Quais os desafios e dificuldades ligadas ao processo de migração para software livre de uma organização?
Para compreender com mais profundidade essa questão, o pedagogo Anderson Alencar elaborou uma pesquisa em 2007, que durou mais de um ano sobre o assunto. Mais especificamente, ele elaborou essa pesquisa ao longo do processo de implantação do sistema operacional GNU/Linux (para servidores e desktop) em toda a ONG do Instituto Paulo Freire (IPF), em São Paulo.
De acordo com Alencar, a experiência de migração do Instituto foi organizada em cinco fases. Cada uma delas com um período prédeterminando e com ações previstas. Todo o planejamento da experiência de migração esteve sistematizado em um documento que foi chamado de "Plano de Migração". Este plano previu todas as fases, ações, atividades, encontros que viriam a acontecer durante o período de migração para software livre, dividido em cinco fases:
I. A primeira fase: sensibilização e construção democrática.
II. A segunda fase: aprendizagem e avaliação.
III. A terceira fase: ruptura.
IV. A quarta fase: migração.
V. A quinta fase: avaliação e festa.
O relato mais detalhado de toda essa experiẽncia pode ser baixado aqui. Contudo, o mais importante desse caso é que, a partir de uma concepção que vá além do treinamento técnico, esta proposta implantou um processo pedagógico que respeitou o usuário, baseado no diálogo e na construção democrática - ou seja, inspirado no próprio método pedagógico do ilustre educador e filósofo Paulo Freire.
Em outras palavras, o Alencar nos mostra que, mais do que um desafio tecnológico e computacional, o processo de migração para software livre é um desafio pedagógico e cultural. Dessa forma, a participação de profissionais com experiência na área de educação é tão (ou mais) importante quanto o pessoal diretamente ligado a área de TI.
Vale então ver o vídeo da palestra dele no FISL 10 ou dar uma lida na dissertação de mestrado que ele fez com base nessa experiência para entendermos melhor essas questões. ;-)
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