Sei que não é um tópico frequente aqui, mas resolvi blogar sobre uma conversa que alguns amigos e eu tivemos há alguns dias sobre a aparente (?) saúde da economia Brasileira.
Veja, antes de mais nada, que não sou economista e que o pouco que entendo do assunto é por interesse próprio, porém sem a mínima base acadêmica. (Gostaria, inclusive, de ouvir a opinião de alguém entendido).
Todos estávamos comentando sobre como o corte do IPI para carros e para eletrodomésticos da chamada “linha branca” ativou o mercado local e manteve os níveis de vendas no comércio, mantendo, portanto, uma atividade econômica suficiente para evitar o aumento do impacto que a crise mundial vinha tendo sobre o Brasil. Rapidamente o papo evoluiu para o “dever de casa” que o Brasil insiste em não realizar: reforma tributária…
Para encurtar o assunto, a opinião predominante foi que o impacto da crise tem um belo potencial de ser muito menor no Brasil do que no restante do mundo e isso graças a não termos feito o dever de casa! Sim… graças a não termos baixado as taxas de juro para níveis “de primeiro mundo” é que ainda temos o que cortar, assim como graças a termos a maior carga tributária do planeta (do universo?), podemos lançar mão do corte de impostos como forma de ativar a economia… Coisa impensável para os países como os EUA, que têm déficits orçamentários de proporções homéricas, e já não têm mais onde cortar o juro.
No entanto, como um pensamento posterior, enquanto meditava sobre a conversa, fiquei com “a pulga atrás da orelha”... E se tivéssemos feito o dever de casa? E se nossas taxas de juro fossem menores previamente à crise, e nossa carga tributária estivesse melhor ajustada? Apesar de especulativo, acho que teríamos uma economia ainda mais forte para suportar a crise! É verdade que talvez dispuséssemos de menos ferramentas de controle monetário (e econômico)... mas talvez nem precisássemos delas! O setor que mais sofreria é o que mais está sofrendo: o exportador. Mas isso é efeito da crise no mundo: todos estão comprando menos… No entanto o mercado interno estaria muito maior e teríamos muito mais empresas vendendo para ele, o que significa emprego auto-sustentável (ou melhor, sustentado no crescimento do mercado interno, que seria mais “bem influenciado” por menos impostos do que “mal influenciado” pelos impactos da crise).
Pode ser que eu não tenha um entendimento profundo do assunto, mas logicamente, com crise ou sem crise, quanto antes fizermos o dever de casa, melhor! Meu maior medo é que o pensamento que acabou predominando naquela conversa (de que é bom termos juros e impostos altos para momentos como esse) acabe “pegando”. Não! Por favor… não é assim que devemos justificar não termos aquecido a economia antes! Devemos, isso sim, utilizar a crise como um catalisador para essas mudanças! Ou alguém discorda que seria bom que o IPI ou os juros nunca voltassem aos níveis anteriores?
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