Que insetos são melhores que jatos e helicópteros em manobras aéreas, isto já sabemos. O interesse em estudar o voo destes animais é que podem servir de inspiração para equipamentos, como pequenos robôs voadores. A novidade agora fica por conta de um trabalho interessante de uns físicos da Cornell University. Eles filmaram as sombras de uma mosca, criadas a partir de três fontes de luz. Utilizando um algoritmo que eles também desenvolveram, conseguiram montar a figura original em 3D. As sombras foram filmadas a 8000 quadros por segundo. Normalmente o movimento das asas das moscas parece o movimento dos remos de um barco (não é à toa, ambos os fenômenos querem maior eficiência ao se mover em um fluido). O que as moscas fazem também é mudar o ângulo das asas em relação ao fluido, como se o remador além de puxar o remo também o rotacionasse.
O que acontecesse com as Drosophilas ao voarem é modificar o movimento das asas, de tal modo que um das asas fica com maior área de exposição ao ar (fica mais “em pé”). É como exigir de um remador que remasse com velocidades diferentes em cada braço. Só que as Drosophilas são ainda mais espertas – ou a evolução e seleção natural – isto é feito apenas movendo a posição de equilíbrio dos “ombros” da vertical. Por ombro, entenda-se o mecanismo que faz com que as asas girem. Ao invés de controlarem continuamente a velocidade e o ângulo das asas (como é feito nos aviões), as Drosophilas apenas controlam a inclinação do corpo. Brilhante! Eu não consigo fazer isto pois tive bursite.
Veja o vídeo da experiência reconstruída:
Artigo completo em Fruit Flies Modulate Passive Wing Pitching to Generate In-Flight Turns, por Attila J. Bergou, Leif Ristroph, John Guckenheimer, Itai Cohen, and Z. Jane Wang.
Conversão do filme para flv usando
ffmpeg -i turning.mov -s 500x375 -an -deinterlace -qmin 8 -qmax 8 -f flv turning.flvEste foi um lembrete para mim mesmo
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