Liberdade, segurança da informação e inclusão social. Esses são os efeitos da utilização do software livre pelo Poder Público, empresas e sociedade em geral. O tema foi discutido em sessão especial promovida pela vereadora Marta Rodrigues, na manhã de ontem (15), no plenário da Câmara Municipal de Salvador - Bahia. No evento, o desenvolvimento social e econômico dos municípios, por meio da implantação do software livre, foi defendido de forma unânime pelos participantes da sessão.
A sessão intitulada “O uso do software livre na Administração Pública Municipal” reuniu especialistas da área, como o coordenador de responsabilidade social e cidadania do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Dílson José dos Santos. “Não se trata de uma questão meramente econômica, mas sim de liberdade. O governo federal o adota como instrumento de desamarras tecnológicas”, explicou Dílson.
Não depender do conhecimento da empresa proprietária do software para possíveis aperfeiçoamentos ou manutenção dos sistemas é a principal qualidade do software livre. “Quando a prefeitura contrata uma empresa para produzir e fornecer software, ela apenas adquire o direito de usar aquele sistema. No modelo proprietário, as ferramentas estão com a empresa, e não com a prefeitura”, esclareceu Vicente Aguiar, representante da COLIVRE, cooperativa que presta serviços exclusivamente com softwares livres.
Segundo esse entendimento, distanciar-se do software proprietário (aquele produzido, comercializado e mantido por um único dono) significa estimular o mercado de trabalho local, a partir da mão-de-obra de diferentes empresas e profissionais especializados. “A liberdade de aperfeiçoar ou alterar sistemas faz com que o recurso seja destinado a prestadores de serviço local, e não a uma única empresa”, ressaltou Vicente.
Além de capacitar mão-de-obra, a implantação desse tipo de software permite a redução de custos pelos poderes públicos. “No ano passado, segundo Lula, o governo deixou de gastar R$ 370 milhões com software proprietário e investiu esses recursos em conhecimento”, destacou Marta Rodrigues.
Hoje, tanto o estado baiano quanto o município de Salvador utilizam softwares livres. O diretor de relacionamento da Companhia de Governança Eletrônica do Salvador (Cogel), Maurício Ramos, citou a formulação do Portal do Município, feito em grande parte em software livre. “Temos um histórico rico de utilização de softwares livres”, afirmou Maurício ao lembrar outros programas já em uso e projetos para novos sistemas. Já na esfera estadual, o diretor presidente da Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia (Prodeb), Elias Sampaio, destacou o sistema de licenciamento integrado de veículos, produzido internamente.
Fonte: Câmara Municpal de Salvador.
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