A rapidez das mudanças no mundo digital está deixando as editoras de cabelo em pé. No entanto, os novos modelos parecem trazer bons ventos para a maioria, democratizando cada vez mais o acesso e a produção de livros
O mercado digital vai engolir o livro de papel? Pode até ser que sim, mas isso não acontecerá de uma hora para outra. O inegável é que o surgimento dos e-books está transformando o mercado editorial nos quatro cantos do planeta. "Aqui no Brasil, por exemplo, a maioria das editoras está sendo vendida ou se associando a grandes grupos editoriais com capital estrangeiro", ressaltou o escritor e professor Paulo Tedesco durante entrevista para a #RadioLivreNaFeira na tarde desta sexta-feira (31).
Na avaliação de Tedesco, a proliferação dos e-books e dos tablets é apenas um dos lados da moeda. "Não é apenas a cultura da leitura analógica que está mudando. Hoje em dia qualquer livro já nasce digital e depois vira papel", pontuou. Para o escritor, ao contrário do que possa parecer, este cenário aquece o mercado da literatura. "O digital é apenas uma ferramenta, um instrumento".
Um dos pontos mais positivos deste novo contexto é o aumento da oferta de livros impressos a preços populares. "Hoje, qualquer padaria que a gente vai em Porto Alegre tem um estande de livros de bolso. E é possível encontrar clássicos a um custo de R$ 15. Isso significa que o mercado do livro digital é um mercado em disputa de espaço", argumentou Tedesco.
Ou seja: não há nada de trágico nesta inovação. Ao contrário, com a ampliação da oferta, quem sai ganhando é o leitor.
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