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Um velho livro - 07/10/2002

9 de Junho de 2010, 0:00 , por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Esqueço das canções abstratas,
dos pensamentos mergulhados
em depressão e sede de amor,
nem vejo que pela janela vou.

Sinto as palavras à distância
movimentos suaves, letras nuas,
que também me despem ao falar,
enxugo os rios já secos de dor.

Ouço, sem poder saber viver
encurto suas frases compridas,
seus lábios e olhos molhados,
uma voz limpa e atenuante.

Deixo-me ir sem ver por laços
quebráveis, matando-me de altura
por voar sem asas e sentir
o coração perto sem vida.

Basta a mim, não mostrar uma mente
insana, incompreensível e idiota
que ao infinito vai me levar,
quando todos se aproximam do mar.

Noites que se prolongam de calor
sem eu poder vê-las em seu leito
contendo-me por erros cifráveis
até quando me ponho em pleito.

Decolo para a morte enquanto penso
disponho da forma menos vida de vida
exalo um ar frio e tosco, meu veneno,
existo para me destruir e te construir.

Sou um pouco de tudo para todos
um tudo faltando um pouco de você
chão está próximo depois da vidraça
estirado vejo-me em grandes pedaços.

Aquele corpo ao cair não sofreu
o que sofro com minha mente desgraçada,
que a cada instante a mim degrada,
mas nunca vivi de fato fora da teoria.

Nunca deixei de ser uma lenda paginada,
num velho livro com edição reformulada,
sem leitores só observadores ou nada,
que completa uma existência prolixada
sem termos nem ermos nem nada.

Autor: Amadeu A. Barbosa Júnior
Data: 07/10/2002
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This work is licensed under a Creative Commons Attribution-Noncommercial 3.0 Brazil License


Tags deste artigo: cotidiano mudanca reflexao vida 2002 poesia loucura

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