Como esperado, MST enfrenta nova CPMI
Bancada ruralista conseguiu ontem a convocação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Agora Câmara e Senado investigarão o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Foi a segunda tentativa de criação da CPMI em menos de um mês. Mas agora a chamada bancada ruralista conseguiu consolidar o pedido. Foram obtidas 210 assinaturas de deputados e 36 de senadores para instalação da CPMI nesta quinta-feira (22/10).
O MST e autoridades como o presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Rolf Hachbart apontam que a CPMI é uma resposta dos ruralistas a pressão pela atualização dos índices de produtividade do campo.
O Ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, já afirmou que os ruralistas tem segurado a atualização dos índices. Isso porque os latifúndios são considerados produtivos levando-se em consideração índices da década de 1970.
Com as novas possibilidades da agricultura seria possível constatar que muitos latifúndios produzem menos do que deveriam. Abrindo caminho para a reforma agrária.
A CPMI servirá como instrumento para desmoralizar a reforma agrária e as demandas do MST. O movimento já foi investigado em duass CPMI anteriormente e nenhuma irregularidade foi encontrada.
Fator que certamente colaborou com a aquisição de assinaturas para a CPMI foi a recente ocupação das terras griladas pela Cutrale. Houve campanha difamatória na mídia comercial e o Movimento foi acusado de vandalismo e roubo ? o que negam veementemente.
Mas a derrubada de pés de laranja para plantar outros alimentos também pesou negativamente para a opinião pública. Especialmente porque as irregularidades cometidas pelo latifúndio produtor de laranja são pouco (ou nada) divulgadas pela mídia comercial. (pulsar)
0sem comentários ainda