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27 de Maio de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
Licenciado sob GNU FDL

As origens históricas do Software Livre

25 de Setembro de 2013, 14:15, por Wilkens Lenon Silva de Andrade - 0sem comentários ainda

 

Publicado originalmente na Revista Espírito Livre nº 15 (http://www.revista.espiritolivre.org/edicoes) por Wilkens Lenon Silva de Andrade

 

Na Era da Informação, o conhecimento é moeda, talvez mais do que isso – conhecimento é riqueza. É justamente por isso que o Software Livre é importante! Porque é o paradigma da liberdade de acesso aos saberes, da produção em rede através do compartilhamento das ideias.

Existe muita gente contra a prática colaborativa, mas geralmente são pessoas e instituições que se beneficiam do modelo do código fonte fechado. Modelo esse que, por enquanto, domina o mercado de software, e por tabela, do conhecimento/produção cultural, numa parceria nefasta com a indústria do entretenimento. Interessante que lá atrás, na origem da moderna informática, todo mundo se beneficiava das práticas colaborativas com o intuito de dominar as tecnologias emergentes.

Só lembrando que CÓDIGO FONTE são as instruções escritas pelo programador do computador e que são compreensíveis por toda e qualquer pessoa que saiba ler na linguagem de programação em que o software foi escrito/desenvolvido. Nada demais para quem se dedica ao assunto. Um detalhe importante: com o software livre, qualquer pessoa interessada pode ter acesso a esse conhecimento. O código fonte fechado torna essa possibilidade simplesmente impossível. Quando o código é fechado, só a máquina entende tais instruções porque o que existe, nessa fase da programação, é apenas um conjunto de informações binárias ininteligíveis ao ser humano. Só são compreensíveis pelo computador.

Bem, continuando nossa história... O período de 1950 a 1960 foi muito produtivo em termos de criação de tecnologias digitais. Havia troca de códigos fontes, sem restrições, entre empresas como a IBM, os laboratórios Bells, o MIT e várias universidades (AGUIAR et. al., 2009). Algumas grandes empresas da área, nanicas na época, se beneficiaram da colaboratividade dos hackers e da abertura tecnológica existente.

Interessante que alguns “caras pálidas” que hoje têm seus bilhões investidos em Wall Street, como fruto do atual modelo propriretário (fechado) de software, criticavam as indústrias de hardware (a parte física do computador) por não terem aberto os projetos das máquinas que até então estavam sendo produzidas como arquiteturas fechadas. Queriam a abertura das arquiteturas das máquinas para colocar em prática o que temos hoje, um modelo de código fechado de software que beneficia apenas meia centena de multinacioanis do mercado de tecnologias digitais.

A experiência mais interessante nas origens do Software Livre foi realizada dentro da academia (universidades e institutos de pesquisa). O Sistema Operacional UNIX, que, inicialmente, tinha seu código fonte aberto, foi criado por Kem Thompson e Dennis MacAlistair Ritchie, ambos funcionários do Centro de Investigação de Ciências Computacionais dos laboratórios Bell em 1969. Naquela época estudantes, professores e pesquisadores faziam esforços para melhorar o conhecimento tecnológico e o UNIX era um protótipo para vários outros projetos em desenvolvimento. O Berkley Software Distribution (FreeBSD), que é um sistema operacional livre extremamente robusto, é resultado de um desses projetos realizado na universidade de Berkley, California - USA.

Em 1979, a AT&T fechou o código do UNIX anunciando ao mundo que a partir daquele momento o conhecimento iria sofrer as limitações do modelo proprietário de desenvolvimento de software. E foi isso o que aconteceu. Todavia, não sem uma resposta contundente da comunidade hacker da época.

Em 1983, Richard Metthew Stallmam, um jovem cientista do MIT, se rebela contra essa nova situação e, junto com outros hackers, pública o manifesto GNU. Buscando o retorno do modelo anterior, cria a Free Software Foundation (FSF) – a Fundação do Software Livre a partir da qual lançou, no mesmo período, os fundamentos conceituais do Software Livre.

Mas, o que é Software Livre de acordo com a FSF? Respondendo: é qualquer software que possua, simultaneamente, as quatro liberdades definidas por Stallmam:

Primeira: A liberdade de ser executado para qualquer fim. Não importa onde e nem como. O importante é que seu usuário poderá utilizá-lo onde, como e quando desejar.

Segunda: A liberdade para qualquer pessoa estudar como o programa funciona, poder adaptá-lo às suas necessidades. Para que isso seja possível, é preciso ter acesso ao código fonte.

Terceira: A liberdade de poder distribuir as cópias do software de modo que possa ajudar ao seu próximo. Isso não impede o/a usuário/a de empacotar um Software Livre de forma personalizada e vendê-lo. Não é uma questão de preço, mas de liberdade para usar, estudar, conhecer, aperfeiçoar e distribuir/redistribuir como desejar...

Quarta: A liberdade de modificar o programa e liberar estas modificações de modo que toda a comunidade se beneficie. Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade;

Richard Stallmam foi um marco na história do conhecimento porque inventou o conceito jurídico de conhecimento compartilhado. E como fez isso? Criando o COPYLEFT - “Direito de executar, copiar, estudar e distribuir/redistribuir as cópias aperfeiçoadas dos projetos de softwares”.

Copyleft é isso mesmo – direito de compartilhar conhecimento na forma de programa de computador! Esse instituto jurídico ficou estabelecido através das LICENÇAS LIVRES, que definem as regras para a utilização dos softwares livres pelos usuários/as. Para isso, foi lançada, na mesma época, pela Free Software Foundation, a GPL – General Public Licence (a Licença Pública Geral). A GPL tornou-se a garantia legal de que um software livre, uma vez livre (licenciado sob GPL), seria livre para sempre. Humm, mas, isso queria dizer o que exatamente? Seguinte:

A partir desse momento, todo softwate licenciado nos termos da GPL e, também, todo software derivado ou que aproveite qualquer pedaço de um código sob GLP não poderia mais ter o seu código fechado. Foi a forma como Stallmam e seus parceiros encontraram para preservar a abertura do conhecimento através dos Softwares Livres. Depois da GPL, apareceram muitas outras licenças para uso de quem quisesse tornar um software livre (da lei do copyright).

Veja que, novamente, é uma questão de liberdade. Quando eu invento alguma coisa, seja lá o que for, eu não tenho o direito de compartilhar nada porque o copyright, da forma como está definido, impede-me de fazê-lo. O copyleft , por outro lado, me liberta das imposições da lei do copyright. O Copyleft me permite fazer o quiser com o meu software, menos fechar o código.

Dessa maneira, todo autor/desenvolvedor de software que desejar tornar seu código aberto (livre) pode licenciá-lo sob GLP, ou sob algumas das outras licenças livres existentes como a Creative Commons, a LGPL, ou outra licença do gênero, que garanta a liberdade e os direitos do autor e também dos usuários/as.

Em 1987. aconteceu um fato interessante, um desenvolvedor chamado Andrews Tanenbaum lançou um UnixLike (um sistema derivado do UNIX) e o batizou com o nome de MNIX. O código fonte do Minix que rodava em PCs da IBM, Mac da Apple, amiga e Atari da ST, era aberto. Isso possibilitou que muitos estudantes tivessem acesso ao código do Minix. Não deu outra! Linus Torvalds que, na época, estudava Ciência da Computação na Universidade de Helsinki, Finlândia, utilizou o Minix para criar um sistema que pudesse conectar o seu computador com os servidores da universidade. Ele conseguiu.

Diz a lenda (rsrsrs) que “após seis meses de confinamento em seu quarto”, elaborando seu projeto de conclusão de curso, conseguiu desenvolver um kernel de sistema operacional. Kernel é um conjunto de instruções (linhas de programação) que formam o coração do sistema. Linus pegou o resultado desse trabalho inicial e fez algo que mudou a história do conhecimento para sempre. Ele compartilhou o que havia criado com a comunidade de hackers através das redes BBS e USENETES (os “fóruns” de discussão da época). Como retorno, pouco tempo depois, obteve contribuições de hackers do mundo todo para um nível de aperfeiçoamento surpreendente em cima do projeto que iniciara. Em 1991, Torvalds tinha em mãos um sistema operacional (SO), digo: um kernel de invejável robustez que sozinho jamais teria conseguido fazer. O saber compartilhado fez o diferencial no desenvolvimento do kernel Linux. Ainda hoje é assim.

Dos contatos que Linus Torvalds fez certamente o mais importante foi o realizado com o Stallmam. Nosso hacker do MIT, junto com os parceiros da FSF, já havia desenvolvido uma gama de aplicativos para o projeto GNU, mas ainda faltava o kernel... o resto da história é fácil de deduzir. O kernel chegou e completou um dos mais complexos e robustos sistemas operacionais conhecidos atualmente, o GNU/Linux.

O GNU/Linux, como ficou conhecida a união dos projetos de Stallmam e Linus Torvalds, possui uma comunidade de mais ou menos 150.000 colaboradores espalhados por todo o mundo. É uma comunidade extremamente organizada, produtiva e disciplinada. São comunidades como essa que estão transformando o nosso mundo através das práticas colaborativas na rede.

Daquela época pra cá os projetos de software livre se multiplicaram aos milhares. Só no www.sourceforge.net são mais de 140.000 projetos de softwares livres registrados. Algo realmente surpreendente em termos de inventividade, pesquisa e desenvolvimento. Por isso, é importante lembrar que, quando usamos um software livre “de graça” devemos tudo à boa vontade/DÁDIVA desses “loucos” hackers que colocam seu talento à disposição da sociedade na rede.

O melhor e mais robusto servidor web do planeta é o Apache. É um software Livre que ganhou tal fama por causa da sua comunidade de colaboradores que troca conhecimento em torno do seu desenvolvimento. Toda vez que você acessa um site é muito provável que seja o apache o servidor web a lhe disponibilizar a página que aparece na tela do seu computador. Lembre-se disso enquanto estiver lendo este artigo! :-)

O Google possui a base das suas aplicações desenvolvidas em cima de software livre. No celular, no PDA, no palmtop, no smartphone, no foguete da Nasa, na maioria dos supercomputadores existentes, no laboratório científico da faculdade; enfim, numa infinidade de equipamentos tem software livre rodando. Sobretudo, no funcionando da Internet existem os protocolos, os padrões e os formatos baseados em software livre. Sem os protocolos de comunicação como o TCP/IP (que é livre), não haveria Internet. Não nos moldes abertos como é hoje, apesar dos ataques às liberdades na rede.

Cada dia mais o software livre está presente em nosso cotidiano. A resistência é grande por conta da colonização tecnológica que sofremos por mais de duas décadas e meia em nosso país. Mas isso está mudando! É uma questão de tempo. Nada vai parar a onda do compartilhamento.

Nesse looonnngo texto, eu quis contextualizá-lo/la em relação às origens históricas do Software Livre. Isso é importante para que saibamos fazer a correta leitura dessa Sociedade do Conhecimento na qual todos estamos inseridos. E, como sempre digo, que não tenha medo de ser feliz! Pode usar o Linux sem medo nenhum, porque o sistema é bom, bonito e barato. Algumas vezes sai de graça e não é pirata como o seuwindows de casa. Acertei? Tudo bem. Então, conheça as opções e experimente. Eu indico o Ubuntu para quem deseja experimentar! Aprenda e mude para uma tecnologia que traz em seu bojo as ideias e a pratica da liberdade.

No próximo artigo, falarei sobre as distribuições (os sabores) do GNU/Linux mais conhecidos. Tem sabores para todos os gostos. Pagos. De graça. De graça e pago. O mais importante é que você pode escolher e até rejeitar se quiser. No mundo do Software Livre, sempre há uma opção do seu agrado. Até a próxima!

 

 

 

 



Todos os dias:

8 de Março de 2013, 0:00, por Wilkens Lenon Silva de Andrade

A elas com carinho

 

Mais que um dia festivo, hoje é dia de contemplação da riqueza existencial revelada na beleza da mulher. Existência que se renova na força do feminino. Uma força contrária à fraqueza dos brutos, que exala perfume de humanidade, que faz a morte render-se à sacralidade da vida.

Hoje é um dia que dispensa a demagogia das palavras, que exige maturidade dos homens de boa vontade, que chama ao engajamento pela causa de todos. Uma causa da mulher e do homem: parceiros de uma história que neste dia ganha novos contornos, em razão do afinamento masculino com os valores maiores da vida.

Hoje é dia de esperança, mas não de esperar, nem de desesperar. Aliás, esperança essa que me encanta, esperança que não me prende ao chão da existência, mas arrebata-me em direção ao mundo, colocando-me de frente para os desafios da vida. Desafios entre quais está o mais urgente, o de reconhecê-las como iguais, como parceiras/companheiras da mesma caminhada.

Hoje é dia de vencer o machismo caduco. É dia renegar a lente patriarcal como viseira alienante e condicionadora aos ditames do macho. É dia festivo, dia delas, mas também nosso. É dia de reflexão e, por isso mesmo, dia de mudança de mentalidade. Dia para se iniciar novas práticas, dia de reconciliação do masculino com o feminino da vida. Dia da mulher, mas também dia de reencantamento do homem com a mulher.

Num dia como este, desafio meus companheiros masculinos à um novo olhar para a vida e com a vida. Chamo-os ao compromisso com a justiça. Incito-os à rebeldia contra os sistemas caducos que insistem na opressão da mulher. Afinal, hoje é dia de reconhecê-las como ser símbolo do nascimento da humanidade. Dia de percebê-las como locus sagrado, de onde surge a esperança de um outro mundo possível.

Hoje é dia de chamá-las pelo seu nome e é isso que farei agora mesmo: dedico essas linhas à minha amada Paula e às minhas filhas Edna e Isabella, em nome de quem saúdo todas as mulheres do mundo.

Agora é a sua. Elas e a vida te esperam, de braços abertos. Até a próxima!

 

Wilkens Lenon



A elas com carinho

8 de Março de 2013, 0:00, por Wilkens Lenon Silva de Andrade

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