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27 de Maio de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

INTERNET: O CONTRAPONTO À GRANDE MIDIA

22 de Setembro de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

A concentração de propriedade das instituições de comunicação no Brasil, sustentada pela arcaica legislação de concessões e a estreita relação de poder e mídia, como resultado de um jogo de interesse político-econômico, implicou no oligopólio da mídia e no monopólio das comunicações no país: um terço dos senadores e 10% dos deputados eleitos para o quadriênio 2007/2010 controlam rádio ou televisão, e apenas seis grupos empresariais concentram a direção de mais da metade da circulação de noticias impressas.

A liberdade de produção e veiculação de conteúdo torna a internet o meio de comunicação social mais democrático, sobretudo pelas possibilidades de interação e participação. Ao mesmo tempo em que estabelece uma relação complementar, dialógica, com a mídia tradicional, no processo de convergências, a internet tem sido um potente contraponto à grande mídia, cuja se resume as Organizações Globo e ao Grupo Abril, do barão da mídia Victor Civita. Na linha de frente de combate situa um seleto grupo de blogs (de Paulo Henrique Amorim, Luiz Carlos Azenha, Luiz Nassif, Brizola Neto, Rodrigo Vianna) e sites (Carta Maior, O Vermelho, Carta Capital) que opõem aos ideais midiáticos e buscam rechaçar informações distorcidas, principalmente no campo político, onde se constata a postura tendenciosa.

Nesta campanha eleitoral, a grande mídia vem sistematicamente servindo de panfletagem do candidato tucano a presidência José Serra: criam factóides, fabricam escândalos sem ter prova alguma e acusam sem esperar se quer alguma investigação. No caso da receita, a quebra de sigilo foi realizada em setembro de 2009, quando a candidata petista ainda não era nem pré-candidata. O denunciador era filiado do PT, mas hoje afirma ser eleitor do tucano.  José Serra, na época achou normal. Mas agora tenta usar o caso para fins eleitorais, acusando a campanha da Dilma, com apoio da mídia. Depois de investigações minuciosas, constatou-se que varias pessoas tiveram seus sigilos quebrados, inclusive o filho de Lula...

A Folha virou chacota no site do twitter, o terceiro post mais comentado do mundo está o tema #dilmafactsbyfolha (factóides da Folha sobre Dilma), onde os internautas inventam um caso que sempre tem como culpa a candidata Dilma numa alusão a postura do jornal de caluniar a petista, tais como: Mensalão romano. Petistas pagaram 30 moedas de prata para que Judas denunciasse Jesus / Dilma para Hitler em 1935: “esses judeus, eu não sei não, viu? / Marqueteiro do Serra é filiado ao PT...

A filha do tucano, Verônica Serra quebrou sigilo de cerca de 60 milhões de brasileiros, através de sua empresa Decidir.com em acordo discutível com o governo FHC em 2001, segundo reportagem da Carta Capital. Ela foi indiciada pelo MPF e a Policia Federal.   Alguém viu alguma noticia ou reportagem na TV Globo sobre isso? A Folha e a Veja estamparam em suas capas? Saiu no Estadão, na Época, no O Globo?

Outro caso, mais recente (a historia do sigilo não colou, Serra caiu nas pesquisas) é do suposto tráfico de influencia da Casa Civil, que culminou no pedido de demissão de Erenice Guerra. O acusador, Ruben Quicoli que a mídia rotula de herói, estava preso por aliciamento de cargas roubadas e uso de dinheiro falso. A TV Globo não passou a ficha policial do acusador. E tentou associar o caso (a denuncia) à campanha de Dilma.

No governo Serra em São Paulo, desde 2007, o grupo Abril recebeu 34.704.472, 52 R$ (trinta e quatro milhões, setecentos e quatro mil, quatrocentos e setenta e dois reais, e cinqüenta e dois centavos) em assinaturas de revistas (inclusive a VEJA), publicadas no Diário Oficial do Estado de São Paulo. O material foi destinado às escolas da rede estadual. Isso explica tamanho esforço da mídia impressa para manipular, distorcer de forma escancarada para eleger Serra...

O governo Lula cogitou a implantação de um Conselho fiscalizador da Comunicação, tal como há para outros setores. Isso se tornou uma polêmica, pois estaria cessando a liberdade de imprensa. Houve a comparação do Brasil com a Venezuela, no caso em que Chávez não renovou a concessão da RCTV, rede de televisão privada. Mas lá a história é bem diferente. A TV sustentou um golpe de Estado contra a vontade do povo venezuelano que elegeu Chávez. Vale ressaltar que no governo Lula, houve o primeiro Congresso de Comunicação, no qual se discutiu o papel da mídia e democratização dos meios.

Toda denuncia grave tem de ser apurada, investigada e os eventuais culpados punidos. Compete às instituições judiciais realizar este processo. Cabe a imprensa denunciar a corrupção e servir de porta voz da sociedade. Mas tentar aproveitar uma denuncia, acusar sem provas, para fins eleitoreiros, sistematicamente contra um candidato, é um papel que contrai a ética jornalística. O jogo de interesse e a barganha são inerentes ao “coronelismo eletrônico”.  Mas a internet tem sido a pedra no sapato do PIG (Partido da Imprensa Golpista) como é chamada a grande mídia pelos blogueiros progressistas.

Arnaldo Jabor afirmou em um evento em São Paulo que a vitória de Dilma é uma ameaça a democracia e concluiu: ”tem que haver um trabalho de precaução dos meios de comunicação. Temos que ser ofensivos e agressivos, não adianta reclamar depois”, argumentou o comentarista da TV Globo, sem discrição. Caro leitor, é pra isso que serve a liberdade de imprensa?



GLOBO: parcialidade e manipulação a gente vê por aqui!

30 de Agosto de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 1Um comentário

O documentário “Além do Cidadão Kane” produzido por Simon Hastog pela BBC de Londres em 1993, revela o passado de manipulação de informação, de posturas tendenciosas e do jornalismo parcial da Rede Globo, desde a sua suspeita fundação promovida por um acordo ilegal com o grupo norte-americano Time Life, a sua autocensura durante a ditadura, o apoio ao regime militar, a omissão e distorção de noticias, conforme seus interesses políticos, até a manipulação da eleição de Collor, bem como toda sua engenhosa programação voltada ao entretenimento, atendendo suas conveniências mercadológicas.

O vídeo-documentário foi proibido de exibição no Brasil em 1994, por determinação judicial, após o “Cidadão Kane” brasileiro (uma alusão ao magnata das comunicações dos Estados Unidos do inicio do século XX, o norte Americano Kane), Roberto Marinho entrar na justiça e censurá-lo em plena ascensão da democracia...

O surgimento da Rede Globo coincide com um momento marcante da história recente do Brasil: o golpe militar – a instalação da ditadura. Mas esse fato deixa de ser coincidência à medida que a Globo passa apoiar o governo. Espalhou a imagem de um país progressista, quando chamava de “milagre econômico” o crescimento industrial do Brasil, e também omitia todo cenário de disparidade social, toda conjuntura de perseguição política, de tortura, de opressão, ações do governo contra os opositores, que lutavam contra a arbitrariedade do regime, mas eram chamados de terroristas...

O vinculo de Roberto Marinho com as classes dominantes, políticos de alto escalão do governo, num período de avanço industrial, que culminou num maior acesso à televisão da classe média/baixa, na década de 70, sinalizava o começo do monopólio Global, consolidado e sustentado nas décadas seguintes.

A Globo precisou passar por um processo de autocensura para ter apoio e ser apoiada pelos militares. E também censurou: a emissora proibia o aparecimento da imagem de Chico Buarque de Holanda, cantor e compositor que combatia e protestava a ditadura com suas musicas, nem se quiser poderia citá-lo na programação. Durante o manifesto popular “Diretas Já”, uma mobilização social e política importante para o país, a Globo fez a cobertura, mas noticiou o evento como se fosse o aniversário da cidade de São Paulo, em 1984...

Na Eleição para presidente, em 1989, a emissora editou o debate do segundo turno entre o “caçador de marajás”, Collor, e o “torneiro mecânico”, Lula, mostrando os melhores momentos do candidato elitista e os piores do operário, em seguida fez uma pesquisa de intenção de voto por telefone. O resultado da manipulada eleição: Collor venceu. Depois a emissora tentou se redimir apoiando o manifesto “caras pintadas” pelo impeachment de Collor, em 1992.

Durante o governo FHC a emissora foi totalmente a favor da política de privatizações e não noticiava casos de corrupção que ocorreram nos bastidores do congresso, por exemplo, a compra de votos dos deputados para a aprovação de projeto de reeleição do cargo de presidente da Republica. O MST foi sistematicamente taxado de violento, selvagem, invasor, pelos jornalistas globais.

Em 2002 com a eleição de Lula, e a grande percentagem de aprovação do seu governo nos anos seguintes, a “Vênus platinada” enfrentou um dilema: elogiar um governo de centro-esquerda que agradava a opinião publica (isso incomoda as elites), ou manter o discurso elitista. Mas acabou tendendo para a postura governista, mesmo que de forma amena. Porém em 2006, durante a campanha presidencial, a Globo articulou uma manobra que levou a eleição para o segundo turno: primeiro demitiu o repórter Rodrigo Viana, hoje na Record, pois ele não concordava com a postura tendenciosa: Wiliam Bonner o ordenava a elogiar o candidato tucano e destacar as falhas do governo Lula. Depois mostrou uma foto de um monte de dinheiro que supostamente seria do “caixa dois” petista. Detalhe a foto estava sob segredo de justiça. Os eleitores indecisos foram induzidos a votar no tucano. A eleição foi para o segundo turno. Mas essa apelação não deu muito certo...

No inicio deste ano um comercial institucional da Globo foi proibido de veiculação, pois fazia alusão a campanha eleitoral de José Serra. Os três principais candidatos a presidência foram entrevistados no Jornal Nacional. A entrevista foi tão tendenciosa a ponto de Roberto Jeferson (PDT) aliado de Serra admitir no twitter que Bonner facilitou para o seu candidato. A de Marina Silva foi básica. Mas a sabatina da candidata petista foi provocadora, com questões complexas. Ali Kamel, diretor geral de Jornalismo da emissora, que diz que não há racismo no Brasil, poderá mostrar suas garras e tentar mudar os números das intenções de voto, que a cada dia apontam para a vitoria de Dilma. A tentativa de um golpe pela mídia, mais uma vez poderá ser a ultima jogada dos tucanos, suponho.

A revista Época, das organizações Globo, fez uma matéria, de capa inclusive, sobre o passado de Dilma, mostrando a sua suposta ligação com a guerrilha armada, chamando-a de terrorista. Não é surpresa, nem novidade. A Folha de São Paulo já havia publicado uma matéria do mesmo caráter. Agora, a jogada da vez é tentar desmoralizar a estatal Petrobrás...

Mas atualmente o telespectador está mais atento, mais critico. Não se deixa manipular como antigamente, principalmente o publico mais jovem, mais escolarizado, mais bem informado. A internet, cada vez mais acessada, é o meio mais democrático, na medida em que permite maior liberdade de expressão e produção de conteúdo, e vem freqüentemente combatendo e rechaçando informações distorcidas e as tentativas de manipulação, através da blogosfera.

A competência profissional da Globo é indiscutível, mas a sua postura ideológica, a sua parcialidade e a tentativa constante de impor seus estereótipos, suplantam a sua qualidade técnica e caracterizam o perfil da “campeã de audiência”.



AS PULSEIRAS DA "MODA"

16 de Maio de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

 

Ostentar uma pulseira no braço para a maioria dos jovens é apenas uma forma de acompanhar a moda do momento, seja por vaidade ou pela estética. Mas a nova mania entre crianças e adolescentes do Brasil, as pulseiras coloridas de silicone, criadas na Inglaterra com o nome de snap (algo próximo de rasgar em português), estão deixando pais, professores e autoridades em alerta.

O motivo de tanta preocupação está na conotação a códigos sexuais que as cores das pulseiras transmitem. Cada cor significa um grau de intimidade que vai desde um simples abraço até ao sexo propriamente dito e ao ser arrebentada dá direito a respostas sexuais para quem arrebentou.

Em Londrina, no Paraná, uma menina de 13 anos foi forçada a ter relações sexuais com quatro garotos após ter uma pulseira arrebentada. A Justiça proibiu a venda e uso das pulseiras nas escolas da cidade, assim como em outras cidades do interior paranaense, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, baseada nos artigos 3º, 4º e 70º do Estatuto da Criança e do Adolescente e também no artigo 227 da Constituição Federal, que colocam como dever de todos – família, sociedade e Estado – a prevenção da ocorrência de ameaça ou violação aos direitos da criança e do adolescente. Há escolas que preferem orientar, ao invés de defender proibição.

A semiótica, área do conhecimento que estuda o uso códigos e símbolos nos explica como as invenções humanas e as criações da Natureza fazem sentidos, a partir de um significado estabelecido e convencionado. São exemplos as calças Jeans, os sinais de transito, as cores e os escudos dos times de futebol, os tênis, o anel da castidade, uma nuvem cinza (indicando chuva), uma fruta amarela (madura). As pulseiras coloridas também estão inclusas nesse processo. Baratos e de fácil acesso, esses adereços são códigos inventados por jovens estudantes ingleses, depois se expandiram e caíram no interesse dos jovens brasileiros via internet. Mas a diferença é que são carregados de significados pervertidos, estão causando polêmica e provocando discussões em vários setores da sociedade. Discute-se, por exemplo, que a criança está entrando cada vez mais cedo na questão da sexualidade. O uso das pulseiras pode potencializar isso, ou não. Depende como a criança está sendo orientada e educada, considerando o papel dos pais e professores.

Apesar da forte divulgação do jogo na mídia, principalmente, pela internet, aqui no Brasil muitas crianças e jovens continuam a usar as pulseiras, muitas delas sem ter o conhecimento de tal brincadeira ou até mesmo sem saber o significado de cada pulseira. Aqui em Conceição do Coité as pulseiras também são modas entre jovens estudantes. Acredito que, de forma geral a e objetiva, a maioria usa por vaidade e estética, simplesmente por que ta na moda, pois até agora não se tornou noticioso algum incidente ou problema causado pelo uso da pulseira snap em nossa cidade. Isso significa que não há problema em usá-la, desde que os significados atribuídos às cores do acessório sejam ignorados, ou seja, usam-nas, mas não seguem as regras do jogo dos códigos.

É aconselhável não cair em modismo sem saber o significado do adereço que se usa ou da moda que acompanha. Aceitar padrões sem entender o conceito não parece ser uma boa idéia. Cabe aos pais, diretores e professores debater o assunto abertamente com os alunos e tentar chegar um consenso.  Proibir o uso pode impor uma solução paliativa, ou seja, em médio prazo não vai resolver.

Poucos jovens (a minoria) usam como meio de namorar alguém ou por interesse da prática dos jogos sexuais. Mas convenhamos que este “novo método de conquista” (made in England) não é nada romântico, nem convencional.

Pulseiras



Polemica: o celibato deve ser abolido?

16 de Abril de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

 

Recentemente, assisti a um programa de reportagem investigativa, apresentado pelo competente Roberto Cabrini da SBT: “Conexão Repórter”. Tratava-se de suspeita de pedofilia. Infelizmente, não é novidade, nem é um caso isolado. Mas é pedofilia praticada por padres da Igreja Católica de Arapiraca em Alagoas, comprovada com gravação de imagens, feita por um dos ex-coroinhas. O vídeo mostra monsenhor Luiz Marques (que negou as acusações) mantendo relações com um adolescente (coroinha da igreja). O caso abalou a cidade e repercutiu no Brasil e no mundo. Cabrini conta detalhes da reportagem em seu blog.

A produção do programa flagrou um advogado identificado como Daniel Fernandes intimidando e até ameaçando os jovens (vitimas de abusos) responsáveis pela gravação. Os garotos confirmaram ainda que receberam R$ 32 mil reais do advogado em uma negociação intermediada pelo Monsenhor Raimundo (outro acusado) para que não divulgassem as cenas. Após a reportagem do “Conexão Repórter”, o Vaticano, admitiu haver pedofilia na Igreja católica no Brasil e afastou os padres envolvidos. A CPI da pedofilia do Senado Federal pretende ouvir os pedófilos e abusados. O promotor responsável pelo caso ouviu todos os envolvidos e, diante dos fatos narrados, encaminhou o material à Polícia Civil alagoana e pediu a instauração de um inquérito para apurar a denúncia. Atualmente, a investigação cabe a delegacia especializada em crimes contra a criança.

Mediante os escândalos de pedofilia e/ou homossexualismo envolvendo padres, ações e posturas contraditórias à conduta de um sacerdote, pela função que ocupa e a quem se atribui confiança, credibilidade, respeito, sobretudo porque tem a missão de pregar os ensinamentos cristãos e propagar a palavra de Deus, uma questão reflexiva me intriga: por que padre não pode casar?

A doutrina que proíbe o casamento de padres (chamada celibato) foi estabelecida na Idade Média, no ano de 1.123, período em que a Igreja detinha forte poder de influencia na sociedade. Queimava pessoas na fogueira da Inquisição, aquelas que se opunham as idéias do clero. Era o momento em que a força política e econômica da Igreja até superava a burguesia e os governos. Cobravam-se indulgências e impostos dos fieis. A explicação para a proibição do casamento dos padres, conta-se, que a Igreja não queria gastar mais dinheiro, pois com mulher e filhos seria muito mais caro bancar os padres. Se divorciasse seriam mais gastos para os cofres da Igreja. Quando o padre morresse os bens dele ficariam com os familiares. Assim seria prejuízo para a Igreja Romana. Um pretexto arcaico, mantido até os dias atuais. Porém a Igreja gasta milhões com indenizações para as famílias de crianças abusadas em sentenças de pedofilia. A diocese católica de San Diego, no Estado americano da Califórnia, fechou acordo com mais 144 vítimas de sacerdotes pedófilos e pagará indenizações no valor total de US$ 198 milhões (mais de R$ 388 milhões). De onde sai esse dinheiro?

O argumento defendido pelos que são a favor do celibato é que os padres têm que se dedicar totalmente a sua missão religiosa, como forma mais elevada de servir a Deus, sem ter outras preocupações, seguindo o exemplo de Cristo, que foi celibatário. Mas segundo a bíblia, os sacerdotes podiam casar-se, já que Pedro tinha esposa (Marcos 1, 29-30). Há ainda a alegação de que a pedofilia também é uma pratica criminosa de indivíduos que não são celibatários. Um argumento que não justifica. Porém há igrejas católicas de ritos orientais, unidas ao papa, que não exigem o celibato de seus padres. Entre essas, estão a Igreja Melquita e a Igreja Maronita. O secretário do Vaticano tornou o assunto mais polêmico ao afirmar que a causa da pedofilia na Igreja é o homossexualismo e não o celibato.

Leonardo Boff, teólogo, escritor e professor emérito da UERJ, em artigo divulgado no jornal Estadão, afirma que os padres pedófilos envergonham os católicos. Boff defende com veemência o fim do celibato, explica como é realizada a formação dos seminaristas em relação à sexualidade e critica a postura conservadora, patriarcal da Igreja mantida pelo papa Bento XVI:

É pouco dizer que a pedofilia envergonha a Igreja. É pior. Ela representa uma dívida impagável com aqueles menores que foram abusados sob a capa da credibilidade e da confiança que a função de padre encarna. (...) Sabemos como é insuficiente a educação para a integração da sexualidade no processo de formação dos padres. Ela é feita longe do contato normal com as mulheres, o que produz certa atrofia na construção da identidade. As ciências da psique nos deixaram claro: o homem só amadurece sob o olhar da mulher e a mulher sob o olhar do homem. Homem e mulher são recíprocos e complementares. (...) O escândalo da pedofilia se constitui num sinal dos tempos atuais. Do Vaticano II (1962-1965) aprendemos que cumpre identificar nos sinais uma interpelação que Deus nos quer transmitir. Vejo que a interpelação vai nesta linha: está na hora de a Igreja romano-católica fazer o que todas as demais Igrejas fizeram: abolir o celibato imposto por lei eclesiástica e liberá-lo para aqueles que vêem sentido nele e conseguem vivê-lo com jovialidade e leveza de espírito. Mas essa lição não está sendo tirada pelas autoridades romanas. Ao contrário, apesar dos escândalos, reafirmam o celibato com mais vigor. Por que a Igreja romano-católica não dá um passo e abole a lei do celibato? Porque é contraditório com a sua estrutura. Ela é uma instituição total, autoritária, patriarcal e altamente hierarquizada. Ela abarca a pessoa do nascimento à morte. O poder conferido ao papa, para uma consciência cidadã mínima, é simplesmente tirânico. O celibato implica cooptar o sacerdote totalmente a serviço, não da humanidade, mas desse tipo de Igreja. Ele só deverá amar a Igreja. Enquanto essa lógica perdurar, não esperemos que a lei do celibato seja abolida. Ele (celibato) é muito cômodo para ela (igreja).”

São milhares de padres no Brasil, a maioria tem uma conduta ética, correta, pautada pelos princípios cristãos. Por isso, os casos de pedofilia não podem condenar todos, toda a Igreja. Embora seja difícil não atribuir descrédito à instituição católica...

A igreja que se renovou em alguns aspectos, que pediu perdão a humanidade pelos seus pecados da Idade Média, que defendeu os direitos do povo brasileiro durante a ferrenha ditadura militar, que cumpre um papel político-social importante na sociedade através das suas pastorais e da Campanha da Fraternidade da CNBB, fundamentada pelos princípios de fraternidade, igualdade e solidariedade, enfrenta hoje, talvez, um dos maiores desafios da sua história: abolir ou não o celibato?

 

Papa Padre_pedofilo

imagens: www.google.com.br



CF 2010: solidariedade e justiça socioeconômica

9 de Março de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

 

A Campanha da Fraternidade deste ano aborda o tema “Economia e Vida”, cujo lema é: ”Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (mt6, 24). A CNBB tem como objetivo debater a pobreza e a injustiça social como produto das decisões humanas e das relações econômicas. A C.F. 2010 faz uma abordagem critica do paradigma econômico predominante (capitalismo), propondo uma economia mais solidária e justa, para nivelar a relação economia, vida social e meio ambiente.

A lógica da sociedade capitalista é obter cada vez o lucro através da competitividade. O sistema econômico hegemônico produz riqueza e desenvolvimento tecnológico. Mas de forma desigual, causando a má distribuição de renda (muito dinheiro nas mãos de poucos), provocando o desequilíbrio ambiental, a injustiça social e agravando um cenário de pobreza instalado pelo processo histórico. Embora haja sinais de avanços, com milhões de pessoas saindo da linha da miséria, a desigualdade é evidente no mundo: desabrigados, habitações sem saneamento e infra-estrutura básica, desemprego, pobreza, fome... Principalmente nos chamados países de Terceiro Mundo.

A cultura de consumo desenfreado, a influência do dinheiro e do poder econômico, a degradação do meio ambiente (poluição pelas indústrias, automóveis, produtos químicos) e a ganância são alguns reflexos da sociedade capitalista. A violência e as ações ilegais, de certa forma, também podem ser relacionadas como conseqüência do desnível social e econômico, à medida que são motivadas pela busca do poder financeiro, pela vontade de obter dinheiro e estabilidade financeira. Por exemplos, os assaltos, os seqüestros, os comércios ilícitos...

No Brasil, a corrupção e a impunidade são dois dos principais fatores que impedem a construção da igualdade social. O dinheiro desviado dos cofres públicos poderia ser investido em projetos sociais e educativos. Nosso país será mais justo, quando não houver mais corrupção e impunidade, quando tiver uma educação de mais qualidade, e, sobretudo quando houver melhor distribuição de renda.

Estimativa aponta que o Brasil será uma grande potência econômica daqui uns anos. A C.F. debate o tema num momento importante de crescimento socioeconômico do país, à medida que sugere melhoria na qualidade de vida e menos desigualdades. Por tanto, para que as futuras gerações vivam numa sociedade mais justa, mais solidária, para alcançar o desenvolvimento sustentável, preservando a natureza, logo é necessário à tomada de medidas práticas. Porém isso não depende só dos governantes, das autoridades. A sociedade, de modo geral, tem sua parcela de responsabilidade nesse processo. A prática dos ideais de solidariedade, de coletividade, dos valores individuais, da ética política, em fim, dos princípios cristãos, é fundamental para a realização dos objetivos traçados pela Campanha da Fraternidade “Economia e Vida”.

Por: Teones Araújo Carneiro


Campanha_da_fraternidade_2010_2

Cartaz da Campanha