Ir para o conteúdo
ou

Software livre Brasil

 Voltar a Blog
Tela cheia

Cigac: Bio Digital e Boas Vindas a Aliadxs

24 de Março de 2012, 0:00 , por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
Visualizado 82 vezes

A produção da Cigac está num momento muito importante de concretização das parcerias e apoios,  além do já formalizado com o CNPQ. Uma das parcerias que vislumbramos desde que começou a se moldar o projeto foi com o PEASA, que com sua experiência de articulação nas comunidades do Semiárido é uma peça fundamental. Pelo PEASA pretendíamos também alcançar o INSA e assim estabelecer nestas relações uma articulação institucional legítima para a Cigac. Esta articulação já se iniciou e já começou gerando muito bons resultados. Além disso, tivemos esta semana o reconhecimento do reitor da UFCG quanto à  importância estratégica do evento. Agora estamos ainda mais fortalecidos para seguir em frente e fazer da Cigac mais do que o processo projetado de um evento científico, mas, como sempre quisemos, uma conferência de diálogos, de conversas entre diferente movimentações desse todo relacionado à Gestão Ambiental e Colaboração em Rede, da práxis e da vontade de ajudar a materializar um pouquinho de processos de organização, administração, métodos não estão delimitados no manual “ortodoxo” da Administração contemporânea. Aproveito então este momento para falar sobre o a proposta metodológica aberta Bio Digital, cuja articuladora junto à Cicag é a Maira Begalli, da Rede MetaReciclagem.

Considero essa relação de ações em direção a um evento mais cooperativo, no sentido do que as pessoas gostam de chamar por aí de responsabilidade sócioambiental muito, muito, interessante. São propostas que contemplam um amplo conjunto de áreas e processos relacionadas à produção de eventos e que se preocupam desde o pensamento com macro soluções até pequenos detalhes que fazem a diferença. Escrevo aqui na tentativa de iniciar um  pouco da interlocução que merece quem se dedica a preparar algo assim e,  também para de alguma forma ir avaliando, na construção do discurso,  na ordenação das palavras que recorrem automaticamente ao inconsciente,  uma primeira impressão que tive ao chegar ao final da leitura do material, que é: a proposta diz “o que fazer” mas não dá nenhuma pista do “como fazer”. E isto é muito normal quando, na minha cabeça de administrador, opera-se na práxis de “consultoria”, o que pode ser o caso quando trabalhamos a rede de dentro pra fora, performando estratégias de sobrevivência e lidando com processos em que a lógica da competição imbricada na crença no mercado livre são a configuração da matrix em operação.

Por outro lado, se trabalhamos a rede internamente, no estabelecimento das estratégias com aliadxs, na vibe do vamos fazer juntxs, na concretização do solidário, a caracterização “consultoria” perde o sentido e o processo do “como fazer”  passa a ser o mais importante. A esse “como fazer” podemos chamar de métodos, mais do que metodologia, porque estejam talvez em possibilidades de ação muito  mais pontuais, específicas e eficazes neste sentido. A metodologia, o todo, pode até surgir ou já ter surgido ao final de um ciclo, de um evento, de ciclos dentro do evento. Principalmente para aqueles que quiserem / puderem – quiseram / puderam brincar de coordenar a brincadeira. E isso constitui um poder muito bacana que envolve a combinação de poder fazer  incursões de “sucesso” nas matrices e ao mesmo tempo ir fortalecendo a rede, o espaço de interações (que não é o não-lugar do Augè), espaço do prazer de fazer coisas legais e importantes para a vida em comum e que não sejam a mera ordenação programática de matrices.Se isto for possível. Esse poder, ou  contra-poder, como fruto e produtor de construção coletiva, precisa ser assimilado, desenvolvido, regurgitado  na coletividade e nas estratégias coletivas de escapar à programação “inconsciente” do mundo do individualismo. O Super Homem, apesar da aparência humana, é bom lembrar, é um alienígena. E mesmo assim não é perfeito, porque quem o construiu não pode alcançar a dimensão do que seja perfeição, não há como. Por isso talvez a kriptonita, para facilitar seu trabalho de lidar com algo mais próximo da nossa compreensão. Daí que surgem as perguntas: Como fazemos coletivamente, nesse sentido da produção conjunta de aliadxs, o “como fazer” da Bio Digital na Cigac? Como escapamos deste processo ser a implementação de um indivíduo (super-homem) que “integra” as diferentes visões e proposições do “coletivo”?

Vejo que a produção,  realmente coletiva e distinta do processo de consultoria top-down, da proposta Bio Digital na Cigac é um grande desafio. Entendo que para coordenar um processo como este é preciso estar aqui em Sousa muito antes dos dias presenciais da Cigac, meses antes certamente. É preciso uma imersão na realidade local que desperte possibilidades, limitações, superações e que vá formando e deformando as próprias subjetividades envolvidas em tudo isso. Construindo gente e lugar como um só pelo processo de penetração do sol na pele, da fumaça do lixo queimado e do alimento com gosto de Sertão. Por outro lado, talvez a simples adesão  de alguns membros das comunidades locais a este processopudesse potencializar em muito as possibilidades de realização de algo mais próximo desse ideal. Penso nisto e começo a ter ideias, que envolvem pensar em articular um pré-evento-imersão da Maira por aqui, de forma a jogar sementes e depois ir regando lá de Santos pra cá. Mas, além da grana (que teria que ser captada) da logística e organização para fazer isso, as ideias vão se enfraquecendo principalmente pela percepção das restrições que estamos enfrentando por aqui, e que no meu entender se referem principalmente a TEMPO e GENTE.

Com muito mais tempo certamente faríamos coisas muito interessantes. Com mais gente aqui no local que já estivesse “integrada” a este processo de organização distribuída, gente já acostumada a propor e decidir no meio do imenso volume de e-mails, sms, webservices, etherpads e links, como se isto fosse uma coisa tão espontânea quanto abrir os olhos e levantar. Gente que, além de tudo isso, estivesse muito afim de fazer algo como a Cigac juntos, a ponto de dedicar mais do que só tempo ou tratar a coisa como uma rotina burocrática, ahh… eu nem consigo imaginar o que faríamos. Mas o que mais me intriga neste processo todo é que algo fica aqui dentro dizendo: “existem, essas pessoas existem, elas estão aí, querem e podem fazer as coisas acontecerem”.

É esta maldita voz interior que certamente me faz dedicar tempo, que ironia, a escrever isto aqui. Agora, só precisamos que alguém traduza e resuma o chamado, talvez em uma primeira versão que diminua estes quase sete mil caracteres retóricos daqui para apenas mil caracteres objetivos e sedutores. E, certamente, para uma segunda versão com apenas 140 caracteres também objetiva e sedutora. Pronto. Veio. Da escrita, da emergência, surgiu na reflexão sobre a proposta de uma aliada, a Maira, a homenagem a outro aliado que se junta a nós esta semana com a ingrata tarefa de movimentar tudo em blogs, facebooks, twitters, redes sociais etc. Salve Camarada! Bem Vindo. Ahh, e acredite, isto não é uma forma diferente de solicitar uma atividade. É, realmente, apenas a coincidência de estar descrevendo sarcasticamente um processo e, de repente, eita!, lembrar que alguém super bacana vai estar fazendo algo mais ou menos assim junto com a gente esses dias.


Fonte: http://feedproxy.google.com/~r/Reacesso/~3/9BP4tvug9iM/

0sem comentários ainda

Enviar um comentário

Os campos são obrigatórios.

Se você é um usuário registrado, pode se identificar e ser reconhecido automaticamente.