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Comunidade do Movimento Música para Baixar - MPB

20 de Junho de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

O Movimento Música para Baixar - MPB é uma inciativa para conectar diversas áreas relacionadas como: música, arte tecnologia e comunicação colaborativa e espalhar suas propostas para o âmbito de diversos territórios, levando suas propostas para o maior numero de pessoas, extrapolando as fronteiras de um determinado gênero musical.

 


Minha posição em relação à música gratuita – Por Leoni

1 de Novembro de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Fonte: http://musicaliquida.blogspot.com/2009/10/minha-posicao-em-relacao-musica.html

Acho que preciso esclarecer algumas coisas em relação ao que eu penso sobre música gratuita na internet:

1) Não faço parte de nenhuma das duas torcidas mais comuns. Não acho que tudo tem que ser gratuito e acabou, nem posso concordar com que se tente punir quem baixa música de graça.

2) Não acho que a gratuidade seja uma meta. Ela é um mal irreversível para os artistas em atividade, contra o qual é tão inútil lutar, como não concordar com a lei da gravidade.

3) A música tem custo e valor, ela não é feita de graça. A música grátis tem que fazer parte de uma estratégia para divulgar e vender – seja música, ingressos de shows ou merchandising.

Digo essas coisas porque sinto que preciso me posicionar para não ser colocado como exemplo de posturas que não tenho.

Faço parte do Música Para Baixar porque acredito que não haja como controlar o compartilhamento de música pela internet. E que, em diversos casos, o controle seria péssimo para a cultura. Vejam os casos de discos que estão fora de catálogo. O desinteresse de uma gravadora em lançar o repertório de determinado artista colocava-o no ostracismo irreversível. Que direito têm as gravadoras de impedirem a sociedade de ter acesso a um bem cultural? Quantas jóias ficavam trancadas nos cofres dos detentores de direitos autorais e agora circulam livremente pela rede, beneficiando artistas e público? Processar os fãs, ou impedir que eles tenham acesso ao que desejam, nunca me pareceu uma estratégia muito inteligente para se conquistar mais fãs. Outro dia – outubro de 2009! – vi um advogado da indústria do disco dizer que a forma de se controlar os downloads “ilegais” é usando de tecnologia e que o DRM é uma forma eficiente de fazê-lo. Em que mundo essa pessoa vive? Todo mundo desistindo do DRM e ele achando que é solução!

Quais a principal vantagem da gratuidade? Divulgação. A música gratuita chega muito mais facilmente às pessoas, já que elas podem conhecê-la antes de se decidir a gastar dinheiro. Se você não der, a possibilidade de que as pessoas queiram se arriscar no escuro é infinitamente menor. Se compararmos ao preço do jabá para ter execução em rádio, o compartilhamento de arquivos é uma bênção para os artistas. Os fãs fazem o trabalho que precisamos, sem cobrar, e gratos pela nossa generosidade. Daí o mote do Música Para Baixar: Fã não é pirata! É divulgador. E esse quer nos ajudar financeiramente para que continuemos a dar o que ele quer: música de qualidade.

Quando as rádios começaram a executar música as gravadoras acharam que ela seria danosa para as vendas, porque ninguém compraria algo que estava sendo entregue de graça nas casas das pessoas. E nada foi tão importante para divulgar e vender música quanto o rádio. Estamos no mesmo caso. Nada divulga e populariza tanto a música quanto o acesso gratuito à mesma.

Por outro lado, não quero o fim do direito de autor – embora ache que ele precise ser revisto -, não acho que a cultura é social e gratuita por princípio, não quero o fim das gravadoras. E quero ganhar dinheiro sem culpas esquerdistas.

Resumindo, não há negócio nem profissão que seja totalmente gratuito. Alguém tem que pagar alguma coisa em algum momento para que haja profissionais sobrevivendo daquele negócio. Mas a proibição de compartilhamento de música na rede, além de impossível, não vai ser o esteio financeiro dessa história. Quero que abracemos a gratuidade como uma das ferramentas para nos aproximarmos do nosso público e criarmos uma outra forma mais inteligente e contemporânea de ganharmos a vida fazendo música. Dialogando o @penas, música é profissão, sim. Mas muito diferente do que já foi.



Como serão os CDS, DVDS, Pirataria, Compartilhamento de arquivos via internet, direitos autorais, OMB, Ecad, Jabá no Paraiso? Por Carlos Younes

1 de Novembro de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 1Um comentário
Paraiso paisagem

Muito se fala atualmente sobre pirataria, compartilhamento de músicas na rede mundial de computadores, direitos autorais, OMB, Ecad,Jabá, etc.

Inspirado no texto de LisRodrigues postado 26 de outubro de 2009 na rede social Clube Caubi de compositores, humildemente e com limitações, desfiarei esse “rosário”.

Encarar o fato de que o contexto do mercado fonográfico mudou, depende em muito da compreensão do processo de digitalização dos meios de comunicação e, ainda mais, compreender que hoje existem novos veículos de comunicação de massa.

Compreender o novo contexto que vem com o mundo virtual para a cadeia produtiva da música, depende de compreender que a própria cadeia produtiva já não é mais a mesma. Da composição à produção musical, passando pela distribuição e divulgação, tudo (absolutamente tudo!) mudou.

Enquanto as décadas de 80 e 90 foram prodigiosas na movimentação de bilhões de reais nesse mercado, os anos 2000 vieram pra desafiar a imaginação e a capacidade de adequação para muitos, quase todos, os profissionais da área.
É nessa pseudo entre-safra que cada artista terá a oportunidade de construir uma nova maneira de auto gerir sua carreira, que cada compositor poderá resgatar o direito soberano à sua obra.

Então será que o CD morreu? Será que indústria fonográfica faliu ? Delicado e polêmico de se responder.
Mas a canção, a música, a arte e a cultura vivem soberanas, se renovam e se reinventam. Absorvem novas tecnologias, outras linguagens e se transformam, como é próprio da dinâmica da arte.

Está aí o crescente mercado independente pra ser mais um peso nessa balança em favor da música.
Prova disso é a crescente procura por produtos de autores independentes em forma de CDs, DVDs, dowloads, etc.
Poderiamos chamar do mercado musical e cultural das “jóias ocultas”. E graças à rede mundial cada vez menos ocultas.

Temos atualmente várias redes sociais de divulgação e intercâmbio de autores, intérpretes, compositores, etc.

Taí o Clube Caiubi e suas mais de 10mil canções postadas pra ser “o fato” contra qualquer argumento.

O fato é que já raiou um novo mundo, um novo tempo sim reside vivo e pulsante, muitos hábitos e valores podres que reinavam
invenciveis já foram por água abaixo. Muito temos ainda o que se descobrir, discutir e construir nesse novo mundo.

Poderiamos chama-lo de protótipo do Paraiso ! Mas ainda existem muitos demônios soltos por ai, perturbando nossa paz.

Sem dúvida esse é assunto para infindáveis foruns no congressos, câmaras e redes sociais.

As discuções continuam nos congressos e câmaras, o que será feito de agora em diante dos direitos autorais? E de vários outros direitos e necessidades também se apresentam interrogações.
Embora o cenário tenha mudado, muitas ainda permanecem na distribuição da arrecadação de direitos do Ecad. Isso é no Brasil, como será
que a”coisa” está nos outros países?

Lis Rodrigues informa: Já existem movimentos com disposição para abrir vespeiros, um deles é o MPB (Música para Baixar), que vem realizando fóruns pelo Brasil sobre esses temas e em pouco mais de 6 meses de vida já reúne nomes importantes da música brasileira. (confiram, ainda não tive tempo)

Voltando aos”demônios”:

Parece que o “Jabá” ainda existe, e movimenta boas somas em favor de emissoras de rádio e TV por todo o pais(e mundo). E alguns tentam estender isso pra internet.
Os contratos com gravadoras e selos, quando existem, ainda são desfavoráveis aos direitos dos compositores, que custeiam suas obras pra depois assinar com as próprias mãos verdadeiras amarras, uma vez que, não sendo do interesse comercial da gravadora no momento, são colocados no gelo até que o contrato acabe ou o compositor, por insistir em distribuir e divulgar seu trabalho às próprias custas S/A usando os veículos que tem ao alcance (internet por exemplo), seja processado pela mesma gravadora que o contratou.
No “paraíso” os artistas serão proprietários da própria obra.
De volta ao Paraíso…
Provavelmente, no Paraiso o jabá não será mais necessário, pois, as emissoras e os empressários não precisarão “guerrear” para obter os recursos necessários em manter seus negócios saldáveis e prósperos. E é claro os exploradores, aproveitadores, e todas as variações possíveis de criminosos
não terão mais “ambiente” para existir.

Esses assuntos, midias de veiculação de produtos culturais e novos comportamentos do mercado
fonográfico, entre outros, é bem polêmico e com várias facetas.
Eu particularmente continuo produzindo e vendendo CDs a vários anos. As pessoas que gostam e tem respeito pelo nosso trabalho compram nossos CDS para ouvir e presentear.

Manipular CDs, seus encartes continua sendo um prazer.
Concordo que as gravadoras investem cada vez menos em produção de CDs independentes
mas, na verdade, coexistem dois ambientes de divulgação e comercialização de trabalhos musicais.
Os CDs e DVDs e a internet. Todos muito bons ao meu ver.

Acredito que é perigoso sair afirmando coisas do tipo “Os CDs, DVDs, isso ou aquilo morreu” ,pois, na prática e na real isso não é verdade. Inclusive CDs e DVDs continuam sendo uma das melhores formas de divulgar o trabalhos musicais e de outras procedências, empresas, campanhas, etc.
Ainda servem como cartão de visita de artistas, músicos, grupos musicais, vídeos, filmes, grupos de dança, grupos de teatro, fotógrafos, empresas, etc.

As mídias “eternamente” irão mudar, mas algumas como os Cds e DVDs, vinil, disquetes, etc, irão persistir até que criem algo que realmente entre definitivamente no hábito e na Alma da grande maioria das pessoas. Por incrível que pareça, muitos ouvem, e com prazer, discos de vinil e usam disquetes de 31/2 ” para trasportar dados (inclusive várias instituições governamentais).
Existem muitas opções, inúmeros tipos de cartuchos de memória, pen drives com conexão USB, ou quem sabe as pessoas prefiram os arquivos comprados pela internet, principalmente quando as pessoas aprendam a ter respeito e saibam realmente aproveitar os recursos tecnológicos para o seu bem e para o bem de todos.

Seja lá o que for, continuaremos produzindo divulgando e executando música,arte e cultura, porque ainda somos seres humanos e essas coisas são e sempre serão nossos alimentos .
E a classe dos profissionais da arte e cultura ,como qualquer classe trabalhadora, continuarão tendo que ganhar os recursos necessários para uma vida justa e digna do seu trabalho que no caso é produzir arte.

Na verdade essa discução se tornará irrelevante, quando as pessoas perceberem que o que realmente interessa é criarmos um “paraiso ” em nosso habitat natural.
Se o lado de fora é reflexo incondicional do nosso interior, então sem dúvida o paraíso começa dentro de cada um de nós.
Independentemente de credo, raça, sexo, tendências, política e interesses.

Criemos então o paraiso dentro de cada um de nós,e veremos imediatamente a melhoria enorme e imediata que ocorrerá nas famílias, ruas,bairros,cidades, estados, países e em todo o planeta. Esperimentaremos uma enorme melhoria na qualidade de vida, produção e difusão cultural, assim como nos aspectos comerciais, administrativos, arrecadação dos direitos autorais e muito, muito mais.

Provavelmente no paraiso terão poucas pessoas querendo “explorar, roubar, prostituir, estorquir, apagar, destruir artistas ou profissionais de qualquer espécie. Pois, o interesse principal será melhorar, a qualidade de vida, plantar e regar o paraíso ao seu redor, será a nova ordem mundial.
E se repararmos bem, essa “Ordem Mundial” já está presente e crescente em todos os círculos sociais.
O paraíso já existe dentro de nós, basta descobrirmos e colocarmos para fora, a cada dia de nossas vidas dizem que o ser humano é filho do criador da natureza e de todo universo. Então Filho de Deus, deuzinho é.

E um fato é incontestável, todos temos posse do livre arbítrio. E cabe a cada um descidir o que fazer dele.
Abro então uma nova enquete:

Como será a vida e o mercado cultural no paraíso ? HEHEHE!

Grande abraço a todos.



“MPB – Música para baixar” – reflexões – Por Erico na Rede

1 de Novembro de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Fonte: http://ericonarede.blogspot.com/2009/10/mpb-musica-para-baixar-reflexoes.html

Na matéria reproduzida no site do Clube Caiubi de Compositores, por Lis Rodrigues, com o irônico e pertinene título principal “MPB – Música para baixar”, faz-se considerações importantes sobre a questão dos direitos autorais, passeando nas raias dos interesses industriais versus produção musical ind ependente.

Não é fácil saber, na verdade, que há uma estrutura econômica com uma força ímpar, na história fonográfica do século passado – a qual antes sugava na venda de discos e hoje tenta sugar a dos shows (que era onde o artista conseguia realmente remuneração por seu trabalho). Essa conjuntura viciada obviamente distrái e desvirtua os interesses objetivos dos produtores independentes de música.

Acredito que possamos fazer uma concentração das discussões dentro dos parâmetos do que significa a música independente, como ela é conhecida e como renovar os mecanismos de valia e distribuição – já que não tendo o aval multi-visual da indústria, passa de mão em mão por aquele público que já enxerga a diferença na forma de exibir e distribuir música, como já se enxergou a derrocada da indústria e meios formais de divulgação, distribuição e venda de cds e outras mídias.

Ao invés de chorarmos junto à indústria, cujos sofrimentos são bem diversos da áres independentes – que sempre viveram o boca a boca para assegurar seus interesses -, poderíamos ver que é o contínuo do trabalho que fará o reconhecimento da obra, e que se conta com elementos tão fortes como a internet. O artista independente sempre obteve seus resultados por shows e cds e é este o choro dos industriais, que não passam mais pelas mega-estruturas de distribuição, e que seus processos de fidelização dos consumidores deve ser redirecionado.

Na briga entre internet – que já atinge quase todo o mundo – e a indústria, que sofre a decadência da tirania de suas fórmulas, certamente coloca-se um modo mais justo na briga da captação de ouvintes. No entanto, as rádios, os incentivos fiscais e demais subsídios às produções de obras, ainda há um suporte forte para medalhões passarem mais sabiamente no crivo dos julgadores de projetos culturais. Ainda não dá pra confrontar os “grandes”, tendo eles ainda toda a infra-estrutura para produção e todo o processo de distribuição, além de suas experiências, na formação “daquele tipo” de produção. O jogo parece mais equilibrado. Há de se ver se os incentivos governamentais colocam a visibilidade em outro patamar, olhando para o futuro e realmente democratizando os fazeres culturais e artísticos. A visibilidade é a força econômica motora, que fideliza e faz acontecer. Obviamente, isto reordena, de acordo com as capacidades dos artistas, no que mesmo sendo uma “sempre novidade” no mercado e não tendo o crédito dos espectadores, como antigamente, conta com a sede de novidades que pouco a pouco se espalha, pela saturação e vício (nivelando por baixo) da própria indústria que já impõe o cansaço de seus produtos pasteurizados e chatos.

Esta luta se assemelha muito à da Microsoft versus softwares livres, Microsoft versus Apple. Se a indústria gigantesca dos softwares e hardwares está a se render às novas formas de condução dos negócios, pela profissionalização dos “códigos-abertos”, por que os independentes da música haveriam de continuar sob a mesma insana realidade de quase inexistência, frente ao que há de realidade e não conseguimos ver?



O direito do compositor é soberano! Por Lis Rodrigues

1 de Novembro de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Fonte: http://clubecaiubi.ning.com/forum/topics/mpb-musica-pra-baixar-e-caiubi?page=2&commentId=2118523%3AComment%3A395928&x=1#2118523Comment395928

Muito se fala atualmente sobre pirataria, compartilhamento de músicas na rede mundial de computadores, direitos autorais, OMB, Ecad e Jabá. Muito se fala… pouco se esclarece.

Encarar o fato de que o contexto do mercado fonográfico mudou, depende em muito da compreensão do processo de digitalização dos meios de comunicação e, ainda mais, compreender que hoje existem novos veículos de comunicação de massa. Até ai novidade nenhuma, não é mesmo?

Parece que sim, mas compreender o novo contexto que vem com o mundo virtual para a cadeia produtiva da música, depende de compreender que a própria cadeia produtiva já não é mais a mesma. Da composição à produção musical, passando pela distribuição e divulgação, tudo (absolutamente tudo!) mudou.

Enquanto as décadas de 80 e 90 foram prodigiosas na movimentação de bilhões de reais nesse mercado, os anos 2000 vieram pra desafiar a imaginação e a capacidade de adequação para muitos, quase todos, os profissionais da área.
O que se vê, passada quase uma década, é um mercado esfacelado, gravadoras tentando ainda recuperar os mesmos altos lucros de antes, artistas e compositores sonhando com um retrocesso na história para que possam voltar a sonhar em “ser descoberto” por algum empresário endinheirado que invista em suas carreiras pessoais e os levem ao topo da mídia nacional.

Amigos, em verdade vos digo: isso acabou!
E mais, o CD, produto dos sonhos de todo artista que acha que essa é a chave para uma carreira de sucesso, também já morreu.
Não, não estou sendo pessimista, nem fatalista e tão pouco catastrófica. Essas afirmações sequer são minhas! São de observadores de plantão dedicados ao estudo da nossa arte. Quem duvida, dê um giro virtual pelo planeta e avalie por si. “Contra fatos não há argumentos”.
A distribuição de músicas na rede e a facilidade em se copiar um CD em casa, criar produtos de qualidade em home estúdios e, principalmente, a capacidade de diálogo com as novas tecnologias esvaziou de vez as lojas de CDs e retirou pra sempre o poder das mãos das majors.

O sonho acabou então?
Não! É agora que a brincadeira começa a ficar boa!
É nessa pseudo entre-safra que cada artista terá a oportunidade de construir uma nova maneira de auto gerir sua carreira, que cada compositor poderá resgatar o direito soberano à sua obra.

Porque o mundo mudou, o CD morreu, a indústria fonográfica faliu… Mas a canção vive, se renova e se reinventa. Absorve novas tecnologias, outras linguagens e se transforma, como é próprio da dinâmica da arte.
Taí o Clube Caiubi e nossas mais de 10mil canções postadas pra ser “o fato” contra qualquer argumento. Está aí o crescente mercado independente pra ser mais um peso nessa balança em favor da música.

Agora, não é possível lhes dizer que se apropriar desse processo todo é tarefa fácil. Há muito o que se descobrir, discutir e construir.

E pra quem achar que a discussão colocada nesse texto ainda está muito rasa eu digo: é exatamente essa a intenção.
Abrir o fórum com a conversa de maneira democrática pra que todos aqui da rede possam acompanhar e participar.

Mas vamos engrossar um pouco mais esse caldo:
As decisões estão sendo tomadas por alguém.
Decidem por ai nos congressos e câmaras, à revelia dos verdadeiros interessados, o que será feito de agora em diante dos direitos autorais.
Embora o cenário tenha mudado, em nada mudou a falha distribuição da arrecadação de direitos do Ecad, que trabalha da mesma maneira que trabalhava há 30 anos.
Ainda há no Brasil o câncer que devora as intenções de novos artistas, o Jabá, que ainda movimenta e sustenta emissoras de rádio e TV por todo o pais. E alguns tentam (e andam conseguindo) estender isso pra internet.
Os contratos com gravadoras e selos, quando existem, ainda são desfavoráveis aos direitos dos compositores, que custeiam suas obras pra depois assinar com as próprias mãos verdadeiras amarras, uma vez que, não sendo do interesse comercial da gravadora no momento, são colocados no gelo até que o contrato acabe ou o compositor, por insistir em distribuir e divulgar seu trabalho às próprias custas S/A usando os veículos que tem ao alcance (internet por exemplo), seja processado pela mesma gravadora que o contratou.

Gosto de usar a palavra “apropriação”. Gosto de pensar que cada um de nós caiubistas pode, e deve, se apropriar de sua música, na totalidade do que isso significa. Solo ou em grupo (de maneira colaborativa?), esse é o caminho de trabalho mais provável, o auto-gerenciamento.
E pra isso será preciso mexer em alguns vespeiros, desfazer algumas crenças e mostrar os punhos. Não no sentido da força bruta, mas demonstrando o poder de reinvenção da canção e de articulação dos compositores.

Já existem movimentos com disposição para abrir vespeiros, um deles é o MPB (Música para Baixar), que vem realizando fóruns pelo Brasil sobre esses temas e em pouco mais de 6 meses de vida já reúne nomes importantes da música brasileira. Falarei disso no próximo texto.

Por hoje quero deixar por aqui… mas não antes de transcrever o que nos dizia incansavelmente Zé Rodrix “Cada um faz aquilo que quer, pode e consegue”.

É tempo de apropriação e nós podemos!



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