Fico pensando, como a ganância é capaz de promover tragéd ias, arruinar a vida das pessoas, e provocar alterações, climáticas, geopolíticas, sócio económicas, com resultados sempre catastróficos e negativos.
Porém o responsável ou o grupo de responsáveis pelas causas, que também poderiam ser vitimas do seu próprio orgulho e egoísmo tem sempre um jeito de fugir dos efeitos, deixando populações inteiras marcadas dramaticamente pelas consequências sem condições de reagir ou sair do inferno em que estão envoltas.
Por causa do minério de ferro que abastece as indústrias de carros, de geladeiras, de fogões e outros bens pelo mundo, as mineradoras destroem montanhas inteiras, poluem o solo, matam as nascentes, aterram os rios, criam desertos de lama e poeira e provocam total dependência das populações ao seu redor que vivem sem consciência do risco que correm.
É preciso refletir sobre os danos desta corrida maluca. Será que para haver progresso é preciso aniquilar o futuro e a esperança? O que é desenvolvimento? Qual modelo de desenvolvimento que nos servem nesta nova era? Eu com minha humildade de camponês e inquietação de militante das causas sociais, penso que devemos discutir isso nas universidades, nos colégios, na igreja, nos debates sobre inclusão digital e tecnologias livres, e até nas reuniões de bairros e sindicatos.
Os estudos e pesquisas a respeito dos conflitos e consequências sociais do desenvolvimento insustentável, devem ser feitos fora dos muros das instituições, lá nas comunidades diretamente envolvidas nos complexos industriais, minerais e agrícolas que podem ameaçar vidas por qualquer deslize. Até agora,os governos parecem preocupar mais com a fauna e a flora do que a própria vida humana. Porém as florestas, os animais e as pessoas devem ser consideradas dentro de um único eco-sistema integrado em qualquer projeto de exploração e industrialização.
As populações precisam entender em que contexto elas estão inseridas, pois este entendimento as fazem despertar para uma consciência crítica, de forma que o questionamento e a resistência por irregularidades cometidas em campos de exploração e produção podem contribuir para uma vigilância em massa e pressão coletiva em qualquer sinal de desmando no processo.
Não é possível qualquer resistência popular se não houver o mínimo de entendimento desta população, da complexa e poderosa industria da exploração mineral e seus fluxos logísticos.
Olhem o importante Rio Doce, onde quase todos os anos eu sigo suas margens, faz tempo que ele grita e chora, já não tinha mais águas como no passado pelas secas constantes provocadas pela devastação florestal e aterramento de muitas das suas nascentes. Pobre destino de um rio que emprestou seu nome justamente a um grande grupo de mineração. O grande fotografo e ativista de causas humanistas, Sebastião Salgado vem numa atitude exemplar, porém solitária tentando fazer sua parte e dar exemplos de que é possível o desenvolvimento sustentável e a recuperação ambiental de uma região. Porém sem uma compreensão da realidade como um todo e reação de toda a sociedade, será difícil encontrar resultados no tempo esperado e necessário. Quantas florestas as mineradoras recuperaram em contrapartida a degradação que deixaram pelo caminho? O que existem lá onde já se esgotaram os recursos minerais? Não podemos esquecer que Mariana e Ouro Preto já foram as maiores e mais ricas cidades do Brasil. Onde estão aqueles que se beneficiaram dos seus ouros e diamantes? Será que em breve teremos que fazer a mesma pergunta para os exploradores de minérios? Aí não restará mais civilização e sim um deserto fabricado.
Mesmo que os moradores de Bento Rodrigues e região, tenham sido estes exploradores cruéis do ouro do passado atingidos pela lei universal de causa e efeito, precisamos refletir e projetar um futuro mais saudável e mais humano. Só olhar e lamentar o grande triste Vale enlameado e sombrio nãos nos trará respostas.
#Jesulino #desenvolvimentosustentável, http://visaoespiritabr.com.br/reencarnacao/o-homem-e-o-meio-ambiente, http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/11/e-a-morte-ecologica-do-rio-doce-diz-sebastiao-salgado/
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