Em busca de redução de gastos com softwares, a administração de uma das regiões mais pobres da Espanha decide usar o Debian GNU/Linux nas suas escolas e repartições públicas.
A região mais pobre da Espanha adotou o GNU/Linux como sistema operacional oficial de todas as escolas e repartições públicas, na esperança de diminuir seu atraso tecnológico e econômico.
A iniciativa, tomada pela Comunidade Autônoma de Estremadura, uma região agrícola na fronteira com Portugal, marca a primeira vez em que um sistema de escolas publicas da Europa adota o software de código fonte aberto, diz Luis Millán Uma das regiões mais rurais da Espanha pretende usar o Linux para vencer o atraso tecnológico. Por Julia Scheeres.
A região mais pobre da Espanha adotou o GNU/Linux como sistema operacional oficial de todas as escolas e repartições públicas, na esperança de diminuir seu atraso tecnológico e econômico.
A iniciativa, tomada pela Comunidade Autônoma de Estremadura, uma região agrícola na fronteira com Portugal, marca a primeira vez em que um sistema de escolas publicas da Europa adota o software de código fonte aberto, diz Luis Millán Vázquez de Miguel, ministro da educação, ciência e tecnologia da comunidade.
O governo fez 80 mil cópias em CD do sistema Debian GNU/Linux e de softwares que vão desde editores de texto até navegadores. Os discos serão enviados às 670 escolas e distribuídos ao público como encartes de jornal.
Depois de ter passado amplamente despercebida pela Revolução Industrial, Estremadura voltou suas esperanças para a revolução tecnológica. "Disponibilizar o software aberto - que criamos para ser usado em ambiente educacional, mas estamos oferecendo para todos os cidadãos para uso doméstico ou profissional - é um passo importante para combater o analfabetismo tecnológico", diz Vazquez.
O projeto foi criado a partir da necessidade de softwares baratos e fáceis de usar para equipar os 32 centros de informática da região, onde os cidadãos podem fazer cursos de computação de graça. O governo estima que os softwares vão permitir uma economia anual de US$ 7 milhões.
Estremadura também está criando uma intranet regional que vai interligar as 1.478 repartições públicas e escolas até o final do ano. A região já conseguiu passar a média nacional de alunos por computador da Espanha: são 15 alunos por computador em Estremadura, contra 33 no resto do país.
Os governos de países em desenvolvimento de todo o mundo vêm adotando o software aberto para cortar excessos em seus orçamentos. Mas as iniciativas de software livre falham quando as autoridades pensam que não precisarão mais investir em seus sistemas informatizados. O programa Rede Escolar lançado em 1998 pelo governo mexicano, é um exemplo disso. Para instalar o GNU/Linux nas 126 mil escolas públicas do país, o governo apenas enviou CDs com o software para as escolas, sem se preocupar em treinar os professores ou contratar programadores para administrar os sistemas.
Isto, diz Vazquez, não vai acontecer com Estremadura. "A decisão de incorporar o GNU/Linux não é uma decisão isolada, e nem está limitada a entregar cópias de software", diz o ministro, acrescentando que o treinamento dos 15 mil professores de Estremadura e a incorporação dos computadores na sala de aula são prioridade do governo.
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Detalhe: Extremadura terá dois palestrantes no Fórum Internacional Software Livre 2002 .
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