A Revista Espírito Livre é uma iniciativa que reune colaboradores, técnicos, profissionais liberais, entusiastas, estudantes, empresário e funcionários públicos, e tem como objetivos estreitar os laços do software livre e outras iniciativas e vertentes sócio-culturais de cunho similar para com a sociedade de um modo geral, está com um novo projeto neste ano de 2009.
A Revista Espírito Livre visa ser uma publicação em formato digital, a ser distribuída em PDF, gratuita e com foco em tecnologia, mas sempre tendo como plano de fundo o software livre. A publicação já se encontra na terceira edição. A periodicidade da Revista Espírito Livre é mensal.
WASH! – Workshop de Aficionados em Software e Hardware
9 de Outubro de 2013, 13:33 - sem comentários aindaComo preparação para a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, convidamos a todos para participarem do WASH! – Workshop de Aficionados em Software e Hardware que acontecerá no auditório do CTI Renato Archer, no dia 28/09/2013 (sábado), das 09h00hs às 17h00hs.
O workshop buscará focalizar o emprego de sistemas embarcados para o desenvolvimento de aplicações que sirvam ao interesse público, com os seguintes temas:
- Veículos aéreos não-tripulados – VANTs
- Transmissão de dados entre dispositivos embarcados
- Sistemas de automação
- Lançamento de desafios tecnológicos
- Curiosidades do mundo da física e da química, para jovens de 0 a 80 anos
Atividades científicas lúdicas e de programação serão desenvolvidas com crianças
Inscrições através do e-mail <dri (a) cti gov br>
Data: 28/09/2013 – sábado
Horário: 09:00hs às 17h00hs
Local: Auditório do CTI Renato Archer
Todos estão convidados!
Conheça o LibrePlanet
9 de Outubro de 2013, 13:26 - sem comentários aindaO grupo LibrePlanet é formado por voluntários e ativistas organizados ao redor de ideias de Software Livre e assuntos relacionados a direitos dos usuários na era digital, focando-se em sociedades livres.
“[...] grupo trabalha para uma sociedade mais livre utilizando Software Livre, mas nós não somos apenas um grupo de usuários do GNU/Linux. Nós podemos promover quaisquer softwares que respeitem as liberdades de seus usuários. Nós somos um time com uma missão! Reconhecemos que algumas pessoas fazem compromissos, temporários ou não, com softwares proprietários, e algumas outras pessoas podem não dizer sempre “GNU/Linux”, ou “software livre” ao invés de “código aberto”/”open source”, e nós recebemos estas pessoas em nossa comunidade de braços abertos para discutir suas idéias [...]“
Sites:
A lista de discussões:
- https://lists.libreplanet.org/mailman/listinfo/libreplanet-br-sp
- https://lists.libreplanet.org/mailman/listinfo/libreplanet-br-es
Veja você pode participar e criar um grupo no seu estado:
http://libreplanet.org/wiki/LibrePlanet:Participate
O que é LibrePlanet:
http://libreplanet.org/wiki/LibrePlanet:About
Leia a Declaração de Missão global do LibrePlanet:
http://libreplanet.org/wiki/LibrePlanet:Declaração_de_Missão.
“Marco Civil brasileiro protegerá internauta”
9 de Outubro de 2013, 0:52 - sem comentários aindaRelator do Projeto de Lei que estabelece o Marco Civil da Internet no Brasil, o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ) luta há dois anos para ver a proposta, elaborada em acordo com o Palácio do Planalto, aprovada. Do apoio inicial vacilante de um governo brasileiro ainda dividido sobre o tema à pressão para que o Marco Civil seja aprovado em regime de urgência que se seguiu às denuncias de espionagem por parte do governo dos Estados Unidos, Molon atravessou meses de intensa negociação com partidos da base aliada e da oposição, após um processo de discussão com a sociedade que incluiu duas consultas públicas e sete audiências públicas em seis estados brasileiros.
Com a expectativa de que o Marco Civil da Internet, que tramita em regime de urgência constitucional, seja votado até a data limite de 28 de outubro, sob pena de trancar a pauta da Câmara, Molon afirma que o conteúdo essencial do projeto permanece inalterado, sobretudo no que diz respeito à garantia da neutralidade da rede, medida adotada para que todos os dados possam trafegar normalmente, em igualdade de condições e sem sofrer discriminação.
Permanecem também outras determinações no projeto do Marco Civil, como aquela que diz que a regulamentação das exceções à neutralidade da rede deve ser feita por decreto, e não por um órgão da administração direta como, por exemplo, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Por outro lado, outros temas, como a obrigatoriedade de armazenamento dos dados dos internautas brasileiros em território nacional pelas empresas de conteúdo, podem entrar no texto do projeto. Leia a seguir a entrevista exclusiva de Alessandro Molon à Carta Maior:
O senhor acredita que o discurso da presidenta Dilma Rousseff na abertura da 68ª Assembleia Geral da ONU contribui decisivamente para a aprovação do Marco Civil da Internet pela Câmara dos Deputados?
Alessandro Molon –Esse escândalo de espionagem mostrou ao Brasil o quanto é importante proteger a privacidade dos brasileiros. A presidente, em sua manifestação na ONU, deixou claro que para enfrentar esse problema são necessárias medidas legislativas, tecnológicas e de adoção de determinados mecanismos para impedir novos episódios como esse. A medida legislativa mais importante nesse sentido é a aprovação do Marco Civil. Então, esse escândalo de espionagem certamente está contribuindo para aumentar a pressão para a votação do Marco Civil. O Marco Civil já está pronto para ser votado há um ano e, lamentavelmente, a resistência a esse projeto tão importante pelas operadoras de telefonia vem impedindo sua votação. Agora, para mostrar todo o desejo que ela tem de que isso seja votado, a presidente pediu urgência constitucional para o projeto. Se ele não for votado na Câmara até o dia 28 de outubro, vai trancar a pauta da Câmara. Eu espero que a Câmara tenha a responsabilidade de votar antes que o projeto tranque a pauta.
Como foram as negociações, particularmente com PMDB e PSDB?
A.M. – Há, da parte de partidos da oposição, apoiadores e alguns que são críticos ao projeto. Eu tenho procurado mostrar que esse projeto não deve ser tratado como um projeto de governo versus oposição, mas é um Projeto de Lei que reflete uma política pública de Estado, que é proteger o internauta brasileiro. Eu tenho feito conversas nesse sentido, para procurar reduzir uma resistência inicial que poderia haver pelo fato de ser um projeto de autoria do Poder Executivo. É preciso neste momento separar as coisas e evitar que disputas políticas menores impeçam a Câmara de aprovar esse projeto, inclusive com votos dos partidos de oposição.
Após as últimas negociações, existe alguma novidade importante no conteúdo? A questão da neutralidade da rede continua sendo tratada da mesma forma como estava?
A.M. – A questão da neutralidade será preservada, sem dúvida nenhuma. Ela é intocável, é o coração do projeto, por isso não é admissível qualquer brecha ou concessão à neutralidade da rede. Nós estamos procurando ver como podemos reforçar os dispositivos que garantam maior privacidade ao internauta. Esse tem sido o meu trabalho. Então, a tendência é que o projeto fique ainda mais forte no que diz respeito à proteção da privacidade dos internautas.
Um ponto novo de discussão é o armazenamento de dados dos usuários? Haverá no Marco Civil a determinação de que esse seja feito no Brasil e não no exterior?
A.M. – Ainda não está decidido. Os técnicos do governo estão estudando para propor a melhor saída. Pode ser que esse tema fique para a Lei de Proteção a Dados Pessoais, que é a próxima que será enviada pelo Ministério da Justiça à Câmara. Portanto, não há ainda uma resposta definitiva para esse tema.
Em seu discurso na ONU, Dilma falou também sobre a governança global da internet. Isso se reflete na Marco Civil no Brasil?
A.M. – Essa fala da presidente sobre a governança multiparticipativa da internet foi também muito importante. Ela, indiretamente, reforça muito o papel do Comitê Gestor da Internet (CGI) aqui no Brasil, e o país assumiu o protagonismo nessa luta. Foi um movimento muito inteligente da presidente, muito ousado e corajoso, e que certamente vai render bons frutos para o Brasil e para o mundo.
Em todos esses meses, como evoluiu a posição das entidades setoriais na discussões travadas em torno do Marco Civil da Internet?
A.M. – Todos os setores tiveram a oportunidade de manifestar sua visão. Suas opiniões foram todas ouvidas nas sete audiências públicas que nós realizamos em seis capitais brasileiras, onde todos tiveram a oportunidade de manifestar o seu ponto de vista e participar desse debate. Agora a bola está com a Câmara. É o plenário da Câmara que vai arbitrar o lugar em que ficam as balizas para regular esse setor de forma a beneficiar os internautas brasileiros. Esse é o grande desafio: que a Câmara decida da forma mais adequada para proteger os cem milhões de internautas brasileiros que esperam do Congresso Nacional essa proteção.
Outubro já está aí. Qual a expectativa concreta em relação ao trâmite do PL que cria o Marco Civil da Internet?
A.M. – Nossa expectativa é que a Câmara tenha a responsabilidade de votar antes do trancamento da pauta, porque, repito, se não votar até 28 de outubro a pauta da Câmara ficará trancada. E, me parece muito pouco provável que, depois das manifestações tão firmes da presidente na ONU, ela retire esse pedido de urgência constitucional para o Marco Civil da internet. Acho muito difícil.
Mas, a Mesa Diretora da Câmara já acenou com alguma data para a votação? Alguma posição do presidente Henrique Alves?
A.M. – Ainda não tem nenhuma informação concreta.
Por Maurício Thuswohl, da Carta Maior.
Com informações de Observatório da Imprensa.
Agência de espionagem britânica enfrenta ação em corte europeia
9 de Outubro de 2013, 0:51 - sem comentários aindaA agência de espionagem britânica GCHQ (Government Communications Headquarters) enfrenta um desafio nas cortes europeias por queixas de que seu massivo programa de vigilância online teria invadido a privacidade de dezenas de milhões de pessoas no Reino Unido e no continente europeu.
Três grupos em defesa das liberdades civis – Big Brother Watch, Open Rights Group e English PEN –, junto com o ativista alemão Constanze Kurtz, entraram com um processo na Corte Europeia de Direitos Humanos alegando que a coleção de uma vasta quantidade de dados, incluindo e-mails e mensagens em redes sociais, é ilegal.
O acontecimento segue as revelações de Edward Snowden de que o GCHQ teria a capacidade de coletar 21 petabytes de dados por dia. Documentos vazados mostram que a agência e sua contraparte norte-americana, a NSA, desenvolveram a capacidade de vigiar redes de computadores e celulares em escala industrial. Isto é feito ao capturar servidores de empresas de internet e ao coletar dados dos cabos submarinos que transportam o tráfego da web. Dois dos programas de monitoramento de dados, Prism e Tempora, podem capturar grandes quantidades de informações privadas, que são compartilhadas entre os dois países.
Leis obsoletas
Para Nick Pickles, diretor do grupo Big Brother Watch, o sistema de vigilância não é adequado para sua finalidade. “As leis que governam o acesso a informações digitais foram escritas quando quase ninguém possuía banda larga e foram feitas para as linhas telefônicas. O parlamento não criou essas leis para permitir a coleta de detalhes de toda forma de comunicação que usamos na internet; assim, é absolutamente certo que a GCHQ seja responsabilizada por suas ações nos tribunais”, disse.
A principal legislação utilizada pelo governo britânico para justificar a vigilância é a Lei de Regulação de Poderes Investigativos (RIPA). A lei está em vigência desde o ano 2000 e é usada para prover autoridade legal ao programa Tempora, que permite à GCHQ vasculhar grandes quantidades de dados extraídos dos cabos submarinos de internet.
Segundo Jim Killock, diretor do Open Rights Group, a extensão da vigilância do Reino Unido e dos EUA criou riscos para todos e colocou grande poder nas mãos das agências secretas. “Isso se tornou pior com a ausência de responsabilidade democrática e fiscalização jurídica. As pessoas necessitam que os tribunais protejam seus direitos e recomecem o processo de reestabelecer a confiança pública”.
O Conselho Europeu já aprovou uma resolução que pede pela maior proteção de delatores que revelam erros do Estado. Uma moção sobre “segurança nacional e acesso a informação” debatida no dia 2 de outubro determinou que, apesar de “legítimos interesses de segurança nacional” serem argumentos válidos para a manutenção de segredos de autoridades públicas, o acesso à informação deve ser dado quando o “interesse público for maior do que o interesse das autoridades em manter um segredo”.
Tradução de Rodrigo Neves, edição de Leticia Nunes. Informações de Matthew Taylor e Nick Hopkins [“GCHQ faces legal challenge in European court over online privacy”, The Guardian, 3/10/13]
Com informações de Observatório da Imprensa.
A paz construída em bytes
9 de Outubro de 2013, 0:48 - sem comentários ainda
Embora muita atenção tenha sido dedicada recentemente ao debate do papel das mídias sociais em acontecimentos de grande impacto como a Primavera Árabe e a guerra na Síria, uma revolução mais silenciosa vem ocorrendo em todo o globo. Trata-se de uma revolução em inovação, informação e comunicações. E ela poderá ter grandes implicações no cotidiano, da Colômbia ao Egito, do Quênia ao Afeganistão.
Essa revolução ocorre na maneira como tecnologias estão sendo usadas para mitigar causas de violência. É difícil pensar em uma única questão no campo da gestão de conflitos – violência eleitoral, ódio interétnico, disputas por terra, violência de gênero, etc. – na qual não tenha havido um esforço para usar a mídia digital e redes tecnologicamente equipadas para interferir nas raízes do conflito.
O catalisador dessa revolução silenciosa vem a ser uma realidade única que é tão comum como incrível: pela primeira vez na história, pessoas de toda parte – incluindo de zonas pobres em conflito – têm a capacidade de tirar fotos, postar dados, publicar textos e enviar informações para todo o mundo ou para o outro lado da rua com o clique de um botão.
Conflitos violentos
Somos todos fazedores de mídia social e é difícil exagerar o alcance dessas ações no campo da construção da paz todos os dias. Com mais de 6 bilhões de telefones celulares no mundo e mais de um terço da população mundial online, vimos uma expansão notável nas ferramentas que os construtores da paz têm a sua disposição.
Crowdsourcing, mapeamento de crise, microblogs – em menos de uma década, esses recursos se tornaram essenciais para o apoio de análise e decisões no ciclo inteiro dos conflitos, da prevenção à estabilização pós-conflito. Eis alguns exemplos do que pode ser batizado de revolução da “Tecnologia da Paz”.
Promover o diálogo intercomunitário, por exemplo. No Iraque, há um forte histórico de solução de conflitos sustentando a rede online SalamShabab.com (Juventude da Paz), programas de TV e grupo de Facebook com cerca de 30 mil usuários ativos – isso com pesquisas que mostram mudança de atitudes sobre tolerância étnica entre eles.
Há também uma rede maior, YaLa-Young Leaders, com 200 mil membros, tomando forma entre israelenses, palestinos, e outros no Oriente Médio, fazendo campanha ativamente contra conflitos.
A gestão de eleições é outro exemplo. Virtualmente toda disputa hoje inclui um monitoramento ativo da violência à fraude, usando um arsenal de plataformas de mídia social. No Quênia e no Sudão do Sul, por exemplo, referendos recentes foram considerados um sucesso em termos de prevenção de violência e redes de mídia social foram parte importante do kit de ferramentas da sociedade.
Impedir a violência de gangues: a penetração do Twitter no Brasil está entre as maiores do planeta, o que faz dele uma plataforma valiosa e muito usada por indivíduos e organizações comunitárias que trabalham em campanhas para promover a segurança dos cidadãos. Iniciativas semelhantes em outras redes sociais também foram amplamente usadas no México e na Colômbia.
Evitar disputas por recursos naturais: redes de advertência antecipada como a Conflict Early Warning and Response Mechanism (CEWARN) na África subsaariana tentam alavancar a mídia social, com informações por satélite, reportagens da mídia tradicional, para evitar conflitos por terra e água, outros recursos.
Criar uma Constituição: observamos esforços para usar as redes sociais em nações que passam por períodos de transição, como o Egito, para ajudar a criar Constituições com contribuição da sociedade.
Essa alternativa não foi muito bem-sucedida no Egito, mas ali, como também no Marrocos e na Islândia, que citamos como exemplos, a experiência permitiu às comunidades aprender sobre crowdsourcing, o modelo de produção que utiliza a inteligência e os conhecimentos coletivos e voluntários, geralmente espalhados pela internet, para resolver problemas, criar conteúdo e soluções ou desenvolver novas tecnologias. Esse processo certamente continuará.
Protesto contra a violência: hoje, muitos ouviram falar da campanha no Facebook, em 2008, “Um milhão de vozes contra as Farc”, usada para reunir gente em toda a Colômbia e no mundo para protestar contra as táticas violentas usadas pelas Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia.
Essas são apenas algumas das maneiras pelas quais as tecnologias estão sendo adaptadas e adotadas com o fim de reduzir conflitos. O sucesso dessas iniciativas é ambíguo, para dizer o mínimo, por uma infinidade de razões, ou porque o uso de tais tecnologias é algo muito novo, ou o fato de que muitos conflitos violentos estão enraizados numa dinâmica humana complexa.
Revolução tranquila
A solução dos problemas subjacentes de um conflito exige muito mais do que uma ferramenta tecnológica pode oferecer e é por isso que muitas das iniciativas citadas deram resultados limitados. Contudo, elas e outros programas oferecem uma esperança.
No centro de tudo isso estão os dados sem precedentes produzidos pela comunicação e captados por meio das novas tecnologias digitais. Com frequência ouvimos falar dos “Big Data” e lemos sobre números surpreendentes de como o Facebook recebe mais de 300 milhões de novas fotografias diariamente, no YouTube são carregadas 72 horas de vídeo por minuto e num único ano os humanos transmitem mais dados do que em todos os anos anteriores combinados.
Para os que trabalham em zonas de conflito, entretanto, a grande novidade não diz respeito à quantidade dos dados, mas à influência sem precedentes na experiência humana. Não só enormes quantidades de informações sobre a dinâmica e os sentimentos humanos – o DNA do conflito, por assim dizer – estão sendo compartilhados nas redes sociais como Facebook, Twitter, Flicker, Tumblr, Google Plus e YouTube.
A capacidade tecnológica de analisar essa imensa riqueza de informações também está se tornando mais barata e mais eficiente. Já vimos, por exemplo, dados de telefone celular sendo usados para antecipar os movimentos dos refugiados em larga escala, análise que pode obviamente ser valiosa para poupar a vida de atingidos pela guerra.
Ainda não temos condições de usar esses tipos de ferramentas e conjuntos de dados para prever a violência antes que da explosão dela. O cientista político Jay Ulfelder, integrante de uma equipe do Museu do Holocausto dos EUA que trabalha no desenvolvimento de um modelo de previsão para a prevenção de atrocidades, escreve:
“No tocante à previsão das principais crises políticas, golpes e levantes populares, há muitos elementos de previsão plausíveis pelos quais não dispomos de qualquer dado. Grande parte do que temos está muito esparsa ou muito exagerada para ser incorporada em modelos de previsão cuidadosamente projetados”.
Além disso, como muitos outros especialistas desse campo observaram, a história nos ensina que a primeira reação não atende necessariamente aos alertas avançados.
Mesmo tendo em mente essas advertências, é claro que se ampliarmos nosso acesso a informações sobre indivíduos e comunidades em risco de conflito, estarão criadas condições tanto para um alerta quanto para uma reação antecipada.
Seria errado terminar sem reconhecer que a mídia e a tecnologia digitais contribuíram para instigar conflitos violentos.
Não passa um dia sem que se veja uma notícia sobre seu uso pela Al-Qaeda ou por outras organizações terroristas para o recrutamento, captação de recursos, detonação de bombas, ou para a coordenação e execução de ataques como o recente no Shopping Westgate em Nairóbi.
Mas a questão é realmente essa – a história não contada da tecnologia e da paz. Quando o shopping Westgate foi invadido, as mensagens arrogantes publicadas no Twitter pelos terroristas do Al-Shabab aumentaram a um ritmo vertiginoso. Mas quantos de nós ouviram falar de Philip Ogola, que tuitou ininterruptamente do centro de comando da mídia social da Cruz Vermelha do Quênia, orientando a ajuda para os locais onde se poderia salvar vidas em meio a toda aquela violência? Está na hora de contar essa história para todo o mundo ouvir, para iluminar o palco da tranquila revolução da “tecnologia para a paz”.
Por Sheldon Himelfarb é diretor de cinema e integrante do United States Institute of Peace; foi conselheiro do Comitê de Relações Exteriores do Congresso americano e comentarista da National Pulblic Radio.
Com informações de Observatório da Imprensa.