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27 de Maio de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

construindo o local: começando

14 de Agosto de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Uma das coisas que de vez em quando me faz sentir mal é minha “desconexão” com o local. Moro num lugar maravilhoso, belo e cheio de coisas e estórias que não conheço, não exploro, não vivencio. Sempre quis me dedicar mais a uma interação com o local.  Fico sempre pensando  que deve ter um cara ali na esquina super afim de trocar ideias e tocar pra frente coisas em torno das que tenho afinidades, como o software livre, a discussão de tecnologia, Internet etc.

Cabedelo e arredores tem muita coisa pra interagir e certamente gente afinada com um monte de ideias que já estão circulando por aí  e outras ideias e práticas que não tenho a mínima noção que existem.  Por isso, vou aproveitar que  retomei essa semana minhas curtas caminhadas pela praia e tentar sempre trazer alguma coisa do local para cá. Não sei até quando vou poder estar em Cabedelo, mas espero que essa “construção do local”, seja  aqui ou ali,  possa sempre fazer cada dia mais sentido.

Nesses dias uma das coisas que esteveevidente por aqui é que o mar brincou de mostrar sua força. As especulações resgataram até uma dinamitação de arrecifes na época da pesca da baleia, que seria a  suposta causa dos avanços atuais do mar.

O trechinho que percorri na praia ontem e anteontem tava cheio de tocos, galhos e algum lixo, que preocupa, mas ainda não conseguiu tirar a energia do local. Encontrei também, não pela primeira vez, alguns ossos de tartaruga. Inclusive um crânio bem maior que  um que já havia encontrado.  Intermares é região de desova da tartaruga pente.

Até o próximo “construindo o local”.  PAZ!



#expciber

11 de Agosto de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

11:11pm via identica

Já tem uns dias que venho percebendo (vou começar com esse termo) um relacionamento bem diferente entre eu e a #cibercultura. #excb

11:12pm via identica

Aliás, a própria noção de #cibercultura entrou em crise pra mim. #excb

11:13pm via identica

Acho que tudo começou com uma necessidade de frear o ritmo, diminuir a intensidade, lidar com o volume internético de forma diferente. #excb

11:21pm via identica

Reduzir os feeds, coisas assim. Nem dá pra definir direito quais foram as ações. #excb

11:23pm via identica

Tem um mundo de cobranças offline que simplesmente enterra certas horas as experiências online. #excb

11:25pm via identica

Agora, repentinamente resolvo mudar a tag. Porque #excb parece não me dizer nada do que eu queria dizer. Mudo para #expciber

11:27pm via identica

Tem horas que viajo que não fui só eu que migrei pra uma outra “realidade”. Fico vendo a lista #metarec completamente diferente. #expciber

11:28pm via identica

Vejo a lista #metarec completamente vazia, sem sentido, apática. #expciber

11:30pm via identica

Ahh… deixa eu registrar logo que tanto #excb quanto #expciber se referem à mesma coisa: experiência cibercultura.

11:34pm via identica

Não sei o que me vez pensar que #excb representava bem o que eu queria dizer quando deveria ser no mínimo #excc #expciber

11:37pm via identica

Mas quando vi que #excb não tava legal, tinha um descompasso, e pensei que o coerente seria #excc, daí o CC me incomodou. #expciber

11:38pm via identica

ha, ha, ha… CC mencionado aqui e nesses dias atuais pode ser logo significado com o que eu realmente pensei: Creative Commons #expciber

11:41pm via identica

Mas minhas idade e circunstâncias culturais sempre remetem CC a outra instância também. Aquela do mau cheiro. hehe #expciber

11:42pm via identica

Bem, mas parando com essa baboseira CC isso CC aquilo, porque esta #expciber afinal?

11:45pm via identica

É a percepção das vivências #Internet. Dos envolvimentos aqui. Esse tudo que é intenso, #demasiado, nas manhãs. #expciber #metarec

11:46pm via identica

Esse tudo que adquire outro ritmo nas tardes. #expciber #metarec

11:47pm via identica

E esse tudo que parece mostrar já uma noite, por conta do escuro que vemos no horizonte. #expciber #metarec #demasiado

11:50pm via identica

“Luz, quero luz, sei que além das cortinas são palcos azuis” #expciber #metarec #demasiado



contralaboratórios

3 de Agosto de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

No final de junho agora recente o @samadeu citou a noção do Bruno Latour de que todo laboratório é um contralaboratório. Ainda que eu não tenha entendido o sentido pretendido pelo Sérgio, a menção me fez lembrar que eu estava pensando em algo assim no contexto das conversas RedeLabs.   Daí resolvi primeiro tentar sintetizar aqui uma noção de contralaboratórios para depois, se fosse o caso, pensar nessa relação. Era uma coisa pra ter saído logo na primeira semana de julho, mas… Enfim, está aqui agora.

Laboratórios são importantes locais de trabalho para cientistas e produtores de tecnologia, são os espaços onde se dá vida a fatos e artefatos. Dá pra pensar no contexto das produções de laboratórios associadas a muitas das coisas com as quais convivemos diariamente.  Na microinformática, por exemplo,  a Apple tem seu Ipad (totalmente fechado totalmente proprietário) que pode ser visto como uma produção de laboratório, no sentido de que é fruto de Pesquisa e Desenvolvimento.

Laboratórios são contralaboratórios no sentido de que o que produzem está sempre,  de alguma forma, ao mesmo tempo,   contestando propostas de outros laboratórios. Simplificando, na indústria da microinformática  aqueles que acreditam e apostam no LIVRE (genericamente qualquer iniciativa afinada com a filosofia do software livre) seriam contralaboratórios dos que apostam no proprietário e assim por diante.

Pensar em contralaboratórios desta forma dá uma visão clara, boa pra perceber o cerne da questão, mas que tem um problema: o mundo já não se divide mais no bem e no mal e nos 10 mais elegantes. Provavelmente nunca se dividiu. Estamos todos ligados de alguma forma e é sempre muito complicado fazer distinções. E para complicar um pouquinho mais podemos ainda raciocinar naquela filosofia de HQ,  em que os bandidos se originam de alguma forma a partir do herói e vice-versa.

Laboratórios e contralaboratórios não são empreendimentos de posição, postura, moral, práticas,  óbvias e neutras. Laboratórios geralmente estão performando seus próprios contralaboratórios, que estão performando também seus próprios contralaboratórios em espiral infinito.

A antropologia das ciências propõe que nenhum fato ou artefato pode  ter sua existência creditada à sua “natureza” ou superioridade frente a outros. O que ocorre na verdade  é que  são as associações entre as entidades que tornam vencedor esta ou aquela entidade. Se passarmos a pensar nas associações entre humanos e não-humanos  vamos  ver que  nos laboratórios não discutimos um bom número de “realidades”. Lidamos com  vários fatos e artefatos,   que participam do processo de construção de outros fatos e artefatos,  como entidades fechadas, definidas, de função determinada.  Não questionamos quais as associações que a fizeram se estabelecer como vitoriosa.  As entidades chegam a um ponto de estabilização tão amplamente aceito que parece não fazer mais sentido questioná-las.

Fatos, objetos, artefatos, que não questionamos mais tornam-se  caixas pretas no processo de produção nos laboratórios.  Recebem entradas e produzem saídas, mas ninguém sabe exatamente o que acontece no entre,  os procedimentos  do entre não mais discutidos, o importante é o que ela faz. E no caso da Ciência o não questionar desse fazer é um ponto importante do processo. Alcançar esse não questionar é fechar mais uma  caixa-preta.

Referências

LATOUR, Bruno. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. São Paulo:  UNESP, 2000.

LATOUR, Bruno. Esperança de Pandora. Bauru, SP: EDUSC, 2001.



contralaboratórios

3 de Agosto de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

No final de junho agora recente o @samadeu citou a noção do Bruno Latour de que todo laboratório é um contralaboratório. Ainda que eu não tenha entendido o sentido pretendido pelo Sérgio, a menção me fez lembrar que eu estava pensando em algo assim no contexto das conversas RedeLabs.   Daí resolvi primeiro tentar sintetizar aqui uma noção de contralaboratórios para depois, se fosse o caso, pensar nessa relação. Era uma coisa pra ter saído logo na primeira semana de julho, mas… Enfim, está aqui agora.

Laboratórios são importantes locais de trabalho para cientistas e produtores de tecnologia, são os espaços onde se dá vida a fatos e artefatos. Dá pra pensar no contexto das produções de laboratórios associadas a muitas das coisas com as quais convivemos diariamente.  Na microinformática, por exemplo,  a Apple tem seu Ipad (totalmente fechado totalmente proprietário) que pode ser visto como uma produção de laboratório, no sentido de que é fruto de Pesquisa e Desenvolvimento.

Laboratórios são contralaboratórios no sentido de que o que produzem está sempre,  de alguma forma, ao mesmo tempo,   contestando propostas de outros laboratórios. Simplificando, na indústria da microinformática  aqueles que acreditam e apostam no LIVRE (genericamente qualquer iniciativa afinada com a filosofia do software livre) seriam contralaboratórios dos que apostam no proprietário e assim por diante.

Pensar em contralaboratórios desta forma dá uma visão clara, boa pra perceber o cerne da questão, mas que tem um problema: o mundo já não se divide mais no bem e no mal e nos 10 mais elegantes. Provavelmente nunca se dividiu. Estamos todos ligados de alguma forma e é sempre muito complicado fazer distinções. E para complicar um pouquinho mais podemos ainda raciocinar naquela filosofia de HQ,  em que os bandidos se originam de alguma forma a partir do herói e vice-versa.

Laboratórios e contralaboratórios não são empreendimentos de posição, postura, moral, práticas,  óbvias e neutras. Laboratórios geralmente estão performando seus próprios contralaboratórios, que estão performando também seus próprios contralaboratórios em espiral infinito.

A antropologia das ciências propõe que nenhum fato ou artefato pode  ter sua existência creditada à sua “natureza” ou superioridade frente a outros. O que ocorre na verdade  é que  são as associações entre as entidades que tornam vencedor esta ou aquela entidade. Se passarmos a pensar nas associações entre humanos e não-humanos  vamos  ver que  nos laboratórios não discutimos um bom número de “realidades”. Lidamos com  vários fatos e artefatos,   que participam do processo de construção de outros fatos e artefatos,  como entidades fechadas, definidas, de função determinada.  Não questionamos quais as associações que a fizeram se estabelecer como vitoriosa.  As entidades chegam a um ponto de estabilização tão amplamente aceito que parece não fazer mais sentido questioná-las.

Fatos, objetos, artefatos, que não questionamos mais tornam-se  caixas pretas no processo de produção nos laboratórios.  Recebem entradas e produzem saídas, mas ninguém sabe exatamente o que acontece no entre,  os procedimentos  do entre não mais discutidos, o importante é o que ela faz. E no caso da Ciência o não questionar desse fazer é um ponto importante do processo. Alcançar esse não questionar é fechar mais uma  caixa-preta.

Referências

LATOUR, Bruno. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. São Paulo:  UNESP, 2000.

LATOUR, Bruno. Esperança de Pandora. Bauru, SP: EDUSC, 2001.