O Movimento Música para Baixar - MPB é uma inciativa para conectar diversas áreas relacionadas como: música, arte tecnologia e comunicação colaborativa e espalhar suas propostas para o âmbito de diversos territórios, levando suas propostas para o maior numero de pessoas, extrapolando as fronteiras de um determinado gênero musical.
Reforma da lei de direito autoral: Já pensou sobre? Ou não precisa?
30 de Junho de 2010, 0:00 - sem comentários aindaQuero iniciar este post parabenizando o deputado federal Paulo Teixeira pela coragem, compromisso e iniciativa de publicar o texto: “Reforma da lei de #DireitoAutoral: melhor para a sociedade, melhor para os autores”- http://www.pauloteixeira13.com.br/?p=6167.
Parabenizo também o Ministério da Cultura pela iniciativa e, principalmente, pela condução do processo. Consultar/ouvir (http://www.cultura.gov.br/consultadireitoautoral/consulta/) a sociedade deve ser obrigação do poder público, e devemos fortalecer essa prática a cada dia.
Essa consulta pública nos permite viver e experimentar um momento inédito no Brasil. Ao mesmo tempo que a sociedade brasileira irá deliberar quem serão seus representantes no Parlamento e no Poder Executivo federal, poderão também saber e conhecer o que pensam seus possíveis representantes sobre um dos assuntos mais importantes para o acesso à arte e à cultura no Brasil, bem como para a produção delas.
Por isso, deixo aqui uma questão: você sabe qual a opinião dos seus candidatos sobre o tema Direito Autoral? E você o que pensa? Está bom como está?
O resultado do fórum nacional de direito autoral mostrou total inconformidade por parte de muitos artistas e criadores que participaram dos seminários. Entendo que, para o Ministério da Cultura, foi inevitável propor mudanças na lei diante de tantas reclamações.
Ao ler o texto de Paulo Teixeira e a proposta de reforma da lei, quero aqui destacar 3 questões: Primeiro, concordar plenamente com Paulo quando este aponta, no item 5, a questão do jabá (Artigo 110B). Muito importante a visão, porque o atual mercado da cultura é composto por diversos monopólios.
O mercado da cultura funciona com sistema de monopólios sem qualquer transparência: o estado garante monopólio ao ECAD e sua assembleia geral, composta por 10 entidade representativas de autores. Aliado a isso, há o monopólio de grandes veículos de comunicação, que determinam o que as pessoas devem ou não consumir e sem qualquer controle público. Há também as grandes gravadoras que, na maioria das vezes, por meio de contratos-padrão, obrigam artistas a cederem os direitos patrimoniais de suas obras. Quanto mais esses conteúdos artísticos forem executados, mais os detentores dos direitos ganharão. Fechando o ciclo do sistema, a amostragem e repasse de direito autoral cria a necessidade de existir a normalizada conhecida e amplamente prática do jabá.
Por isso, para diminuir a prática do jabá (alias, o que mesmo funciona 100% no capitalismo? Nada), é preciso instalar um sistema de transparência, e estou totalmente de acordo com proposta do deputado federal Paulo Teixeira, que destaco aqui: “Proponho que todos os valores arrecadados e repassados sejam publicados em página eletrônica na internet, para fácil fiscalização pela sociedade. Além disso, é muito importante que essa fiscalização tenha, inclusive, um conselho gestor eleito pela sociedade. Nesse sentido, devemos considerar a experiência do Comitê Gestor da Internet no Brasil (Cgibr). O processo deverá ser público e não apenas estatal.” (consulte aqui: http://www.pauloteixeira13.com.br/?p=6167)
Em segundo, no item 1 do texto, fala-se da questão da cópia privada. Assim como Paulo, penso que devemos aprovar a cópia privada para uso sem fins comerciais. Dessa maneira, podemos tornar as redes P2P (http://pt.wikipedia.org/wiki/P2P) completamente legais, como defende Sergio Amadeu: “O compartilhamento não deve ser baseado no pagamento”.
Para finalizar, em terceiro, quero acrescentar outra questão: Na Conferência Nacional de Comunicação, a seguinte proposta foi aprovada: "PL 401: Toda a produção de bens culturais financiados integralmente com recursos públicos deve ser distribuída utilizando licenças e formatos livres que não têm direitos autorais." Penso que nessa proposta a parte "que não têm direitos autorais" é desnecessária. (Consulte aqui: http://www.secom.gov.br/sobre-a-secom/publicacoes/confecom/confecom-pdf). Essa proposta deve ser inserida na lei de direitos autorais. Quantas obras são financiadas com dinheiro público e são comercializadas a preços de mercado? Penso que isso não é justo com a sociedade como um todo.
E você, o que pensa?
Everton Rodrigues - Movimento Música para Baixar - MPB e Projeto Software Livre Brasil
Por que projeto de fomento ao #SoftwareLivre continua parado na Câmara Federal?
8 de Junho de 2010, 0:00 - sem comentários aindaEm 22 de novembro de 2007, o Deputado Federal do PT de São Paulo, Paulo Teixeira, protocolou o Projeto de Lei que dispõe sobre o financiamento público de Software Livre, PROJETO DE LEI Nº 2469/2007. O objetivo é garantir 20% dos recursos do Fundo Setorial para Tecnologia da Informação – CT-Info do Ministério de Ciência e Tecnologia – MCT, seja destinado à produção de tecnologias abertas (software livre).
O projeto traz grande novidade, que para além de empresas, universidades, institutos tecnológicos, centros de pesquisa, também poderão solicitar recursos do CT-Info, cooperativas e comunidades desenvolvedoras.
A novidade significa que a comunidade em geral ou jovens associados oriundos de projetos de inclusão digital ou de pontos de cultura, que desenvolvem software livre também poderão solicitar recursos para desenvolvimento.
Mas, infelizmente o projeto está parado. E gostaria de deixar aqui um questionamento: Porque esse importante projeto não tramita na câmara dos deputados? Como o projeto trata de um fundo do CT-Info do MCT, me parece evidente que se o MCT apoiasse politicamente o projeto, este tramitaria no legislativo, e nós já teríamos no Brasil um projeto de financiamento público de desenvolvimento de tecnologias livres.
Por isso, penso que é oportuno questionar o Secretário do CT-Info – Ministério de Ciência e Tecnologia, Augusto Gadelha, sobre o projeto: O que pensa sobre o PL-2469/2007, e o que faz para levar a iniciativa adiante?
Gostaria que a resposta do Secretário Gadelha fosse de apoio total, e além disso é claro, que suas políticas de financiamento pudesse ser livre dos interesses de tecnologias proprietárias e dos interesses da Micro$oft, que inclusive o levou aos EUA na sede da empresa no início de 2008. Consulte a notícia: http://www.microsoft.com/latam/presspass/brasil/2008/abril/gadelha.mspx . Ou seja, que os recursos pudessem manter equilibrio entre financiar tecnologias proprietárias e tecnologias livres.
Ao consultar o site do MCT, podemos notar que as chamadas públicas ou editais para o CT-info não acontecem a 2 anos. Portanto, deixo mais uma questão: Como é o processo de gestão deste fundo? http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/9932.html
Por Everton Rodrigues – Projeto Software Livre Brasil, Movimento Música para Baixar e Blog Brasil Autogestionário