Empresa sem fins lucrativos, Ceitec já nasce com três produtos, dois para identificação por radiofrequência e um para modulação de TV digital.
O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva inaugura nesta sexta-feira (5/2) a primeira fábrica de chips da América Latina, anunciou o Ministério da Ciência e Tecnologia nesta quinta-feira (4/2). A inauguração terá ainda a presença do ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.
Instalada em Porto Alegre (RS), o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica (Ceitec S.A.) vai produzir chips para os mercados de mídia digital, comunicação sem fio e identificação por radiofrequência (RFID).
Um de seus primeiros produtos é o Chip do Boi, um identificador por rádio que usa a tecnologia RFID. Ele é a peça fundamental de brincos que ajudam a identificar gado bovino. Testes de campo foram iniciados em novembro de 2009 em rebanhos em Minas Gerais, na fazenda experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais. A capacidade de produção é de 50 milhões de unidades desse chip por ano.
Outros produtos são um chip de modulação para o sistema brasileiro de TV digital (ISDB-T) e uma família de circuitos integrados para identificação eletrônica de bagagens, automóveis e medicamentos. A empresa também poderá fornecer tecnologia para a confecção do passaporte eletrônico.
A empresa é 100% controlada pelo governo e não tem fins lucrativos. Foi criada em novembro de 2008, por decreto presidencial. Seu presidente, o alemão Eduard Weichselbaumer, acumula mais de 25 anos de experiência em empresas do setor.
A Ceitec não é a primeira iniciativa governamental de estímulo à microeletrônica. No livro A Trajetória da Política de Informática Brasileira (Ed. Papirus), o pesquisador e professor da Unicamp Jorge Rubem Biton Tapia conta que, no começo dos anos 1980, sob a política de Reserva de Mercado, três empresas - Itaú, Docas de Santos e SID - candidataram-se para a produção de chips. No entanto, divergências dentro do governo Figueiredo sobre a concessão de incentivos fiscais levaram à paralisação dos projetos, explica Tapia.
04 de fevereiro de 2010 - 21h52
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