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7 de Dezembro de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

O que é o diaspora*? (e porquê ele não morreu e tem uma baita importância)

10 de Março de 2014, 15:48, por Rafael Evangelista

Pra responder de chofre à pergunta do título: diaspora* é uma rede social, com nós distribuídos, feita e licenciada com software livre.

Mas essa resposta curta é insuficiente pra dimensionar a importância de um projeto desses (que não é o único, olha lá no fim do texto) e pra fazer frente ao amontoado de matérias bobocas que tratam da história do projeto como fofoca (não vou linkar, busquem aí que vocês encontram. melhor, conto a fofoca: o projeto estava no kickstarter; arrecadou 200 mil doletas; muita expectativa foi gerada porque ele "derrubaria o Facebook"; um dos garotos fundadores do projeto se matou; os fundadores partiram para outro projeto).

A beleza da coisa - e sua força - é que nada disso é importante. Como se trata de um projeto em software livre, ele não morre. Se a comunidade o abraça, se um grupo de malucos acredita na sua importância, eles continuam trabalhando no código e permitem sua sobrevivência e bola pra frente. Vou explicar melhor.

diaspora* é uma rede social. Funciona como o Facebook, ou como funcionava o Orkut, você adiciona pessoas que também se cadastraram, que fizeram uma fichinha lá, e compartilha seus vídeos, insights, dá joinhas (no caso coraçõeszinhos s2), platitudes, indignações etc.

Mas o diaspora* é descentralizado. Isso quer dizer que você não preenche essa fichinha num servidor central, você faz o seu cadastro em um dos chamados "pod". Pods são as diversas instalações do diaspora*. Por exemplo, no estou registrado como r_evangelista@joindiaspora.com. Joindiaspora.com é o meu pod, é o servidor que usei pra fazer o meu cadastro. Isso não quer dizer que eu só converso com as pessoas que estão no mesmo pod que eu, ele é só uma referência. Na rede, todos falamos com todos.

Aqui uma lista de pods do diaspora*: http://podupti.me/

E a ideia é que qualquer um possa ter um pod. Individualmente isso pode ser difícil, manter um servidor e tal, mas há pods públicos e organizações e movimentos sociais são ótimos candidatos a hospedeiros de pods. Escolher um bom pod é crucial, pois isso vai pesar na sua velocidade de acesso e garantir que seu perfil não "suma" (hoje é possível baixar todos os dados de seu perfil que você subiu, mas subir isso de novo é uma funcionalidade que não está pronta).

Você pode pensar: "cara, que saco, tenho que me preocupar com isso". Isso é independência, autonomia. É justamente a falta disso que criticamos em projetos como o do MarkZuck, que centraliza os dados, não é nada transparente e vende nossas interações e produções por aí. Isso quando não manda tudo direto pro escaninho da NSA.

Aliás, ATENÇÃO SOCIAL MEDIAS E BLOGUEIROS, uma outra beleza do software livre. De uns anos pra cá todo mundo começou utilizar o Facebook como a grande ferramenta de distribuição ou mesmo a migrar suas produções pra lá. No começo era tudo lindo, você postava os bagulho, ele distribuía pra quem te deu joinha e nem te dava trabalho administrar os comentários, que ficavam por lá mesmo.

Só que, faz uns meses, a teta começou a secar. Em lugar de distribuir os conteúdos para todos os seus assinantes o Facebook começou a controlar isso e a cobrar pra que esse conteúdo tivesse distribuição maciça. Mesmo pessoas físicas, indivíduos, começaram a ver seus posts atingirem só uma parte dos amigos, enredados no algoritmo fechado de distribuição do MarkZuck, que limita as interações as amigos com quem você usualmente tem mais contato.

Bom, essa treta toda não rola em redes livres. Isso porque o código não é controlado comercialmente, ele é aberto e livre, você pode entender como essa mensagem está sendo distribuída. Então, se você é um blogueiro, uma organização ou uma empresa, pode estar certo que você vai saber como e quando essa mensagem chega a seus seguidores.

Livre

Quando os garotos criaram o projeto eles usaram a AGPLv3 que é das licenças mais bacanas do software livre. Isso porque qualquer pessoa ou grupo de pessoas pode pegar esse código, olhar como funciona, melhorá-lo e botá-lo no mundo de novo. Por isso o diaspora* não morreu e não vai morrer enquanto não houver gente que goste dele. Isso está nas regras, na licença, a única obrigação imposta pela AGPL é que, assim que você colocar publicamente a sua versão melhorada do software você não impeça outros de pegarem a sua versão, usarem como entenderem eventualmente a melhorarem também.

O diaspora* não é perfeito, longe disso, tá cheio de arestas e faltam coisas. A questão da impossibilidade de fazer o upload do seu perfil em um novo pod é um exemplo. Mas, quando se trata de um projeto assim, é só o uso que vai produzir a melhoria do software. Mais gente na rede, mais usuários, mais desenvolvedores interessados em melhorar e produzir coisas pra essa plataforma pública.

Redes federadas

Fui bem injusto neste texto porque falei do diaspora* desde o começo e deixei pra falar do Noosfero no final. Enquanto o diaspora* era só uma ideia louca na cabeça de uns gringos, uns brasileiros muito ponta firme já estavam fazendo praticamente a mesma coisa e desenvolvendo uma rede social livre que hoje é usada por milhares de pessoas, principalmente por organizações sociais. Tô falando do Noosfero. Aqui um trecho de uma matéria que escrevi sobre os caras lá em 2010:

Que tal ter um Facebook ou um Orkut só pra você, tendo controle total dos dados que são trocados e garantindo a privacidade dos usuários? Sua empresa ou sua ONG trocando informações tendo assegurado o sigilo e podendo fazer buscas que mostram de que os usuários mais gostam, quais suas preferências ou afinidades? Isso é possível com o Noosfero, rede social utilizada pelo Fórum Internacional de Software Livre e desenvolvido pela cooperativa Colivre. Como o Noosfero é livre, qualquer um pode baixar e instalar onde quiser, montando uma rede social particular, mas aberta à interação com outros sistemas. Segundo Vicente Aguiar, gestor de projetos da Colivre, a concepção do Noosfero veio de uma perspectiva política, em que é importante manter a internet livre. “As soluções proprietárias em rede social, como Facebook e Orkut, ao se disseminarem, obstaculizam o avanço e a manutenção de uma internet livre. O projeto dessas empresas não é que você acesse à internet em sua diversidade, mas se concentre nas soluções proprietárias, que se navegue nos ambientes dessas empresas. É um projeto de expansão monopolista da internet. 'Use Facebook, use Google', é o conceito de software proprietário aplicado à internet.” Para os movimentos sociais, em particular, isso seria particularmente mais nocivo. “Você não sabe como esses sistemas sociais são feitos, se os dados são rastreados ou não, quem está ganhando dinheiro em cima do conhecimento de suas preferências.” Ele enfatiza também as vantagens para os usuários comuns: “Você não é submetido àquelas propagandas indesejáveis”. Um governo poderia usar os dados para melhorar as políticas públicas.

Uns parágrafos depois, lá no final da matéria, comento que no horizonte dos caras estaria o que seria um salto gigantesco para uma internet livre: a integração entre as redes sociais livres. Para que uma se comunicasse com a outra, para que o diaspora* falasse com o Noosfero, que falasse com o n-1, que falasse com o Saravea. Infelizmente, essa coisa ainda engatinha.

Só que isso não pode ser um obstáculo, todo usuário a mais em uma rede livre é um empurrão pra frente, é um estímulo a que mais gente busque e troque conteúdo em ambientes não proprietários, que tendem a se integrar em federações de redes que querem se falar.

À luta companheiros, as fotos de bichinhos fofos farão a revolução.

 

*Publicado originalmente em http://www.oplanob.org/?p=656



WikiSalvador 2.0 - encontro de voluntários, fãs e usuários da Wikipédia na Bahia

31 de Janeiro de 2013, 0:00, por Vicente Aguiar

WikiSalvador 2.0

O movimento Wikimedia Brasil e a Wikimedia Foundation vão organizar, no domingo, dia 03/02, e segunda, dia 04/02, WikiEncontros no Digitália 2013, em Salvador.

Durante o encontro, será apresentado o  Projeto Wikipédia na universidade, onde professores e estudantes ao redor do mundo inteiro estão contribuindo para a melhoria da Wikipédia, e realizaremos um mutirão de edição da Wikipédia e um café de debates sobre cultura livre, cultura da permissão e do remix. Voluntários do movimento Wikimedia, editores novos e experientes, bem como interessados e curiosos em geral são muito bem-vindos. Quem nunca editou e quiser conhecer como faz terá oportunidade de ouvir dicas de voluntários e conhecerá mais da comunidade em torno dos projetos Wikimedia no Brasil. Com debates e atividades práticas de edição, o encontro quer contribuir para o crescimento do conhecimento livre e da comunidade.

São diversos os projetos abrigados pela Wikimedia Foundation. Além da já conhecida Wikipédia, Wikibooks, Wikiversidade, Commons, Wikivoyage são alguns dos outros projetos desenvolvidos por comunidades do movimento Wikimedia. Participe!

  • Local: Teatro Vila Velha, na sala Mário Gusmão.
  • Data e horário: 03 de fevereiro (domingo), das 14h às 18h,

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:Encontros/WikiSalvador_2.0



Defesa de Tese na UFBA aborda o Software Livre e seu caráter emancipatório

25 de Setembro de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

A pesquisadora Teresinha Quadros do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFBA defenderá a sua tese de douorado nesta quarta, dia 28 de serembro de 2011, às 14h em São Lázaro/Salvador-BA.

A tese é intitulada "Software Livre: expressão da formação de uma consciência de caráter emancipatório" e foi orientada pelo Prof. Dr. Antônio Câmara. Na banca, estarão professores da UFBA, UFSE e da Unicamp.

 

 

Desejo boa sorte e sucesso!



Pirates of Silicon Valley: State of exception and dispossession in Web 2.0

31 de Julho de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Resumo vagabundo, parágrafo a parágrafo, dos primeiros 18§ de Pirates of Silicon Valley: State of exception and dispossession in Web 2.0
by Peter Jakobsson and Fredrik Stiernstedt.
First Monday, Volume 15, Number 7 - 5 July 2010) Online em http://firstmonday.org/htbin/cgiwrap/bin/ojs/index.php/fm/article/view/2799/2577

 

Amanhã (quem sabe?) termino o resto.

 

 

1. Web 2.0 = adsense, flickr, wikipedia, torrent, napster. paradoxo é q alguns são bem vistos outros perseguidos como estimuladores da pirataria

2. mas... diferenção não é tão clara. se vc tiver o logo certo e lema corporativo correto a pirataria é escusada. isso viria de poder social derivado da expectativa de crescimento econômico

3. todos esses serviços dependem de trabalho do usuário (prosumer), apropriado em nome da inteligência coletiva, mas a diferença é q coisas como google books são legitimadas pelo Estado

4. processo de "destituição de posse" é parcialmente bancado pelo estado e sistema legal. ameaça ao commons não é só o cercamento. quem e em que circunstâncias faz é importante. 2 lados de uma mesma moeda, cercamento e destituição de posse

5. crítica à web2.0 à falta de controle dos usuários a aspectos de sua participação. sempre criticam o muito copyright, falta ver q a ausência de copyright tb pode ser um problema, sendo vista como sempre positiva. "The fact that the meaning of copyright, as well as the relationship between copyrights and cultural commons can change depending on context has been somewhat of a blind spot for critical internet studies"

6. apresentará 3 casos de "pirataria bancada pelo estado": youtube, gmail/google/adsense, facebook (q usa capital da "social trust" para arrecadar mais-valia(excedente).

7. momento atual da net é de exceção, suspenção da lei. a partir de agambem, exceção é momento para incluir novos domínios, "tentativa da sociedade de confinar o externo". Agamben, then, understands the state of exception as that which creates and defines the “very space in which the juridico-political order can have validity.”

8. Para Agamben, modernidade é estado de exceção. "Today it is not the case that a state of exception is actually objectively present (in a legal sense), but rather that governance through administrative measures, which are only pragmatically legitimized, has become paradigmatic for contemporary government." coexistência entre lei e exceção, então não tem contradição entre copyright + forte e o q descrevemos.

9. se aceitamos essa moldura teórica de estado de exceção, então a web2.0 pode ser teorizada como um projeto bancado pelo estado p/ nova ordem digital. repensar cercamentos: "In Web 2.0 everything is free and available, so how can we then refer to enclosures? We argue that in the state of exception enclosures are constructed, not to shut people out, but rather to let them take part in the ongoing dispossession of their rights and their autonomy." VER ESSA CITAÇÃO DE HARVEY

10. marx, boyle e new enclosures

11. interpretação alternativa ao enclosure: acumulação reside na separação entre seres humanos e meios de produção, às vezes necessitando de labor às vezes não. então introduz conceitos de harvey, accumulation by dispossession e perelman, advanced accumulation

12. harvey: accum. by disp. é a acumulação de capital por outros meios que não o mercado, por força fraude opressão (no nosso caso dominância tecnológica e abandono da lei). harvey fala de outros commons (água, terra), pra aplicarmos na web2.0 precisamos de movimento diferente, por imaterial (ou seja, não podemos ser despossuídos disso). "The argument we will develop in this article is that the instrumentalized social production of Web 2.0 does not so much dispossess us of the means of production as such, but our sense of ownership of ourselves and the autonomy of our imagination." <-- forçado isso, não?

13. no primeiro enclosure, marx via uma dialética de liberdade (do feudalismo) e exploração (trabalho). = internet <-- bela comparação/analogia

14. participação na web2.0 obrigatória (estranho esse § pq no mercado tb, senão morre-se. outro sentido de mandatory/obligatory?) "Somewhat paradoxically, the essence of the informational enclosure is openness. Although the enclosure is not without its restrictions, it strives for informational and communicative excess through promoting freedom and openness, and ***enhancing certain types of communication***."

15. Fazer as coisas para sobreviver ou por diversão, esse conflito, como base da acumulação primitiva ou das forças de dispossession.  "It is a process and a mechanism that carries out the perpetual incorporation of new realms of human productivity into capitalism"  (o sentido parece ser como a diversão é usada para acumulação primitiva).

16. youtube. tanto sucesso q foi preciso aceitá-lo. usado pela unesco. "At the same time, however, it should be fairly obvious to anyone that there is only a very fine line separating the respectability of YouTube from the pariahs of the digital economy: pirates, file–sharers and p2p networks"


17. viacom processa youtube em 2007. youtube responde dizendo q viacom upa no youtube e eles não conseguem diferenciar o q é legal do q é pirataria. isso é mostra de como youtube cria valor.  falta de controle é o sucesso do youtube. a audiência não cria, ripa para o youtube

18. mas não é só da indústria cultural q vive o you tube, vive da vergonha alheia (diria que a vergonha alheia virou um gênero cultural), da violação da privacidade,  da ilusão de ser estrela do ordinário




Simpósio de Pesquisa em Tecnologias Digitais e Sociabilidade - Salvador, Out/2011

19 de Julho de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Esta é parte da chamada de trabalhos do Simpósio em Tecnologias Digitais e Sociabilidade – SIMSOCIAL, evento que será realizado em Salvador pelo meu grupo de pesquisa, o  Grupo de Pesquisa em Interações, Tecnologias Digitais e Sociedade (GITS/UFBA):

Segue aberto, até o dia 15 de agosto, o prazo para submissão de comunicações aos Grupos de Trabalhos do Simpósio em Tecnologias Digitais e Sociabilidade – SIMSOCIAL, que tem como tema central a discussão sobre “Mídias Sociais, Saberes e Representações”. O evento, gratuito, acontece nos dias 13 e 14 de outubro de 2011, no Campus de Ondina da UFBA, em Salvador, Bahia.

Serão aceitos trabalhos inéditos de pesquisadores, professores, estudantes universitários e profissionais dentro dos seguintes Grupos de Trabalho:

  1. Mídias Sociais: Interações e Práticas de Sociabilidade;
  2. Mídias Sociais: Consumo e Estratégias de Mercado;
  3. Política e Ativismo nas Mídias Sociais;
  4. Educação e Mídias Sociais;
  5. Mídias Sociais, Práticas Colaborativas e Jornalismo.

Para mais informações, acesse o seite do SIMSOCIAL.