Ode ao ódio
29 de Outubro de 2018, 15:40 - sem comentários aindaOntem, acompanhando a apuração para presidente no 2º turno, chorei. Chorei de raiva. Chorei de ódio.
Ódio porque aquele que levou o pleito representa uma total afronta ao mínimo do que chamamos civilidade. Ele defendeu a ditadura e a tortura, reiteradamente. Prometeu prender ou exilar opositores. Prometeu perseguir professores, artistas, a intelectualidade. Disse que irá enfrentar a imprensa livre. Sua campanha foi baseada fortemente na construção e propagação das mais variadas mentiras. Fez troça com mulheres, negros, homossexuais, nordestinos. Deu a senha para que seus seguidores colocassem em prática, já, o discurso da violência. É a barbárie instalada.
Como pode tantas pessoas concordarem com isso? Como pode aquele seu familiar que se envolve na igreja, na ação social, que sai por aí bradando que a educação é o tema mais importante pro Brasil, ter se empenhado nessa campanha?
O que ele propôs, pouco se sabe. Fugiu de debates e entrevistas mais incisivas. Do pouco que falou, sabemos que os pobres vão pagar caro em termos de emprego, renda, serviços e direitos sociais. Combinado com o ultraliberalismo representado pelo seu futuro ministro da fazenda, podemos esperar ainda mais concentração de renda no país – quando esse é o principal problema que deveríamos enfrentar.
Ainda há aquele grupo de generais ao redor dele. Um grupo que, pelo que declararam, de política e Brasil não sabem nada. General é criado no autoritarismo, ele sabe apenas mandar sem observar qualquer oposição ou contraponto, algo que é a natureza da democracia. Temos uma série de tragédias anunciadas pela frente.
Isso tudo não se trata apenas de um projeto político diferente do que eu acredito. As pessoas elegeram um verdadeiro anti-projeto de nação. Como elas sufragaram isso? Elas não se dão conta que nos próximos 4 anos muitas delas serão alvo das consequências disso?
Chorei de ódio no dia 28 de outubro, mas acredito que esse sentimento conseguiu ser muito menor que o ódio que essas pessoas sentem pelo próprio país.
Eleições 2018: Minha carta para a família
28 de Outubro de 2018, 14:08 - sem comentários aindaFamília, essa é minha última manifestação política aqui no grupo antes do resultado.
Vocês me conhecem, sou professor de ciência da computação na UFPA, sou um dos responsáveis pela formação dos próximos engenheiros de software e matemáticos computacionais da nossa região. Oriento alunos na graduação, no mestrado e também no doutorado, mesmo com todas as dificuldades. Se isso não é patriotismo, não sei o que mais pode ser.
Votei em Ciro no 1º turno e agora estou indo de Haddad. Tenho muitas críticas ao PT, apesar do perfil do Haddad ser completamente diferente dos cardeais que o partido já teve. Professor da USP, advogado, filósofo, economista – Haddad reúne muitas qualidades e qualificações. Está pelo menos no mesmo nível que FHC, o “príncipe da sociologia”. Para um país que adora dizer que apoia a educação, não haveria candidato melhor a se votar.
Mas para mim a disputa desse 2º turno se dá em outro nível. O oponente de Haddad surfa na onda antipetista mas sem apresentar projetos que queiram minimamente reduzir a desigualdade no nosso país (para mim, a principal chaga do Brasil), não se permitiu a ir a debates e as entrevistas que deu foram todas em ambiente controlado, com perguntas selecionadas. É ridículo ver um candidato cujos seus apoiadores vivem a espalhar mentiras nas redes sociais. Uma candidatura pautada na mentira, que esconde a que veio. Não é possível que iremos dar a presidência da república para um sujeito assim.
Não fosse só isso, Bolsonaro é apoiador da tortura, da ditadura. Não há nada mais anticristão que isso. Já falou mal das mulheres, dos negros, dos pobres, dos nordestinos. Na nossa família, as mulheres tem papel fundamental, nuclear – toda nossa família gira em torno das mulheres. Um exemplo: sempre nos referimos a “casa da vó” quando falamos da casa da vó Raimunda; nunca a “casa do vô”. Não entendo como possamos apoiar um candidato que é declaradamente contra as mulheres.
Nesse sentido, a disputa não se configura como uma escolha entre projetos democráticos para o país. Não é um Haddad vs Alckmin, ou Ciro, ou Marina. Trata-se de uma disputa real pela democracia em si, pelas instituições, contra a intolerância, a desfaçatez, a falta de um projeto. Bolsonaro e seu séquito já disseram que vão fechar o STF; já disseram que os opositores poderão escolher entre a prisão ou o exílio. Não é possível que vejamos esse tipo de declaração sem arrepio.
Isso já ficou claro inclusive para os grandes algozes que o PT teve nos últimos anos. Joaquim Barbosa, Rodrigo Janot, Deltan Dallagnol, todos eles declarados antipetistas estão votando no PT porque entendem que o partido fortaleceu as estruturas de investigação: prova disso é que as investigações ocorreram enquanto o partido estava no poder e suas principais lideranças do passado, hoje estão presas. Com o PT é garantido que as instituições funcionaram. Não dá para comparar com o FHC ou com a ditadura – nenhum deles foi investigado como o PT foi, na ditadura não havia liberdade de imprensa para que o governo fosse escrutinado diariamente. Bolsonaro já avisou que não irá selecionar o procurador da república respeitando o mais votado na lista tríplice, algo que o PT fez. E o que esperar de um candidato autoritário que só deu entrevista chapa branca? Que está rodeado de generais que não aceitam o contraditório? O fato de muitos antipetistas votarem no PT é apenas a constatação de que a alternativa em análise vai piorar o nosso país.
Essa eleição se trata de escolher entre a democracia e o autoritarismo. Bolsonaro é muito mais próximo da Venezuela, um governo dirigido por militares, do que o PT jamais foi.
Portanto família, compartilho essas palavras pois foram as reflexões que fiz e encaminharam meu voto em Haddad 13. Vamos lembrar que a eleição acontece em 1 dia, mas as consequências desse dia cairão sobre nós pelo menos pelos próximos 4 anos. E na democracia, nos governos civis, a oposição é bem-vinda e acontece. O mesmo não existe nos governos autoritários.
Boa eleição para tod@s.
A arquitetura de compartilhamentos do Telegram para mitigar as fake news no WhatsApp
17 de Outubro de 2018, 16:19 - sem comentários aindaFake News já se tornaram o tipo de problema que teremos que enfrentar de alguma maneira o quanto antes, ou veremos democracias sendo destruídas uma a uma. Se o caso Trump nos chamava atenção mas ainda parecia distante, as eleições brasileiras de 2018 vieram pra mostrar que o tiozão gente boa pode se converter no mais odioso dos seres após ser alimentado com uma série de notícias que, por mais bizarras que sejam, toca nele a ponto de mobilizá-lo.
Certamente acabar com elas será dos maiores desafios, e desconfio que mais social do que técnico. Mas talvez, ao menos para mitigar, a maneira como a arquitetura de compartilhamento do Telegram é implementada poderia ser um primeiro passo para dissuadir um tanto as correntes de mentiras que povoam o WhatsApp.
No Whats, um encaminhamento de mensagem modifica o autor. Assim, uma fake news escrita por um completo desconhecido num grupo subterrâneo da rede chega ao grupo da sua família com o nome da sua tia porque foi ela quem compartilhou. O laço de afeto e confiança pesa na hora que algum membro do grupo vai ler o texto, afinal foi a tia que enviou.
O apagamento do autor original reduz consideravelmente o fator dúvida de alguém que lê uma mensagem caindo numa tela de celular. Afinal, quem é ele? Que tipo de interesse o mobiliza? São questões muito difíceis de serem formuladas para um “autor” conhecido que é próximo a você.
Exemplo de mensagem encaminhada no WhatsApp
Enquanto estava na fila de votação, tive uma pequena discussão com uma moça que votaria no Bolsonaro após ela falar em voz alta na fila: “mermã, vê só essa minha amiga mora lá em Goiânia e olha o que ela colocou no grupo! Tão digitando o número do candidato lá e não está aparecendo! Absurdo!”. Para ela, a mensagem era mesmo da amiga dela, e não mais uma mentira produzida de forma irresponsável para se propagar e alimentar as bases do candidato – e em consequência, derrubar um pouco mais a democracia.
No Telegram as mensagens encaminhadas mantém o autor original, colocando-o em destaque na parte superior do texto. Não apenas isso, mas a mensagem também guarda um link para o perfil que o escreveu.
Exemplo de mensagem encaminhada no Telegram
Se o compartilhamento de mensagens no WhatsApp fosse implementado dessa forma, para além de criar um pouco mais de dúvida na cabeça de quem lê um texto encaminhado para algum grupo, seria possível também identificar quem escreveu aquela mensagem, responsabilizando o autor por propagar mentiras e outras coisas tão ou mais criminosas quanto (pedofilia, para citar uma).
Portanto, talvez um primeiro passo nessa guerra contra as fake news, que no Brasil tem como veículo principal o WhatsApp, seria exigir a implementação dessa arquitetura de compartilhamento no software. Não podemos impedir que qualquer um escreva o que queira, mas ao menos identificá-lo e responsabilizá-lo já seria alguma coisa – como acontece no mundo físico, aliás.
(Meu canal no Telegram: @monolipe)
Ciro em frente!
28 de Setembro de 2018, 4:53 - sem comentários aindaFaltando poucos dias para o 1º turno das eleições, aproveito o momento para declarar meu voto em Ciro Gomes e convido amigos e amigas a ponderarem e também votarem no candidato.
Em um conceito bastante generoso de partidos políticos, tratam-se de organizações estruturadas em torno de uma ideia de ordenamento social e que tentam, através do jogo democrático, disputar o poder para implementar essa visão. Portanto, além da estruturação ideológica em si, um partido também está necessariamente voltado para a peleja eleitoral de forma a conquistar cargos ou apoios para implantar as políticas que acreditam serem as “mais corretas” dada sua ideologia.
Dos partidos políticos brasileiros, certamente o PT é dos mais importantes. Com uma história de fundação sem igual e duas passagens memoráveis pela presidência que modificaram de verdade o país para melhor, há diferentes justificativas para se votar novamente no partido. Em que pese tudo isso, entretanto, nos últimos anos o PT afundou em problemas dos mais diversos tipos e levou o Brasil junto.
Dos vários amigos petistas que tenho e que ecoam a tese de que Lula foi tirado da corrida presidencial por uma orquestração que envolveu a direita, a mídia e a justiça (“foi golpe” – eu também acho que foi), acredito que nenhum deles há de duvidar que o partido realmente se refestelou na corrupção. Há vários dirigentes presos e muita história ainda a ser explicada.
O que poderia ter motivado a tão falada “autocrítica” do partido, acabou não servindo para nada. O atual governo é tão ruim, e mostrou uma face da direita que maltrata tanto o trabalhador mais pobre, que o PT acaba servindo de porto para toda população revoltada com as políticas do governo Temer e/ou que tem lembranças dos bons tempos de Lula. Com a impossibilidade do ex-presidente disputar a eleição, coube a Fernando Haddad fazê-lo.
O problema é que a estratégia do PT reuniu tantas questões discrepantes, além de sentimentos tão complicados, que pessoalmente fico muito desconfortável em nesse momento votar no partido. Aparentemente, todos os problemas nos quais o partido se envolveu não mereceram qualquer reflexão sobre as condutas tomadas. Haddad, que é um bom quadro e no qual muitos de nós que acompanhamos sua gestão enquanto prefeito de São Paulo nutrimos um “meu futuro presidente!”, acabou rebaixando sua carreira para um tipo de proxy (máscara) do Lula. Haddad será o presidente ou será Lula? Os votos são de Haddad ou Lula? Confesso certa decepção pois sempre vi Haddad como o futuro e a renovação do partido e da esquerda brasileira como um todo, mas o papel que ele tomou para si nessa eleição parece tê-lo diminuído. Para não me alongar demais, destaco mais dois pontos que me fazem refletir sempre que penso na candidatura petista: 1) o PT não se sente minimamente responsável pela atual crise econômica que atravessa o país? Dilma sofreu com pautas bomba, mas algumas decisões econômicas desastrosas somadas ao boicote do próprio partido também estão na conta de uma reflexão ainda não realizada; 2) como resolver esse antipetismo visceral que remói boa parte da sociedade brasileira?
Tudo isso, que são questões graves e que merecem respostas claras, poderiam ser até forçosamente colocadas de lado em uma situação onde a esquerda se visse sem alternativa diante de uma direita forte e cruel. Mas não é isso o que acontece – há boas alternativas na centro-esquerda e na esquerda na disputa que assistimos hoje.
Dentre elas, com certeza, Ciro Gomes é a melhor. Ciro mostra preparo, inteligência. Já foi deputado, prefeito, governador e ministro. É nítido seu conhecimento sobre os temas que fala, sua postura firme e vontade de fazer aquilo que acredita. Tendo disputado diversas eleições presidenciais, em todas mostrou um projeto de centro-esquerda comprometido com a redução das desigualdades sociais e com o avanço tecnológico e industrial do país.
O mais interessante é que boa parte das propostas já foram implementadas em menor escala por Ciro e seu grupo político no seu reduto eleitoral, o Ceará. O estado melhorou significativamente seus níveis de ensino e emprego; obras estruturantes estão por todos os lados; a população tem um acesso melhor que a média nacional à saúde. Nos cargos executivos em que esteve, Ciro foi bastante responsável com a economia – uma crítica que no geral os liberais fazem para a esquerda.
Ciro seria capaz de construir um governo de “concertação nacional”, reunindo partidos e movimentos sociais dos diversos espectros políticos passando ao largo do antipetismo hidrófobo, além de evitar uma situação de um possível governo petista se vendo às voltas com os problemas internos que o partido terá que se defrontar.
Muitas são as críticas dos simpatizantes petistas a Ciro apontando contradições da campanha, como a vice ser Kátia Abreu ou a proximidade com certos setores mais alinhados com a direita. Acho curioso como as contradições do próprio PT desaparecem durante essas análises, fazendo do partido o único com o monopólio de recorrer a esses tipos de acordo. O fato de Kátia Abreu ter sido ministra de Dilma e do arco de alianças do antigo governo ser composto por vários partidos do “centrão” não eram problema suficiente para a militância repudiar o partido.
Nada leva a crer que Ciro não fará um governo de centro-esquerda com uma pegada social democrata e desenvolvimentista em bons trilhos para tirar o país da crise, voltar com empregos para a população, derrubar a verdadeira selvageria que as reformas de Temer trouxeram para os trabalhadores, além de afastar o fascismo que o antipetismo está gestando na sociedade brasileira.
Ele tem o perfil correto de um candidato de esquerda com foco exclusivo no Brasil. Meu voto é dele.
É da natureza dos partidos disputar o poder, da maneira que for. Articulistas e comentaristas políticos em geral parecem ser muito ingênuos quando falam sobre o “PT fazer autocrítica”, porque isso não é o que um partido faz. A única hipótese disso ocorrer é quando um partido perde as eleições – nesse caso ele se propõe a fazer uma análise do que o levou a derrota e, nesse ponto, pode surgir uma autocrítica. O PT não vai desistir do poder por vontade própria, mesmo tendo uma excelente candidatura alternativa de esquerda disponível.
Cabe a nós entendermos que o partido não monopoliza a esquerda, que os problemas do partido não são os problemas da esquerda, e que há sim, alternativas de verdade e viáveis para trazer a esquerda de volta ao poder em um projeto político voltado ao emprego e redução das desigualdades. Essa alternativa é Ciro 12.
Sigo em frente!
Ciro em frente!
Ciro enfrente!
Akademy 2018
9 de Setembro de 2018, 15:17 - sem comentários aindaLook for your favorite KDE contributor at Akademy 2018 Group Photo
This year I was in Vienna to attend Akademy 2018, the annual KDE world summit. It was my fourth Akademy after Berlin’2012 (in fact, Desktop Summit ), Brno’2014, and Berlin’2016 (together with QtCon). Interesting, I go to Akademy each 2 years – let’s try to improve it next year.
After a really long travel I could meet gearheads from all parts of world, including Brazil, old and new friends working together to improve the free software computing experience, each one giving a small (and someone, giant) parts to make this dream in reality. Always I meet these people I feel me recharged to continue my work on this dream.
I loved the talk of Volker about KDE Itinerary, a new application to manage passbook files related to travels. It think an app just to manage all kind of passbook files (like tickets for concerts, theaters, and more) like this could be a interesting addition to KDE software family, and a step behind KDE Itinerary. Anyway, waiting for news from this software.
The talk about creating transitions in Kdenlive make me think on how interesting could be a plugin to run bash (or python, maybe) in order to automate several steps in some works performed by editors in this software. Maybe use KDE Store to share it… well, ideas.
I know Camilo during the event. His talk about vvave give me hope for a new and great audio player application for our family, as we had in the past.
The last talk called my attention was Nate about some ideas to improve our ecosystem. Nate is doing a great work at the usability side, polishing our software in several ways. I recommend his blog to follow this work. Despite I agree in general – like, we need improve our PIM suite – I have some disagreements with others, like the idea of KDE developers contributing to LibreOffice. LibreOffice is a completely different source code with different technologies and practices, there are several (and for most of us, not mapped) influences from different organizations inside the LibreOffice Foundation directing the development of the suite, and in the last we have Calligra Suite – the idea sounded as “let’s drop Calligra”. But it was just a disagreements for a small suggestion, nothing more.
After the talk sessions, Akademy had a plenty of BoFs sessions for all kind of preferences. I attended to KDE and Qt (it is always interesting to keep eyes on this topic), KDE Phabricator (Phabricator is an amazing set of tool but suffers because the competitors are much better known and the usability must be improved), and MyCroft (I like the idea of integration between MyCroft and Plasma, specially for specific use cases like assistant to disabled people – I am thinking about it since some months).
This year Aracele, Sandro and me hosted a BoF titled “KDE in Americas”. The idea was present some of our achievements for KDE in South America and discuss with fellows from Central and North America about a “continental” event, bringing back the old CampKDE to a new edition together with LaKademy (the secret name is LaKamp :D). This ideia must be matured in the future.
This year I tried to host a BoF about KDE in Science and Cantor, but unfortunately I didn’t have feedback on potential attendees. Let’s see if in future we can host some of them.
Akademy is an amazing event where you can meet KDE contributors from different tasks and cultures, discuss to them, get feedback for current projects and build new ones. I would like to thanks KDE e.V. for the sponsorship and expect see you again next year (let’s try to insert a disturbance in this biannual sequence) at Akademy or, in some weeks at LaKademy!
Brazilians at Akademy 2018: KDHelio, Caio, Sandro, Filipe (me), Tomaz (below), Eliakin, Aracele, and Lays