Começo esse artigo com uma provocação a partir de uma canção que fiz: nome: Cacilda (personagem de uma música de Arnaldo Baptista, in Let in Bed): versos-citações: “luz quero luz…” (Chico Buarque), “Cacilda, nós gostamos de você…”(Jorge Ben em Fio Maravilha): “Lucy and Sky…”(Beatles) : eu não sou lóki, bicho! : acredite, tudo isso está em apenas uma canção.
Corte: De quem é a música?
O auditório saltita. Resmunga. Grita. Qual é a música?
Pois é.
Essa música, uma das minhas auto preferidas foi gestada no fundo do meu quintal, sob causticante sol em Cuiabá no ano de 2008. Tem outra do quintal também onde cito, corto, recorto, colo, copio, acrescento: “Marylin Monroe morreu no meu quintal”, onde brinco com essa musa eterna de sorriso tão brilhante. Cito Andy Warhol, cito a indústria que explora e mata suas próprias crias. A perversão está solta, sugam o sangue dos meninos e das meninas que nunca encontramos (Caetano?), só midasmídias, somos seres meros midiatizados, seres embonecados, seres de plástico, artista morre de fome?
tem vários exemplos nas canções que venho escrevendo. presente de grego também: saca só: “preparo meu cavalo de Tróia/ vou te dar mais um presente de grego./Ciclope com apenas um olho é rei/ nessa terra de cegos… por aí vamos criando uns com os outros, uns nos outros, de ré, de quarta, de primeira.
Uso reuso copio colo mexc desmexo conecto desconexo me sinto à vontade, entre, a música é sua. Existe muito pudor fabricado nessa história toda. O Autor sempre foi vendido como divindade e isso só fez crescer o ego e o poder de quem manipula. Antes eram os reis a bajularem os artistas, agora o Estado Moderno, com os mais de mil tentáculos travestidos de editais de fomento à cultura.
Queremos autonomia? Liberdade? Tem que conquistar então. Fazer seu bolo e dividir com sua turma. Ah, pegar os gregos e torcer até enxugar sua filosofia, pode, não é mesmo? Afinal, são mais de 2 mil anos…Cretinice.
O conhecimento só tem sentido se fizer parte da vida de todo mundo. Ratinhos de setenta e poucos anos, tipo Mickey Mouse, são jovens demais para se tornar de domínio público. Piada de salão. O Rei está nú.
Quem criou só que atire a primeira canção. Mas não venha dar uma de Madalena arrependida: seja herói, seja marginal. De quem é mesmo isso?
Torquato Neto, Hélio Oiticica, SOS. O mundo pirou de vez.
Gente, vamos acordar: Não! Não me confundam com o Espírito Santo da Santíssima Trindade, sou do jardim das flores do mal, sou da taberna do macário, entre um trago e outro com minha boca infernal.
Calado, menino mau: com essas coisas não se brinca!
Tá bom, vou brincar de compartilhar músicas e filmes na internet, então.
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