O uso de software livre no processo de inclusão digital foi um dos temas debatidos na tarde de hoje (03), no Centro de Eventos da PUC, em Porto Alegre, durante as atividades do segundo dia do III Fórum Internacional de Software Livre. Na ocasião também foram apresentados diversos projetos de inclusão digital que já estão em andamento em alguns Estados brasileiros.
O diretor-presidente da Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs), Marcos Mazoni, abordando as diversas iniciativas do governo gaúcho no uso do software livre relacionado à inclusão social. Mazoni dividiu as ações da Procergs em três blocos. O primeiro se refere ao incentivo ao uso da internet, através dos programas Via Empresa e Via Prefeitura. O segundo está relacionado com o acesso gratuito e público à internet, por meio de Telecentros e bibliotecas públicas. E, por fim, o programa Rede Escolar Livre-RS, que tem como objetivo propiciar a inclusão digital dos alunos, professores e da comunidade escolar, através da informatização de mais de duas mil escolas estaduais do Rio Grande do Sul com o uso de software livre.
"As escolas são uma grande porta de acesso às tecnologias da informação", afirmou Mazoni, que completou:"Temos que estabelecer condições de acesso para todos, particularmente para aqueles que têm menos condições".O presidente destacou ainda o caráter coletivo do projeto Rede Escolar Livre, que contou com a colaboração de 17 universidades gaúchas.
O diretor-técnico da Companhia de Informática do Paraná, Danilo Scalet, disse que está em fase de elaboração no seu Estado um projeto que possibilitará que cada órgão público, que atualmente presta somente informações específicas relacionadas ao assunto em que está envolvido, tenha também condições de atender ao cidadão com informações de outros órgãos ou secretarias, tornando-se uma espécie de "agência de governo". O uso de software livre reduziria consideravelmente os custos do projeto, segundo Scalet.
Ele também falou sobre iniciativas como o Projeto Navegar, do Amapá, e o Projeto Cidadão, do Pará. Semelhantes, têm como principal objetivo levar à populações isoladas, por meio de um barco devidamente equipado, o acesso e o conhecimento de tecnologias a que dificilmente as populações locais teriam a oportunidade de conhecer.
O representante da empresa de Processamento de Dados do Estado de São Paulo, Dani Burali Meissner, também expôs alguns projetos de inclusão digital desenvolvidos com software livre atualmente em São Paulo. O principal deles, chamado de o "Povo na Internet", tem a finalidade de levar até as pessoas carentes o acesso público e gratuito à internet. Segundo Dani Meissner, até o final deste ano o governo paulista pretende instalar 2 mil pontos de acesso em todo o Estado de São Paulo. Aliado a este projeto também está sendo desenvolvido o cartão flash-card - um mini disquete pessoal, com 32 megas de memória, no qual o cidadão pode guardar informações do seu interesse e acionar em qualquer terminal.