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Helio Costa - hlegius : Olha a frente, ciclista passando!

13 de Setembro de 2014, 8:45 , por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Depois que comecei a pedalar pelas ruas de São Paulo, aos poucos fui percebendo que as ruas estão menos arriscadas para os ciclistas, porém ainda acontecem fatos bem peculiares.

A maior delas é a imensa falta de noção de alguns ciclistas. É isso mesmo! Dos ciclistas. Coisas que eu vejo por aí:

  • Ciclista pedalando na calçada;
  • Ciclista andando na contra-mão;
  • Ciclista passando semáforo vermelho (em umas fat intersections inclusive!);
  • Ciclista misturando rua e calçada;
  • Ciclista pedalando com fones de ouvido, totalmente desatento ao trânsito que o cerca;
  • Ultrapassando carros em fila pela direita (pode acertar alguém que desce do veículo parado);
  • Ciclista xingando pedestre na calçada - prêmio wtf do século;

O que tem demais nisso?

Bem, levando o Código de Trânsito Brasileiro bem ao preto no branco ele diz que Bicicleta é um veículo (CTB Art. 96) e como tal, deve ocupar as ruas e avenidas, exceto quando sinalizado o contrário através de placas indicativas. Afirma também, que o passeio é destinado aos pedestres (CTB Art. 68) e pode ser compartilhada com bicicletas apenas quando assim indicado (CTB Art. 59). Declara também que o ciclista desmontado e empurrando sua bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos e deveres. (CTB Art. 68 § 1) (passeio (pt-pt) = calçada em pt-pt); Declara também que todos os veículos de transporte devem obedecer às leis de trânsito por ele definidas (CTB Art. 1).

Ora, se o Código de Trânsito Brasileiro define leis para veículos e bicicleta é um veículo reconhecido pelo mesmo; Logo, bicicleta deve seguir as leis de trânsito nele descritas e que se enquadrem no modal bicicleta, correto?

Em tempo, Código de Trânsito Brasileiro direto do site Denatran, atualizado em PDF.

I am on a Motherfucking Bike

Entretanto, eu sou testemunha ocular de que há um bocado de ciclista que pegam pesado demais no trânsito - muitas vezes sem qualquer necessidade. Como que um meio de transporte amigo, que te acalma, lhe faz pensar mais no mundo a tua volta, ainda assim mantém algumas pessoas em níveis elevados de ódio e intolerância ? Eu realmente não entendo. Citando alguns exemplos:

Vejo ciclista ecochato falando que salva o mundo por andar de bike. Ok, a gente precisa ter consciência de que a poluição mata vários (não pesquisei quantos). Sabemos também que a bike é movida a arroz com feijão e portanto não vejo necessidade em ficar gritando isso pra toda e qualquer pessoa nas rodas de conversa que ocorrem por aí, não é mesmo? As pessoas sabem que você curte bike - e se curte certeza que há um motivo muito melhor (para você) adotá-la do que simplesmente salvar o planeta.

Cruzamento não semafórico

Tem o ciclista business man: nada a vê com a roupa dele, mas com a atitude. Estressado. Grita com pedestres que andam na ciclovia; Com motorista que por um infeliz destino acabou ficando parado sob a faixa de passagem do ciclista numa travessia. Logo quando comecei a pedalar, eu vi um que chegou a bater com as mãos no capô de um carro justamente por isso!; Reclama até com outro ciclista por estar mais lento na ciclovia, vê se pode?! Eles também às vezes andam sob calçadas e contramão e adivinha? Reclamam com os pedestres!

Pseudomotoristas

No outro lado, há os pseudomotoristas. Já tomei fina na rua desses caras. Não tem muito padrão, mas contra fatos não há argumentos e no meu caso a maioria veio de uns carros mais velhos. Aquelas espaço-naves geralmente tem um motorista que pode até não gostar da ideia da bicicleta na rua, mas em geral, desviam a não tentam nada contra minha vida. Mas já ocorreu também d’eu tomar fina de uma mulher idosa e sua embarcação em forma de carro.

Não é exagero falar contra minha vida não! Eu não sabia o que era tomar uma fina educativa até acontecer comigo. É horrível! Um treco de lata pesando seus 1 tonelada passando do seu lado a 20, 15, 10 cm de distância com o único propósito de me ensinar que bicicleta não é na rua. Não vou entrar na retórica do CTB e que bicicleta é meio de transporte reconhecido mundialmente. A única dica que posso deixar aqui para quem quer andar de bicicleta é: ocupe a faixa.

Eu ando na linha imaginária do 1/3 da faixa. Basicamente pegue a faixa de rolamento da via e divida por 3. Ande na linha que divide a primeira da segunda “parte imaginária”. Com este 1/3 de folga você consegue reagir caso infelizmente encontre um espertão querendo te dar uma lição. Reação quer dizer: puxar a bike para a sarjeta. Com este espaço você evita cair e o malandrão vai embora arrumar briga com outro. Esse tipo de gente provavelmente arruma briga com os outros por tudo então, logo logo achará alguém disposto a brigar de verdade com ele.

Caso esteja numa via onde andar à 1/3 da faixa ainda assim faz você tomar fina ou ser apertado pois o cara quer passar o carro da esquerda pela faixa da direita, onde você está, recomendo duas coisas:

  1. Sair do 1/3 e partir para 1/2. Assim, você andará no meio da faixa, forçando o amigão que ultrapassa pela direita a esperar atrás de você e te ultrapassar utilizando a faixa da esquerda.
  2. Ainda assim está com medo? Recomendo olhar no mapa e tentar uma outra rua/avenida até você pegar mais prática e destreza e aí então, voltar naquela rua/avenida onde você teve medo.

Entenda: utilizar ruas internas é interessante. Agora, se esta rua interna aumentar teu caminho em 30, 40%, isso para de fazer sentido. Outra coisa: se as ruas internas te colocarem em ladeiras (subida ou descida), ela passa a ser perigosa, logo, volte para a rua/avenida que é menos íngreme. Afinal, quem tem motor poderia utilizar as vias mais acidentadas, né ?

Há um site que te recomenda ruas e avenidas. Basta você dizer da onde e para onde irá. Fiz com o meu trajeto e ele disse que este caminho que faço é o menos íngreme possível dado meu ponto A e B.

Falando em faixa, vale lembrar que se a via for de mão única, o ciclista pode andar na faixa da direita ou na faixa da esquerda, em ambos os bordos. Obviamente, você ciclista, precisa de um motivo para andar na esquerda, afinal lá o pessoal costuma andar mais rápido (geralmente acima da velocidade limite da via, porque né!). Para exemplificar, no trecho final na Av. Brig. Faria Lima, eu vou para a faixa da esquerda, pois o acesso à Ciclovia que inicia-se na Av. Cidade Jardim, dá-se pela esquerda. No demais, ando na direita.

A “Lei” do Bom Senso

Acredito que deva imperar a lei do bom senso. Ambos respeitarem as leis de trânsito é bom. Melhor ainda, é utilizar a massa cinzenta para analisar caso a caso e avaliar: devo exercer meu direito aqui ou posso abrir mão, pois trata-se de uma exceção? As pessoas erram e isso é normal. Antes de gritar com um motorista, pense se aquilo faz sentido (particularmente acredito que nunca faz). Não grite com pedestres na ciclovia. Seja tranquilo:

  1. Buzine (trim-trim) conforme se aproxima para notificar sua presença;
  2. Reduza a velocidade;
  3. Passe a uma distância segura dele na ciclovia. Lembra do 1.5m entre carro e bike? Porque com pedestre seria diferente? Na relação bike|pedestre, o pedestre é o mais sensível. Assim como não gosta de tomar fina, não dê fina, e;
  4. Depois de ultrapassá-lo, volte à tua posição na ciclovia e retome a velocidade.
  5. Você perdeu no máximo 10s. Numa Tour de France isso é tempo pra car… - na sua locomoção, não!

Eu sempre faço isso. A grande maioria das vezes o pedestre sabe que ali não é lugar de andar/correr/namorar e automaticamente ele vai pro gramado, liberando a via.

Nossos problemas no trânsito não passam apenas de saber conviver em sociedade.


Fonte: http://hlegius.pro.br/post/olha-a-frente-ciclista-passando

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