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Carta aberta ao TRT/RJ sobre a troca de suíte de escritório

25 de Janeiro de 2011, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Foi com perplexidade e tristeza que li hoje a notícia de que o TRT/RJ está trocando a suíte de escritório em software livre BrOffice pelo software proprietário MSOffice, alegando “…limitações, principalmente em relação ao intercâmbio de informações e arquivos com órgãos do Poder Judiciário e instituições públicas…” e ainda que “ …O MS Office é um padrão mundial…”.

Não vou comentar aqui sobre a decisão de não utilizar um Software Livre, desrespeitando a atual política definida pelo Governo Federal de utilização prioritária de Software Livre, mas faço questão de registrar meu questionamento sobre a alegada “falta de compatibilidade” dos arquivos gerados pelo BrOffice.

Gostaria de iniciar esclarecendo aos responsáveis por tal decisão no TRT/RJ de que os documentos gerados pelo BrOffice são gerados no padrão ODF (OpenDocument Format), que além de ser um Padrão Aberto, é ainda uma Norma Internacional – ISO/IEC 26.300 (portanto um VERDADEIRO “Padrão Internacional”) e uma Norma Brasileira, a NBR ISO/IEC 26.300:2008.

O ODF está sendo adotado cada vez mais por governos do mundo todoextensa lista de soluções em software incluindo softwares livres e proprietários. como o padrão de armazenamento de informações governamentais, principalmente por garantir a longevidade no armazenamento das informações e por não ser dependente de uma única Suíte de Escritório, sendo suportado atualmente por uma

O ODF é desenvolvido de forma totalmente aberta e transparente por um consórcio internacional (OASIS ODF TC) e seu desenvolvimento conta atualmente com inúmeras empresas como Adobe, Boeing , Google, IBM, Intel, Microsoft, Nokia, Novell e Oracle, entre outras, além de especialistas do mundo todo, como este brasileiro que lhes escreve.

A adoção crescente do ODF no Brasil pode ser vista pela lista de signatários do Protocolo Brasília, um documento publicado em Diário Oficial onde empresas e organizações se comprometem publicamente com a adoção e promoção do padrão ODF. A lista de signatários do Protocolo Brasília, que atualmente envolve mais de 2 milhões de usuários no Brasil, é composta por empresas e órgãos públicos como SERPRO, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Ministério das Relações Exteriores, Marinha, Exército, Aeronáutica, DATAPREV, Correios, INPE, INPI, Itaipu Binacional, ITI, SLTI, CELEPAR, Petrobrás e Cobra Tecnologia, entre outras.

O Governo do Estado do Paraná sancionou em 2007 uma lei que trata da utilização de ODF como formato de armazenamento de informações de documentos governamentais e um projeto de lei semelhante está em análise atualmente no Congresso Nacional (PL-3070/2008).

A arquitetura e-Ping (Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico), documento que “…define um conjunto mínimo de premissas, políticas e especificações técnicas que regulamentam a utilização da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) no governo federal, estabelecendo as condições de interação com os demais Poderes e esferas de governo e com a sociedade em geral…“, em sua versão mais recente, descreve o Padrão ODF como “ADOTADO”, enquanto sequer cita os formatos proprietários .DOC, .PPT e .XLS e seus sucessores .DOCX, .PPTX e .XLSX, indicando de forma clara à todo o governo e sociedade que a recomendação oficial do Governo Federal é a utilização do ODF. Os formatos .DOC, .XLS e .PPT já foram citados em versões anteriores da e-Ping e sua utilização foi substituída pelo padrão ODF.

Gostaria ainda de sugerir aos membros do TRT/RJ que entrem em contato com o TRT da 13° região, pois eles utilizam com sucesso o BrOffice e o padrão ODF e até onde sei é o único TRT onde 100% dos processos são eletrônicos no Brasil. Lembro-lhes ainda que nova versão do padrão ODF (ODF 1.2) tem suporte a assinaturas digitais compatível com a ICP-Brasil, funcionalidade extremamente importante para o Judiciário Brasileiro.

Tendo em vista o exposto, gostaria de solicitar aos responsáveis no TRT/RJ a revisão de tal decisão, pois considero que a decisão é retrógrada e deixa, mesmo que de forma involuntária, a mensagem de que as Normas Brasileiras não devem ser respeitadas por todos, o que torna desnecessário o intenso trabalho de normalização que nós brasileiros realizamos no Brasil e no cenário Internacional.

Coloco-me desde já á disposição do TRT/RJ para esclarecer os benefícios da adoção do Padrão ODF e quaisquer outras dúvidas que tiverem sobre este assunto.

Jomar Silva

Diretor Executivo
ODF Alliance América Latina

* fontes:

- blog Trezentos

- Portal do TRT-RJ

- Leia mais sobre adoção do BrOffice.org e ODF aqui ....

- Faça comentários, clicando aqui


Fonte: Vitorio Furusho

77 comentários

  • Siriaco minorsiriaco
    26 de Janeiro de 2011, 14:06

    Carta aberta ao TRT/RJ sobre a troca de suíte de escritório - É uma pena

    Jomar,
    parabéns pelo texto e não posso deixar aqui a minha indignação sobre mais esta atitude. Tenho a impressão que existe algumas pessoas no governo que não são filhos legitimos do Brasil. Lamento também pelo povo carioca que não tem culpa alguma quando alguém como este Senhor do TRT/RJ toma uma decisão completamente sem fundamento que tem como final simplesmente lesar o patrimonio público e não acho que esta foi tomada sem conhecimento pois o mesmo é da área de tecnologia do orgão em questão. Faço uma pergunta simples o que poderiamos fazer com o valor aproximado de R$ 2.898.481,56 (dois
    milhões, oitocentos e noventa e oito mil, quatrocentos e oitenta e um reais e cinquenta e seis centavos) na região do Rio de Janeiro que foi devastada pelas últimas chuvas.
    Obrigado,
    Marcos Siríaco Martins


  • 7c424b93af046b3a631e2340ddf6c8c7?only path=false&size=50&d=404Daniel Gonçalves(usuário não autenticado)
    26 de Janeiro de 2011, 16:23

    Reconher e Retroceder

    Devemos exigir que o TRT/RJ volte atrás na decisão. É aviltante, sem sentido, sem qualquer fundamento técnico ou prático. Todos sabemos o que aconteceu antes e durante as negociações até chegarem a decisão que tomaram. Ninguém é capaz de supor que essa foi uma decisão tomada para o bem.


  • Otto falls mini minorOtto
    27 de Janeiro de 2011, 14:57

    mas e o menor preço?

    Gostaria de saber como é realizado o processo de contratação de material e serviços do referido tribunal, ppois sou funcionário público em uma estatal, e aqui Todos os processos são por licitação pública e pregão eletrônico, onde o menor preço é sempre o balizador.
    Como pode o M$ Office ter o menor preço ??
    Ou seria apenas uma manobra para favorecer algum fornecedor?
    E os padrões do Governo Eletrônico? não são válidos no feudo do TRT/RJ??


  • 2e6c1acf528da220d0d2d61c1bd3a56d?only path=false&size=50&d=404Marco(usuário não autenticado)
    27 de Janeiro de 2011, 19:40

    Farra do software proprietário

    É uma farra. Licitaram até AutoCAD naquele tribunal.


  • 4ffce5b1c0c1c8acf14643779efffc05?only path=false&size=50&d=404Marco(usuário não autenticado)
    27 de Janeiro de 2011, 19:43

    O que tem valor!

    É verdade! software proprietário, não gratuíto, não open é pra quem tem dinheiro pra pagar! O governo tem que economizar! Eu só quero achar alguns idiotas desenvolvenvendo e que possam entregar mais software livre, cada vez mais complexos e com mais recursos, mas quero vê-los vivendo bem, apesar de os impostos não diminuírem, apesar de os juros bancários (sim os bancos usam software livre, mas vai um produtor de software livre pegar dinheiro lá achando que vai ter "juros free")não diminuírem. O Governo cobra tributos, e não vai diminuir carga tributária por usar software livre, e também não vai investir a mesma quantia em software livre, então tem que gastar na aquisição junto à industria mesmo, ou então vai terminar embolsando a grana. Afinal software tem que ser os "de grátis"! Os quem valem dinheiro são de capitalistas selvagem, tal como Apple e Microsoft! Vamos fazer o seguinte: desenvolver uma suíte de escritório à altura do MSOffice (que é muito bom mesmo, especialmente a 2010)e vender pro governo à um preço menor que o MSOffice, daí a ganharemos a licitação. Quem tem competência pra desenvolver livre, deveria ter também pra desenvolver proprietário, não é?


  • 4ac51d60f68fef22b1e23e8d09c3d86b?only path=false&size=50&d=404Antonio Francisco de Souza(usuário não autenticado)
    28 de Janeiro de 2011, 6:58

    Chegou o dia...

    Eu tinha uma esperança e se o TRJ/RJ voltar atrás eu vou continuar a tê-la. Mas, caso ao contrário, vou desistir de vez deste país. E sim, o BROffice é muito bom e consigo fazer tudo que preciso e mais um pouco nele. Além do mais, os documentos e planilhas feitas em órgãos públicos, são de tão simples que daria até para fazer no WordPad (um pouco de ironia). Isto mostra a fragilidade do poder público deste país, apesar da grande confiança que este novo governo está me passando, ainda tem "ovelha negra" escondida por aí.
    Mas, agora, eu pergunto: tem jeito. ou a gente vai ter que engolir seco mais este descaso...


  • F61021a16ed2f56f10c40388f97d1d0e?only path=false&size=50&d=404sandro correa da silva(usuário não autenticado)
    16 de Abril de 2011, 17:04

    os vigilantes pedem justiça

    peço desculpas a nossas exelentissimas autoridades do nosso querido T R T mas faço aqui um apelo para que os nossos exelentissimos juizes, desembargadores olhem com carinho pa ra a causa de nos os vigilantes e pedimos olhem e investiguem o que os patroes tem feito aos nossos filhos e esposas nao pedimos nada a nao ser ( A JUSTIÇA )


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