No mesmo domingo, à noite, no Fantástico da Rede Globo, o veiculador do alerta de Snowden, o jornalista Glenn Greenwald, do Guardian, explicou que o Brasil funciona como “ponte” para acessar outros países:
“Pode ter sido uma alternativa encontrada pelos programas de monitoramento norte-americanos para conseguir acesso aos sistemas de países mais protegidos, como a China e o Irã. Não temos acesso ao sistema da China, mas temos acesso ao sistema do Brasil. Então coletamos o trânsito do Brasil não porque queremos saber o que um brasileiro está falando para outro brasileiro, mas o que alguém da China está falando com alguém do Irã”. (G1, 7/7, 22h33)
Este é um pormenor que teria sido mais útil se publicado ao lado das revelações iniciais. Não foi. O desajuste jamais será corrigido – esta é a lógica das bolas de neve e as bolas de neve são fofas apenas na aparência.
Greenwald acrescentou que o software Prism permite à Agência Nacional de Segurança americana (NSA) acessar e-mails, chats online e chamadas de voz dos serviços da Apple, Facebook, Google, Microsoft, YouTube, Skype, AOL, Yahoo e PalTalk.
São essas portentosas redes que juntam o feliz proprietário de um smartphone ou tablet com o sistema planetário de intrusões, espionagem, terrorismo e contraterrorismo. São esses formidáveis serviços e suas calorosas redes sociais que empurram o homem contemporâneo, o cidadão conectado, para as trincheiras da guerra cibernética cujas maiores vítimas já conhecemos: a mídia impressa, o hábito de ler textos maiores do que três parágrafos, a capacidade de referenciar e entender os conjuntos.
Com informações de Observatório da Imprensa.