As novas versões de Saci, Cacic, Curupira e Cocar passam distante de ambientes naturais. Elas nomeiam alguns dos 37 softwares livres disponíveis no Portal do Software Público Brasileiro e que agora integram espaço similar lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Denominada Rede Colaborativa de Software Livre e Aberto (RCSLA), a iniciativa está reunindo desenvolvedores latino-americanos de softwares de interesse público e com código livre para adaptações.
O projeto, abrigado no enfereço www.pnud.org.br/rcsla faz parte de estratégia destinada a intensificar também a integração de profissionais do setor na América Latina, baseada na experiência do Portal brasileiro, tornando livre o acesso a ferramentas diversas, úteis na gestão hospitalar, administrativa, educacional, de conteúdos virtuais e de bancos de dados, entre outras.
“Esse trabalho deverá promover mudança de paradigmas no mercado”, avalia o professor Wagner Meira Jr., do Departamento de Ciência da Computação (DCC), que coordena a primeira célula em atividade do programa e que terá a função de ser a sua executora. A atuação da Rede ocorrerá por meio do mapeamento, avaliação e divulgação das necessidades governamentais de software livre e aberto na região. "Com base nos levantamentos e estudos realizados, será estabelecida uma rede que permitirá a clientes localizarem possíveis soluções para seus problemas, assim como a fornecedores identificarem demandas para as quais podem direcionar seus esforços, com apoio da mediação da Rede", registram os coordenadores, no site do projeto.
Eles observam ainda que um banco de dados com os resultados dos levantamentos, as melhores práticas e de instituições especializadas em teste e certificação de soluções software livre na região, será mantido pela RCSLA.
Legislação
Informações divulgadas pelo Pnud esclarecem que o trabalho da coordenação deverá se concentrar em adaptar o modelo de desenvolvimento e distribuição de softwares livres à legislação de cada pais. De acordo com o coordenador do Portal do Software Público Brasileiro, Corinto Meffe, o principal desafio é adequar às ferramentas às leis nacionais sobre direitos autorais e propriedade intelectual. Será preciso analisar a situação jurídica e propor soluções para a adaptação. "O modelo adotado para o conjunto dos países não pode ser idêntico ao nosso", comenta.
Além disso, os representantes dos países que integram a coordenação internacional do projeto devem discutir os efeitos sociais e econômicos da aplicação dos softwares em cada país, considerando os problemas ligados ao fornecimento e à gestão dos programas. Para expandir o desenvolvimento de softwares livres, o projeto vai estimular a criação de portais semelhantes em outros países, que deverão se integrar aos já existentes também no Paraguai e Peru.
O projeto também prevê a criação de uma base comum de usuários. Assim, os desenvolvedores cadastrados em um determinado portal podem participar da criação de softwares de outros países.
Leia mais sobre o RCSLA na edição 1681 do Boletim UFMG: