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Eleitor2010: mapeando crimes eleitorais com software livre

7 de Setembro de 2010, 0:00 , por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Este ano, 2010, está sendo realmente o ano das mídias sociais nas eleições do Brasil. Estamos presenciando a apropriação das ferramentas online por parte dos partidos e candidatos em busca de divulgação das suas plataformas e de aproximação com o seu eleitor, além do incentivo à mobilização e à retomada da militância. Por parte dos eleitores, assim como em varias outras situações, é através, principalmente, das redes sociais que se tem expressado apoio e criticado os partidos, os candidatos e suas propostas. Temos o Twitter, suas hastags, perfis de candidatos e animadores, aplicativos de publicação de imagens e de edição de “adesivos” nos avatares, dentre outros. No Orkut, as comunidades e seus fóruns, status, etc. Na blogosfera, muitos debates e linkania. São muitas opções!

Mas todos, principalmente os eleitores, contam com mais uma “carta na manga” a ser utilizada como forma de fiscalização do processo eleitoral. A ferramenta Web 2.0 em questão é o Eleitor2010 [1], uma plataforma para mapeamento de crimes eleitorais, mas a boa notícia não para por aí: a plataforma é baseada no software livre Ushahidi [2] (testemunho). Este software já foi utilizado para a concentração de informações georeferenciadas para denunciar a situação de violência, falta de saúde pública, catástrofes naturais e diversas formas de repressão em países como Quênia, Haiti, Chile, Colômbia, México, EUA, África do Sul, Sudão, e outros.


Eleitor2010

No Brasil, o primeiro uso da plataforma Ushahidi é motivado pela necessidade de se ter formas de se divulgar incidentes relativos às eleições 2010 ocorridos. A experiência como jornalista da voluntária do projeto, Paula Góes, indica que, muitas vezes, as equipes de reportagem têm pouco acesso ao interior de seus estados, mas que há demanda e vontade por parte dessa população em denunciar distorções como: compra de voto, propaganda eleitoral irregular, voto de cabresto, boca de urna, etc. Outro forte indicativo dessa tendência do povo por participação na vida política do país, foram os debates sobre o projeto de lei Ficha Limpa, que contou com petição online e muito apoio cidadão via internet.

Com o Eleitor2010, através de textos, fotos, vídeos (futuramente por SMS) os casos de desvios durante as eleições podem ser denunciados, gerando pauta para jornalistas, partidos e população em geral, além da Justiça Eleitoral poder fazer a apuração dos fatos e a punição dos envolvidos. Para evitar denúncias falsas, a plataforma conta com moderação, mas, para isso, mais voluntários [3] devem se engajar, principalmente no dia das eleições. A ideia dos coordenadores Paula Góes e Diego Casaes é descentralizar a moderação por cidade de forma a facilitar a apuração dos fatos. O projeto também necessita de assessoria jurídica voluntária para garantia de conformidade com as novidades da lei das eleições.

Diego Casaes e Paula Góes na UFRB, foto de Wille Marcel

Diego Casaes e Paula Góes na UFRB, foto de Wille Marcel

A plataforma Eleitor2010 fornece:

  • Visão geral dos incidentes no mapa;
  • Recebimento de alertas por cidade para celular ou e-mail, além do RSS;
  • Categorização cronológica do fato: pré-campanha, campanha, dia das eleições, etc;
  • Categorização por tipo de incidente;
  • Denúncias anônimas;
  • Comentários não anônimos, dentre outras funcionalidades.


A plataforma ainda está no início de sua divulgação, mas é promissora. A possibilidade de construção colaborativa do quadro relativo às ações a cerca das eleições pode ajudar a conhecermos melhor tais práticas em diferentes regiões do país, para assim exigirmos a conformidade com as leis vigentes, tornando-nos todos fiscais eleitorais em prol da democracia.

[1] http://eleitor2010.com/. O projeto tem caráter observatório e visa incentivar a cidadania e a politização da população. Tem apoio institucional do Global Voices e estar presentes nas principais redes sociais, como por ex. o Twitter: @Eleitor_2010.

[2] http://Ushahidi.com. O primeiro uso dessa plataforma em eleições se deu com o http://VoteReport.com da Índia em 2009. O site da plataforma fornece o mapeamento da sua utilização ao redor do mundo.

[3] Em busca de novos apoiadores, a dupla vem realizando oficinas sobre o Eleitor2010 como a promovida pelo PLUG! – Programa de Disseminação do Software Livre em Escolas Públicas do Recôncavo, ocorrida dia 09/jul em Cachoeira-BA.


Fonte: Mônica Paz

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