Os bacharelados em Administração com os quais tive contato seguem uma lógica de ofertar disciplinas como Filosofia, Sociologia e Antropologia logo no começo do curso. Disciplinas que cada uma delas, é preciso destacar, além de ter que cumprir a proeza de dar conta de um mega resumo de toda uma área do conhecimento, deveria trazer à tona relações entre a área em foco e a Administração. Aliás, no caso da minha graduação (e já ouvi falar por aí que em muitos casos) a segunda parte, ou seja, a abordagem da relação destas áreas do conhecimento com a Administração, simplesmente inexistiu.
O que motivou este post foi o twitt da flaviansn sobre ser melhor cursar filosofia e sociologia a partir do 5º período do seu curso. Pra mim este é o tipo de conversa que não dá pra ficar só no twitter. Porque tem aí um emaranhado de coisas a serem destrinchadas.
Nem vou buscar agora os históricos (não dá, a pesquisa pra essas coisas e os achados levam a tantos caminhos que acho que o post não sairia em menos que 5 ou 7 dias) mas tenho aqui uma construção mental que me diz que esse lance das disciplinas de ciências sociais e/ou humanidades no início do curso deve ter a ver com uma linha de pensamento que segue mais ou menos a noção de que é possível preparar os estudantes , dar-lhes uma base , para compreensões mais adequadas das disciplinas posteriores específicas do foco de formação, no caso a Administração.
Se esta minha construção mental existe ou não é coisa a ser investigada. Se esta existência for “real” o questionamento fica em torno dos porquês, de onde etc. Por que acredita-se que este tipo de abordagem embasa o estudante? De onde vem essa crença afinal? Existe contraponto a esta suposta crença?
Bem, como estou no fluxo de economia de pesquisas que me tiram do foco para algumas coisas às quais preciso me ater mais ultimamente, não vou encarar esta investigação agora. Por outro lado não poderia deixar de emitir aqui uma opinião, que tem como fundamento exclusivamente minha experiência pessoal, portanto precisa ser , e muito, ponderada.
Para mim filosofia, sociologia e antropologia deveriam ser lecionadas não apenas no começo nem meio do curso, mas durante o curso inteiro. É uma proposição extremamente complexa, entendo eu, mas será que valeria à pena ser pensada.
Aquí entro numa proposição que é na verdade um questionamento sobre a pertinência da formatação das nossas graduações atuais em administração. Faz sentido pensar ainda em áreas funcionais? “Ensinar” Marketing, Gestão de Pessoas, Gestão da Produção, Sistemas de Informação etc. Isto faz sentido ainda? Ou será que os clamores sobre as limitações da fragmentação e especialização do conhecimento, como em Capra e Morin, ou a negação do projeto moderno, como em Latour, nos permitem querer começar a pensar em outros caminhos?
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from Zemanta
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