Ir para o conteúdo
ou

Software livre Brasil

Tela cheia
 Feed RSS

Blog

27 de Maio de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

Produtos, Ações, Redes

29 de Dezembro de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Acordo numa véspera de vésperas dessas datas que muitos esperam que mude tudo em nossas vidas, mas que na verdade se tornaram apenas mais daqueles mecanismos da nossa sociedade de consumo. Termo velho aliás esse, sociedade de consumo. Será que ainda é só isso? Posso até dizer que tá ficando cada vez mais difícil de analisar o que ocorre ao nosso redor, principalmente pra esses indivíduos assim como eu que ainda ficam analisando. E não é só a questão do pesquisador não, como poderiam dizer alguns: ahhhh … é a tua pesquisa, né? Não tem nada a ver com a minha pesquisa e tem tudo a ver, porque eu já não venho separando as coisas tem um bom tempo. Aliás, comecei a pesquisa buscando justamente isso, que minha vida, as aspirações, as atuações, as amizades e o querer um mundo menos sacana fossem o fundamental de um processo que para muitos é apenas um processo técnico. Não é meu caso. E aqui, falar desse acordar é trazer a espontaneidade das conversas, com afinidades e percepções que vamos assimilando nas pessoas que nos dizem coisas mais no fundo, que nos falam com um nítido olhar para a além das superficialidades de todas essas dinâmicas de “redes”.

Foi respondendo ao e-mail de uma dessas pessoas hoje, logo após acordar, que senti a necessidade de falar dessa questão dos produtos, das ações e das redes. Inicialmente dos produtos, porque a conversa girava em torno disso, de como essa conversa da cultura digital, das redes na cultura digital, de como os mecanismos pegam um monte de experiências e pessoas como produtos que capitalizam, movimentam, monetizam e constroem as realidades interessantes para diferentes instâncias: empresários, governos, indivíduos e tudo isso misturado, porque no meio do tumulto da produção não dá pra distinguir.

É um processo de produção muito específico esse das redes da cultura digital mas ao mesmo tempo não foge aos princípios básicos daquela lógica da produção-consumo com a qual estamos acostumados nos produtos ditos “tradicionais”. Não vou me estender aqui nas análises das especificidades ou diferenças desses processos, porque é uma ação que merece pesquisa, método e tempo. Mas não poderia deixar de registrar isso, porque parece que não é algo facilmente perceptível por algumas das pessoas envolvidas. O que preocupa, porque as pessoas e suas ações nesse cenário são, quando não o próprio produto, componentes fundamentais dos produtos. O que minha possível futura amiga diz é que uma vez que já se está na feira fica difícil de se perceber como produto nesse processo. Não sei. Tenho difficuldade de ver as pessoas envolvidas nesses processos, especificamente as que me trouxeram o insight inicial dos produtos na feira da cultura digital, como alienadas nesse ponto, como não conscientes, como se isso fosse algo muito difícil de compreender.

Quanto às ações e redes, são a parte mais legal e ao mesmo tempo mais intrigante de falar por aqui, dentro de uma lógica e prática que já venho exercitando tem um tempo. O que acontece quando alguém com quem me relaciono quase que exclusivamente pela Internet me chama a atenção para algo e me faz ter vontade de escrever para o online é buscar imediatamente o link para citar essa pessoa. Só que nesse processo, no resgate dos links, acabo relendo coisas que essas pessoas escreveram e isso vai gerando sentimentos, percepções, novos insights que alguma medida estão associados até à noção de reacesso que gerou este espaço de escrita aqui. Pois bem, no caso de hoje o que reencontrei foi uma análise muito inspirada e sutil de questões entre consumo e redes sociais que me transportaram imediatamente para o nosso contexto de ações e redes. Lendo eu tive o impulso inicial de dizer: “mas não é assim apenas nas redes sociais online, nossas redes analógicas são essencialmente isso também”. Será?

Não vou linkar o conteúdo. Algo me diz hoje que não é para ser linkado. Também não me pergunte o porquê, não saberei responder. Quer dizer, até penso que sei, mas também sei que tem muito mais que escapa (termo que ouvi muito da minha companheira nos últimos anos) a esse saber. O reacesso da noção com redes e ações é uma daquelas serendipidades desses dias das vésperas, não esquecendo claro que, do “real” que haja nisso tudo, essas redes precisam ser consideradas como apenas uma das redes do processo das redes nas práxis metafins. Questão teóricometodológica de abertura de visão e de possibilidades.



Práxis MetaAfins: Fechando/Abrindo Ciclos

24 de Dezembro de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Entre 2 e 4 de dezembro agora (2011), como mostram os posts anteriores,  estive no Rio de Janeiro participando do Festival Internacional Cultura Digital.Br,  uma ida  viabilizada pela proposta aprovada da Desconferência MetaRec. A dinâmica do festival foi muito própria do que me parece ser o fluxo de tentativas de estabilizar as coisas que estão circulando principalmente na megatag #artetecnologiapolítica. Definir qualquer coisa alí era demarcação de posição. Tristemente, em muito do que vi e não vi, posições com pouco de coletividade, com tons individualistas nas disputas por espaços de ação.

A festa talvez tenha sido o traço da nossa brasilidade mais interessante por lá, lembrando uma coisa que Felipe Fonseca já andou falando por aí. Boas festas, institucionais ou não. Já os contrastes, os contrapontos, as alteridades, pelo menos do que eu vi/percebi, estão em significações que requerem muito mais assimilação do  que a superficialidade daquilo tudo permite. No final das contas, a nossa cultura digital ali talvez tenha sido apenas mais das manifestações das nossas redes analógicas (comparação que alguém também andou fazendo por lá). A fronteira do digital, e isto cada vez passa a fazer mais sentido, nunca existiu.

Na [Des]conferência Tecendo Redes mais ou menos 25 pessoas pegaram mo microfone para se apresentar, num estranho ritual que, como foi comentado posteriormente, para alguns já parece não fazer mais sentido. Viviane Nonato fez falta, e isso foi outra estranheza dessas expectativas que construímos em torno de tudo. Alguns mais que outros, claro.

Perdido na tentativa de assimilação de todas as imagens, agências, cochichos, sorrisos, inquietações, indiferenças que me circulavam consegui anotar pouco além do nomes dos que se apresentaram. Mas a experiência foi única, aprendizado, como sempre tem sido com a MetaReciclagem. Já no finzinho da conversa em roda me dividi entre prestar atenção em quem falava e olhar ao redor para os outros movimentos, para o vai e vem de alguns de nós na roda, até que eu mesmo não resisti e levantei para falar com alguém que estava por perto enquanto o microfone continuava passando e… de repente, já estávamos na festa de encerramento. Ciclo fechado, ciclos abertos.



FICD.Br, Começando

3 de Dezembro de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

O festival neste primeiro dia se mostrou como uma grande festa, marcada caracteristicamente pelo cocktail de abertura. Talvez por ter se iniciado com o nome de Fórum da Cultura Digital, e de certa forma isto ainda estar como uma marca forte na minha cabeça, a expectativa de festa a qual eu deveria ter associado imediatamente a festival(claro) não é  a motivação maior da minha presença aqui. Não dá pra acompanhar tudo, claro, como sempre. Mas dos recortes, do meu trânsito, no feeling, o que me provoca questionamentos inicialmente é a questão da consciência.

As marcas discursivas de hoje nos espaços que se abriram com os microfones são apenas detalhes. A azaração “política” é o mote. Mas que “política” e essa? Para a MetaReciclagem, com toda a minha licença construtiva do movimento, o que se avizinha parece interessante. Principalmente porque a política que vejo agora é muito mais a do afeto, da construção das alternativas.



MetaReciclagem Tecendo Redes: Chegada

2 de Dezembro de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Acabei de chegar para a Desconferência MetaRec no Festival Internacional Cultura Digital no Rio de Janeiro.
Estamos nos acomodando na Lapa, subida pra Santa Tereza e logo mais vamos nos deslocar para o MAM, sede do evento. Da rede metarec encontrei logo de cara com a Lelex e depois com  Sília Moan, Meiry Coelho e Marcelo Braz.
Tem mais uma galera pra chegar hoje à tarde. O que vai ser desse encontro ainda nem dá para imaginar. Na cabeça agora, sem olhar os objetivos que colocamos no projeto, lembro que vamos falar sobre o Encontrão Tropical a ser realizado em maio de 2012 em Ubatuba.
Vim com uma coisa na cabeça em relação a isto. E acontecimentos ação d recentes, com passagens, grana, outras coisas reforçaram meu pensamento.
Trata-se justamente das estratégias de custeio dos deslocamentos, como construir isso sem depender de edital, de ministério?
Vamo que vamo e segue o barco.



MutGamb: O que une/separa?

27 de Novembro de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

O que nos une? A pergunta foi feita para o “coletivo editorial mutgamb” logo após o debate no lançamento do livro do efeefe em Ubatuba, onde estamos em reunião para definir rumos, afinar propostas, idealizar orçamentos etc. Tão pertinente quanto esta pergunta uma outra poderia ter sido colocada logo em seguida por um de nós, o que pode nos separar? E isso importa?

Essa ação /conversa que estamos tendo por aqui é algo que tem um padrão, um vínculo ordenado. Mas isto não é algo objetivo, evidente, claro. Ou melhor, há clarezas sim, mas não aquelas possíveis de serem delimitadas apenas em discurso. Porque é a ação que acompanha o discurso que dá sentido a todas as propostas aqui discutidas e que faz com que estas propostas se tornem reais. O que cada um de nós vai fazer com a tag “mutgamb” logo em seguida a este encontro pode fortalecer o que nos mantém juntos ou não. Mas, que importância tem para cada um de nós “estar juntos”?

Das coisas que me vem à cabeça agora, pensando nessa questão do estar juntos e de sua importância , algo que surge é a consideração de que não somos inicialmente um agrupamento espontâneo. O mutgamb é uma intervenção planejada na rede de comunicação e informação da MetaReciclagem, ou melhor dizendo, é algo inicialmente estruturado para agir em torno da rede relacionamentos, comunicação e informação da MetaReciclagem e potencializar, articular, dar visibilidade à MetaReciclagem que queremos. Uma estratégia de permanente demarcação, legitimação, fortalecimento dos ideais e práticas que se associam à MetaRec formando um comum de entendimentos, de desejos, de vontade de construir coisas juntos. Um comum que se coloca como um ponto de passagem interessante para as articulações com a rede , enquanto rede, da rede. Para que juntos acolhamos o novo, o diferente, o “outro” que será o “mesmo”. Ou, como não pode deixar de ser, o “mesmo” que será o “outro”. Mas nada fixo, nada definitivo, sempre fruto das associações com o comum.

Mas ter sido algo planejado não quer dizer que o agrupamento que hoje somos, de pessoas, concepções, técnicas e qualquer outro elemento que queira ser destacado, não pode vir a gerar (ou já tenha gerado, esteja gerando) várias ligações espontâneas. Algumas destas ligações podem até manter o nome de “mutgamb”, ou os ideais em torno do que foi inicialmente planejado. Mas outras ações, práticas, conceitos também emergem. E essa emergência talvez seja o mais legal disso tudo. A separação de alguns elementos com o passar do tempo é algo inevitável. Talvez o que fique, o que mantenha a união, possa ser pensado justamente como a diferença, a distinção, ou a consciência de alguns destes fatores que constituem esse comum em permanente construção.