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Economia saudável dependerá de medidas impopulares, defende especialista

31 de Outubro de 2014, 15:02 , por nanda barreto - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Conter juros, controlar a inflação e gerar empregos: como resolver esta equação sem tirar o Brasil do caminho do crescimento?

 

O debate sobre os rumos da economia brasileira inaugurou o funcionamento da Rádio Software Livre na 60a Feira do Livro de Porto Alegre. O assunto veio na esteira de uma semana movimentada na economia brasileira, com o aumento dos juros básicos da economia de 11% para 11,25% ao ano, realizado na quarta­feira (29) pelo Banco Central. De acordo com o economista Róber Iturriet, que esteve conosco no estúdio por aproximadamente 1 hora, a medida teve o objetivo central de conter as pressões inflacionárias.

"Durante os últimos anos, para não deixar o desemprego subir, o Governo Dilma tolerou um pouco mais de inflação. O Governo baixou os impostos de alguns setores econômicos abrindo mão de arrecadar para manter o emprego. Houve um aumento inflacionário, mas ele foi acompanhado pelo aumento do emprego", ressaltou Iturriet, acrescentando que a política a ser executada durante o segundo mandato enfrentará grandes desafios. "As chamadas medidas impopulares serão inevitáveis. O Governo Dilma terá que fazer ajustes na economia. Nos resta saber onde ela irá apertar e para isso é fundamental saber o nome do próximo ministro da Fazenda".

Caso pudesse escolher, afirme Iturrite, optaria por um ministro da fazenda ligado ao universo acadêmico. "O ministro da Fazenda é o cérebro do Governo. Ele pode ser alguém mais ligado ao mercado financeiro que faria ajustes mais agudos, ou alguém da academia, que faria ajustes mais suaves", considera.

De olho nesse cenário, o economista defendeu coerência do Governo Dilma com os setores que a elegeram. "Durante as eleições, nós tivemos um grande debate sobre duas propostas de país. De um lado nós tínhamos os candidatos que representavam as forças mais conservadoras da sociedade. De outro lado, a candidatura da presidenta Dilma Rousseff esteve mais ligada aos movimentos sociais e trabalhadores".

Menos especulação, mais proteção social
Para Iturriet é fundamental que o Governo coloque a proteção social acima dos interesses dos especuladores. Na avaliação dele, não é à toa que o Brasil pratica uma das maiores taxas de juros do planeta. "Isso acontece por uma questão política. Existe uma oligopólio no setor financeiro, dominado por 6 bancos, e eles têm o grande poder de pressionar e influenciar as decisões políticas. Deixar a inflação subir, por exemplo, não interessa ao mercado financeiro, até porque eles emprestaram com juros pré­fixados. Se a inflação cair, eles se beneficiam".

Política externa
Outros desafios apontados pelo especialista dizem respeito à política externa. Iturriet lembrou que, durante a disputa eleitoral, os candidatos de oposição defendiam uma aproximação maior com a Europa e os Estados Unidos, para os quais nós importamos basicamente soja, suco de laranja, carne e café. Já a presidente Dilma está empenhada em se aproximar dos chamados BRICS e América Latina.

“Para os BRICS e países como o México, Paraguai e Uruguai, além dos mesmos itens que exportamos para os EUA e Europa, também exportamos, sapatos, geladeiras, automóveis e televisores, por exemplo. A estratégia do Governo Dilma é se aproximar destes países para tentar exportar produtos mais acabados, que geram mais riqueza e mais empregos. Entretanto, a dificuldade é que estes países estão em crise e este também será um grande desafio”.

 

Confira a entrevista COMPLETA:

 

 


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