Mandando pro Subversion algo que só existe no git
17 de Julho de 2009, 0:00 - sem comentários aindaEu não sei bem por que tem pessoas que acham que eu sou um expert em git… Caras: só porque eu mantenho alguns projetos no GitHub não quer dizer que virei expert. Toda semana tem algum email para mim perguntanto alguma coisa sobre git… A maioria eu consigo responder já que é coisa básica (ou aponto para alguma documentação e pronto), mas ontem veio uma pergunta meio estranha: Como mandar para o subversion algo que, até o momento, só existe em git?
Essa é interessante… Até agora eu não tinha precisado disso: só estava usando o git para manter projetos que já tinham começado no subversion da empresa… Pesquisando um pouco e adaptando para o estilo de trabalhar da Propus, eis minha proposta:
bash$ cd /caminho/para/o/projetoX
bash$ svn mkdir https://servidor.svn/projetoX -m "Importando do Git"
bash$ svn mkdir https://servidor.svn/projetoX/trunk -m "Importando do Git"
bash$ git checkout -b svn
bash$ git svn init https://servidor.svn/projetoX -s
bash$ git svn fetch
bash$ git rebase trunk
(aqui eventualmente o git se "perde", e algum conflito é gerado. Nos
projetos em que isso aconteceu para mim, um "git add arquivo-com-conflito"
seguido de um "git rebase --continue" foi o suficiente).
bash$ git svn dcommit
Com isso você tem um branch chamado svn que vai espelhar o que está no subversion. A partir de então e só seguir mantendo o código no master (ou em algum branch que quiser), fazer o merge com o branch svn e mandar para cima com um git svn dcommit...
I hate Joey Hess
10 de Julho de 2009, 0:00 - sem comentários aindaOK. I don’t actually hate him… It’s just that I also wanted to buy a Palm Pre and install Debian in it... But living in Brazil and using GSM makes that really hard today. Maybe he can advance me some info: can I migrate my data from my Palm Treo 650 to a Palm Pre? (Anyway, if that is not possible, I’ll just run J-Pilot inside the thing ;) ).
Good luck with your new toy. Keep us posted!
Mitos sobre o FISL #2
7 de Julho de 2009, 0:00 - sem comentários aindaContinuando a série, hoje vou falar sobre outro mito frequente sobre o FISL: utilização política do FISL e do trabalho de seus voluntários.
Esse é um assunto muito delicado. É realmente muito difícil nivelar o que as pessoas chamam de utilização política. Em última instância, estamos sempre fazendo política, e, como disse no meu artigo anterior, o FISL é também filosófico/político by design. Se baixarmos muito o limiar do que chamamos de utilização política, logo qualquer reunião de bar vira utilização política, entendem?
Para fins desse artigo, vou “inventar” uma definição de acordo com o que, em média, eu percebo seja a crítica que o FISL recebe: que pessoas/grupos/comunidades se utilizem do FISL como plataforma eleitoral, ou mesmo como palanque. Embora essa seja uma definição mais para “utilização partidária”, vou me ater à definição utilizada pelas críticas.
Em um evento que acaba de completar uma década, já tivemos pelo menos 6 sufrágios que importam (estou incluindo 2010, embora eu próprio não ache que seja válido incluí-lo): 3 para Prefeitura/Câmara de Vereadores de Porto Alegre (não acho que outra prefeitura importe, já que o evento ocorre aqui) e 3 para Presidente/Congresso Nacional e Governador/Assembléia Legislativa do RS (também não acho que o pleito de outros estados importe, pelas mesmas razões).
Em primeiro lugar, devemos fazer um apontamento importante: antes de 2004 o FISL era organizado pelo pessoal original, composto principalmente de funcionários públicos (FISL1 à 4, 2000-2003) agrupados em torno do PSL-RS e das bases do PSL-Brasil. A isso chamo de era pré-ASL. No final de 2003 a ASL foi fundada e passou a ser a entidade jurídica responsável pelo FISL (e por um punhado de outros projetos), logo os FISLs a partir de então eu coloco na era pós-ASL, muito embora pessoas ligadas apenas aos PSLs participassem da organização do FISL e não era requerido (como ainda não é) que o indivíduo seja associado à ASL.
Na abertura do FISL1 (2000) houve participação do então governador do RS, Olívio Dutra (PT) e do então prefeito de Porto Alegre, Raul Pont (PT). Naquele ano ocorreram eleições para Prefeitura em que o vencedor foi Tarso Genro (PT), licenciado em 2002, tendo assumido seu vice: João Verle (PT). Esse é o primeiro dos dois anos em que, segundo a minha definição, a possibilidade de ter ocorrido utilização política do FISL não pode ser descartada. Eu não me lembro o que disseram Governador e Prefeito na abertura…
Na abertura do FISL2 (2001) também houve participação do governador Olívio Dutra, mas o prefeito Tarso Genro enviou o vice-prefeito João Verle (PT). Não haviam eleições esse ano, mas no ano seguinte Tarso Genro concorreria ao governo do RS (veja abaixo)...
Na abertura do FISL3 (2002) também houve participação do governador Olívio Dutra e do então prefeito João Verle. Esse é o ano em que ocorre, na esfera federal a eleição do Presidente Lula, e por isso considero que, também nesse ano, a possibilidade de ter ocorrido utilização política do FISL não pode ser descartada.
O prefeito João Verle compareceu ao FISL 4 em 2003 para lançar o “Porto Alegre GNU/Linux” (uma distribuição que não foi adiante criada pelo pessoal do Debian-RS ); no entanto isso importa pouco dentro da definição que estou usando, já que os candidatos eram Raul Pont (PT), José Fogaça (PPS), Onyx Lorenzoni (PFL. não… não é meu parente), Vieira da Cunha (PDT), Mendes Ribeiro Filho (PMDB), entre outros. Além disso, a eleição ocorreu em 2004, e o eleito foi José Fogaça… portanto, se houve “utilização política” do FISL em 2003 pelo PT (o partido “acusado” mais frequentemente nas críticas que leio) ela só serviu para levá-lo a derrota.
De 2004 a 2008 não houve participação do prefeito Fogaça no FISL, apresar de ser convidado todo ano (afinal, o cara é prefeito da cidade!).
No pleito de 2008, em que José Fogaça foi re-eleito, os adversários eram Maria do Rosário (PT), Manuela (PC do B), Luciana Genro (PSol), Onyx Lorenzoni (PFL), Nelson Marchezan Junior (PSDB), entre outros. Não ocorreu nenhuma participação desses candidatos no FISL… No entanto, eu próprio fui a um evento da candidata Maria do Rosário (que é Deputada Federal) para expressar a insatisfação com o projeto de lei do Sen. Azeredo… Fui na condição de cidadão preocupado, já que não sou filiado a partido algum, e, de qualquer forma, o FISL9 já havia encerrado fazia tempo e estávamos preparando o FISL10 (assunto que não foi abordado na conversa com a Deputada). Novamente, se houve “utilização política” por parte do PT, ela só pode ter levado a nova derrota. (Se eu fosse candidato, evitaria me envolver com o FISL, já que esse envolvimento parece pé-frio). A candidata Manuela fez seu site utilizando Software Livre e anunciou isso publicamente, mas não participou do FISL9.
Na esfera federal / estadual o primeiro pleito que importa é o de 2002, quando Lula tornou-se presidente e Germano Rigotto (PMDB) tirou o PT do governo do estado do RS (derrotando Tarso Genro – PT e Antônio Brito – PPS). O governador anterior era Olívio Dutra, qua havia participado das aberturas de todos os FISLs (mais um exemplo de como o FISL é pé-frio). No entanto, Lula não sabia sequer o que era Software Livre nessa época (confessado, em seu pronunciamento no FISL10). Germano Rigotto, esteve na abertura do FISL4 (2003), mas durante seu governo, os avanços que o pessoal que trabalhava no Banrisul conseguiu foram jogados pelo ralo, algo que foi amplamente divulgado pelo PSL-Brasil e PSL-RS. Nessa luta eu também me envolvi marginalmente, mas não conseguimos nada. Quando me refiro ao “pessoal que trabalhava no Banrisul”, incluo alguns dos organizadores da época pré-ASL… em sua maioria funcionários públicos de carreira, o que exclui a utilização política na esfera estadual nesses FISLs. Recentemente o ex-governador Germano Rigotto tem procurado saber mais sobre o Software Livre, e temos enviado informações para sua assessoria quando solicitados. Independentemente de partidos, o Software Livre deve prevalecer… essa é uma das missões da ASL.
Em 2006, como sabemos, Lula (PT) foi re-eleito e o governador Rigotto foi derrotado pela atual governadora Yeda Crusius (PSDB), que, também, nunca compareceu ao FISL. Na edição daquele ano ela foi convidada e chegou a confirmar a vinda, mas não compareceu. No ano anterior (2005) convidamos tanto o presidente quanto o então governador Rigotto, mas nenhum compareceu.
No FISL10 estavam presentes, que eu tenha visto, o Presidente da República, 3 de seus Ministros, a Deputada Manuela, o Deputado Paulo Pimenta (PT) e o prefeito de Porto Alegre José Fograça (agora no PMDB). Em nenhum momento foi mencionado o pleito de 2010 (não duvido que seja, caso eles compareçam no FISL11, mas isso é outra história), a provável canditada Dilma fez um discurso extremamente chato, apenas falando sobre números de utilização e adoção do Software Livre (e em números de outras coisas), o Marcelo Branco (coordenador-geral da ASL) e o Presidente fizeram discursos mais apaixonados, mas nenhum vínculo eleitoral sequer foi mencionado.
O que expus acima encerra a lista de pleitos em que poderia ter ocorrido alguma utilização política do FISL segundo a minha definição. De todos, fico em dúvida em apenas 2 FISLs (FISL1 e FISL3), ambos na era pré-ASL. Se esse mito de utilização política do FISL algum dia foi verdadeiro, isso ocorreu há algum tempo. No entanto, tem um outro mito que roda frequente nessa época pós-FISL: que seus organizadores o utilizam para fins políticos. Isso é bem mais difícil de entender, uma vez que os poucos funcionários públicos remanescentes do grupo original que começou o FISL (ou que se juntaram a ele ao longo dos anos) e que fazem parte da organização do evento têm cada vez menos envolvimento com a ASL e, de qualquer forma, não seriam beneficiados ou prejudicados pelas mudanças políticas já que a maioria é funcionário de carreira. Na realidade, há uma “norma de consenso” extraída da última assembléia dos sócios da ASL que, se possível, ninguém com ligações à esfera pública deve fazer parte do conselho da ASL. Esse é o motivo pelo qual não me candidatei ao conselho no ano passado (minha esposa é funcionária pública). Além disso, nenhum membro do conselho desde que ele foi formado em 2003, concorreu a nenhum cargo público.
Voltando a apenas uma questão pontual com relação a vinda do Presidente da República: nós o convidamos desde sempre, muitas vezes anunciando que o fazemos. Faríamos isso fosse ele o Lula ou fosse quem fosse, e continuaremos fazendo. O fazemos pelo mesmo motivo que a Festa da Uva (por exemplo) o faz: para chamar atenção para a nossa causa. Ninguém pode negar que uma visita presidencial gera repercussões. Embora muitos possam criticar o FISL por querer chamar atenção para si mesmo, ninguém pode negar que, ao fazer isso, o próprio Software Livre fica em evidência, o que concorre para um dos principais objetivos da ASL: “fazer com que o Software Livre seja amplamente incluído na sociedade”.
Sim, o Presidente veio em 2009, com um pleito (em que ele não é candidato) marcado para 2010… mas e se ele viesse em 2007? Sim, poucos sabem, mas em 2007 ele havia confirmado presença (mas não veio). Quem esteve no FISL8 deve lembrar que a parte de exposições havia sido organizada de uma forma quase circular (com a Arena bem no centro)... Aquilo não foi acidental… Tivesse o Presidente comparecido, já estávamos preparados para recebê-lo. Pena que ele não veio… No ano corrente tivemos a resposta durante o evento, quando a maioria do Comitê Organizador nem acreditava mais em sua vinda. Fizemos o que pudemos e muitos trabalharam virando noites para tentar adaptar o FISL10… Entendo que não agradamos a todos, mas acredito que fizemos todo o possível para esse fim (exceto “desconvidar” o Presidente ;) ).
Arena de Programação do FISL10
2 de Julho de 2009, 0:00 - sem comentários aindaInterrompendo minha série sobre os mitos do FISL (não sei se dá para chamar de interromper algo que recém começou), mas seguindo a minha filosofia de blogar sobre algo que me perguntam frequentemente por email, resolvi falar sobre a Arena de Programação do FISL10. Retomo à série RSN.
Brevemente, a Arena de Programação começou há 3 anos com uma idéia simples: uma competição de programação no meio do FISL. A idéia, parcial e originalmente, foi dada pelo Presidente Lula. Exatamente… O pessoal havia, como de praxe, convidado o Presidente para o FISL (dessa vez a oitava edição). IMHO, um convite justo, já que a luta no front político desde a época do Sérgio Amadeu no ITI pelo fomento a utilização prioritária de Software Livre no governo havia sido adotada por ele pessoalmente. Esse convite já havia se repetido em anos anteriores e se repetiu nos seguintes até que ele finalmente veio esse ano... Mas isso é outra história, o que importa é que naquela ocasião o pessoal que levou o convite ouviu dele que seria interessante uma Olimpíada de Programação (outras Olimpíadas similares ele já havia fomentado, como a de Matemática).
Bem… uma Olimpíada é algo que estava fora de nossa alçada (e julgo que esteja ainda, embora me surpreenda cada vez mais com a capacidade do pessoal de fazer as coisas acontecerem – não duvidaria nada…), mas uma Arena em escala menor era possível, ainda mais que era o segundo ano em que estávamos na FIERGS, e espaço lá havia de sobra. Foi construida uma Arena bem no centro da área de convivência, e o resto vocês já sabem…
No FISL10, tínhamos proposto a realização da Arena edição 3. Já sabíamos, de antemão, que o DJB estaria presente, e tínhamos a idéia de propor como desafio tranformar em algo tangível a sua idéia de DNSCurve. Para isso, queríamos programadores que também entendessem de DNS e o básico de criptografia. O sub-comitê da Arena começou a maquinar uma forma de pré-selecionar essas pessoas e inventaram o seguinte desafio:
- Uma frase criptografada com um método de tabela (na primeira Arena usamos ROT13) seria escondida em um eco server. Essa frase conteria o código de inscrição;
- A tabela, ela própria, seria oculta em um registro TXT do DNS de arena.softwarelivre.org.
- Dicas em um comentário HTML seriam postas públicas na página alusiva à Arena no site do FISL.
Então uma “caça ao tesouro” começou, e o sub-comitê ficou bastante excitado com os resultados iniciais. Duas pessoas quebraram o “código” e se inscreveram antes de mais publicidade ter sido dada à Arena. Em seguida um blog foi iniciado por um terceiro (que, pelo que entendi, nem chegou a participar da Arena), levando diversas pessoas a tentar quebrar o desafio…
Tínhamos 21 espaços na Arena, e 22 pessoas conseguiram quebrar o desafio a tempo. No entanto, apenas 11 compareceram no primeiro dia da Arena, tendo sido divididos em 3 grupos de 3 pessoas e 1 dupla. Com o “coaching” do próprio DJB, a Arena começou, dividida em duas partes não necessariamente separadas (implementar um servidor DNS suportando DNSCurve e um cache DNS idem). No segundo dia tivemos uma baixa e um dos trios acabou virando uma dupla.
A competição seguiu acirrada pelos 3 primeiros dias do FISL. No quarto dia os nossos heróis descansaram, aproveitando o restante do FISL enquando o DJB julgava seu trabalho. O grupo vencedor, que levou os Android G1 oferecidos pelo Google, era composto por:
- Gustavo F. Padovan
- João Paulo Rechi Vita
- Rodrigo Exterckötter Tjäder
Eles receberam seu prêmio durante a apresentação dos vencedores, em uma sessão imediatamente anterior ao encerramento do FISL10, apresentada pelo próprio DJB, que preferiu não se posicionar quanto ao segundo lugar, uma vez que todos os trabalhos estavam muito bons. Os demais participantes da Arena foram:
- Gabriel Quadros Silva
- Roberto Miura Honji
- Lauro Cesar de Oliveira
- Éverton Ribeiro
- Paulo Henrique Ahagon
-
Murilo Adriano(desistência) - Marcelo Saviski
- Renan Teston Inácio
Parabéns a todos que participaram do desafio de inscrição, a todos que participaram da Arena, e aos vencedores! Nos vemos, novamente, no FISL11!
Mitos sobre o FISL #1
1 de Julho de 2009, 0:00 - sem comentários aindaMuita coisa está sendo dita sobre o FISL, tanto de bom quanto de ruim, como sempre acontece. É sempre um tal de alguém cobrar mais palestras técnicas, ou de dizer que o FISL é essencialmente político, ou de cobrar prestação de contas. Mais do mesmo, vindo, invariavelmente, das mesmas pessoas. No entanto, o FISL10 gerou mais feedback positivo do que o contrário. Mesmo com a “interdição” parcial que sofreu no terceiro dia. Logo, antes de começar, quero agradecer a presença e participação de todos.
Com esse artigo eu começo a abordar alguns desses mitos… O primeiro: O FISL é um evento essencialmente político.
Esse é facilmente rebatido. Basta uma pequena olhada na grade de programação. Com a ajuda de um pequeno one-liner bash / perl, dá pra ver que são 204 palestras técnicas contra 175 não-técnicas:
spectra@harad:~$ wget -q -O /dev/stdout http://fisl.softwarelivre.org/10/papers/pub/ | perl -lne '$i++ while m/=.tech_track_[0-9]+/g;END{print $i}'
204
spectra@harad:~$ wget -q -O /dev/stdout http://fisl.softwarelivre.org/10/papers/pub/ | perl -lne '$i++ while m/=.non_tech_track_[0-9]+/g;END{print $i}'
175
spectra@harad:~$
Claro, os critérios para classificar algo como técnico ou não-técnico são subjetivos, e emanam do Comitê de Programa. No entanto, nenhum “Case” foi considerado técnico, assim como as provas da LPI ou a maioria esmagadora da trilha de Ecossistema. Só por isso dá para perceber um viés para considerar coisas técnicas como sendo não-técnicas (talvez o Comitê de Programa esteja escaldado, sei lá). Logo, na realidade, há uma proporção ainda mais favorável a sessões técnicas do que os 53,8% demonstrados acima.
Facilmente, também, se percebe que os que quisessem seguir um caminho puramente técnico teriam de 3 a 8 alternativas concorrentes no mesmo horário (exceto na abertura, no horário prévio ao encerramento e no encerramento do FISL, embora isso também seja questionável). Tendo participado do processo do Comitê de Programa, me entristece ler ou ouvir comentários como “O FISL é político”. Como vimos, isso, além de ser uma simplificação, é um erro. O FISL é político também, e é assim by design. A ASL acredita que o Software Livre seja o precursor de uma mudança que atinge todos os níveis da sociedade, com implicações em todas as áreas… Partindo dessa premissa, é impossível fazer um FISL 100% técnico – mas é possível fazer um FISL essencialmente técnico, como foi o caso do FISL10.
Entendo que essa posição da ASL com o FISL seja questionada pelos que acham que o Software Livre é somente escovação de bits, e não os critico por isso: ninguém é obrigado a se importar com política ou fazer filosofia. Para esses as 204 sessões técnicas do FISL10 estavam lá, esperando pela sua participação. Tinha até uma sessão de um turno inteiro para os que quisessem hackear o kernel do Linux, ou duas horas inteiras para hackear o LTSP! Teve um dia inteiro de Oficina da TV Digital! Por favor…
Uma coisa o FISL não faz, isso sim: dar importância exagerada ao hacker. Seguramente eles são postos sob os holofotes (mais do que muitos desejariam), mas não são somente eles postos sob os holofotes. Será que esse é o erro? Igualar hackers do Software Livre com seus filósofos em termos de holofotes? Não sei (e isso é só especulação da minha parte) mas tenho a impressão que alguns hackers queriam mais atenção (ou pelo menos mais atençao do que alguns filósofos)...