O PSL-PI tem por objetivo incentivar o uso e a produção de software livre no Piauí como política de combate à exclusão digital. Acreditamos que a distribuição de conhecimentos proporcionada pelo Open Source/Software Livre tornará nossa sociedade mais justa e próspera, exatamente por dar a todos as mesmas condições de conhecimento e desenvolvimento.
Software Livre é uma grande oportunidade de construirmos uma sociedade produtora de ciência, independente e efetivamente competitiva. Estamos reconstruindo as bases da nossa sociedade, não mais calcados nos braços do Estado, mas sim, amparados pela iniciativa própria, pela auto-determinação. Nós somos capazes de nos auto-governar. Somos capazes de construir uma sociedade efetivamente Livre. Esta é a essência do PSL-PI.
O PSL-PI é formado pela articulação de indivíduos que atuam em instituições publicas e privadas, grupos de usuários e desenvolvedores de software livre, empresas, governos ou ONGs, e demais setores da sociedade. O importante é a consciência e disposição para propagar o uso de software livre e a cultura colaborativa nas diferentes esferas da sociedade.
Filipe Saraiva: Desktop Summit – Em meio a códigos e culturas
1 de Outubro de 2011, 0:00 - sem comentários aindaEntre os dias 6 e 12 de agosto (sim, este post está alguns meses atrasado), participei do 2º Desktop Summit – o encontro mundial unificado das comunidades de desenvolvedores KDE e Gnome. O evento aconteceu em Berlim, Alemanha, na Humboldt University, que tem em seus quadros mais de 29 prêmios Nobel e por onde passaram grandes nomes da intelectualidade ocidental nas mais diversas áreas: de Marx a Einstein, de Hegel a Planck, de Otto von Bismarck a Stiner. Um lugar inspirador.
Após quase um dia de viagem, cruzar o Atlântico, fazer uma escala em Amsterdã e enfrentar a imigração na Holanda e Alemanha (sim, fui parado nos dois aeroportos; e em Berlim ainda fizeram uma revista onde tiraram todas as minhas roupas da mala ), cheguei à Berlim já ansioso para o que iria encontrar, tanto na cidade quanto no encontro.
O KDE e.V. me alocou num quarto que ganhou o apelido interno de BRIC – tinha eu, brasileiro; um amigo chinês e um amigo russo, o Nikita; faltou apenas um indiano para completar o bloco . Havia também um amigo dos países nórdicos por lá.
Essa foi com certeza a parte mais legal do Desktop Summit – encontrar pessoas tão diferentes, de culturas tão distintas, mas que compartilham o mesmo objetivo de construir bons softwares de código aberto para quem quiser usar, aprender ou contribuir de volta, gerando mais código e mais funcionalidades.
Auditório Principal do Desktop Summit
Então, posso dizer que foi muito bom conhecer pessoas como nosso amigo indiano Siddarth (galera da Índia em peso no evento, nas duas comunidades: parabéns!), Nikita, o pessoal da Itália (maldito álcool) e muitos outros! Também foi legal rever amigos brasileiros, os que estão na terrinha (temos que viajar pra Alemanha para nos vermos galera? Hehehe) e também conhecer brasileiros que moram no exterior já a alguns anos e que são destaque em seus trabalhos, como o Thiago Macieira e a Sulamita Garcia.
Em termos de software, aproveitei os momentos disponibilizados para continuar hackeando o Cantor e implementar as funcionalidades que naquele momento faltavam ao backend do Scilab, meu projeto no GSoC – que por sinal, terminei com sucesso e estou devendo um post descrevendo como ficou. Espero termos o backend para o Scilab já disponível no próximo lançamento major do KDE.
Hacker Room
Entre uma sessão e outra do encontro, também aproveitamos para visitar a cidade e conhecer um pouco da sua história e cultura. Apreciamos a arquitetura da cidade (que mistura prédios clássicos com arquitetura moderna e contemporânea; muito louco), seus museus e seus locais históricos.
Muro de Berlim
Agora vamos a alguns tópicos com minhas impressões sobre o evento e Berlim:
- Adorei Berlim!
- O sistema de transporte públicos de Berlim impressiona. Metrô, bondinhos, trens e ônibus pela cidade, além da mesma ser bike-friendly. Fenomenal!
- Comida saborosa e um preço bem acessível – delícia.
- Ah, a cerveja alemã…
- Nunca imaginei o quanto seria difícil usar cartão de crédito (internacional, diga-se!) em Berlim. Praticamente nenhum lugar aceita.
- O nível técnico do encontro foi muito impressionante. Muito bom um encontro com tantos bons desenvolvedores assim.
- Atividades culturais divertidíssima, com nerds jogando bola, cantando karaokê e dançando música eletrônica.
- Triste por não ter ganhado o tablet da Intel.
- Ainda mais triste por ter ido a um pub da cidade assistir o Brasil perder pra Alemanha no futebol. :’(
Finalizando, essa viagem foi muito boa tanto culturalmente, com a possibilidade de conhecer uma das grandes cidades europeias e conhecer pessoas de várias partes do mundo, quanto em termos técnicos de desenvolvimento de software livre. Espero rever os amigos que fiz por lá e espero fazer mais viagens dessas!
Enquanto isso, continuamos escrevendo códigos de software e, brincando com uma frase de Chico Science, “com o Brasil embaixo dos pés e a mente na imensidão”.
Daker brincando com reflexos